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FOI BOTULISMO
SUSPEITA AGORA É CERTEZA


Anvisa confirma: sete pessoas foram contaminadas em SC com a neurotoxina ao comerem mortadela contaminada. Depois de quatro adiamentos no período de quase um mês, Saúde estadual apresenta resultado de exames somente hojeO fim de uma angústia que durava um mês veio através de um telefonema na manhã de ontem. Após tanta espera, o pedreiro Valdecir dos Santos, 38 anos, teve a confirmação de que a sua esposa, a dona de casa Benta Janaína Lamego, 36 anos, morreu vítima de botulismo no dia 7 de março. “Um mês atrás recebi uma ligação dizendo que minha esposa tinha morrido. Ao menos dessa vez, foi o início de um alívio, pois não admito que digam que ela era louca. Sabia que ia dar positivo”, afirma o morador de Araquari.

O resultado da contraprova, que estava sendo adiado sucessivamente pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, foi confirmado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por meio de uma nota técnica, a Anvisa confirmou um surto com sete casos no Estado, entre eles uma morte – a de Benta. Ela morreu na ala psiquiátrica do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, em Joinville, sem que ninguém chegasse a diagnóstico.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Anvisa afirmou ontem que a investigação, que contou com técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, apurou os episódios por três frentes. Uma delas foram exames clínicos nas pessoas suspeitas de terem botulismo. Outra foram exames laboratoriais no produto que teria causado a doença – que teve resultado positivo, segundo a Anvisa.

A terceira foi o que se chama de “avaliação epidemiológica”. É uma análise da inter-relação entre os casos, por meio principalmente de entrevistas com os que tiveram os sintomas. A assessoria da Anvisa afirmou que os casos ocorreram em dois municípios – um deles, Araquari.

Quando a morte de Benta veio à tona, o secretário do Estado de Saúde, Dalmo Claro de Oliveira (PMDB), usou o microblog Twitter para alertar a população dos riscos da contaminação. “A Notícia” tentou contato com ele ontem, pelo celular, mas não consegui contato. Dalmo concederá entrevista em Florianópolis hoje, ao lado do superintendente de Vigilância em Saúde, Winston Zomkowski, diretor de Vigilância Epidemiológica, Luiz Antonio Silva, e diretora da Vigilância Sanitária, Raquel Bittencourt.

Na nota técnica, a Anvisa estabelece um porém. A investigação não indica onde o contágio da mortadela ocorreu. “Esse tipo de produto deve ser acondicionado conforme orientações no rótulo, bem como manipulado e consumido dentro de condições higiênico-sanitárias adequadas, caso contrário pode haver risco à saúde humana"

 

   “Não sei o que será daqui para frente”Um misto de dor e saudade toma conta do pedreiro ao falar do primeiro mês sem a esposa, a dona de casa Benta Janaína Lamego, que morreu no Hospital Regional, em Joinville, com sintomas de botulismo. O pedreiro Valdecir dos Santos ainda tenta se recuperar da morte prematura de Benta. A mulher deixou três filhos – duas garotas de 16 e 14 e um menino de apenas três anos –, que ainda chamam por ela. “Não posso nem mais ir trabalhar – meu pequeno chora e não fica sozinho de jeito nenhum. Não sei o que vai ser daqui para frente.”

A vida sossegada que a família tinha em uma pequena casa cor-de-rosa, logo no início de uma rua de chão batido, em Araquari, deu lugar a dias de incerteza. A loja de roupas, que antes era gerenciada pela esposa, virou a única fonte de renda da família. “Minhas filhas ajudam, mas ninguém tem vindo pagar e nem estou conseguindo vender nada. Assim não vai dar de sustentá-los.”

Valdecir vive estagnado pela dor que cresce a cada dia. A cada gesto, a cada palavra, a cada olhar, o pedreiro parece vasculhar o aposento em busca do encanto e da alegria da esposa, que o deixou sem poder se despedir. Benta chegou a ser medicada, mas como os médicos não conseguiram chegar a um diagnóstico, ela foi transferida para a ala psiquiátrica do hospital, onde morreu.

“Implorei que fizessem alguma coisa, que ela estava mal. Mas a única coisa que me diziam era que era tudo coisa da cabeça dela”, lembra Valdecir. O pedreiro ainda enfrenta outro problema: conseguir registrar o pequeno Micael com o seu sobrenome. “Adotamos ele, e só agora que a minha esposa morreu é que descobri que só registraram no nome dela. Era o que faltava não conseguir manter a guarda.”


 


FOI BOTULISMO
Regional atendeu a casos suspeitos

A dona de casa moradora de Araquari, o pedreiro marido dela, um amigo do casal, além de uma outra moradora da cidade, desconhecida dos outros três, passaram mal na quarta-feira, 2 de março, após ingerir uma mortadela comprada em um mercado próximo da casa do casal, em Araquari.

O pedreiro Ademir Muniz Vieira, 34, e a dona de casa Norli Neusa Maia, 46, que também foram internados no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt com suspeita de botulismo, já estão em casa. O pedreiro comeu da mortadela dividida com a dona de casa Benta Lamego e o marido dela, que também se sentiu mal. Norli comprou o produto no mesmo mercado. Eles permaneceram internados por cerca de uma semana.

O Regional aguarda o laudo encomendado a São Paulo para confirmar se os dois pacientes estão com botulismo e se Benta Lamego morreu em decorrência da doença. O IML de Joinville também espera a análise para anexá-la ao laudo do exame toxicológico feito no corpo da dona de casa. O Regional atendeu no mês passado a pelo menos mais uma pessoa com suspeita da doença.

Quando soube da morte da esposa, Valdecir se recusou a voltar ao hospital estadual. “Ainda estava passando mal, com dores, mas de jeito nenhum que voltava para lá. Meus filhos só têm mais a mim, não posso deixá-los sozinho”, desabafa. Segundo ele, um médica do posto de saúde levou a medicação até a sua casa.

“Era uma garrafa com um líquido que ela separou em vários copos. Não sei o que era. Tomei antibióticos por um tempo também”, lembra ele, que se diz melhor, mas enfrenta consequências. “Tenho que seguir dieta. Se como algo diferente, fico mal do estômago.”

 

 
FOI BOTULISMO
Fabricante diz que vai aguardar laudo

A Penasul, empresa fabricante da mortadela contaminada por botulismo, informou por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, que não teve acesso “a nenhum documento ou laudo que estabelecesse relação casual” entre os casos de botulismo no Estado de Santa Catarina e o produto da marca Pena Branca, ligado à empresa Seara, do grupo paulista Marfrig. Ainda no comunicado, a fabricante informa que “sempre adotou rigorosos métodos de produção em todas as unidades, garantindo a segurança de todos os seus produtos”.

A empresa se colocou à disposição para qualquer esclarecimento e ressalta que todo o lote do produto, comercializado exclusivamente nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul foi recolhido “pró-ativa e preventivamente”.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) será responsável por definir as penalidades que podem vir a ser impostas ao frigorífico. A assessoria de comunicação da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul afirmou que deve divulgar hoje um comunicado em que expõe a posição do governo em relação ao frigorífico instalado em Garibaldi, na serra gaúcha. Segundo a secretaria, não houve nem há pessoas com suspeita de botulismo no Estado.

 

 FOI BOTULISMO
Doença é mais comum em gado

No grupo das doenças causadas por bactérias do gênero clostridium, o botulismo é a que mais preocupa pecuaristas. Segundo o gerente de defesa sanitária e animal da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC (Cidasc), Flávio Pereira Veloso, de 90 a 95% dos animais acometidos morrem.

As principais causas do botulismo são o uso de alimentos e água contaminados. Uma das possíveis fontes da infecção são carcaças decompostas em locais de alimentação dos animais. “O micro-organismo causador do botulismo está presente no solo. Os bovinos acabam contaminados através da alimentação, por isso deve-se ter cuidado quando o animal é morto no frigorífico, para que o conteúdo presente no intestino não tenha contato com a carne.”

No ser humano, a contaminação é rara. Quando ocorre, normalmente está associada a alimentos contaminados. Flávio alerta que não é possível definir uma causa, nos casos registrados no Estado, sem que os pontos percorridos pelo produto sejam investigados.

“A carne poderia estar contaminada, pode ter sido no momento da produção, do armazenamento, em casa, caso as mãos de quem manipulou estavam contaminadas pelo contato com o solo. Tudo precisa ser analisado”, argumenta.


 

 

 SUPERBACTÉRIA
Barreiras ativas e reforçadas
Hospitais garantem que medidas de prevenção existentes são suficientes

Os hospitais de Joinville mantêm e monitoram periodicamente as medidas de prevenção contra infecções como a da bactéria portadora da enzima KPC, a superbactéria. O paciente do Hospital Dona Helena infectado com a bactéria continua internado e em estado grave.

Segundo a direção do Dona Helena, o hospital mantém suas rotinas clínicas para impedir as infecções. O mesmo tem ocorrido nos outros hospitais de Joinville, que consideram os cuidados já tomados pelas comissões de controle de infecção hospitalar (CCIH) suficientes, mesmo depois de confirmado o primeiro caso de superbactéria na cidade.

O pediatra Álvaro Koenig trabalha na área de prevenção no Centro Hospitalar Unimed e na Maternidade Darcy Vargas. Em ambas as instituições, os cuidados com a prevenção de entradas de bactérias nas unidades de risco, principalmente nas UTIs, permanecem reforçados.

“Está tudo igual ao que estava sendo feito antes. O caso de uma superbactéria em Joinville não é uma guerra. Não é uma catástrofe. É só mais uma bactéria resistente”, diz.

Segundo ele, a diferença desta bactéria é que resiste à maioria dos antibióticos e pode ser tratada somente com um medicamento.

Enquanto isso, as regras para os dois hospitais seguem as mesmas quanto aos pacientes de UTI. Ao entrar na unidade, tanto médicos quanto enfermeiros devem lavar as mãos, obedecer às regras de isolamento, usar luvas se houver secreção e capote (usado sobre a roupa) quanto houver ferimentos expostos. “São coisas que fazemos sempre”, destaca.

No Hospital Municipal São José, as medidas também estão ativas e, segundo a direção, há um monitoramento diário que já faz parte da rotina da instituição. “É claro que a atenção é maior, mas a rotina é a mesma”, explica o diretor-geral Tomio Tomita.

gisele.krama@an.com.br

 

 Homem com superbactéria foi assaltado

O homem de 29 anos que segue internado na UTI do Hospital Dona Helena foi vítima de uma tentativa de assalto no fim de fevereiro, perto de um clube na zona Norte de Joinville. Segundo a Polícia Civil, o homem levava um amigo e uma garota no carro quando assaltantes tentaram levar o veículo. Um deles estava com uma arma de cano longo – possivelmente uma espingarda de calibre 12.

O dono do carro levou cinco tiros. O delegado responsável pelo caso, Marcel Araújo de Oliveira, afirma ainda não haver suspeitos do crime. “As duas pessoas que estavam com o rapaz deram depoimentos contraditórios”, diz ele. O inquérito continua. Ontem, o delegado recebeu o resultado da perícia feita no rapaz.

Ele permanece respirando com a ajuda de aparelhos, sem previsão de sair da UTI.

 


SUPERBACTÉRIA
Plano para casos de infecção

Mesmo antes de aparecer em Joinville um caso de superbactéria, o Hospital Infantil Jeser Amarante Faria tinha um plano de ação para quando um caso destes aparecesse na instituição. Este plano é definido como “Procedimento Operacional Padrão”, ou chamado no dia a dia pela equipe de médicos e enfermeiros como POP.

Segundo a direção do hospital, cada membro da equipe recebe este manual, que foi criado e editado em 2009. Os procedimentos de assistência a pacientes portadores de micro-organismos superresistentes preveem o isolamento da pessoa.

Todos recebem um kit individual de instrumentos (estetoscópio, termômetro e o medidor de pressão). Também há a redução do número de objetos de uso pessoal no isolamento. E as equipes devem utilizar proteção como avental, máscara, óculos e luvas ao entrar em contato com o paciente.

 

  

PLANOS DE SAÚDE
Sua consulta pode ser cancelada
Médicos não vão atender consultas marcadas por convênios amanhã

Se você tem uma consulta marcada para esta quinta-feira por plano de saúde, é bom entrar em contato com seu médico. A Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) resolveram fazer um protesto, interrompendo, durante todo o dia 7 de abril (Dia Mundial da Saúde), o atendimento aos conveniados de planos de saúde. Em Joinville, a Sociedade Joinvilense de Medicina (SJM) orientou para que todos os profissionais sigam a recomendação nacional.

O motivo da paralisação é “protestar contra a forma desrespeitosa com que os médicos e os pacientes são tratados pelas empresas que atuam no setor”, diz a carta aberta à população divulgada na imprensa e assinada pelas três entidades nacionais. Segundo o presidente da SJM, Ricardo Polli, as cirurgias, os partos e outras urgências serão mantidos.

O presidente da entidade diz também que não é possível afirmar quantos médicos vão aderir ao protesto em Joinville. “Ninguém foi obrigado a participar, por isso não dá para mensurar.”

Segundo o comunicado oficial, são três as questões em que médicos e planos de saúde estão em desacordo. O primeiro deles é na interferência direta das empresas no trabalho dos médicos. “A ingerência é grande na questão de internações, de exames. Há um cerceamento do nosso trabalho”, afirma Polli. Pesquisa do Datafolha, encomendada pela AMB em setembro do ano passado, apontou que oito em cada dez médicos brasileiros sofrem pressões para reduzir o número de pedidos de exames e internações.

O segundo caso é a questão dos repasses. “Nos últimos dez anos, os reajustes dos honorários foram irrisórios, enquanto os planos aumentaram as mensalidades bem acima da inflação”, relata o comunicado oficial. A classe ainda reclama que os contratos entre médicos e operadores estão irregulares, descumprindo normas da Agência Nacional de Saúde.

A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) divulgou nota argumentando que “não faz parte das nossas atribuções discutir remuneração a prestadores de serviços – sejam médicos, hospitais ou laboratórios”. Para o órgão, o “movimento dos médicos é aceitável, desde que não prejudique o atendimento aos beneficiários dos planos de saúde”.

 

BLUMENAU
Rapaz tem mão direita reimplantada

Braian Henrique da Silva Freire, 18 anos, teve a mão direita amputada em um acidente de trabalho, terça-feira da semana passada, enquanto limpava uma máquina usada para triturar plástico. Com a ajuda de colegas e do atendimento médico imediato, a mão pôde ser reimplantada em uma cirurgia que durou cerca de três horas. O procedimento, pouco comum, foi o primeiro feito no Hospital Santo Antônio.

Segundo Braian, a máquina ligou sozinha e o braço ficou preso. Ao retirar o braço, viu que a mão foi cortada. Ele foi socorrido por um colega de trabalho e depois o Samu o levou ao hospital.

O médico responsável pela cirurgia, Filipe Pimont Berndt, diz a cirurgia foi rápida e a pouca idade de Braian está ajudando na rápida recuperação. Ainda na sexta-feira, ele teve sinais de recuperação: mexeu dois dedos.

 

  
MEDICAMENTOS
Acordo por mais 4 remédios

Laboratórios públicos em parceria com o setor privado produzirão quatro medicamentos considerados estratégicos pelo governo brasileiro: dois para tratamento de Aids, um indicado para Parkinson e outro desenvolvido para pessoas com artrite reumatoide. Pelos cálculos do Ministério da Saúde, o acordo poderá trazer uma economia de R$ 700 milhões aos cofres públicos nos próximos cinco anos.

A expectativa é de que o País se torne autossuficiente para produção das drogas. As parcerias anunciadas integram uma estratégia adotada há dois anos pelo governo. Nesse período, foram realizadas 24 parcerias público-privadas (PPPs) na área de saúde – acordos que permitem a produção de 29 produtos estratégicos.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, afirmou que a intenção do governo é reforçar esse tipo de parceria, com base na lista de produtos considerados prioritários pelo governo. O diretor-presidente em exercício da Anvisa, Dirceu Barbano, anunciou a criação de comitês, formados por integrantes da agência e do ministério, responsáveis pelo acompanhamento do desenvolvimento de novos medicamentos. Serão sete grupos, que atuarão em laboratórios oficiais.

 

 
DENGUE
Chega a 11 o número de mortes no Paraná

Segundo boletim da Secretaria de Saúde, divulgado ontem, seis mortes foram registradas em Jacarezinho e duas em Londrina. Os municípios de Cornélio Procópio, Cambará e Carlópolis registraram uma morte cada. No Estado, foram registrados 33.487 casos suspeitos de dengue e 8.267 foram confirmados. Na última semana, foram confirmados 2.583 casos.

 


  UDO NO PÁREO SUCESSÓRIO
O empresário Udo Döhler deverá confirmar filiação no PMDB ainda em abril, possivelmente antes de sua posse na presidência da Associação Empresarial de Joinville (Acij). O martelo foi batido ontem, em Brasília, durante visita ao gabinete do deputado Mauro Mariani, que avalizou o projeto eleitoral de Udo, arquitetado pelo senador Luiz Henrique.

A articulação de LHS mereceu a participação de Mariani desde o primeiro momento, já que ele havia sinalizado a intenção de exercer em plenitude seu mandato de federal. Quanto ao médico Dalmo Claro de Oliveira, que totalizou quase 50 mil votos na eleição à Câmara, a disposição é prolongar sua permanência à frente da Secretaria da Saúde, com desafios complexos, que exigem dedicação de médio a longo prazo.

A convergência entre Luiz Henrique, Mariani e Dalmo assegura a unidade peemedebista para enfrentar as urnas de 2012, com a meta de reconquistar a Prefeitura de Joinville. Udo Döhler representaria o fato novo no pleito, na expectativa de atrair alianças com o PSDB e o DEM. Na hipótese de tucanos e liberais buscarem um projeto próprio, o acordo poderia ficar para o segundo turno. Carlito Merss (PT), candidato à reeleição, é o adversário comum. Na eventualidade de Udo não emplacar como pré-candidato, Mauro Mariani e Dalmo de Oliveira seriam alternativas a serem avaliadas.

 

 

 

Visor
ARCANJO FICA POR MAIS UM ANO


O governo do Estado renovou a locação do helicóptero Arcanjo por mais um ano. Em 14 meses de trabalho, a aeronave foi utilizada em mais de 850 ocorrências pelo batalhão de operações aéreas do Corpo de Bombeiros, em parceria com a Secretaria da Saúde, e salvou mais de 700 vidas. O anúncio aconteceu durante a solenidade para entrega de novas viaturas à corporação, ontem. A intenção é comprar um helicóptero em definitivo.

 

Geral

 

MORTADELA CONTAMINADA
Confirmados sete casos de botulismo no Estado


Resultado da contraprova do exame realizado no Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, deu positivoSanta Catarina registrou sete casos de botulismo, uma intoxicação grave causada por uma neurotoxina e geralmente associada à ingestão de alimentos contaminados. A confirmação veio ontem, por meio de nota oficial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após o resultado positivo da contraprova realizada no Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo.

Segundo a Anvisa, foram sete casos de botulismo registrados no município de Araquari, localizado no Norte do Estado, e em outra cidade catarinense, não revelada. Um dos casos resultou na morte da dona de casa Benta Janaína Lamego, 36 anos, no dia 7 de março.

Quando a morte de Benta veio à tona, o secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira (PMDB), usou o microblog Twitter para alertar a população dos riscos da contaminação por esta bactérias, que pode levar à morte.

O secretário irá conceder uma entrevista coletiva na tarde de hoje para falar sobre o assunto, juntamente com o superintendente de Vigilância em Saúde, Winston Zomkowski, o diretor de Vigilância Epidemiológica, Luiz Antonio Silva, e a diretora da Vigilância Sanitária, Raquel Bittencourt.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Anvisa afirmou ontem que a investigação, que contou com técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, avaliou o assunto por três frentes para chegar à conclusão.

Uma delas foram exames clínicos nas sete pessoas suspeitas de ter a doença em Santa Catarina.

Outra foram exames laboratoriais no produto que teria causado a doença – que teve resultado positivo, segundo a Anvisa.

O terceiro foi o que se chama de “avaliação epidemiológica”. É uma análise da interrelação entre os casos, por meio, principalmente, de entrevistas com as pessoas que tiveram os sintomas. SCHOVEPPER | Joinville

karina.schovepper@an.com.br

KARINA

 

 
MORTADELA CONTAMINADA
Fabricante está à espera do laudo

A Penasul, empresa fabricante da mortadela contaminada por botulismo, segundo a Anvisa, informou, por meio de nota enviada ontem pela assessoria de imprensa, que não teve acesso a nenhum documento ou laudo que estabelecesse relação casual entre os casos de botulismo em Santa Catarina e o produto da marca Pena Branca.

Ainda no comunicado, a fabricante informa que “sempre adotou rigorosos métodos de produção em todas as unidades, garantindo a segurança de todos os seus produtos”.

A empresa se colocou à disposição para qualquer esclarecimento e ressalta que todo o lote do produto, comercializado exclusivamente nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, foi recolhido “proativa e preventivamente”.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) será responsável por definir as penalidades que podem vir a ser impostas ao frigorífico. A assessoria de comunicação da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul afirmou que deve divulgar hoje um comunicado em que expõe a posição do governo gaúcho em relação ao frigorífico instalado na cidade de Garibaldi. Não há pessoas com suspeita da doença no Estado.

 


MORTADELA CONTAMINADA
Fabricante está à espera do laudo

A Penasul, empresa fabricante da mortadela contaminada por botulismo, segundo a Anvisa, informou, por meio de nota enviada ontem pela assessoria de imprensa, que não teve acesso a nenhum documento ou laudo que estabelecesse relação casual entre os casos de botulismo em Santa Catarina e o produto da marca Pena Branca.

Ainda no comunicado, a fabricante informa que “sempre adotou rigorosos métodos de produção em todas as unidades, garantindo a segurança de todos os seus produtos”.

A empresa se colocou à disposição para qualquer esclarecimento e ressalta que todo o lote do produto, comercializado exclusivamente nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, foi recolhido “proativa e preventivamente”.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) será responsável por definir as penalidades que podem vir a ser impostas ao frigorífico. A assessoria de comunicação da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul afirmou que deve divulgar hoje um comunicado em que expõe a posição do governo gaúcho em relação ao frigorífico instalado na cidade de Garibaldi. Não há pessoas com suspeita da doença no Estado.

 


MORTADELA CONTAMINADA
Vítima deixa três filhos e saudades

Um misto de dor e saudade toma conta de Valdecir dos Santos, 38 anos, ao falar do primeiro mês sem a esposa, a dona de casa Benta Janaína Lamego, 36 anos, que morreu no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, em Joinville, vítima de botulismo.

Foi-se a esposa e mãe dedicada de três filhos – duas garotas de 16 e 14, e um menino de três anos –, que ainda chamam por ela, e uma mulher esforçada em fazer o melhor ao próximo.

– Não posso nem mais ir trabalhar, porque o meu pequeno chora e não fica sozinho de jeito nenhum. Não sei o que vai ser daqui para a frente.

– Tem gente que nem conheço que vem me contar como ela ajudou. Ela trabalhava na associação de moradores e gostava de fazer os outros sorrirem – relata.

 

 
BRAIAN VOLTOU A SORRIR
A alegria de um gesto simples

Jovem que teve a mão amputada em uma máquina de triturar plástico sofreu reimplante, em Blumenau, e já mexe os dedosA mão direita de Braian Henrique da Silva Freire, 18 anos, repousa em cima de um travesseiro do Hospital Santo Antônio, em Blumenau. Ele olha o membro cheio de ataduras e pede para que todos no quarto prestem atenção. Em poucos segundos, o jovem mexe, bem devagar, os cinco dedos. Um sorriso largo toma conta da face do jovem, orgulhoso.

O movimento simples representa uma vitória. Braian teve a mão direita amputada em um acidente de trabalho, terça-feira da semana passada, enquanto limpava uma máquina usada para triturar plástico. Por conta da ajuda de colegas e do atendimento médico imediato, a mão pôde ser reimplantada em uma cirurgia que durou cerca de três horas. O procedimento, pouco comum, foi o primeiro feito no hospital.

Braian trabalhava havia menos de um mês em uma empresa do Bairro Fortaleza Alta. Foi contratado para atuar em outros maquinários mas, atendendo a pedidos, foi limpar a que triturava plástico.

A máquina estava desligada, mas quando colocou a mão na área onde havia a lâmina, ela ligou. Ao retirar o braço, viu que a mão tinha sido cortada na altura do punho.

– Fiquei desesperado, todo mundo ficou paralisado, doía muito – lembra.

Colega de Braian prestou os primeiros-socorros

Aos gritos, um colega de trabalho que fazia parte da Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (Cipa) tirou a camiseta e orientou Braian a estancar o sangue.

O colega de Braian pegou a mão amputada e a colocou dentro de um plástico, que em seguida pôs em outro plástico com gelo.

O Samu foi chamado e Braian foi levado para o hospital. O procedimento cirúrgico para reimplante foi feito ainda na terça-feira.

– Eu sentia muita dor, o pessoal tentava me acalmar, mas eu não conseguia, só dizia que tinha perdido minha mão. Estava desesperado, até tratei mal o pessoal do Samu – conta.

De acordo com o médico responsável pela cirurgia, o ortopedista e cirurgião de mãos Filipe Pimont Berndt, a cirurgia foi rápida. Depois de religar tendões e demais estruturas, a mão e parte do braço foram imobilizadas. Ele ficou internado, mas não precisou ir para a UTI.

Na sexta-feira, começou a perceber os primeiros sinais de recuperação:

– Mexi dois dedos, a mão formigava. Fiquei muito aliviado.

Berndt afirma que a pouca idade de Braian está ajudando na rápida recuperação. Mas ele destaca que ainda há um longo caminho.

O rapaz terá que passar por outras cirurgias, fazer fisioterapia por até três anos e terá limitações. A sensibilidade ficará reduzida e alguns movimentos do punho não poderão ser feitos porque a lâmina cortou parte dos ossos da área.

– O sucesso do procedimento será visto em longo prazo. Até agora, está tudo indo muito bem. Ele terá limitações, mas terá uma vida bem melhor do que se não tivesse o membro – explica o médico.

O ortopedista salienta, ainda, que em casos como este, o certo é pegar a parte amputada, embrulhá-la em gazes embebidas com soro, colocar em um saco plástico e em um recipiente com gelo e seguir imediatamente para o hospital mais próximo.

Deve-se tomar cuidado para não colocar o membro amputado em contato com o gelo, que vai prejudicar o procedimento de reimplante.

Braian permanece internado. A previsão do médico é liberá-lo ainda esta semana. Mas ele não tem pressa em ir para casa:

– Fico aqui o tempo que precisar. Faço qualquer coisa para ter certeza que ficarei bem. SELL | BlumenauO procedimento
- Um colega de trabalho tirou a blusa para estancar o sangramento
- A mão foi colocada em um plástico e em outro com gelo
- O plástico com a mão foi colocado em outro saco plástico, com gelo
- Braian foi levado para o hospital
- Os médicos trabalharam cerca de três horas para reimplantar a mão
- Foi necessário religar tendões e imobilizar parte do braço
- Dois dias depois da cirurgia, o paciente começou a mexer dois dedos
- Ele deve passar por outras cirurgias
- Parte do movimento do punho será perdida e a sensibilidade da mão, reduzida

priscila.sell@santa.com.br

PRISCILA

 

 
MEDICINA REGENERATIVA
Células-tronco: a cura que vem da própria vida


Baía Sul, na Capital, será o primeiro hospital de SC a realizar o procedimento de retirada do materialA partir de hoje, pacientes poderão extrair as células-tronco adultas em um hospital catarinense.

O Baía Sul Medical Center, em Florianópolis, está fazendo o procedimento, que oferece a possibilidade de guardar esses pequenos componentes do organismo, com efeito curativo, para serem utilizados em futuros tratamentos de saúde, conhecidos como medicina regenerativa.

Para oferecer o serviço, o Baía Sul assinará um convênio com o laboratório carioca Excellion, único no país autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a preservar células-tronco adultas para utilização médica.

Segundo o diretor científico do laboratório, Radovan Borojevic, as células-tronco adultas são capazes de se multiplicar e gerar qualquer outro tipo de célula, menos as do cérebro. O especialista, que é doutor em biologia celular pela Universidade de Paris e professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica como funciona a técnica:

– Por exemplo, em um tendão rompido, ao invés de esperar que dezenas de células-tronco contidas nele o regenerem, o processo pode ser acelerado, aplicando 10 mil células no local.

Prática é comum em hospitais de ponta de SP

No Baía Sul, os pacientes poderão retirar o material biológico quando forem fazer cirurgias como as abdominais. Os restos de gordura ou peles da operação – o ideal é na quantidade de uma xícara de café – são encaminhados para o laboratório, onde são separadas as células-tronco.

– Depois de congeladas, elas mantêm a mesma idade de quando foram retiradas. Isso é importante, pois quanto mais jovens as células-tronco são, melhor seu efeito regenerativo – explicou Borojevic.

De acordo com o diretor executivo do Baía Sul, Newton Quadros, a retirada das células é um procedimento comum em hospitais de ponta como o Sírio-Libanes e o Albert Einstein, em São Paulo, e segue a tendência da medicina moderna de trabalhar com a prevenção.

– Muitas doenças hoje são tratadas de forma antecipada. Pelo histórico hereditário é possível detectar, por exemplo, homens, que ao chegarem aos 50, 55 anos, terão ou não infarto. Com esse conhecimento e as novas técnicas, podemos trabalhar preventivamente – analisa Quadros.

O doutor em biologia celular Borojevic conta que já foram feitas experiências com pacientes que tiveram infartos e precisavam de transplantes. Neste caso, o procedimento foi trocado pela injeção de células-tronco da medula óssea.


Ele considerou o resultado satisfatório, mas a técnica ainda está em fase de
pesquisa. KREMERSaiba mais

A DIFERENÇA ENTRE CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS E ADULTAS

As embrionárias são aquelas da primeira semana depois da fecundação. Como não estão totalmente formadas, podem se transformar em todos os tecidos do corpo. Cientistas acreditam que possam trazer a cura para doenças mortais, como o câncer. As pesquisas ainda se encontram em fase de testes e são questionadas pela Igreja Católica, entre outras, por precisar destruir o feto para a retirada das células.

As adultas são retiradas do corpo do próprio paciente, da gordura, pele, vaso sanguíneo e medula óssea. O procedimento oferece baixo risco de rejeição, mas tem capacidade inferior de se transformar em outras células em comparação com a embrionária. A retirada das células-tronco do cordão umbilical já é bem disseminada e oferecida em maternidades particulares no Estado, mas só é utilizada para tratamento de doenças do sangue, como leucemia.

DE ONDE AS CÉLULAS-TRONCO ADULTAS SÃO RETIRADAS?

Dos tecidos excedentes, como pele e gordura, durante cirurgias, entre elas as do abdômen e de cesariana. Mas, em qualquer momento da vida, o médico pode retirar um pequeno pedaço de pele, de gordura e de medula óssea.

A CONSERVAÇÃO

Após retiradas, as células-tronco são conservadas em nitrogênio líquido em temperatura de -196°C, e têm um prazo de validade de cerca de 30 anos para ser usado.

TRATAMENTOS
As células-tronco adultas podem ser utilizadas para reparo de ossos, queimaduras profundas na pele, incontinência urinária, Parkinson, esclerose múltipla, lúpus e úlceras crônicas. Também podem ser utilizadas em tratamento estéticos de rugas e cicatrizes. Isso porque são capazes de se multiplicar e se diferenciar em tecidos do músculo, osso, cartilagem, gordura e vasos sanguíneos.

QUANTO CUSTA

O uso de células-tronco para tratamento ainda não consta na lista de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), por isso não é oferecido na rede pública e nem pelos planos de saúde. O valor da retirada das células é de R$ 3,8 mil e a anuidade da conservação em laboratório é de R$ 600.

DÚVIDAS

Às 14h de hoje os leitores podem tirar suas dúvidas com o pesquisador em biologia celular Radovan Borojevic. Ele participa de um chat no
www.diario.com.br.
Fonte: Laboratório Excellion

roberta.kremer@diario.com.br

ROBERTA

 

 
PLANOS DE SAÚDE
Protesto suspende atendimento médico
Manifestação exclui somente casos urgentes e consultas serão adiadas

Se você tem uma consulta marcada para amanhã por plano de saúde, é bom entrar em contato com o seu médico. A Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) resolveram fazer um protesto, interrompendo, durante todo o dia 7 de abril (Dia Mundial da Saúde), o atendimento aos conveniados de planos de saúde.

Arecomendação é que os casos de urgência devam ser encaminhados para clínicas de pronto-atendimento e os consultórios devem remarcar as consultas para outros dias. De acordo com o primeiro-tesoureiro da AMB, Florisval Meinão, os planos de saúde reajustaram as prestações acima de 160% a partir de 2000, quando foi criada a Agência Nacional de Saúde. Segundo explicou, a inflação esteve por volta dos 100% e não foi repassado nem 60% para os médicos.

– Esta é a nossa forma de alertar a sociedade para saber o que se passa entre os médicos e os planos de saúde – afirma Meinão.

O representante da AMB explica que esta falta de repasse causou um desequilíbrio econômico nos consultórios médicos. Para compensar este déficit, e o custo com a manutenção, muitos médicos tiveram que deixar de frequentar cursos e congressos, aumentar a carga horária e as consultas, obrigatoriamente, ficaram mais rápidas. A consequência é a piora na qualidade e na segurança do atendimento.

Meinão diz que em 2004 a Agência Nacional de Saúde detectou o problema e, junto com a AMB, apontou cláusulas que deveriam ser revistas junto às empresas de planos de saúde. Como nada foi modificado até agora, eles resolveram fazer a paralisação.

– Se não obtivermos resultado, vamos realizar assembleias. Poderemos optar pelo descredenciamento maciço, fazer denúncias ou, até mesmo, ações judiciais – adianta Meinão.

O representante do Sindicato dos Médicos de SC, João Batista Bonnassis Júnior, disse que é uma forma de alertar à sociedade que existem muitas distorções na autonomia do trabalho médico. Bonnassis disse que estão tentando negociar um valor mínimo de R$ 60 reais por consulta. Atualmente, a maioria dos planos de saúde paga entre R$ 25 e R$ 40. Esses valores mudam de região para região.

– Isto está longe do valor ideal, que seria de R$ 80 – disse o médico.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) apoia o movimento. A advogada da entidade, Juliana Ferreira, afirma que o desrespeito das empresa com os profissionais de saúde impacta diretamente na qualidade do atendimento prestado aos consumidores de planos de saúde.

– Os maiores prejudicados são os pacientes, que já sofrem com os reajustes abusivos das mensalidades, acima da inflação, com as exclusões de cobertura e com o mal atendimento dos planos de saúde. Os casos de urgência devem ser mantidos e as consultas e procedimentos eletivos cancelados devem ser remarcados em curto prazo – afirma a advogada.

 

Orientações
Consultas: deverão ser remarcadas.
Cirurgias: as urgentes serão mantidas. Dificilmente as previamente agendadas serão adiadas.
Urgências: serão atendidas normalmente.

 


CONGRESSO
Formas de tratamento em dicussão

 

Com o objetivo de compartilhar formas de tratamento para doenças como depressão e transtorno de ansiedade, psicólogos, psiquiatras, professores e pesquisadores se encontram hoje, em Florianópolis.

O VII Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas vai até sábado, no Oceania Park Hotel, nos Ingleses.

Uma das palestrantes é a australiana Paula Barret, que criou um projeto para evitar depressão e transtorno de ansiedade em crianças e adolescentes e que está presente em mais de 15 países. O Friends For Life (Amigos para a Vida) foi considerado pela Organização Mundial da Saúde o melhor programa para a prevenção dessas doenças. O foco do congresso é Da Psicopatologia à Saúde Mental Positiva. De acordo com o presidente da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, Marco Callegaro, o objetivo é alcançar o bem estar das pessoas.

Informações e inscrições no www.cbtc2011.com.br.

 


HOSPITAL INFANTIL
Prioridade para quem for de Criciúma


Desde segunda-feira, o Hospital Infantil Santa Catarina, em Criciúma, passou a dar prioridade a pacientes que residem no município. Crianças de outras cidades serão atendidas normalmente apenas em situações de emergência. Nos casos considerados menos graves, as famílias serão orientadas a procurar os postos de saúde da comunidade onde vivem.

Enquanto autoridades garantem que não vai mudar em nada o atendimento, famílias que dependem do hospital não veem a mudança com bons olhos. A secretária adjunta do Sistema de Saúde de Criciúma, Keli Cristina, informa que a iniciativa pretende melhorar a qualidade e agilizar o atendimento na instituição.

– Ninguém que tiver um quadro de saúde grave deixará de ser atendido. Todas as crianças vão passar por uma triagem e aquelas cujo caso não for de urgência serão encaminhadas para os postos de suas cidades – explica.

São considerados casos graves e urgentes crianças com fraturas, convulsões, febre alta e constante ou intoxicação. Gripes, resfriados, tosses, diarreias e vômitos poderão ser avaliados na triagem como casos mais simples que podem ser tratados nos postos de saúde. Cerca de 30% dos 250 pacientes atendidos por dia no Hospital Santa Catarina são de cidades vizinhas, mas apenas a prefeitura de Criciúma repassa à instituição os pagamentos pelos serviços, o que também contribuiu para esse ordenamento.

O promotor Alan Rafael Warfch, da Promotoria e Infância e Juventude de Criciúma, acredita que essa nova proposta de atendimento não apresenta irregularidades, já que o hospital oferece soluções para cada caso.

– Está acontecendo uma seletividade que dará prioridade aos casos realmente graves. Me parece uma medida razoável, desde que os pacientes que não estejam em situação de emergência recebam o atendimento médico nos postos de suas comunidades – explica.

Algumas famílias que procuraram o hospital não aprovaram o novo sistema. A dona de casa Luciane de Souza e o marido Fagner de Mattia, de Nova Veneza, levaram o filho Jean Luca, de um ano e oito meses, para atendimento, mas desistiram de esperar e voltaram para casa. O menino tem problemas renais. No mesmo dia, a polícia precisou ir ao local para conter a revolta de algumas mães.

– Acho isso errado, pois os postos de saúde nas cidades fecham no final da tarde e depois vamos procurar ajuda onde? Muitas família só tem esse hospital para levar seus filhos – conta Luciane. BECKER | Criciúma

marcelo.becker@diario.com.br

MARCELO

 

  SUPERBACTÉRIA
Rotinas são mantidas em hospitais


O paciente do Hospital Dona Helena, em Joinville, infectado com uma bactéria portadora da enzima KPC – ou seja, que se tornou resistente a praticamente todos os antibióticos – continua em estado grave, devido aos ferimentos por arma de fogo. O hospital também informou que as rotinas clínicas não foram modificadas devido ao caso.

O mesmo tem ocorrido nos demais hospitais de Joinville, que consideram os cuidados já tomados pelas Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) suficientes, mesmo depois de confirmado o primeiro caso de superbactéria na cidade.

O pediatra Álvaro Koenig trabalha no Centro Hospitalar Unimed quanto na Maternidade Darcy Vargas na CCIH. Em ambas as instituições os cuidados com a prevenção de entradas de bactérias nas unidades de risco, principalmente nas UTIs, permanecem os mesmos.

– Não muda nada. Está tudo igual ao que estava sendo feito antes. Não é uma guerra, não é uma catástrofe (referindo-se à descoberta de um caso em Joinville). É só mais uma bactéria resistente – explica o médico.

Segundo ele, a única diferença desta bactéria é que resiste à maioria dos antibióticos e pode ser tratada somente com um medicamento. KRAMA | JoinvilleCuidados
- Higienizar as mãos ao chegar ao hospital e ao sair.
- Fazer visitas somente se precisar e levar as pessoas essenciais.
- Evitar as visitas quando os pacientes estiverem em unidades mais críticas.
- Não levar alimentos de casa.
- Levar flores somente para as alas de maternidade, para as restantes não.
- Não tocar nas camas e objetos dos pacientes.
- Não sentar na cama de pacientes.
- Não mexer em soros, curativos, sondas. Se precisar, chamar a enfermagem.
- Não circular por outros quartos.

gisele.krama@an.com.br

GISELE

 

UMA ESPERA SEM FIM
Relatório mostra drama dos hospitais


Consultas que levam anos para ocorrerem viraram rotina nas unidades de saúde da Grande Florianópolis

Aos 11 meses de idade, Bárbara Bernardes Fidélis entrou na fila para consultar com um especialista em pediatria cirúrgica pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A consulta ainda não foi marcada. Bárbara está com sete anos. São 1.587 dias de espera até ontem.

Ela continua com a hérnia na parede abdominal, diagnosticada na maternidade, e depois, pela médica do posto de saúde do Bairro Brejaru, em Palhoça, onde a menina mora. A médica fez o pedido de consulta no dia 1o de dezembro de 2004. Dois anos depois, ligaram do posto para a casa de Bárbara avisando que a sua cirurgia estava marcada. Só que na garganta.

– Garganta? Minha neta não tem problema de garganta! – respondeu, indignada, Therezinha Bernardes Fernandes, 77 anos.

Bárbara não é a única criança que espera anos na fila para consultar com um cirurgião pediátrico. O Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) apurou, por meio de uma auditoria operacional realizada em 2009, no funcionamento do programa federal Estratégia Saúde da Família (ESF) em Biguaçu, Palhoça e São José, que três crianças destas três cidades estavam, até 2009, na mesma situação que a menina do Brejaru.

De acordo com o relatório divulgado semana passada pelo TCE/SC, uma das crianças tinha registro de solicitação de consulta em Biguaçu com data de 25 de agosto de 2004. A segunda, estava na fila por São José desde o dia 16 de março de 2006. A terceira criança, de Palhoça, esperava desde o dia 1o de outubro de 2004 por uma consulta com um especialista em pediatria cirúrgica.

O TCE/SC deu prazo até 27 de abril para que as prefeituras destes três municípios apresentem um plano de ação estabelecendo atividades, prazos e os responsáveis pelo cumprimento das recomendações e determinações do tribunal, além de soluções para as deficiências constatadas nas ações e nos serviços do ESF, entre elas, o tempo nas filas de espera por consultas e exames especializados.

O objetivo é que os municípios executem melhor o programa, principal porta de entrada do paciente no SUS, de acordo com o Ministério da Saúde, por entender que, assim, 80% dos casos não chegariam ao hospital. Para isso, segundo o tribunal, é necessário corrigir problemas, como a falta de infraestrutura adequada nas unidades básicas de saúde (UBS); oferta irregular de medicamentos, vacinas e métodos contraceptivos e a oferta insuficiente de serviços, entre outros.

Caso os municípios não entreguem os planos, o TCE/SC informou que poderá fazer denúncia no Ministério Público Estadual (MPSC) contra eles.

O TCE/SC disse que vai monitorar as ações nos próximos dois anos, e que as deliberações referentes à auditoria seriam comunicadas aos municípios em questão, ao Ministério da Saúde, ao MPSC e à Vigilância Sanitária Estadual. A assessoria do Ministério da Saúde informou que, até as 18h de ontem, o órgão não tinha sido informado oficialmente sobre o relatório. A assessoria acrescentou que o ministério tem métodos de fiscalização, e sempre que tem conhecimento de irregularidades, instaura processo de apuração para que os municípios regularizem a situação.

 

GABRIELA ROVAI

 


UMA ESPERA SEM FIM
Equipes sobrecarregadas


Equipes do programa ESF incompletas ou responsáveis por um número de famílias acima do recomendado pelo Ministério da Saúde também são problemas encontrados na auditoria do TCE/SC. De acordo com o Ministério da Saúde, as equipes do ESF devem atender, no máximo, 4 mil habitantes.

No posto de saúde do Bairro Saveiro, em Biguaçu, profissionais do ESF disseram que uma das equipes atende 5,3 mil pacientes, e a outra é responsável por 5,7 mil pessoas. Esta situação sobrecarrega as equipes e há casos em que pacientes deixam de ser atendidos, de acordo com as profissionais. Na madrugada do dia 24, Sandra Mara Pinheiro, 40 anos, entrou na fila do posto do Saveiro para pegar ficha para duas consultas: uma para ela e outra para o filho.

– Só consegui para o meu filho. Cheguei as 5h30min e fui a última a conseguir. Umas 15 pessoas voltaram para casa sem ficha. A situação da saúde está cada vez pior – desabafou Sandra, ao lado do filho Bruno da Silva, 15 anos, depois da consulta.

Por causa do número insuficiente de profissionais da saúde, o TCE/SC determinou que as três prefeituras contratem equipes da ESF e realizem concurso público para admissão dos profissionais. De acordo com Kliwer Schmitt, titular do departamento do TCE/SC que realizou a auditoria, a Diretoria de Atividades Especiais (DAE), os municípios recebem verba federal e estadual para contratar equipes da ESF, e, em 2009, a verba não foi usada pelos municípios para esta finalidade. Segundo ele, em 2009, a verba para o programa foi aplicada na íntegra pelos municípios, mas no lugar errado.

– Em vez de contratarem equipes de saúde para exercer suas funções na saúde da família, colocaram estas equipes atendendo nos postos de saúde. O correto é a equipe ir até a família. Os municípios desviaram as equipes da fase preventiva para a fase corretiva. Se tivesse atendimento correto no início, muitas pessoas não precisariam ir aos hospitais – afirmou Kliwer Schmitt.

A assessoria do Ministério da Saúde informou que as equipes do ESF não são destinadas exclusivamente para ações preventivas, mas também para ações curativas, como consultas e atendimento nas UBS. De acordo com Schmitt, em 2009, das 14 equipes de Biguaçu, uma estava sem médico. Em Palhoça, das 24 equipes, cinco estavam sem médico, e em São José, das 40 equipes da ESF, 12 não tinham médico. O diretor informou que Biguaçu recebeu R$ 3,7 milhões para custear o ESF no ano de 2009, Palhoça recebeu R$ 7,4 milhões, e São José recebeu R$ 31,2 milhões. De acordo com Schmitt, a maior parte é recurso federal e estadual e a menor vem do próprio município.

A Secretaria de Estado da Saúde não retornou o e-mail e ligação da reportagem para informar o quanto o Estado repassa de verba para o ESF, nos municípios. O Ministério da Saúde não soube informar o quanto repassou de verba para o ESF, em 2009, aos três municípios.

 

 


UMA ESPERA SEM FIM
Faltam vagas para especialidades


Outra recomendação do TCE/SC aos municípios é a adoção de providências junto à Secretaria de Estado da Saúde (SES) para o aumento da oferta de vagas para atendimento especializado de consultas e exames, aos pacientes dos municípios. De acordo com o tribunal, a ideia é estabelecer metas de redução da fila e do tempo de espera a níveis aceitáveis considerando as especificidades de cada especialidade médica ou odontológica.

Há um ano e três meses, a dona de casa Zenilda de Souza Gomes, 55 anos aguarda para fazer um exame de densitometria óssea, requisitado no posto de saúde (UBS) do Jardim Zanelatto, em São José. Desde 1º de outubro de 2009, ela espera na fila para fazer um outro exame, o eletro de esforço.

– Sou muito bem atendida no posto, o problema é marcação de exame – disse a dona de casa, que toma 14 remédios por dia, tem osteoporose, artrose, osteopenia, hipertensão, síndrome do pânico, sente dor nas costas, e tem muitos casos de morte na família por problemas de coração.

– Outro dia ligaram da Secretaria Municipal de Saúde perguntando se eu ainda estava esperando pela densitometria óssea. Eu respondi que sim, ainda estou viva! – disse.

A filha dela, Camila Gomes, 21 anos, lamenta a falta de atendimento.

– A gente se sente muito desamparada – afirmou.

No posto, uma caixa de papelão armazena centenas de pedidos de consulta e exames. Um ultrassom vaginal, por exemplo, pode demorar um ano para ser marcado. As profissionais do posto observaram também, na semana passada, que o município descontou os 12 dias de greve que a categoria fez em março.

– Estou indignada. Como vou sustentar meus filhos com R$ 400? – questionou uma profissional da saúde que não quis se identificar.

 

 
ENDOSCOPIAS
Polícia vai indiciar médico


Foi concluído ontem o inquérito policial que investiga a morte de três pessoas após exames de endoscopia, em maio de 2010, em Joaçaba, no Meio-Oeste. O médico responsável pela clínica, Denis Conci Braga, será indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e lesão corporal culposa.

O documento de 300 páginas foi enviado ao Ministério Público, que poderá oferecer a denúncia ao Judiciário. Além das mortes, dois pacientes tiveram complicações graves. Segundo o delegado Maurício Pretto, o Instituto Geral de Perícias (IGP) apontou que a causa das mortes está ligada ao uso indevido da lidocaína.

Para a polícia, o médico teria agido com imprudência – ao deixar de observar as normas técnicas da profissão – e também imperícia, por usar a substância em forma inadequada. A lidocaína utilizada nos pacientes estava em forma de pomada, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária orienta uso de spray. Uma das alegações da defesa é que a quantidade dos componentes da pomada de lidocaína ingerida pelos pacientes estivesse errada. Mas laudos mostram que as bisnagas continham a quantidade indicada na bula. Além do processo criminal, o Conselho Regional de Medicina (CRM) analisa a conduta ética e profissional de Conci.

Quatro laudos solicitados pela polícia de Joaçaba ao IGP de Florianópolis mas não foram concluídos porque o equipamento de análises estaria quebrado. A polícia não descarta enviar os medicamentos a outro Estado, para análise.

 

Joaçaba

 

 

Cidade

Vigilância Sanitária
Saúde confirma botulismo em morte de catarinense

A partir do laudo do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, o Ministério da Saúde confirmou ontem o surto de botulismo em Santa Catarina, ocorrido no início de março. O caso foi registrado no Norte do estado e envolveu sete pessoas, das quais uma faleceu, a comerciante Benta Janaína Lamego, 36. Na época, a comerciante passou mal algumas horas depois de consumir pedaços de mortadela contaminada.

O surto foi causado por peças de mortadela da marca Pena Branca, produzida na unidade de Esteio (RS) da Seara, ligada ao Grupo Markgrif. Ao serem notificadas, as equipes de Vigilância Epidemiológica e Sanitária de Santa Catarina e Rio Grande do Sul interditaram cautelarmente o alimento suspeito disponível no comércio, fabricado em 17 de fevereiro de 2011 e com validade até 18 de abril de 2011.

A ANVISA informou que, após as medidas de interdição e recolhimento do produto, nenhum novo caso suspeito de botulismo por esse alimento foi identificado. Apesar disso, pelo princípio da precaução, recomenda que consumidores que eventualmente ainda tenham mortadela com toucinho da marca Pena Branca em estoque, fabricada em 17 de fevereiro de 2011, descartem o produto por ser impróprio para consumo humano.

Capital na era das células-tronco
Tecnologia. Antigamente assunto de ficção, a coleta de material orgânico se torna realidade

Poder retirar e armazenar células-troncos adultas vai se tornar realidade em Florianópolis amanhã. Uma parceria entre o Hospital Baía Sul e o Laboratório Excellion, único autorizado pela ANVISA a realizar o procedimento, possibilita que a capital seja a primeira parceira catarinense a fazer a retirada das células para futuramente serem aproveitadas em tratamento e cura de doenças.

De acordo com a representante do Laboratório Excellion em SC, Ana Pala Bornhausen, qualquer pessoa pode ter seu banco de células guardado. “A coleta pode ser feita durante qualquer procedimento cirúrgico, mesmo de um resto de cirurgia”, explica. De acordo com ela, a técnica serve como prevenção para pacientes com tendência a desenvolver determinadas doenças.

“Houve um casamento perfeito. Já temos a estrutura montada e o laboratório investirá em profissionais capacitados para orientar médicos e pacientes”, observa o diretor executivo do hospital, Newton Quadros. “Nosso objetivo é trazer inovações para a comunidade catarinense”, completa.

No fim da tarde de hoje, às 19h30, o pesquisador Radovan Borojevic estará em Florianópolis para dar palestra a médicos sobre o uso de células-tronco adultas no tratamento de doenças. Atual diretor científico do laboratório Excellion, Borojevic também foi professor da UFRJ. Ele fundou, em 1980, o Banco de Células do Rio de Janeiro.

Audiência pública

Hoje, às 9h, acontece na Assembléia Legislativa uma audiência pública para debater a atenção básica em saúde dos hospitais da Grande Florianópolis.