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Pro-labore na Saúde

O Tribunal de Contas aceitou a denúncia do promotor Assis Kretzer e está dando 30 dias para a Prefeitura de Joinville explicar como é feito o pagamento do pró-labore de médicos e dentistas da rede municipal. Para o MP, há irregularidades no pagamento aos profissionais da Saúde.

 


  AVANÇO TECNOLÓGICO
 
O governo de SC atingiu ontem a marca de um milhão de exames realizados pelo Sistema Catarinense de Telemedicina. O evento reuniu, a partir da esquerda, Milton Martini, Álvaro Prata, Pinho Moreira e Dalmo Claro de Oliveira.

 

COMPROMISSOS - Dalmo de Oliveira participa hoje, em Brasília, da reunião do Conselho Nacional de Secretários de Estado da Saúde. No dia seguinte, estará em Chapecó para inaugurar seis novos leitos de UTI no Hospital Leonir Vargas

 

 


SOS SAÚDE
A situação é crítica em hospital de Lages
Médicos reivindicam aumento na hora de plantão e no quadro de funcionários

Era início da madrugada de sábado quando um homem chamado Afonso, de 45 anos, deu entrada na emergência de um dos maiores hospitais de SC: o Nossa Senhora dos Prazeres (HNSP), em Lages. Ele havia sofrido um grave acidente de trânsito e precisava ser atendido com urgência por quatro médicos (cirurgião, neurocirurgião, ortopedista e anestesista). Só que três dias depois, ainda esperava atendimento. É que desde o dia 2, 30 médicos pararam de atender na emergência do HNSP.

Asituação de Afonso é o retrato de um antigo problema que ganhou proporções dramáticas nos últimos dias. Até o fim de abril, o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres mantinha na emergência, 24 horas por dia, quatro médicos presenciais (clínico, cirurgião-geral, ortopedista e anestesista) e cinco especialistas de sobreaviso (bucomaxilofacial, neurologista clínico, neurocirurgião, cirurgião vascular e cardiologista).

Na época, o HNSP pagava R$ 50 a hora de trabalho para os plantonistas e um terço deste valor – R$ 16,66 – aos médicos de sobreaviso. Assim, o custo da emergência girava em torno de R$ 400 mil por mês, sendo R$ 230 mil só com os profissionais. Até então, o HNSP recebia R$ 150 mil do Estado e R$ 50 mil da prefeitura de Lages, e conseguia cobrir os R$ 200 mil restantes com a sua receita mensal de R$ 1,5 milhão.

Só que há mais de um ano os médicos reivindicam um aumento de R$ 50 para R$ 80 na hora de plantão, o que elevaria de R$ 16,66 para R$ 26,66 a hora de sobreaviso. Este reajuste era prometido para o fim de 2010, mas não ocorreu. Em 30 de abril, o convênio entre hospital, Estado e município encerrou-se, e não houve mais repasses para o HNSP.

Médicos querem mais profissionais de sobreaviso

Assim, cerca de 30 médicos pararam de atender na emergência desde o último dia 2, pois não têm garantia de que receberão o aumento prometido. Além do reajuste financeiro que, segundo a direção do hospital, elevaria de R$ 230 mil para R$ 504 mil os gastos da instituição só com os profissionais, os médicos pedem que sejam incluídas mais quatro especialidades de sobreaviso.

Enquanto isso, os pacientes que chegam à emergência do HNSP recebem os atendimentos imediatos, mas não contam com os especialistas. Os pacientes menos graves são orientados a procurar atendimento em outros lugares da cidade e até hospitais de outras cidades do Estado.

Os mais críticos ficam na emergência, como Afonso, citado no início dessa reportagem, que está em coma e ainda não foi operado.

– Sou o único médico no meu plantão, mas sou um emergencista, e não um especialista. Estou muito cansado, mas não vou deixar de atender ninguém – desabafa o médico Ronny Albert Westphal, 27 anos, formado há apenas um e fazendo residência há oito meses no HNSP.

 

PABLO GOMES | Lages

 


SOS SAÚDE
Liminar obriga o atendimento

Neste momento, apenas um clínico-geral atende por plantão na emergência do HNSP. Mas até mesmo estes profissionais podem parar a partir do dia 1º de junho.

– A escala dos clínicos de plantão vai só até terça-feira que vem, e depois, não há mais médicos – disse o diretor administrativo do hospital, Canísio Isidoro Winkelmann.

Segundo completou, na última sexta-feira, os diretores técnico e clínico pediram demissão, e o hospital inteiro pode ser fechado a qualquer momento pelo Conselho Regional de Medicina por falta de médico. O conselho que já esteve no local fazendo uma vistoria.

– Nós não temos dinheiro para bancar tudo – alerta o diretor.

Uma liminar na Justiça obriga o atendimento no HNSP, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia. O secretário da Saúde de Lages, Juliano Polese, disse ontem que se reunirá com secretários da Saúde de outros municípios da região para discutir um possível rateio no convênio com o hospital.

A Secretaria de Estado da Saúde foi procurada pelo DC para se manifestar e não retornou a ligação.

O Hospital Nossa Senhora dos Prazeres é uma instituição filantrópica mantida pela Sociedade Mãe da Divina Providência. A instituição tem cerca de 200 leitos.

De 1º de abril de 2010 a 30 de abril deste ano, foram realizados 31 mil atendimentos a pacientes de 190 municípios (82% das internações e 93% dos casos de emergência pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na emergência, são atendidas 80 pessoas por dia.

  

HOSPITAL DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Polícia investiga aborto dentro de banheiro

A Polícia Civil investiga o que levou uma mulher de 22 anos a dar à luz um menino no vaso sanitário de um hospital de Balneário Camboriú. A criança, que estava no sétimo mês de gestação, nasceu morta. Há suspeitas de que o aborto possa ter sido provocado. De acordo com a delegada Ruth Henn, a mãe do bebê, uma mulher de 22 anos, teria procurado o hospital da Unimed na noite de segunda-feira, passando mal. Durante o atendimento médico, ela pediu para usar o banheiro. Ao perceberem o que tinha acontecido, funcionários do hospital chamaram a polícia.

 

 

Hospital fora da “UTI da falência”

Da situação de falência para uma posição de conforto, não de privilégio. Esta é a nova realidade do hospital Faustino Riscarolli que chegou a ser interditado e hoje é um hospital sem dívidas, atendimento com emergência 24 horas e credibilidade reconquistada.

O segredo é trabalho, planejamento, dedicação e participação. O hospital que não atendia nem Correia Pinto atende agora, também as demandas de pacientes de Ponte Alta e Ponte Alta do Norte. A má gestão, em 1998, levou o hospital a fechar as portas. Dinheiro público e campanhas de ajuda levantaram o hospital. Mas em 2008, uma nova recaída quase levou à falência outra vez.

“Foi ministrado um remédio amargo, com enxugamento do quadro de pessoal, renegociadas dívidas e demos a volta por cima. Há muito o que avançar, mas tem de lembrar que o hospital não tinha nem alvará de funcionamento”, diz o secretário municipal de Saúde e diretor do Hospital, Dilmar Ribeiro Pereira.

Ele explica que o hospital sobrevive como qualquer unidade de saúde do gênero. Das Autorizações de Internamento Hospitalar (AIHs). Em abril foram 87 AIHs. Por mês, o Faustino Riscarolli arrecada em média R$ 90 mil. A antiga associação mantenedora do hospital abriu mão, quando percebeu que não conseguiria mais reverter o quadro de falência. Haviam até equipamentos penhorados pela Justiça.
Nos últimos dois anos, a prefeitura já pagou mais de R$ 1.5 milhão em dívidas e ainda continua liquidando precatórios herdados do hospital. Para compensar a falta de funcionários, a prefeitura cedeu 13 servidores da saúde para o hospital. Ao todo são 23 funcionários e seis médicos no hospital que se revezem em escalas de plantão.
 

Correia Pinto ainda chegou a ser selecionada ano passado para receber do governo federal uma sala de estabilização e repasse mensal de R$ 35 mil. Mas até agora não foi liberado pelo Ministério da Saúde. Enquanto o novo fôlego financeiro não vem, a direção do hospital planeja reabrir o centro cirúrgico, mas esbarra na falta de recursos.

 Emergência em Correia Pinto evita grande demanda de pacientes a Lages
 

Em janeiro foram 1.088 atendimentos na emergência do Hospital Faustino Riscarolli. Em fevereiro 1.194, março 1.600 e abril 2.281 atendimentos. Grande parte desses pacientes seriam transportados para Lages, se não houvesse o serviço em Correia Pinto. 

O prefeito Vânio Forster reconhece que o hospital ainda precisa de avanços. Mas está limitado a questões financeiras. “Precisamos de um cirurgião, um instrumentista e um anestesista para o centro cirúrgico. Mas sabemos que este corpo técnico e mais alguns equipamentos não saem por menos de R$ 30 mil mensal”, frisa o prefeito.O aumento de especialidades é uma das metas para evitar a “ambulancioterapia” para Lages. Só que antes, vem a garantia de dinheiro para o serviço. E uma das saídas encontradas para ampliar os serviços, tem sido parcerias com empresas, como a Klabin e a Kimberly que fazem repasses mensais.
 

Só em procedimentos de raio-x, são feitos mais de 900 exames por mês a pacientes de Correia Pinto. Ponte Alta e Ponte Alta do Norte demandam mais 200 raio-x e pagam pelos serviços num convênio direto com o hospital. Para completar 100% de eficiência, o Hospital Faustino Riscarolli ainda precisaria ao menos dez novos funcionários. Como isso não é possível, os colaboradores se desdobram para não deixar ninguém sem atendimento. A ocupação média dos 28 leitos oscila em 50% e pelos dados da direção do hospital, o sucesso tem sido trabalhar com fluxo de caixa. “A recomendação é só gastar o que se tem em caixa. O hospital não pode operar no vermelho, mas também não pode deixar de atender a população”, diz o prefeito.

 


Paciente grave espera atendimento de especialistas

A vítima Afonso da Silva Andrade (45), que sofreu um acidente na madrugada de sábado, permanece em estado grave na Emergência do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, em Lages. A família está desesperada e faz de tudo para conseguir um atendimento especializado ou a transferência do paciente para outra cidade.

De acordo com a família, Andrade sofreu fraturas em ambos os pés, nas pernas, costelas e quadril; teve o pulmão perfurado e traumatismo craniano. Um dos parentes, José Velinton Alves de Jesus, foi informado pelo clínico geral, que Andrade deverá perder uma das pernas em função de uma infecção.

A família afirma que o paciente está sem atendimento especializado de um neurologista e de um ortopedista, e que ele se encontra na Emergência do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres recebendo remédios prescritos por um clínico geral. “Ele está jogado lá na emergência como um indigente. Ele ainda está vivo por Deus, porque pelos médicos já estaria morto”.

 A família cogita a transferência da vítima para Curitiba (PR), porém precisa de autorização prescrita por um ortopedista e um neurologista. “Nós precisamos saber se ele tem condições de ser transferido, porque se ficar na emergência, vai morrer”, afirma o parente.

Na manhã desta terça-feira a família tentava a transferência para o Hospital Tereza Ramos, sem sucesso. De acordo com o diretor do hospital, Osmar Guzatti Filho, a transferêcia não é possível, pois não há atendimento de neurocirurgião, ortopedista e traumatologista. “O atendimento desses especialistas é só no Hospital Nossa Senhora dos Prazeres perante lei, e não aqui”, informou Guzatti.

 “A única médica que está na cidade é uma neurocirurgiã que está atendendo no Hospital Infantil Seara do Bem, mas ela não pode fazer nada porque não tem anestesista”, informa uma das parentes da vítima.

 
Ortopedista monitora quadro clínico

 O diretor-geral do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, Canísio Winkelmann, diz que houve evolução no quadro do paciente. “Ele vem sendo monitorado por um ortopedista desde sábado e na segunda-feira, às 19 horas, ele foi atendido por um neurocirurgião”.

 Winkelmann lembra que mesmo com o atendimento desses especialista, ainda é um risco fazer a transferência para Curitiba. “O médico que o atendeu não recomendou fazer essa transferência”.
 

Afonso ficou sob observação na Emergência do hospital até a tarde de ontem e depois foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O diretor-geral ressalta, ainda, que provavelmente o paciente passará por uma cirurgia nesta quarta-feira.

O paciente é vítima de um acidente que ocorreu na madrugada de sábado, na avenida Victor Alves de Brito, bairro Penha. Quatro pessoas estavam no veículo, sendo duas pessoas morreram. Afonso Andrade e uma adolescente de 14 anos, sobreviveram com ferimentos graves. A adolescente foi encaminhado ao Seara do Bem, onde permance na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).