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SAÚDE
Um longo caminho pela frente


Quando estiverem funcionando plenamente, Complexo Ulysses Guimarães e 4º andar do São José vão colocar 137 novos leitos em funcionamento. Mas há barreiras a serem superadas. A situação do hospital será tema de debate entre autoridades do setor de saúde, na manhã de hoje

As principais limitações do Hospital Municipal São José, em Joinville, estão diretamente ligadas à falta de leitos, admitem profissionais de saúde e diretores. A solução está na ativação do quarto andar do prédio central e do Complexo Emergencial Ulysses Guimarães, a primeira iniciada em 2008 e a outra, há nove anos. Salvo uma parte da primeira fase do Complexo, que entrou em funcionamento em 2009, as duas obras permanecem inacabadas.

O quarto andar promete somar mais 36 leitos aos 260 atuais – 13% a mais. O objetivo, segundo o diretor-presidente do hospital, o médico anestesista Tomio Tomita, é transformá-los em leitos semi-intensivos para recuperação pós-cirúrgica das especialidades (operações de rim, pâncreas e outros), uma das maiores necessidades hoje.

O Complexo Ulysses Guimarães, se ativado na capacidade máxima, contribuirá com mais 101 leitos, o que representa 38% da quantidade atual. Tratando apenas de emergência e de alta complexidade, o cenário melhora muito. As 30 vagas de UTI que o Complexo cria aumenta em 214% a capacidade atual da terapia intensiva.

Hoje, o hospital tem apenas 14 leitos de UTI, oito gerais e seis neurológicos, que trabalham na capacidade máxima. Na necessidade, leitos comuns acabaram recebendo equipamentos e se transformando em semi-UTIs. O Complexo faria o hospital ter 44 leitos de UTI ao todo.

Em relação ao pronto-socorro, o Complexo aumentaria em 148% os leitos. A emergência e o pronto-socorro atuais, divididos entre a primeira etapa do Complexo e a parte antiga do hospital, têm hoje 43 leitos, 20 na observação masculina, 16 na feminina e sete para estabilização de pacientes graves. A demanda varia de 60 a 90 pacientes por dia, o que obriga vários pacientes a ficar em macas nos corredores. Até a sala de espera para consultas acumula leitos com doentes.

A ativação do Complexo faria o hospital chegar a 107 leitos de observação, mais que o dobro atual, e a ter quatro novas salas cirúrgicas. Ao todo, seriam dez salas no hospital, com mais sete leitos de enfermaria para recuperação de pessoas operadas. Isso sem contar o projeto de um heliponto no alto do prédio, que possibilitaria o transporte de vítimas de forma ágil por meio de aeronaves.

rogerio.kreidlow@an.com.br

AN.com.br

 

 

Debate entre autoridades

A edição do “Debates AN” marcada para hoje, sobre o Hospital São José, terá como debatedores o secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro, o secretário municipal da pasta, Tarcísio Crocomo, e o diretor-presidente da instituição, o médico anestesista Tomio Tomita. O encontro será no auditório do hospital, às 9 horas, e pode ser acompanhado pelo Twitter no @anonline.

Dalmo, Tarcisio e Tomio vão falar dessas estratégias para melhorar o funcionamento do hospital. Em seguida, será aberto espaço para perguntas e para o debate do público.

O evento terá a participação de representantes do Conselho Municipal de Saúde, da Comissão de Saúde da Câmara, de setores e classes de profissionais do próprio hospital, além de empresários e representantes da sociedade civil organizada. A cobertura completa sobre o debate será divulgada na edição de domingo.

 


SAÚDE
Burocracia faz obras serem interrompidas

O que dificulta o término dessas duas obras é burocracia e falta de dinheiro. A situação do quarto andar parece mais simples e a previsão da Secretaria Municipal de Saúde – que cuida dos contratos – é deixar a obra física pronta até agosto. A história do local começa em 2006, com a transferência da ala de pediatria para o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt e, depois, para o Hospital Infantil Jeser Amarante Faria.

O local passou por reforma entre 2007 e 2008, mas, segundo o diretor Tomio Tomita, que assumiu um ano depois, as melhorias não estavam de acordo com a Vigilância Sanitária do Estado e tinham problemas como infiltrações e falta de acessibilidade.

Uma nova reforma foi contratada ao custo de R$ 496 mil e iniciou em abril de 2010. O fato de o quarto andar ficar sobre o centro cirúrgico exigiu preparo especial. A reforma seguiu até a metade de abril deste ano, quando foi paralisada por um pedido de aditivo de R$ 135 mil da empreiteira. A empresa PEEC Engenharia apresentou relatório em que aponta necessidade de modificações no piso e parte hidráulica. O pedido está em análise na Prefeitura. A expectativa é que a obra seja retomada este mês.

 


SAÚDE
Projeto precisa ser atualizado

“O Complexo é mais complexo”, diz o coordenador de contratos da secretaria, Agostinho Rosa. Segundo ele e Tomita, o objetivo é ter pelo menos dois andares da segunda etapa prontos até o fim de 2012. A obra está andando, mas precisa de pelo menos mais R$ 4 milhões, segundo a secretaria.

A primeira parte, parcialmente ativada em 2009, consumiu R$ 5,5 milhões. A segunda parte está orçada em R$ 7,7 milhões, dos quais R$ 5,5 milhões já pagos. O recurso é de convênio com o Ministério da Saúde e tem contrapartida de R$ 1,5 milhão da Prefeitura.

Os R$ 4 milhões a mais são necessários para atualizações e correções no projeto. R$ 2 milhões seriam só para o sistema de climatização. No projeto original, do fim dos anos 90, foram destinados apenas R$ 200 mil para climatizadores tipo Split, não mais aceitos em hospitais, segundo Rosa. Reuniões têm sido agendadas com o Ministério da Saúde, em Brasília, para buscar os recursos.

Mesmo que a obra física fique pronta, o diretor do São José, Tomio Tomita, estima ser preciso R$ 17 milhões em equipamentos para pôr o setor a funcionar – quase a metade do maior financiamento já conseguido por Joinville para obras viárias. Isso sem falar da contratação de mais profissionais de saúde, que pode esbarrar na contenção de gastos com o funcionalismo.

Tomio diz que é a ativação tem tudo para ser lenta e por partes (funcionários admitem que até com um certo improviso), já que é impossível conseguir equipamentos e funcionários de uma vez só. Mais ou menos como o crescimento do hospital ao longo de seus 105 anos.

 


SAÚDE
Acelerador como modelo

Um exemplo que foge à burocracia e demora foi a instalação do acelerador linear no setor de tratamento de câncer (oncologia), segundo a Secretaria de Saúde. Até por ser uma obra nova, que não dependia de parar outros setores, a construção da casamata (local onde fica o acelerador) ocorreu sem paralisações e pedidos de aditivos por parte da empreiteira. A instalação do aparelho – mais preciso no combate ao câncer do que a bomba de cobalto, usada até então – também não teve problemas.

Embora a luta para ter o equipamento tenha se estendido por sete anos, em meio à busca por recursos, projetos e licitações que não deram certo, a obra e instalação do equipamento ocorreu em pouco mais de um ano, sem aditivos ou paralisações. O coordenador de contratos da secretaria, Agostinho Rosa, diz que o fato de o projeto ter sido bem feito ajudou a evitar modificações e demoras na fase de execução da obra.

O aparelho começou a funcionar em fevereiro e atende uma média de 45 pacientes por dia, segundo o radioterapeuta Ricardo Polli. A meta, à medida que a equipe se aperfeiçoa (também foi criado atendimento à noite para isso), é que as sessões de radioterapia beneficiem de 90 a 100 pacientes por dia.

A professora Elizabeth Giuradelli, de 47 anos, vem todos os dias de Barra Velha, no Litoral Norte, para um mês de sessões de radioterapia no aparelho. Teve câncer de mama, passou por cirurgia e quimioterapia. A inauguração do aparelho no Hospital São José permitiu a ela ser encaixada no tratamento na cidade. Senão, poderia ter de ir a outras cidades ou passar pela bomba de cobalto, que poderia gerar mais efeitos colaterais.

 

 

MEDICINA INTENSIVA
Congresso abre debate à participação da comunidade

O 14º Congresso Sul-brasileiro de Medicina Intensiva, no Centreventos, abre o debate à participação da comunidade. A entrada hoje é gratuita e os interessados em participar precisam fazer inscrição na secretaria, no local do evento. O encontro será às 14 horas, com o tema “Dilemas éticos e legais da terminalidade em UTI”. Depois, a discussão será sobre “Ética da terminalidade”, “Aspectos jurídicos” e “Como falar sobre terminalidade com pacientes e familiares”. Às 16 horas, haverá mesa-redonda sobre “Terminalidade e cuidados paliativos”. O encontro termina no sábado.

  


VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO
SC lidera ranking de mortes nas BRs
Proporcionalmente, Estado tem mais vítimas do que Minas Gerais e São Paulo


Com uma malha viária pequena e um grande número de acidentes, Santa Catarina lidera o ranking de mortes entre os cinco Estados que mais registram acidentes com vítimas nas rodovias federais em 2010. Com cerca de 3,4 mil quilômetros de estradas federais, SC registrou 562 óbitos, o equivalente a um para cada seis quilômetros, segundo estatística da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O Estado tem apenas a 14ª maior extensão de rodovias federais no País. Minas Gerais apresenta a maior malha, com 17,7 mil quilômetros. No ano passado, foram 1.344 vítimas, cerca de uma morte a cada 12 quilômetros. Para a PRF, a explicação para percentual negativo está nas condições das estradas catarinenses.

“A maioria das rodovias federais que cortam o Estado é de pistas simples, não duplicadas. Isso contribuiu bastante para o índice negativo”, destaca Leandro Andrade, inspetor da PRF.

Outra justificativa pode estar na geografia estadual. “Em Santa Catarina, as estradas são muito sinuosas. Há muitos morros. Tem Estados em que grande parte das estradas são retas, o que diminui a possibilidade de acidente”, diz.

Em comparação com 2009, SC ficou estagnada. Enquanto, a média nacional teve um aumento de 15%. Em 2011, pelo menos 260 pessoas já morreram nas estradas de Santa Catarina, entre estaduais e federais, de acordo com levantamento do Grupo RBS. Segundo a PRF, a maioria das batidas é provocada por imprudência dos motoristas, entre elas, o excesso de velocidade.

 

 

 

Fisioterapia
A assessoria da Câmara de Joinville traz informações até surpreendentes sobre a fisioterapia em Joinville, com base em depoimento de Anderson Lobo, presidente da Associação de Fisioterapeutas e Terapeutas, no Legislativo. Das 75 clínicas da cidade, apenas sete atendem pelo SUS. É que o sistema paga R$ 5 por sessão e o ideal seriam R$ 30. E os planos de saúde pagam apenas um pouco a mais, R$ 6.

 

 

 


CONQUISTA
Atendendo a apelo de Carmen Zanotto (PPS), Alexandre Padilha (Saúde) publicou portaria que garante R$ 1 milhão ao Hospital Universitário de Florianópolis.

 

 

 

PREMATURO
Menor bebê de SC volta ao hospitalUm dos menores bebês nascidos em Santa Catarina, Lavínia Mayumi Paz teve que voltar para o hospital depois de passar apenas 10 dias em casa
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A menina, que nasceu no fim do ano passado em Concórdia, no Oeste do Estado, está internada no centro de tratamento infantil do Hospital São Francisco. Ela apresentou uma doença respiratória aguda, frequente nos primeiros meses de vida.

Lavínia nasceu pesando 620 gramas, no dia 8 de dezembro de 2010. A mãe, Marizete Bressiani, 34 anos, precisou fazer uma cesariana de emergência quando estava com 27 semanas de gestação.

As duas deixaram o hospital quatro meses depois, quando a criança já pesava 1,93 kg. Mesmo com problemas de saúde, a mãe conseguiu conservar o leite e amamentar, o que, segundo os médicos, foi fundamental para a recuperação do bebê.

Atualmente, Lavínia está pesando 2,5 kg. A assessoria do Hospital São Francisco não informou se o estado de saúde dela é grave.

 

 


ESTRADAS FEDERAIS
Mais mortes por quilômetro em SC


Com estradas sinuosas, muitas em pista simples, e com movimento intenso, Estado registra grande número de vítimasCom uma malha viária pequena – e perigosa – em relação ao resto do país e um grande número de acidentes, Santa Catarina lidera o ranking de mortes (proporcionalmente), em estradas federais, entre os quatro estados que mais registraram vítimas no ano passado. Foram 567 óbitos em SC, cerca de um para cada seis quilômetros de rodovias, segundo estatística da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O Estado tem apenas a 14ª maior extensão de rodovias federais no país, cerca de 3,5 mil quilômetros, mas aparece em quarto na quantidade de mortes. Minas Gerais apresenta a maior malha do país, com 17,7 mil quilômetros. No ano passado, MG teve 1.344 vítimas, cerca de uma morte a cada 13 quilômetros. Para a PRF, a explicação para os números de SC está nas condições das estradas.

– A maioria das rodovias federais que corta o Estado é de pistas simples, não duplicada. Isso contribuiu bastante para a ocorrência de acidentes – destacou o inspetor da PRF Leandro Andrade.

Outra justificativa para esse alto índice de mortes na malha federal de Santa Catarina pode estar na geografia estadual.

– Aqui em Santa Catarina, as estradas são muito sinuosas. Há muita curvas e morros. Tem estados que tem uma malha maior, porém grande partes são retas, o que diminui a possibilidade de acidente – ponderou Leandro.

Estradas têm um grande fluxo

O presidente do Movimento Nacional de Educação no Trânsito, (Monatran) Roberto Sá, acrescenta:

– Temos um Estado com bastante circulação de pessoas, tanto no turismo quanto economicamente. Isso catalisa as estatísticas.

Santa Catarina ficou praticamente estagnada no número de vítimas fatais de 2009 para 2010, com quatro a mais. A média nacional teve um aumento de 15%, com cerca de 8,5 mil mortes no país.

Em 2011, pelo menos 260 pessoas já morreram nas estradas de Santa Catarina, entre estaduais e federais, de acordo com levantamento do DC. Segundo a PRF, a maioria das batidas é provocada por imprudência de motoristas, entre elas o excesso de velocidade. Essa infração, de acordo com a polícia, provocou o tombamento de uma carreta na BR-282, na manhã de ontem, em Santo Amaro da Imperatriz.

Adriano Scemann, de 35 anos, perdeu o controle da direção em uma curva, no km 29 da rodovia, perto da entrada para o Centro da cidade. O veículo, depois de tombar, seguiu se arrastando pela pista por cerca de 50 metros e só parou ao bater em uma árvore.

Com o impacto, Scemann foi lançado para fora do veículo. Ferido, ele foi levado para o hospital.

pedro.rockenbach@diario.com.br

PEDRO ROCKENBAC

 

 

 

Anvisa lança questionário para mapear prática de higienização das mãos em unidades de saúde Brasília, 05/05/2011, Agência Brasil
 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS), quer mobilizar profissionais de saúde, governo, administradores e gestores hospitalares para a importância da higienização das mãos na prevenção e redução das infecções. “Essa é a medida mais eficaz e barata para prevenção de qualquer contaminação”, disse Magda Costa, chefe substituta de Controle de Infecções da Anvisa.
 

Hoje (5), Dia Mundial de Higienização das Mãos, a Anvisa lançou um questionário para mapear a situação da rede hospitalar brasileira com relação à prática de lavar as mãos. O objetivo é que os profissionais da saúde façam uma autoavaliação sobre suas rotinas no ambiente de trabalho.

Em 2010, a Anvisa fez uma avaliação prévia em unidades de saúde do país e identificou que alguns profissionais da área têm dificuldade de higienizar as mãos como orienta a OMS (antes do contato com o paciente, após o procedimento de atendimento e também após a contaminação com algum fluído corporal).

As mãos são a principal via de transmissão de micro-organismos. Assim, a segurança dos pacientes depende de uma higienização cuidadosa e frequente dos profissionais da saúde. “A maioria dos atendimentos médicos são feitos pelo toque. Então, ao examinar, é importante lavar as mãos”, completa Mauro Asato, médico infectologista e conselheiro suplente do Conselho Federal de Medicina.


De acordo com pesquisas, o simples gesto de lavar as mãos reduz em 50% o índice de mortes por diarreia e em 25% as por infecções respiratórias. Além disso, pesquisas mundiais apontam que 40% das pessoas não lavam as mãos depois de ir ao banheiro.


O questionário Autoavaliação da Higienização das Mãos está disponível no site da Anvisa e poderá ser respondido por meio eletrônico até o dia 15 de junho