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GREVE
114.511
É o número de joinvilenses que devem ser prejudicados por greves e paralisações hoje

O número impressiona por si só. A greve dos funcionários públicos municipais, que chega ao 11º dia, somada à greve dos professores estaduais, que começou ontem, e à paralisação dos servidores do Estado da Saúde, prevista para hoje, indicam que pelo menos 114 mil joinvilenses acabem sendo atingidos diretamente pela falta de serviços públicos hoje só nas áreas da Educação e da Saúde.

Nesse número estão somados os alunos da rede municipal, os estudantes da rede estadual e os atendimentos que estão deixando de ser feitos ou demoram mais do que o normal nos postos de saúde, pronto-atendimentos, Laboratório Central, Maternidade Darcy Vargas e hospitais São José e Regional.

As greves na Educação afetam diretamente 103,6 mil estudantes. Mesmo os alunos que estão indo e ficando nas escolas têm a educação comprometida. Parte deles não está tendo todas as aulas. Outros acabam realizando atividades lúdicas, como assistir a filmes ou participar de brincadeiras.

Na Saúde municipal, só o Hospital São José deixa de realizar (ou deve realizar com mais demora) cerca de 600 atendimentos por dia. Os postos de saúde e os PAs realizam em média 6,8 mil atendimentos por dia, que serão afetados de alguma forma. Na rede estadual, maternidade e Regional fazem em média 350 atendimentos diários juntos.

 

 

GREVE
Separados por mesa e impasse

A reunião estava marcada para as 14 horas, mas começou com 20 minutos de atraso. A mesa ficou literalmente dividida. De um lado, os representantes da Prefeitura; do outro, em frente, os diretores do sindicato. Na ponta, a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Cleia Giosole.

O chefe de gabinete, Eduardo Dalbosco, que até hoje vem tomando a frente quando o assunto é greve, abriu a reunião, apresentou-se como moderador e pediu que fosse lida, na íntegra, a recomendação do MP/SC. Ele dividiu a pauta em dois pontos. O primeiro sobre a paralisação na saúde e o segundo, o atendimento das reivindicações do Sinsej.

Por isso, passou a palavra para o secretário da Saúde, Tarcísio Crocomo. Durante mais de 30 minutos, ele avaliou a situação do setor, mostrando dados e lembrando a todo momento que “qualquer ação no setor da saúde é indispensável” e “que o setor precisa trabalhar integralmente”. Por vezes, a fala pausada de Crocomo tornou-se cansativa, mas todos pareciam atentos aos dados apresentados por ele.

Depois dele, falou o diretor-presidente do Hospital São José, Tomio Tomita. A voz baixa do médico por várias vezes diminuiu e ele pareceu emocionado. Pediu o fim da greve no hospital: “Cada um tem que colocar a mão na consciência, são vidas em jogo, não é brincadeira”.

O presidente do Sinsej, Ulrich Bealthater, fez questão de destacar, várias vezes, que “está se invertendo o foco da discussão” e que “a Prefeitura não procurou o sindicato para negociar, preferindo o embate judicial”. Quando se referiu à situação como “discussão política”, Carlito fez sinal de positivo com a cabeça.

Sobre o atendimento no São José, o presidente do Sinsej disse que os funcionários parados estão em frente ao hospital prontos para qualquer emergência.

Dalbosco então perguntou se o sindicato se compromete em voltar a atender em 100% no setor da saúde. A resposta foi que o sindicato está amparado pela Lei Federal de Greve e pelo Tribunal de Justiça de SC.

Diante da falta de acordo, a presidente do Conselho de Saúde se manifestou no final, quase que implorando para se abra a negociação e se resolva a situação.


 

 

Esperanças judiciais

A Prefeitura de Joinville está depositando todas as esperanças que o MP venha apresentar ação cobrando 100% de atendimento na Saúde. O TJ disse que é fazer acordo para definir quantos precisam trabalhar. Resultados judiciais podem colaborar na guerra pela opinião pública, mas não provocam fim da greve em todos os casos. Já há confronto no STJ em outras cidades e nada de fim do movimento.

 

Capital das greves

Como Joinville virou a capital das greves, o Sindsaúde, o sindicato dos servidores estaduais da Saúde, esperam que a paralisação de hoje no Hospital Regional e na Maternidade Darcy Vargas se alastre para o restante do Estado.

 

 

 

 

Visor
SEM GULOSEIMAS


Foi aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, projeto de lei que prevê o fim de alimentos considerados não saudáveis da merenda escolar e das cantinas de escolas públicas e particulares. A definição do que é saudável ou não fica a cargo da Vigilância Sanitária. O projeto do senador Casildo Maldaner ainda passa por outras comissões do Senado para depois ser apreciado em plenário

 

Geral

 

SEM ACORDO EM JOINVILLE
Greve do funcionalismo público paralisa serviços
Reunião entre a prefeitura e o sindicato não conseguiu dar fim ao impasse entre governo e servidores

O que era para ser uma reunião decisiva, acabou acirrando ainda mais o embate entre prefeitura e o Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej). O encontro realizado na tarde de ontem, na Secretaria de Saúde, terminou sem novidades ou mudanças. De um lado, o poder público exigindo o fim da greve para abrir a negociação e, de outro, o sindicato querendo o negociar para pôr fim à greve.

O encontro de ontem foi marcado depois que a prefeitura recebeu uma recomendação do Ministério Público. Dentre outras coisas, a promotora de Justiça Rosemary Machado Silva pediu que fosse feito o encontro, que retornasse 100% o atendimento da saúde e que fosse dada uma resposta às reivindicações dos servidores. Sobre o atendimento no Hospital São José e nos pronto-atendimentos da cidade, o Sinsej se diz amparado na Lei Federal da Greve (que prevê 30% de funcionamento nos setores emergenciais) e que os funcionários paralisados estão em frente ao hospital prontos para qualquer emergência. Sobre atender a reivindicação, a prefeitura, por meio do chefe de gabinete Eduardo Dalbosco, diz que já apresentou as propostas e que não vai sentar para conversar porque “considera a greve precipitada”.

Em poucos momentos do encontro houve intervenção do lado contrário ou discussão. O prefeito Carlito Merss marcou presença, mas falou pouco. Quando interpelado pelo sindicato, Dalbosco respondeu dizendo estar à frente das negociações da greve. O chefe de gabinete fez questão de frisar que o encontro estava sendo gravado para ser apresentado ao MPSC.

Depois da reunião, Merss disse que vai tomar as providências cabíveis porque “não se pode negociar com a vida das pessoas”, se referindo ao fato da paralisação no setor da saúde. Para Ulrich Beathalter, presidente do Sinsej, “a prefeitura se mostra intransigente a abrir mesa de negociação e que o sindicato reitera o compromisso de manter a greve”. A promotora acompanha o caso e afirmou que, até o início da noite de ontem, não tinha recebido nada sobre a reunião.

julimar.pivatto@an.com.br

JULIMAR PIVATTO | JoinvilleMultimídiaDepois da reunião, grevistas se reuniram para protestaranteriorlista | imprimir | enviar | letra A - | A +próxima

 


SEM ACORDO EM JOINVILLE
Mais de cem mil ficarão sem atendimento

A greve dos funcionários públicos municipais, em Joinville, que chega ao 11o dia, somada à greve dos professores estaduais, que começou ontem, e à paralisação dos servidores do Estado da Saúde, prevista para hoje, estima-se que pelo menos de 114 mil joinvilenses acabem sendo atingidos diretamente pela falta de serviços públicos ligados às áreas de Educação e Saúde.

Nesse número estão somados os alunos da rede municipal, os estudantes da rede estadual e os atendimentos que estão deixando de ser feitos ou demoram mais do que o normal nos postos de saúde, pronto-atendimentos, Laboratório Central, Maternidade Darcy Vargas e hospitais São José e Regional.

As greves na Educação afetam diretamente 103,6 mil estudantes. Mesmo os alunos que estão ficando nas escolas têm a educação comprometida. Alguns não estão tendo todas as aulas. Outros fazem atividades extras, como assistir a filmes ou participar de brincadeiras.

Na saúde municipal, só o Hospital São José deixa de realizar (ou deve realizar com demora) cerca de 600 atendimentos por dia.

Os postos de saúde e os pronto-atendimento realizam, em média, 6,8 mil atendimentos por dia, que serão afetados de alguma forma. Na rede estadual, maternidade e Regional fazem em média 350 atendimentos diários juntos.

 

 

 

Situação da emergência do hospital continua indefinida

 A reunião entre a secretaria da saúde, diretoria do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, representantes dos médicos e secretários de saúde da região da Amures terminou sem solução.
 

O secretário da saúde de Lages, Juliano Polese, disse que não houve proposta oficial. “Cada secretário ficou com a incumbência de falar com seus prefeitos, para se manifestar”. Ele ainda informa que o governo apresentou sua situação, “que é de dificuldade”.

O presidente regional do Sindicato Estadual dos Médicos, Fernando Pagliosa, disse que, como não houve decisão, os médicos continuam com a mesma posição, ou seja, a emergência continuará atendendo com apenas um clínico.
Juliano Polese diz que não há previsão para uma nova reunião.

 

Serviço com apenas um médico


A emergência do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres está funcionando com apenas um clínico de plantão desde o dia 1º de maio. Os médicos pedem um aumento de R$ 50 para R$ 80 na hora atividade, além de mais quatro especialidades, que ficam em regime de sobreaviso. Se os pedidos forem atendidos, o custo de manutenção da emergência aumenta de R$ 230 mil para mais de R$ 500 mil. A direção do hospital afirma que não consegue bancar esse valor.


O impasse começou após o fim do contrato que previa repasses de R$ 150 mil mensais por parte do estado e R$ 50 mil do município. O hospital pagava mais R$ 30 mil para a manutenção do serviço. Com o vencimento deste acordo, os médicos ficaram sem garantias de pagamento, por isso resolveram parar.