icone facebookicone twittericone instagram

As ações de prevenção à Varíola dos Macacos (Monkeypox) serão intensificadas em Santa Catarina. O trabalho é tornar a estratégia de identificação e isolamento dos pacientes o mais eficiente possível para evitar que a doença chegue aos públicos mais vulneráveis aos quadros graves - o caso de crianças, gestantes e imunocomprometidos. Em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira, 28, o superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, o diretor da Dive, João Fuck e o médico infectologista, Fábio Gaudenzi, anunciaram a estratégia de enfrentamento para a prevenção e controle da doença no estado.

Eduardo Macário afirmou que a Divisão Estadual de Epdemiologia (DIVE/SC) considera a transmissão comunitária da varíola dos macacos, que é quando não é mais possível identificar a origem da infecção, o que reforça a necessidade de elevar o nível de alerta para a população com relação à prevenção e serviços de saúde.

"Nós estamos alertando todos os serviços de saúde para que haja reforço na identificação precoce dos casos e na orientação da importância do isolamento da pessoa infectada para evitar a transmissão para outras pessoas, em especial aquelas dos grupos mais vulneráveis como crianças, gestantes e imunodeprimidos", assinala o superintendente de vigilância em saúde, Eduardo Macário".

1027

Ações estaduais de enfrentamento à Varíola dos Macacos

- Revisão da Nota de Alerta 11/2022 com atualização da definição de caso suspeito, permitindo maior sensibilidade dos serviços de saúde na detecção de casos suspeitos e consequentemente assistência, isolamento e rastreamento dos contatos;

- Divulgação de alerta aos serviços de saúde e profissionais de saúde que atendem casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) para a suspeita de casos de monkeypox, considerando os diagnósticos diferenciais;

- Elaboração de informe para os profissionais de saúde sobre as principais característica da doença e orientações sobre a notificação;

- Reunião de alinhamento com a Diretoria de Atenção Primária à Saúde da SES/SC e com as ONGs para sensibilização e discussão de ações conjuntas na detecção de casos suspeitos;

Perfil dos casos em Santa Catarina

Até o momento, foram notificados 32 casos de varíola dos macacos em Santa Catarina. Destes, dez foram descartados, 16 permanecem em investigação e seis foram confirmados, sendo um caso importado que, embora tenha sido notificado por Santa Catarina, é residente no estado de São Paulo e cinco residentes em Santa Catarina, nos municípios de Leoberto Leal (1), Florianópolis (3), Joinville (1).

“Os casos têm se concentrado em adultos jovens, na faixa dos 20 a 39 anos. Quando a gente pensa em sintomas, a maior parte apresenta lesões cutâneas, mas também apresentam dor de garganta, fraqueza, dor de cabeça, febre, dores no corpo”, aponta o diretor da DIVE/SC, João Fuck.

A doença

A varíola dos macacos é uma doença causada pelo vírus monkeypox, descoberto em 1958. O primeiro caso humano da doença foi registrado em 1970, no continente africano. Apesar do nome, não há envolvimento de animais no surto que vivemos neste momento, já que a transmissão tem ocorrido de pessoa para pessoa.
A transmissão ocorre, principalmente, por meio de contato próximo, pessoal, muitas vezes pele a pele, como: contato direto com erupção cutânea, feridas ou crostas das lesões; contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram usadas por alguém com a infecção; através de gotículas respiratórias ou fluidos orais de uma pessoa infectada.

A transmissão entre parceiros sexuais também tem ocorrido devido ao contato íntimo com lesões cutâneas infecciosas durante o ato sexual. No entanto, a doença não é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).

No início, sintomas como dor de cabeça, febre, calafrios, dor de garganta, mal-estar, fadiga e aumentos nos linfonodos podem ocorrer. Logo depois vem as erupções cutâneas que costumam iniciar no rosto e se espalhar para as demais partes do corpo. O período de incubação é de 6 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias e os sinais e sintomas duram de 2 a 4 semanas.

A transmissão ocorre desde 48h antes do início dos sintomas e até o desaparecimento completo das lesões.

Vacinação e outras formas de prevenção

No momento, no Brasil, não há vacina contra o Monkeypox disponível, porém o Ministério da Saúde avalia a incorporação em situações específicas para públicos mais vulneráveis e para bloqueios de transmissão.

Com relação a outras formas de prevenção, como a transmissão ocorre por gotículas respiratórias e contato, sendo mais efetivo na transmissão o contato próximo, medidas gerais como o uso de máscara, evitar ambientes fechados e com aglomerações e a higiene frequente das mãos, ajudam no controle da doença.

Evitar o contato com lesões de pele em familiares ou parceiros sexuais também é uma medida importante.