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SAÚDE
Aposentado morre em sala de espera de hospital

Um aposentado morreu ontem à tarde na sala de espera do pronto-atendimento do Hospital Santo Antônio, em Blumenau. Geraldo Evaristo tinha 62 anos e chegou ao hospital com o filho Jean Carlos Evaristo. O rapaz pediu urgência por que suspeitava que o aposentado estava sofrendo um um acidente vascular cerebral (AVC). O hospital não se manifestou até o fechamento desta edição.

 

 Viver Bem

 
BRUXISMO
Termômetro PSICÓLOGO
Intimamente ligado às emoções, bruxismo causa dor de cabeça e outros problemas

Dores de cabeça durante o sono, ao acordar ou durante o período da manhã somadas à sonolência diurna são sintomas frequentemente citados em consultórios médicos. Porém, muitas vezes, analgésicos e outros remédios não atacam a verdadeira causa do problema, que só é resolvido no consultório de um dentista.

O bruxismo – termo usado para o ato de, involuntariamente, ranger os dentes durante o sono – é um distúrbio que atinge homens e mulheres de qualquer idade, sendo mais frequente no início da adolescência e fase adulta. Além de desgastar os dentes e provocar uma série de transtornos para a saúde bucal, o hábito pode desencadear dores de cabeça.

“O esforço da mandíbula feito durante a noite causa o mal estar, que pode se estender durante todo o dia seguinte”, afirma Eduardo Rollo Duarte, especialista em odontologia do sono.

O dentista explica que, durante o sono, a pessoa pode apertar os dentes ou esfregá-los com força, causando uma fadiga muscular e desgaste dos dentes, decorrente da constante pressão que eles sofrem. Todo este processo também pode causar inflamação e inchaço na gengiva. O ranger de dentes ou a excessiva pressão da mandíbula é sinal de que algo não está certo nos hábitos do paciente. “Pode ser resultado de alguma pressão emocional. O ideal é diagnosticar o problema o quanto antes para que ele não vire um distúrbio crônico, muito mais difícil de se resolver”, alerta Duarte.

 

 

CIRURGIA BARIÁTRICA
Revolução no estômago e na mente
Nunca se falou tanto em cirurgia bariátrica, uma das formas mais eficazes de combate à obesidade, que exige, antes de tudo, uma séria transformação psicológica

Apesar de os relatos de pacientes que passaram com sucesso pela cirurgia da obesidade se aproximarem de contos de fada, o método está longe de ser uma mágica. Há muita luta, dor e sofrimento envolvidos no processo de emagrecimento proporcionado por uma intervenção de grande porte. O número de candidatos é grande. No Brasil, a cada oito minutos, uma pessoa se submete à ferramenta de modificação corporal. Destes, um em cada 300 morrem. Os motivos vão desde a má cicatrização até complicações clínicas ou cirúrgicas.

Com a provável redução do uso de medicamentos para emagrecer – devido à recente proibição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em banir os medicamentos à base de sibutramina, os mais populares no mercado do emagrecimento –, a tendência é que a única saída para quem tem obesidade e não consegue resolver o problema de outras formas seja a cirurgia bariátrica. Hoje indicada para pacientes com IMC (índice de massa corporal) acima de 30 e doenças associadas, como diabetes e hipertensão, o procedimento está em estudo nos EUA, na Itália e Espanha, que querem reduzir o limite mínimo de IMC para a indicação da operação.

O cirurgião Ricardo Cohen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, está coordenando uma pesquisa no Hospital Oswaldo Cruz, com o financiamento do Ministério da Saúde , sobre a eficácia da operação em pessoas com IMC entre 30 e 35.

Foram recrutados 105 voluntários, que serão operados dentro de semanas. Para Cohen, o procedimento é mais seguro do que os medicamentos. A previsão é que, somente em 2011, sejam feitas mais de 70 mil reduções de estômago no País.

“É uma ótima opção para tratar de uma doença séria. Não é uma alternativa unicamente estética. O índice de mortalidade não é desprezível”, avalia o cirurgião Artur Pacheco Seabra.

Há, é claro, a vertente de médicos que não concordam com a indicação do procedimento em casos que não sejam extremos. Segundo Eduardo Mutarelli, neurologista do Hospital Síro-Libanês, estudos recentes mostram que 16% das pessoas que passam pela redução sofrem alguma alteração neurológica, como perda de memória e confusão mental, entre outras complicações físicas e psíquicas.

A forma mais eficaz de se evitar percalços é seguir as especificações da Organização Mundial da Saúde (OMS) – que indica acompanhamento nutricional, clínico e psicólogico. Especialista em obesidade, a psicóloga bariátrica Débora Gleiser afirma que, além dos riscos relacionados ao bisturi, ainda há a possibilidade emocional de pôr tudo a perder.

“É uma mudança brusca de vida, onde a comida não pode mais ser usada como calmante”, argumenta Débora, do Grupo de Estudos das Cirurgias da Obesidade e Metabólica (Gecom).

O cirurgião Gabriel Vargas, destaca que, apesar dos riscos, a mortalidade de doenças relacionadas à obesidade é 40% maior em não operados do que naqueles que se submeteram à técnica. “Isto mostra que, apesar dos riscos, a cirurgia é muito mais segura do que tentar tratar uma doença tão complexa como a obesidade de outras formas”, afirma o médico.

Alívio e arrependimento

Qualidade de vida. De olho nessa perspectiva, o empresário Mauro Kappel, 41 anos, procurou ajuda para ser operado, no ano de 2007. Apesar de todo o sofrimento pós-cirúrgico, sentiu-se aliviado. Enfim, conseguiu dormir sem um aparelho para apneia do sono. A animação de Mauro inspirou sua mulher, Veronica Macedo de Oliveira Kappel, 39 anos. Apesar de temer a técnica, ela pesou os benefícios, encarou a “faca” e mandou 56 quilos embora.

“Ficar magro é muito bom. Mas na hora que a gente acorda da cirurgia, bate um arrependimento, pois você continua gordo”, diz ela. Alegres por terem conseguido manter os resultados, o casal comemora. Nem todos conseguem. Cerca de 5% dos casos abandonam os cuidados e voltam a engordar. O cirurgião Luiz Carlos De Carli lista cinco elementos essenciais para evitar o reganho de peso. “São os cinco Cs: convicção de que quer e vai conseguir; consciência do que o ato representa; confiança na equipe; comprometimento de não pular nenhuma etapa e comparecer a todas as consultas; e controle sobre si próprio para se manter magro”, diz.

A loucura de quem engorda para ser operado

Não há cirurgia que emagreça a cabeça. Parte-se dessa premissa para desencorajar quem se aventura a encarar uma cirurgia só para ter alguns dias de magreza. Há quem faça loucuras. Uma das artimanhas mais condenáveis, e também mais comuns, é a dos obesos que não se encaixam nas condições cirúrgicas engordarem para aumentar o IMC.

Com Catarina Barreto (foto), 34 anos, foi assim. Nunca se conformou com os quilos extras distribuídos nos seus 1,74 metro de altura. Cogitou a cirurgia. Foram meses engordando para se encaixar no índice corporal previsto pela OMS. Na hora da pesagem na endocrinologista, chegava a se encolher para que sua altura parecesse menor e conseguisse o laudo.

Nos últimos exames pré-cirúrgicos, porém, voltou atrás. “Pensei: do que adiantaria eu ser operada se sei que não deixaria de comer. Eu seria como tantos que eu conheço, que engordam tudo outra vez”, diz, aliviada de não ter seguido adiante com o plano.

A partir do episódio, a postura de Catarina mudou. Entendeu que foram as próprias compulsões que a deformaram e que somente com esforço poderia reverter a situação. Voltou a se maquiar e a visitar salões de beleza. Matriculou-se em uma academia de ginástica. Uma hora de exercícios por dia fez com que enxugasse sete quilos em dois meses.

“Minha maior felicidade foi poder comprar um jeans. Sonhava em me ver vestida com um e não precisar mais mandar fazer as roupas”, afirma. O pensamento de Catarina a salvou de uma furada. De acordo com o cirurgião Artur Seabra, pessoas compulsivas têm chances reduzidas de sucesso: “A compulsão alimentar deve ser contornada antes da cirurgia. Caso contrário, a pessoa volta a descontar tudo na comida e tem mais chances de desenvolver outros transtornos mais graves”.


KAMILA ALMEIDA

 


CÁLVICE
Careca, mas com libido
Efeitos colaterais do finasterida, medicamento usado para cessar queda dos fios, causam polêmica

Mesmo que a cultura popular diga que as mulheres preferem os carecas, a maior parte dos homens que sofrem calvície – aproximadamente metade de quem já passou dos 50 anos – gostaria de resolver o problema, por não se sentirem atraentes. Porém, quando os médicos indicam o medicamento conhecido para reviver as madeixas, a solução gera uma série de discussões. A finasterida, medicamento que controla a queda, também é famoso pelo efeito colateral, ligado à função sexual.

Um recente estudo, realizado com 71 voluntários da Universidade George Washington (EUA), concluiu que a diminuição de libido provocada pela finasterida permanece em alguns pacientes até 40 meses depois da interrupção do tratamento.

“Em outro trabalho, muitos manifestaram diminuição da libido apenas por acreditarem ter tomado finasterida”, diz Adriano Almeida, diretor da Sociedade Brasileira do Cabelo.

Segundo o especialista, a fama do medicamento está incrustada no subconsciente de algumas pessoas, e ele afirma que o efeito não seria assim tão grave. Não há dúvidas de que a finasterida age sobre a testosterona, substância associada ao desejo. A droga inibe uma enzima que promove a transformação desse hormônio masculino em di-hidrotestosterona (DHT), molécula que, além de aumentar o apetite sexual, causa nos homens com pré-disposição genética o enfraquecimento dos cabelos. Logo, esse bloqueio pode reduzir a vontade de fazer sexo, ou até diminuir o volume ejaculatório.

Uma boa notícia é que a suspensão da finasterida é uma prática comum e eficaz. Segundo a Merck Sharp & Dome (MSD), laboratório que fabrica o remédio desde 1998, as consequências persistem por, no máximo, três meses após a interrupção do tratamento. Somente 1,8% dos participantes tiveram diminuição da libido, 1,3% padeceram com a disfunção erétil e 0,8% apresentaram diminuição do volume ejaculatório. Porém, há quem não queira correr riscos, mesmo que sejam mínimos. A solução, neste caso, são as drogas de uso tópico, que promovem a dilatação vascular e aumentam o aporte sanguíneo e de nutrientes para o couro cabeludo. Outra saída é o transplante capilar, uma das cirurgias plásticas mais realizadas pelos brasileiros. Novas técnicas são seguras e se mostram bastante eficazes.