icone facebookicone twittericone instagram

Desde janeiro deste ano, o Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) de Santa Catarina conta com um novo sequenciador que é capaz de identificar os diferentes tipos de vírus que circulam em território estadual e atualmente é utilizado para acompanhar a dinâmica do surgimento de novas mutações no genoma do SARS-CoV-2, vírus da COVID-19. A importância desta vigilância genômica está na identificação das novas linhagens que podem estar envolvidas no aumento da transmissão do vírus nas comunidades, na alteração do perfil clínico da doença ou no maior número de internação hospitalares e até mesmo no aumento de óbitos. Além disso, o conhecimento de novas mutações pode auxiliar a esclarecer a oscilação da efetividade das vacinas (escape vacinal) e subsidiar a tomada de decisão na aquisição de vacinas mais específicas para as novas linhagens. Ou seja, é um recurso que dá base as ações efetivas e eficientes de prevenção e controle da doença, diz a Bioquímica Sandra Bianchini Fernandes, que chefia a equipe dos profissionais envolvidos nesta vigilância laboratorial.

O LACEN/SC faz parte da Rede Nacional de Vigilância Genômica criada pelo Ministério da Saúde, que tem como objetivo fortalecer ainda mais a vigilância genômica em território nacional, ampliar o quantitativo de genomas analisados, e assim, realizar estudos mais robustos na caracterização genética e filogenética da circulação do vírus.

Até o momento, os profissionais que trabalham na área técnica já sequenciaram mais de 500 genomas completos do SARS-CoV-2, o que antes era somente realizado pelo Laboratório de Referência Nacional de Vírus Respiratórios e Sarampo da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Para a seleção das amostras a serem sequenciadas alguns critérios são considerados, tais como: alta carga viral, pacientes internados, óbitos, surtos, viajantes, assintomáticos, profissionais de saúde, casos de reinfecção, entre outros contemplando toda as regiões de Santa Catarina.

Já existe um planejamento de ampliar a vigilância genômica no Estado para o monitoramento de outros agentes infecciosos de interesse em saúde pública, inicialmente com os Arbovirus, com foco no vírus da Dengue, cujo perfil de casos tem se expandido ano a ano, tanto em quantidade como na abrangência regional.