icone facebookicone twittericone instagram

ESPERANÇA
Um novo coração para Cauê

Eram 3 horas da madrugada de ontem quando Miriam recebeu da filha Viviane Suzin a notícia mais esperada de suas vidas: Cauê, o filho de Viviane e neto de Miriam, finalmente iria receber um coração novo, única chance de mantê-lo vivo. A doação do coração de uma menina com morte cerebral em Osasco (SP) pode salvar a vida do garotinho.Cauê tem dois anos e quatro meses e mora com a família em Concórdia, Oeste de SC. Depois de 50 dias internado na UTI pediátrica do Instituto do Coração de São Paulo (InCor) enfrentou mais uma batalha pela vida. Praticamente um milagre aconteceu, já que a doação de órgãos de crianças não é comum. O doador tem que estar em morte cerebral para que o órgão seja retirado e transplantado no receptor.

“Vivemos momentos muito difíceis. E hoje, enfim, veio a boa notícia. Só sinto pela família da doadora. É muito triste uma criança ter que morrer para outra ter a chance de sobreviver”, diz a mãe. O menino está de volta à UTI do InCor.

Ele sofre de miocardiopatia congênita, doença no músculo do coração que compromete o bombeamento do sangue.

 
Ministério registra menos casos, mas mortes crescem

O número de mortes atribuídas às hepatites A, B e C subiu em 2010 no Brasil em comparação a 2009, segundo divulgou ontem o Ministério da Saúde. Em 2010, as três hepatites somaram 2.518 óbitos, ante 2.406 mortes em 2009. Embora o número de mortes tenha crescido, os casos reduziram 26,1%. O tipo C foi o mais letal de 2000 a 2010 (14.873 mortes).


  


Mutirão
Dalmo Claro diz hoje em Joinville como será o mutirão das cirurgias. No início da semana, a Secretaria de Saúde de Joinville disse que não havia sido informada.
O setor vertical (gavetas) do Cemitério Municipal de Joinville vai passar por ampliação. A outra medida para criar vagas, segundo a Fundema, é a construção de ossário para armazenar restos mortais. Mas tudo ainda está no campo dos planos.

 

 

AN Jaraguá

 


SAÚDE PÚBLICA
Faltam detalhes sobre mutirão
Secretários aguardam informações sobre a redução da espera por cirurgias eletivas

O governo do Estado anunciou esta semana um mutirão de cirurgias eletivas – operações que não são de urgência ou emergência – no Estado a partir do mês que vem. Até o fim de 2012, devem ser feitos mais de 22 mil procedimentos e investidos R$ 20 milhões para reduzir a espera por atendimento pelo SUS. Detalhes sobre o programa que promete dar fim a uma das preocupações de milhares de catarinenses ainda não chegaram aos gestores da rede pública do Vale do Itapocu-Segundo o governo, as cirurgias serão feitas seguindo a ordem de inscrição e terão prioridade as pessoas já cadastradas no sistema há mais de dois anos.

As operações serão em quatro especialidades: oftalmologia (catarata), otorrinolaringologia (amígdalas e adenoide), cirurgia geral (vesícula, hérnia e varizes) e ortopedia (joelhos, pés e mãos). Na região, a expectativa é de que sejam 804 procedimentos.

Levantamento da Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (Amvali) de maio deste ano constatou que cerca de 2,3 mil pacientes aguardavam por cirurgias eletivas. Só em Jaraguá do Sul, são 1.237 procedimentos represados apenas nas quatro especialidades previstas no programa do governo estadual.

“Estamos aguardando orientações por parte do governo do Estado. Ainda não sabemos como será realizado esse mutirão”, afirma o secretário de Saúde de Jaraguá do Sul e também coordenador do colegiado de saúde da Amvali, Francisco Garcia.

A notícia de que o mutirão deve fazer a fila andar com mais rapidez é uma esperança para Floriano Matosiaki, 62 anos. Há pelo menos cinco anos, as varizes têm incomodado o churrasqueiro e provocado muita dor.

“A perna esquerda eu operei há uns dois anos e resolveu. A direita eu estou esperando há mais de um ano. Quando o problema ataca, chego a ficar com dor por três dias seguidos. Só tomando injeção para aliviar”, conta.

DAIANE ZANGHELINI

 


SAÚDE PÚBLICA
Estado pede dados sobre os hospitais

O gerente regional de Saúde, Sérgio Luiz Pacheco, afirma que, no momento, o Estado está fazendo um levantamento sobre a estrutura dos 200 hospitais de Santa Catarina, para saber quais estarão aptos a realizar as cirurgias. O próximo passo é repassar aos gestores de saúde dos municípios as informações sobre o projeto. A reunião está marcada para o dia 3, em Florianópolis.

Em maio deste ano, as cinco cidades da região firmaram com os hospitais Jaraguá e São José um convênio que garante o repasse de R$ 150 por cirurgia eletiva, além dos recursos recebidos por meio do SUS. “A iniciativa do Estado é muito importante, porque, em algumas regiões, as cirurgias eletivas estão paradas. Mas, no caso da nossa região, o mutirão apenas daria continuidade a um trabalho que já está sendo executado”, acrescenta.

 


SAÚDE PÚBLICA
Convênio faz a fila andar

Os hospitais Jaraguá e São José são os únicos da região com estrutura para fazer as cirurgias. Há mais de um ano, o Hospital Santo Antônio, de Guaramirim, não faz esse tipo de procedimento. O centro cirúrgico está em reforma e as obras devem ser concluídas somente em novembro.

O diretor do Hospital Jaraguá, Jeferson Gomes, avalia, junto à Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), a capacidade da instituição para absorver as cirurgias do mutirão, além dos procedimentos já realizados por meio do convênio com a Amvali.

Gomes destaca que o valor repassado pelo SUS cobre 60% dos custos dos procedimentos e, por isso, os R$ 150 repassados por cirurgia pelos municípios ajudam a garantir a manutenção do hospital, reduzindo assim a fila. “Estamos realizando, em média, 75 cirurgias eletivas por mês. Antes do convênio, conseguíamos fazer cerca de 30 procedimentos mensais e a maioria dos pacientes era de Jaraguá”, diz.

Na opinião dele, o município não teria dificuldade em atingir a meta de 804 operações por meio do mutirão. Só o Hospital Jaraguá fez 300 cirurgias em quatro meses. “Por meio do convênio com a Amvali, conseguimos atender a especialidades que não são incluídas no mutirão, como ginecologia e pediatria”, afirma.

O secretário de Saúde de Jaraguá, Francisco Garcia, afirma que as cirurgias estão acontecendo com maior agilidade. Mas, por outro lado, a região está crescendo e as necessidades também.

 


 


Hospital Santa Isabel de Blumenau adota novo modelo de atendimentoPulseiras coloridas determinam a seriedade do caso do paciente e o tempo de espera


O Hospital Santa Isabel de Blumenau vai adotar a partir de segunda-feira um novo método de atendimento no pronto-socorro. O Protocolo de Manchester, modelo de classificação de risco por gravidade de casos, usa pulseiras de diferentes cores para determinar a seriedade da ocorrência no paciente e indicar o tempo de espera. Do vermelho ao azul, a pulseira recebida por cada paciente que chega ao pronto-socorro será dada por um enfermeiro ou técnico de enfermagem após avaliação detalhada dos sintomas. A decisão da implantação do protocolo foi tomada para qualificar o atendimento.

Todos os enfermeiros passaram por tratamento e seguem normas específicas de análise para que a classificação seja fiel ao estado do paciente. A triagem por meio das pulseiras será feita tanto em pacientes conveniados quanto os atendimentos pelo SUS.

Unimed usa o sistema de forma experimental

As unidades do Hospital da Unimed no Bairro Vila Nova, em Blumenau, e em Timbó já usam pulseiras com classificação de risco, mas de forma experimental e que serve apenas como teste. O projeto para adotar a normativa internacional está em fase de estudos, com adaptação de equipe e programas de computador. Como o método segue normas específicas e exige pagamento de licença, a classificação de pulseiras na Unimed ainda não recebe o nome oficial.

Em Joinville, no Hospital São José, o atendimento com o sistema vai completar o primeiro ano em agosto.


JORNAL DE SANTA CATARINA CLASSIFICAÇÃO
Cor da pulseira Atendimento Tempo de espera
Vermelho Emergência: muito grave, com risco de morte imediato Imediato
Laranja
 Muito urgente: caso grave, com risco de morte iminente Até 10 minutos
Amarelo Urgente: casos que necessitam de atendimento rápido
 Até 60 minutos
Verde Pouco urgente: casos sem risco e que podem aguardar Até 2 horas
Azul
 Não urgente: casos de atenção primária Até 4 horas
 

 


NA EMERGÊNCIA
Uma cor para cada tipo de atendimento
Pronto-socorro do Hospital Santa Isabel, de Blumenau, adotará pulseiras

A humanização no atendimento hospitalar é o principal objetivo do método que será adotado a partir de segunda-feira no Hospital Santa Isabel, em Blumenau. O Protocolo de Manchester, modelo de classificação de risco por gravidade de casos, usa pulseiras de diferentes cores para determinar a seriedade da ocorrência no paciente e indicar o tempo de espera.

Do vermelho ao azul, a pulseira recebida por cada paciente que chega ao pronto-socorro será dada por um enfermeiro ou técnico de enfermagem após avaliação detalhada dos sintomas. A decisão da implantação do Protocolo de Manchester – uma licença paga – foi tomada para qualificar o atendimento.

– Tivemos um aumento na área de atendimento e, com isso, precisamos melhorar o controle deste fluxo – explica a diretora de Enfermagem, Márcia Regina Fidauza.

Todos os enfermeiros passaram por tratamento e seguem normas específicas de análise para que a classificação seja fiel ao estado do paciente. A triagem por meio das pulseiras será feita tanto em pacientes conveniados quanto nos atendimentos pelo SUS. A coordenadora assistencial do Hospital Santa Isabel, Juliana Barth, explica que os critérios de atendimento serão claros para o paciente.

– Recebemos muita demanda de troca de receitas ou realização de exames. Estas pessoas continuarão a ser atendidas, mas vão entender que o caso delas não é grave e que poderiam procurar outro local.

As demandas sem gravidade serão redirecionadas para os postos.

– O paciente que preferir ser redirecionado sairá daqui com um documento para apresentar no postinho. BATISTA | Blumenau

vinicius.batista@santa.com.br

VINICIUS

 


COMIDA ESTRAGADA
Empresa continua atuando

Mesmo após sucessivas devoluções de comida destinada aos pacientes do Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Capital, nos últimos dias, o chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Saúde, Fernando Luz, afirma que o fornecimento continua normalmente pela empresa terceirizada Sepat, que teve sua cozinha fechada na segunda-feira pela Vigilância Sanitária Municipal.

A Sepat contratou outra empresa para fazer o abastecimento. Após a conclusão da reforma da cozinha do hospital, ainda este ano, a empresa passará a produzir as refeições no local. Isso até que uma nova licitação seja concluída, processo sem prazo. O diretor da Vigilância Sanitária Municipal, Anselmo Granzotto, afirmou que a cozinha da Sepat foi fechada por não oferecer condições sanitárias. Uma reunião hoje entre o Ministério Público, o governo e a empresa deve decidir se a cozinha será ou não reaberta. O proprietário da Sepat não foi localizado para comentar o caso.

 

 

EXCESSOS À MESA
Brasileiros preferem dieta mais calórica
Pesquisa do IBGE revela, ainda, que há abuso na utilização de sal e açúcar

O brasileiro combina o tradicional binômio feijão com arroz com carne e uma seleção de alimentos de alto índice calórico, mas de baixo teor nutritivo. E abusa do sal e do açúcar. É o que revela a Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, estudo divulgado ontem e realizado pela primeira vez pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir de uma subamostra de domicílios da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008-2009).

O alimento mais ingerido no país é o café, que lidera o ranking da média de consumo diário per capita de itens avaliados pelo IBGE. Em média, cada pessoa bebe, todos os dias, 215,1 ml do cafezinho. O feijão é o segundo da lista, com um consumo diário médio de 182,9 g. Em terceiro vem o arroz, com 160,3 gramas. No entanto, recorrem ao alimento com maior frequência em relação ao feijão.

Para realizar a pesquisa, o IBGE pediu a 34 mil moradores de 13,5 mil domicílios selecionados em todo o país que registrassem o seu consumo diário de alimentos em dois dias não consecutivos. O consumo de carne bovina foi relatado por 48,7%.

Menos de 10% da população atinge as recomendações do Ministério da Saúde de ingerir pelo menos 400 gramas diárias de frutas, verduras e legumes. Já o abuso do açúcar está no cotidiano de 61% da população que ultrapassa a recomendação de ter nesse item a fonte de no máximo 10% da ingestão calórica total diária. A média brasileira é 14%. No caso dos adolescentes de 10 a 13 anos, o açúcar chega a representar 21,3% do consumo calórico total.

O trabalho mostrou, ainda, que o brasileiro também abusa muito do sal. A média populacional de ingestão de sódio no Brasil ultrapassa 3.200 mg, quando o recomendado é 2.300 mg diários.

 

Diário do Leiotr


Desigualdade

Quando nos chega a notícia sobre a situação do novo hospital do Cepon, em Florianópolis, vem à mente que a falta dos repasses de verbas para a efetiva ativação daquela unidade deve, quem sabe, esbarrar na falta de dinheiro nos cofres do Estado. Paralelo a isso, lembro dos últimos absurdos legislativos, como o aluguel de novos carros para nossos honrados deputados estaduais, etc. Pessoas se deslocam do interior de Santa Catarina de ônibus, vans, etc, passam boa parte do dia sentadas em cadeiras desconfortáveis e sobrevivem com seus parcos salários para continuarem sofrendo com seus desconfortos nos corredores por falta de acomodação adequada, por incompetência e falta de senso humanitário dessa classe desprezível que somos obrigados a suportar.

 Magno da Silveira
Florianópoli

 

 


TRANSPLANTE INFANTIL

Esperança para Cauê
Depois de 50 dias de cama, Cauê Suzin, de dois anos e meio, foi submetido, finalmente, à cirurgia que poderia lhe garantir a vida. Desde a tarde de ontem, um coração transplantado pulsa no peito do menino e enche de esperança o da família

Eram 3h de ontem quando o telefone de Miriam Moraes tocou, no pequeno apartamento na Vila Mariana, colado ao Instituto do Coração, em São Paulo. Era a filha Viviane, com a notícia mais esperada de suas vidas: Cauê, o filho de Viviane e neto de Miriam, finalmente iria receber um coração novo, única chance de mantê-lo vivo. A doação do coração de uma menina com morte cerebral em Osasco poderia salvar a vida dele.

Cauê Suzin tem dois anos e quatro meses. Depois de 50 dias internado na UTI pediátrica do Instituto do Coração de São Paulo (InCor) chegou a vez de enfrentar mais uma batalha pela vida. Agora, com mais esperança. Praticamente um milagre aconteceu, já que a doação de órgãos de crianças não é comum. Ainda mais de um coração. O doador tem que estar em morte cerebral para que o órgão seja retirado e transplantado no receptor.

Na manhã de ontem, enquanto Cauê era preparado pela equipe de enfermagem para receber o transplante, a mãe dele atendia ligações de rádios e jornais catarinenses e confirmava a boa notícia, depois de tanto tempo de angústia:

– Vivemos momentos muito difíceis. O equilíbrio familiar foi rompido com a notícia de que o estado de saúde de meu filho era tão grave que só um transplante de coração poderia salvá-lo. E hoje, enfim, veio a boa notícia. Só sinto pela família da doadora. É muito triste uma criança ter que morrer para outra ter a chance de sobreviver.

O transplante iniciou pouco depois das 10h. Nas redes sociais, especialmente no Facebook, as mensagens de apoio à família e ao menino não pararam de chegar durante todo o dia. Por volta das 15h30min, Viviane Suzin já comemorava o sucesso de operação.

– Meu filho está bem, e daqui a pouco será levado para a UTI. Os médicos alertaram que agora começará o período crítico do transplante, mas eu tenho fé de que tudo vai dar certo – afirmou.

Agora, Cauê receberá remédios para evitar a rejeição do novo órgão.

Na cama há 50 dias, à espera do coração

Diagnosticado com miocardiopatia congênita, doença no músculo do coração que compromete o bombeamento do sangue, Cauê sempre superou as dificuldades. O bebê, que não tinha muitas perspectivas de vida, respondeu bem ao tratamento realizado no Hospital do Coração, em Porto Alegre, e comemorou seu primeiro aninho com festa.

A vida seguia tranquila. Na casa dele, em Concórdia, no Oeste catarinense, Cauê adorava brincar no gramado, com seu cachorrinho Pepito, um shitsu serelepe de oito anos. Há dois meses, porém, a saúde do menino chegou ao limite. No Instituto do Coração em São Paulo, uma junta médica deu o veredito: só um coração novo poderia salvar Cauê. Para ganhar tempo e poupar o organismo do menino, os médicos decidiram mantê-lo sedado e entubado. À primeira vista, pode parecer cruel, mas foi única maneira de mantê-lo vivo depois de sofrer quatro paradas cardíacas. Uma delas durou quase 25 minutos. Os médicos chegaram a alertar a mãe da gravidade da situação. Ela apenas rezou. Não havia nada mais que pudesse fazer. Onde buscar forças para resistir à dor de ver o filho imóvel numa cama de UTI?

Imobilidade não é característica das mães. Ao ver o filho em risco – mesmo sem dormir ou comer – elas fazem tudo acontecer. A energia nasce. Durante os quase dois meses de agonia na UTI, Viviane nunca perdeu a esperança. Agora, já planeja o futuro.

--------------------------------------------------------------------------------
VIVIANE SUZIN - Mãe de Cauê

"Vivemos momentos muito difíceis. O equilíbrio familiar foi rompido com a notícia de que o estado de saúde de meu filho era tão grave que só um transplante de coração poderia salvá-lo. E hoje (ontem), enfim, veio a boa notícia". com. br viviane.bevilacqua@diario.com.br IENSEN E VIVIANE BEVILACQUA

jacqueline.iensen@diario

JACQUELINE

  


TRANSPLANTE INFANTIL

Poucas doações no Brasil

Ao saber que Cauê precisava de um transplante, os pais buscaram respostas. Estudaram cada detalhe da doença e escolheram o InCor para o tratamento. Fizeram uma constatação também: a doação de órgãos de crianças praticamente inexiste no Brasil.

– É uma questão cultural. Eu sei que perder um filho é terrível, mas precisamos pensar que a vida dele continua em outra pessoa. É um ato que só faz bem para todos – ressalta Neimar Suzin, pai de Cauê.

Esperar por um transplante é como ficar à espera de um milagre. Ainda mais quando se precisa de um coração compatível com um menino que mede 80 centímetros, pesa 10 quilos e está desacordado há 50 dias. Para Cauê, o milagre chegou.

Na última semana, havia outros cinco pacientes com idades entre zero e 17 anos esperando por um coração no InCor.

– Historicamente, entre 50% e 70% dos pacientes morrem antes de conseguir o transplante – diz Marcelo Jatene, diretor da unidade de cirurgia cardíaca pediátrica do InCor.

Em duas décadas, o hospital realizou 103 transplantes em 100 pacientes (alguns precisaram passar por um retransplante). Dez anos depois da cirurgia, 70% dos pacientes estão vivos. Em 15 anos, 65%.

– Temos menos órgãos disponíveis para as crianças de zero a cinco anos. Não sei se é porque morrem menos crianças dessa idade ou se há menos estrutura pediátrica para cuidar adequadamente dos possíveis doadores – ressalta o médico.

O coordenador da SC Transplantes, médico intensivista Joel de Andrade, informa que não é realizado transplante cardíaco infantil em SC. Isto porque a demanda por este procedimento é muito baixa, e a estrutura necessária para oferecer um atendimento de qualidade antes, durante e depois da cirurgia, exigiria alta soma de recursos.

– Temos aqui perto, em Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR), centros de excelência nesta área, e então, quando surge um caso em Santa Catarina, estas crianças são encaminhadas pela Secretaria de Estado da Saúde para lá – explica.

Vale lembrar, no entanto, que as doações de órgãos infantis são importantíssimas, porque em muitas instituições Brasil afora, há filas de crianças, como Cauê, esperando por um chance de voltar a sorrir.

  


TRANSPLANTE INFANTIL

A angústia da espera

Viviane Suzin, 37 anos, é corretora de imóveis e casada com o empresário Neimar Suzin, 41 anos. Nos últimos dois meses sua vida girou 180 graus. Trocou a pacata Concórdia pelo movimento de São Paulo. Alugou um apartamento bem próximo ao InCor, onde passava as noites ao lado do filho. De dia, sua mãe assumia a função. Nos últimos dias, passava parte do tempo na internet, usando as redes sociais para contar o drama do filho e também conscientizar as pessoas da importância da doação de órgãos. Conselho dos médicos de Cauê.

No hospital, as mães que têm a UTI como lar criam uma corrente de solidariedade. Longe das famílias, uma apoia a outra. Se uma chora, outra a consola. Se uma ameaça desabar, outra a fortalece. É como se fosse uma grande família. Cada dia é comemorado como uma grande vitória. E na verdade, é. A morte de um paciente dispara o coração de todas. Lágrimas e abraços são coletivos. Se as mães dos pacientes viram uma família, as enfermeiras se transformam em amigas de infância. Dão doses de remédio para os internos e conforto para os pais. Não há tempo para o desânimo. Cada minuto pode ser decisivo.

Fisicamente, Neimar permaneceu em Concórdia. Mas seu pensamento sempre esteve muito além: no leito do filho na UTI do Incor. Ontem, ao saber que seria realizado o tão esperado transplante, mais uma vez viajou a capital paulista.

– Eu vivo escorado na fé – diz.

Faltam doadores

- No Brasil, houve apenas 17 transplantes em crianças e jovens na faixa etária entre 0 e 17 anos, em 2010.
- Este número é um pouco menor que nos anos anteriores: 18 (2009), 19 (2008), e 20 (2007).
- Dos transplantes realizados no ano passado, nove foram feitos em São Paulo, dois no Paraná, dois no Rio Grande do Sul, um no Ceará, um no Distrito Federal, um em Pernambuco e um no Rio de Janeiro.
- No grupo de crianças de zero a cinco anos, a situação é ainda mais dramática. Em 2007, houve 11 transplantes no Brasil. De lá para cá, o número de cirurgias caiu. Foram 8 (2008), 4 (2009) e 2 (2010).
Fonte: Associação Brasileira de Transplantes de órgãos (ABTO)

Tire suas dúvidas
É difícil ser um doador de órgãos?

Não. É muito fácil e sem burocracia. Basta você conversar com os seus familiares e deixar bem claro a sua vontade de doar os órgãos. Não há necessidade de deixar nenhum documento assinado, pois os órgãos somente são doados com a autorização expressa dos familiares.

Se, no momento da minha morte, os meus familiares não assinarem o termo de doação de órgãos, mesmo que eu tenha manifestado em vida a minha vontade, o que acontecerá com os meus órgãos?
Nada. Ninguém irá retirá-los se seus familiares não concordarem. Por este motivo, é muito importante que os parentes diretos estejam bem esclarecidos da sua vontade. Quando isto acontece, ela é sempre respeitada.

Qual a diferença entre morte encefálica e coma? Quem está em coma pode doar órgãos?
A morte encefálica, comumente conhecida como morte cerebral, representa a perda irreversível das funções vitais que mantêm a vida, como perda da consciência e da capacidade de respirar, o que significa que o individuo está morto. O coração permanece batendo por pouco tempo e é neste período que os órgãos podem ser utilizados para transplante. O coma representa uma lesão cerebral grave, mas que pode ser reversível e, portanto, o paciente não é doador de órgãos. A morte encefálica também não deve ser confundida com o estado vegetativo persistente, em que o paciente tem uma lesão cerebral, permanece em coma por meses ou anos, mas mantém a capacidade de respirar. No entanto, se o indivíduo em coma ou em estado vegetativo persistente evoluir para um quadro de morte encefálica, que é irreversível, poderá se tornar um doador.

É muito difícil fazer o diagnóstico diferencial entre morte encefálica e coma?
Não. Por meio de exame clínico é possível fazer o diagnóstico. É um processo frequente e muito seguro no Brasil, que possui um dos protocolos de morte encefálica mais rígidos do mundo. No nosso país, a morte encefálica precisa ser confirmada por dois médicos especialistas e por exames específicos.

Como os órgãos são distribuídos? Existe uma fila dos receptores de órgãos?
Todo paciente que necessita de um transplante precisa obrigatoriamente estar inscrito em uma Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde distribuída pelos diferentes estados do Brasil. No registro são colocados os dados do candidato ao transplante e, a partir de então, ele aguarda por um órgão que seja compatível. As filas são controladas pelas Centrais de Transplantes e os critérios médicos e ordem de inscrição são respeitados. A fila de espera por um órgão não funciona unicamente por ordem de inscrição. Primeiro, o órgão precisa ser compatível com o receptor. Depois é selecionado, daqueles compatíveis, quem tem maior tempo de espera na lista. Para isto, se conta com um programa de computador que faz a distribuição dos órgãos de forma muito bem determinada.

Quais os órgãos podem ser doados em vida e quais podem ser doados após a morte?
A falta de doadores falecidos faz com que se utilize a doação intervivos. Nesse caso, é possível doar um dos rins, que é o transplante intervivos mais comum. Em situações especiais pode-se doar parte do fígado ou do pulmão. Do doador falecido podem ser retirados para transplante: 2 córneas, 2 rins, 2 pulmões, fígado, coração, pâncreas, intestino, pele, ossos e tendões. Um único doador pode salvar muitas vidas.

Conheço famílias que doaram, mas os órgãos não foram utilizados. Isto é possível?
Sim. Há casos em que as famílias querem doar, concordam com a doação, mas os órgãos não podem ser utilizados. Isso acontece se o doador for portador de doença infectocontagiosa, tiver permanecido por tempo prolongado em choque ou tiver diagnóstico de câncer. Em situações raras, a distância entre o doador e o receptor pode comprometer a qualidade de preservação do órgão. Nestas situações, as famílias são comunicadas sobre o motivo da recusa dos órgãos e não devem ficar aborrecidas, pois a vontade do doador foi respeitada.
Fonte: Associação Brasileira de Transplante de Órgãos

 

 


EDITORIAIS

Prioridade ao Cepon

Desde que começou a funcionar, em 2005, o Complexo do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) de Florianópolis é apontado como referência no atendimento em quimioterapia, radioterapia e oncologia clínica. O hospital recebe, em média, 3 mil pacientes com câncer por mês. Mas, quando se trata da realização de cirurgias, ressente-se da falta de mais quartos para internação e da conclusão de obras que se arrastam na área das UTIs e do bloco cirúrgico por falta de repasses do governo estadual.

Ademais, no momento, o Cepon tem 19 quartos de internação, cada um com capacidade para dois pacientes, prontos, mas fechados. Não funcionam porque, há um ano, aguardam por móveis e equipamentos. Inaceitável situação, que sublinha o descaso que faz com que a saúde da sociedade seja relegada a plano secundário pelos poderes públicos, ao invés de ser tratada como prioridade.

Como registrou o radioterapeuta Norberto Kuhnen, o câncer difere das demais doenças: “Às vezes os pacientes entram na fila para atendimento e, quando vão ser atendidos, não dá mais para operar”. O preço da inércia e do descaso é pago com vidas e muito sofrimento. A Secretaria Estadual da Saúde, pela palavra do seu titular, Dalmo de Oliveira, assegura que o governo anunciará as medidas para a conclusão das obras e ativação dos leitos na semana que vem.

Promessa feita, promessa anotada e que será cobrada. O Cepon, instituição hospitalar de ponta, da qual se orgulham os catarinenses, não pode replicar o descalabro crônico do SUS, nem pode perder sua condição de referência no tratamento do câncer. A vida não é moeda de troca.

A saúde pública não pode continuar ao rés do chão. O triste espetáculo das intermináveis esperas por uma cirurgia, e mesmo por uma simples consulta médica através do SUS; o pesadelo dos hospitais sucateados e superlotados; a deprimente cena de pacientes sendo atendidos em macas nos corredores, a rigor, configuram um atentado aos direitos humanos de cidadãos que hoje pagam uma das mais elevadas cargas tributárias do mundo para receber quase nada de retorno.

 


Pais de Cauê perceberam que doação de órgãos de crianças praticamente inexiste no Brasil

Coordenador do SC Transplantes diz que Estado não realiza transplante cardíaco infantil
Ao saber que Cauê precisava de um transplante, os pais foram em busca de respostas. Estudaram cada detalhe da doença e escolheram o InCor como o melhor local para o tratamento. Fizeram uma constatação também: a doação de órgãos de crianças praticamente inexiste no Brasil.

— É uma questão cultural. Eu sei que perder um filho é terrível, mas precisamos pensar que a vida dele continua em outra pessoa. É um ato que só faz bem para todos — ressalta Neimar Suzin.

Ficar na fila de espera para um transplante é como ficar à espera de um milagre. Ainda mais quando se precisa de um coração compatível com um menino que mede 80 centímetros, pesa 10 quilos e está desacordado há 50 dias. Para Cauê este milagre chegou.

Na última semana, havia outros cinco pacientes com idades entre 0 e 17 anos esperando por um coração no InCor.

— Historicamente, entre 50% e 70% dos pacientes morrem antes de conseguir o transplante — diz Marcelo Jatene, diretor da unidade de cirurgia cardíaca pediátrica do InCor.

Em duas décadas, o hospital realizou 103 transplantes em 100 pacientes (alguns precisaram passar por um retransplante). Dez anos depois da cirurgia, 70% dos pacientes estão vivos. Em 15 anos, 65%.

— Temos menos órgãos disponíveis para as crianças de 0 a 5 anos. Não sei se é porque morrem menos crianças dessa idade ou se há menos estrutura pediátrica para cuidar adequadamente dos possíveis doadores — ressalta o médico.

Encaminhados para capitais vizinhas

O coordenador da SC Transplantes, médico intensivista Joel de Andrade, informa que não é realizado transplante cardíaco infantil em Santa Catarina. Isto porque a demanda por este procedimento é muito baixa, e a estrutura necessária para oferecer um atendimento de qualidade antes, durante e depois da cirurgia, exigiria alta soma de recursos.

— Temos aqui perto, em Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR) centros de excelência nesta área, e então, quando surge um caso em Santa Catarina, estas crianças são encaminhadas pela Secretaria de Estado da Saúde para lá — explica.

Vale lembrar, no entanto, que as doações de órgãos infantis são importantíssimas, porque em muitas instituições Brasil afora, há filas de crianças, como Cauê, esperando por um chance de voltar a sorrir

 
Criança catarinense com hidrocefalia deverá receber suplemento alimentar gratuitamente
Prefeitura tem o prazo de 48 horas, a partir do recebimento da intimação, para fornecimentoAtualizada às 19h27min
 

A Justiça concedeu uma medida liminar que obriga o Estado de Santa Catarina e a prefeitura de Bombinhas, no Litoral Catarinense, a fornecerem gratuitamente suplemento alimentar para uma criança com hidrocefalia, desnutrição e disfagia.

A criança de seis anos, de Bombinhas, deverá receber 11 latas do suplemento por mês. A família procurou o Ministério Público que ingressou na Justiça para solicitar o produto por não ter condições financeiras. O custo mensal é de R$ 687. Segundo o MP, a saúde é um direito coletivo e qualquer pessoa que passar por uma situação como esta pode recorrer ao órgão.

O sistema municipal de saúde tem o prazo de 48 horas, a partir do recebimento da intimação, para o fornecimento do remédio.

Em caso de recusa ou omissão, a multa diária é de R$ 1 mil e o bloqueio das contas do município. A partir do primeiro fornecimento, o repasse deve ser feito até o dia 10 de cada mês.


 

 

Antônio Carlos participa de programa do Ministério da Saúde
QualiDia deve começar no mês de agosto e pretende trazer qualidade de vida à pessoa com diabetes
 Antônio Carlos 

O município de Antônio Carlos foi um dos escolhidos pelo Ministério da Saúde para desenvolver o programa piloto QualiDia - Educação e saúde para o auto cuidado, avaliação contínua e qualidade da atenção do diabetes. No próximo dia 24 de agosto, haverá uma reunião com a Secretaria Municipal de Saúde para traçar as estratégias do programa.

Nos Estados brasileiros Pernambuco, Rio de Janeiro e Santa Catarina, foram escolhidas três cidades, uma de grande porte, outra de porte médio e um pequeno município para desenvolver o QualiDia. Em Santa Catarina, além de Antônio Carlos, Florianópolis e Tijucas também farão parte da ação nacional.

Conforme a enfermeira do ESF (Estratégia de Saúde da Família), Maria Aparecida Fraga Rosa, a cidade foi escolhida por atender 100% da população com o ESF, ser o município com a segunda maior longevidade do Brasil e receber o prêmio com o projeto Grupo de Gestantes. Em Antônio Carlos, há 8.521 habitantes e 223 são diabéticos.

 

 


Mulher não consegue consulta pelo SUS  Lages

Dores de cabeça constantes, já fizeram com que a dona de casa, Nilva da Silveira, tentasse o suicídio. Ela sofre há mais de dois anos com a dor e não consegue consultar um neurologista pelo Sistema Único de Saúde (SUS), através do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, (HNSP)..Segundo o secretário municipal de Saúde, Juliano Polese, o hospital possui um contrato que o obriga a fazer 240 consultas de neurocirurgia e 120 de neurologia por mês. Porém, o contrato não está sendo cumprido e a secretaria de Saúde, está notificando o hospital. “Até final do mês eles falaram que vão dar um posicionamento”, afirma. Um pedaço de aproximadamente 2 cm do cérebro de Nilva está desaparecendo, e os médicos com quem ela já se consultou não sabem dizer qual a doença que possui. “Já fiquei internada até na clínica psiquiátrica, eu chegava até desmaiar de tanta dor no trabalho e tive que desistir do emprego. Tomo oito comprimidos por dia, só um remédio custa R$ 130,00”, conta.

Ela diz que fez vários exames, (todos pagos), enquanto trabalhava como vendedora, mas como não conseguiu manter o emprego devido às dores, não tem dinheiro para fazer mais exames ou se consultar. “Dependo do SUS e quando vou ao HNSP, eles me dizem que não tem mais consulta com neurologista, isso já se estende por dois anos, e ainda dizem que não tem previsão de atendimento. Não sei mais o que faço, queria entrar com um processo na Justiça para exigir atendimento, mas não tenho dinheiro para pagar advogado”, lamenta.
 
Ela gasta por mês em torno de R$ 300,00 com remédios e afirma que os medicamentos aliviam somente um pouco a dor de cabeça que sente. “Como os médicos até hoje não descobriram o que eu tenho, acredito que não esteja tomando o remédio certo. Alguns dizem que pode ser cisticercose (uma doença parasitária adquirida através da ingestão de alimentos, contaminados com ovos de uma larva da solitária), mas nenhum médico tem certeza do que pode ser. Só veem pelos exames que um pedaço de quase 2 cm, está sumindo do meu cérebro”, explica.
 
O último exame que ela fez, custou R$ 300,00. Porém, Nilva não consegue um diagnóstico do exame, pois desde então, não conseguiu consulta pelo SUS. “Tenho filhos, marido...Quero descobrir o que tenho, me curar, voltar a trabalhar e levar uma vida normal”, finaliza.


HNSP com dificuldade para contratar
 
O diretor administrativo do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, (HNSP), Canísio Winkelmann, explica que o contrato feito entre a prefeitura e o hospital, está sendo revisto. “Nunca tivemos neurologistas para atender a população, dois que já fazem parte do corpo clínico do hospital, estão avaliando se vão consultar aqui ou não”, afirma.O diretor ressalta que o hospital tem dificuldade para contratar neurologista que aceite trabalhar e ganhar pela tabela do Sistema Único de Saúde, (SUS). “Quase ninguém quer ser médico do SUS, ganha muito pouco e a demanda de pacientes é grande”, observa. O neurologista André Rodolfo Gargioni explica que precisaria atender 20 pacientes por dia pelo SUS, para receber o que ganha com somente um paciente no consultório particular. “Não há uma política de contratação diferenciada para neurologistas. Se o atendimento for rápido, até que é possível receber melhor, mas o atendimento ao paciente é prejudicado e na minha opinião, atender rápido é moralmente incorreto”, conta.
 
Ele ressalta que precisa se dedicar aos atendimentos particulares para receber o que investe em congressos e especializações. “Eles (HNSP) poderiam fazer um concurso público para contratar neurologistas, com certeza iria atrair vários médicos”, completa. Gargioni trabalhou 10 anos no atendimento pelo SUS, atualmente é neurologista do sobreaviso do HNSP e atende em seu consultório particular
.