Pela primeira vez, uma cirurgia para correção de estenose traqueal congênita, também conhecida como anel traqueal completo, foi realizada em Santa Catarina pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O procedimento inédito - traqueoplastia por deslizamento - foi realizado em um bebê de três meses, no Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), unidade própria do Governo do Estado.
Fotos: Divulgação Ascom/SES
“Uma equipe multidisciplinar nas especialidades de cirurgia pediátrica, otorrinopediatria, cirurgia cardíaca, além da nossa anestesia e da nossa enfermagem do centro cirúrgico, participou do procedimento. É muito gratificante poder oferecer este serviço tão complexo para os pacientes do SUS, principalmente às nossas crianças. É uma determinação do nosso governador, ter uma estrutura qualificada e possibilitar os melhores procedimentos aos catarinenses”, destaca a diretora do HIJG, Tatiana Titericz.
A condição rara acomete cerca de 1 a cada 65 mil nascidos e é caracterizada por uma malformação da cartilagem da traqueia, causando um estreitamento das vias aéreas. A doença possui sintomas que incluem falta de ar, ruídos durante a respiração e, em alguns casos, há a necessidade de intubação.
Conforme o cirurgião pediátrico, Dr. Felippe Flausino, o diagnóstico foi feito por meio de uma endoscopia da traqueia e uma tomografia de tórax, que revelaram a extensão da alteração. “Esses exames possibilitaram à equipe médica planejar a melhor técnica para corrigir a condição. A estenose traqueal congênita é uma malformação rara que necessita de tratamento cirúrgico. A traqueoplastia em deslizamento é importante nestes casos pois permite aumentar o calibre desta traqueia em quase quatro vezes, permitindo uma respiração e ventilação pulmonar mais adequada", explica o médico.
Além disso, foram produzidos modelos anatômicos criados com impressão 3D para reconstruir a área afetada. “Foi possível realizar uma reconstrução em 3D que permitiu à equipe médica avaliar no pré-operatório as estruturas envolvidas e sua relação com órgãos próximos, podendo programar as melhores alternativas disponíveis”, acrescenta o médico. As peças tridimensionais são criadas a partir dos dados da tomografia do paciente e auxiliam a compreensão da deformidade e o planejamento cirúrgico adequado.
O procedimento foi realizado na última sexta-feira, 14, em um pequeno paciente com 5,4 kg e durou em torno de cinco horas. Após a cirurgia, o bebê encontra-se internado na UTI Pediátrica, recebendo cuidados intensivos e apresentando uma boa recuperação
A equipe multidisciplinar que participou do procedimento incluiu os cirurgiões pediatras, Dr. Felippe Flausino e Dra. Ana Laura Luzardi; a otorrino pediatra, Dra. Janaina Jacques; os cirurgiões cardíacos, Dr. Luis Henrique Portugal e Dr. Gabriel Longo; o anestesiologista, Dr. Marcelo Souza Cruz; além da equipe de enfermagem com dois instrumentadores, dois circulantes e um perfusionista.
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