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Este ano, Santa Catarina vem enfrentando uma grande emergência de saúde pública ocasionada pela dengue. Até o momento já são mais de 42 mil casos notificados, dos quais 20 mil foram confirmados. Um total de 87 municípios já confirmaram casos de dengue, e 33 estão em situação de epidemia.

Em relação à gravidade, já foram notificados mais de 230 casos de dengue com sinais de alarme, 13 casos de dengue grave. São 16 óbitos confirmados, e outros 13 estão em investigação.

O Lacen/SC já realizou mais de 24 mil exames de dengue, sendo 20 mil apenas nos meses de março e abril.

Atualmente, a Secretaria de Estado da Saúde, por meio do Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (LACEN/SC), realiza os seguintes exames para diagnóstico laboratorial de dengue:

- RT-qPCR (incluindo sorotipagem);
- Sorologia (ELISA) para detecção de anticorpos IgM;
- Pesquisa de antígeno NS1 (ensaio imunoenzimático – ELISA).

Os kits são em sua grande maioria fornecidos pelo Ministério da Saúde. E, no momento, o órgão está passando por dificuldades para o fornecimento contínuo dos insumos/kits utilizados no diagnóstico laboratorial das Arboviroses, incluindo a dengue.

Segundo o Ministério da Saúde, a empresa fornecedora do Kit RT-qPCR suspendeu o fornecimento do lote por problemas de produção.

Outro problema relatado pelo MS é que as empresas fornecedoras estão com na dificuldades de importação dos kits NS1 e do IgM.

Este problema vem ocorrendo com todas as empresas fornecedoras dos kits diagnósticos, tendo em vista a crise sanitária crescente na Ásia, bem como a guerra na Ucrânia que afetou todo o cenário mundial.

Em Santa Catarina há atas de registro de preço abertas com autorizações de fornecimento, cujas empresas estão com dificuldade de entrega.

Mesmo com estas situações relatadas, há kits para realizar mais de 6 mil exames para as próximas semanas, o que ainda é insuficiente para atender toda a demanda.

Portanto, foi necessário emitir uma nota técnica para priorizar a realização de exames nos casos que se enquadrem nas seguinte situações:

- Casos suspeitos em municípios sem transmissão estabelecida da doença (após a confirmação dos primeiros casos, passa a ser aceito resultados dos laboratórios privados e conforme o cenário de transmissão o critério clínico-epidemiológico);
- Casos em gestantes;
- Casos de dengue com sinais de alarme independente do cenário de transmissão;
- Casos de dengue grave independente do cenário de transmissão;
- Óbitos suspeitos;

A SES/SC também mantém um monitoramento de 10% dos casos por semana para todas as regiões, visando o monitoramento dos vírus circulantes.

Apesar do transtorno causado pela falta de kits no mercado, é importante lembrar que a realização de exames de dengue são ferramentas importantes para a vigilância em saúde.

Já em relação ao atendimento, na conduta do manejo clínico dos casos suspeitos de dengue, não há necessidade de realizar diagnóstico laboratorial de todos os casos notificados.

O fundamental para auxiliar o médico na conduta clínica é a realização de um hemograma com contagem de plaquetas e hematócrito, que são de baixo custo, disponíveis em qualquer laboratório, inclusive os privados.

Nesse momento de fragilidade em relação aos kits para diagnóstico de dengue, devemos utilizar critérios mais específicos para direcionar os casos notificados para diagnóstico laboratorial.

Além disso, o estado de Santa Catarina vem destinando recursos financeiros para aquisição de insumos/reagentes diagnósticos, garantindo certa complementaridade aos insumos fornecidos pelo Ministério da Saúde.