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RECUPERAÇÃO
A boa recuperação de Cauê

A manhã de ontem foi especial para a corretora de imóveis de Concórdia Viviane Suzin. Mãe de Cauê, o menino de dois anos e quatro meses que recebeu um novo coração na quinta-feira, no Instituto do Coração, viu que São Paulo não estava mais tão cinza como nos últimos três meses. A possibilidade de ver o filho recuperado deu cor ao seu dia. Parecia que as paredes dos prédios que circundam o Incor estavam revigoradas. Na verdade, o que Viviane via nos prédios era a sua esperança renovada.

As primeiras 24 horas de Cauê com seu novo coração foram tranquilas. Até o fechamento desta edição, o coração batia forte e no ritmo. Nenhum sinal de febre, uma importante indicação de que o organismo está respondendo bem à medicação que evita a rejeição do órgão.

“Eu nem sei dizer o que sinto. Ainda existe um longo caminho a percorrer, mas agora pelo menos eu consigo ver a possibilidade de vida do meu filho prosseguir”, conta Viviane.

Por pelo menos três meses, Cauê ficará na fase considerada crítica. Boa parte desse período ficará na UTI para evitar infecção.

A família Suzin mora no bairro Industrial em Concórdia e mudou-se temporariamente para São Paulo, em função do tratamento do menino. Cauê era portador de miocardiopatia congênita, doença no músculo do coração, e o transplante era o único tratamento.

O menino passou 52 dias sedado e entubado na UTI. Na madrugada de quinta-feira, a mãe do garoto recebeu a notícia que mais esperava: uma família de Osasco doou o coração de uma criança compatível com a idade, peso e altura de Cauê.

 

JACQUELINE IENSEN


VACINA
Fim definitivo da gripe está próximo
Anticorpo que pode eliminar todos os vírus da doença está sendo testado

O primeiro anticorpo que poderá eliminar todos os vírus da influenza

A foi isolado e testado em ratos, um fato que abre caminho para uma vacina universal contra a gripe, segundo um estudo divulgado esta semana na revista “Science”.O anticorpo amplamente neutralizador, chamado FI6, foi tirado de células de plasma humano.

Testado em animais de laboratório muito contaminados com o vírus da gripe, foi capaz de vencer a doença, o que é uma luz de esperança tanto para usos terapêuticos como para vacinas.

O virologista britânico John Skehel, do Instituto de Pesquisa Médica do Conselho Nacional de Pesquisa Médica em Mill Hill, disse que a descoberta poderá eliminar a necessidade de combinar diferentes anticorpos em uma única vacina contra a gripe a cada temporada. O anticorpo foi testado nos 16 tipos de vírus de gripe A e funcionou contra o muito comum tipo hemaglutinina (HA), a proteína que se encontra na superfície do vírus da gripe.

O principal autor do estudo, Antonio Lanzavecchia, diretor do Instituto de Pesquisas em Biomedicina da Suíça, disse que “a imprevisibilidade de novas pandemias coloca em evidência a necessidade de melhores tratamentos para todos os vírus da gripe”.

“Como primeiro e único anticorpo dirigido a todos os subtipos conhecidos do vírus da influenza A, FI6 representa uma nova opção terapêutica importante”, explicou, acrescentando que a equipe acredita que continuará com seu desenvolvimento.

As pandemias de gripe são imprevisíveis e milhões de pessoas em todo mundo são infectadas todos os anos com variedades de gripe sazonal, que podem até ser letais em alguns casos

 

SERVIDORES ESTADUAIS
Plano de saúde por mais 6 meses

A Unimed confirmou, ontem, a prorrogação do contrato com o Estado para manter o atendimento aos servidores estaduais por mais seis meses. A proposta de reajuste foi de 19,6%. Com isso, o plano, que custava R$ 20 milhões/mês, passará a R$ 24 milhões/mês.

A renovação do contrato foi necessária para que o governo tenha tempo de colocar em funcionamento seu novo sistema. A partir de agora, a administração estadual corre contra o tempo para implantar a autogestão. No formato que será adotado, em vez de contratar os pacotes, o Estado vai criar seus próprios planos e credenciar profissionais e empresas que poderão prestar os serviços aos servidores.

Para começar a implantação, o governo ainda precisa resolver uma pendenga jurídica. A Secretaria de Administração lançou licitação e abriu as propostas no dia 5 de julho. O processo foi interrompido por liminar devido a problemas no edital. Enquanto a Justiça não der a sentença, o governo não pode começar a implantação.

O secretário Milton Martini (Administração) calcula que para colocar o sistema em funcionamento serão necessários quatro meses. Considerando que, depois desses seis meses da Unimed, não há mais a possibilidade de prorrogação do contrato, o governo precisa fazer a migração dos planos da cooperativa. “Nós precisamos iniciar a implantação em agosto por causa dos prazos”, diz Martini.

O secretário admite que está de mãos atadas até que o processo seja movimentado, mas garante que não há riscos de os servidores ficarem sem plano de saúde.


 

A reforma do centro cirúrgico da Maternidade Darcy Vargas, em Joinville, deveria estar concluída no dia 30 de abril. A obra está estimada em R$ 423 mil e já foram pagos R$ 387 mil. A reforma, contratada pela SDR de Joinville, ainda está em andamento.

 


ENTROSAMENTO PEEMEDEBISTA

Hoje tem a feijoada do PMDB de Joinville, mas ontem dois peemedebistas ilustres reuniram-se para uma prévia: o secretário Dalmo de Oliveira (E) e o empresário Udo Döhler (D) trocaram impressões sobre o processo sucessório.

 

 

HOSPITAL INFANTIL
Cozinha nova na segunda

A partir de segunda-feira, toda a comida servida no Hospital Infantil Joana de Gusmão será produzida na própria cozinha do estabelecimento, na Capital.

A medida deve pôr fim à polêmica das refeições estragadas que vinham sendo entregues à unidade.

A comida do local virou notícia esta semana, quando a Sepat – empresa terceirizada pelo governo do Estado para fornecer o alimento ao hospital – teve a cozinha interditada pela Vigilância Sanitária por falta de condições de higiene.

A cozinha do hospital estava em reforma desde outubro do ano passado – mesmo mês em que a Sepat foi contratada para fornecer comida ao estabelecimento, por um custo mensal de R$ 80 mil.

Agora, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o início das atividades depende apenas da instalação de equipamentos. Ontem, a empresa se comprometeu a terminar o serviço até a noite de domingo. Toda a produção será supervisionada pela nutricionista do hospital.

Nos últimos 15 dias, a comida fornecida pela Sepat ao Hospital Infantil teve de ser devolvida seis vezes. Ontem, ela foi produzida em uma filial da Sepat em Joinville e transportada em boxes térmicos até a Capital.

A empresa foi notificada pela SES esta semana e deve se justificar quanto às constantes devoluções de comida. Caso contrário, poderá ser punida. A punição não foi especificada pela secretaria. O proprietário da Sepat não foi localizado pela reportagem para comentar o caso.

 


TRANSPLANTE INFANTIL
Cauê vence as primeiras 24 horas

A manhã de ontem foi especial para a corretora de imóveis de Concórdia Viviane Suzin. Mãe de Cauê, o menino de dois anos e quatro meses que recebeu um novo coração na tarde de quinta-feira, no Instituto do Coração, viu que São Paulo não estava mais tão cinza quanto nos últimos três meses. A possibilidade de ver o filho recuperado deu cor ao seu dia.

Parecia que as paredes dos prédios que circundam o Incor estavam revigoradas. Na verdade, o que Viviane via nos prédios era a sua esperança renovada. As primeiras 24 horas de Cauê com seu novo coração foram tranquilas. Até o fechamento desta edição, o coração batia forte e no ritmo. Nenhum sinal de febre, uma importante indicação de que o organismo está respondendo bem à medicação que evita a rejeição do órgão.

– Eu nem sei dizer o que sinto. Ainda existe um longo caminho a percorrer, mas agora pelo menos eu consigo ver a possibilidade da vida do meu filho prosseguir – conta Viviane.

Menino ficará na UTI para evitar infecções

Por pelo menos três meses, Cauê passará pela fase considerada crítica. Boa parte desse período ficará na UTI para evitar qualquer risco de contrair uma infecção.

A família Suzin mora no Bairro Industrial em Concórdia e mudou-se temporariamente para São Paulo, em função do tratamento do menino. Cauê era portador de miocardiopatia congênita, doença no músculo do coração, e o transplante era o único tratamento. O menino passou 52 dias sedado e entubado na UTI. Na madrugada de quinta-feira, a mãe do garoto recebeu a notícia que mais esperava: uma família de Osasco doou o coração de uma criança compatível com a idade, peso e altura de Cauê.

jacqueline.iensen@diario.com.br

JACQUELINE IENSEN

 


SERVIDORES DE SC
Plano de saúde vale por mais seis meses
Governo decidiu aceitar a proposta da Unimed de reajuste de 19,6%

A Unimed confirmou, ontem, a prorrogação do contrato com o governo para manter o atendimento de saúde aos servidores estaduais por mais seis meses. A proposta final de reajuste foi de 19,6%. Com isso, o plano, que custava R$ 20 milhões/mês, passará a R$ 24 milhões/mês.

A renovação do contrato com a cooperativa foi necessária para que o governo tenha tempo de colocar em funcionamento seu novo sistema. A partir de agora, a administração estadual começa a correr contra o tempo para implantar a autogestão.

No formato que será adotado, em vez de comprar planos de saúde prontos, como era feito com a Unimed, o Estado vai criar seus próprios planos e credenciar profissionais e empresas que poderão prestar os serviços médicos aos servidores. Para começar a implantação, o governo ainda precisa resolver uma pendenga jurídica. A Secretaria de Administração lançou licitação e a abertura das propostas foi realizada no dia 5 de julho.

O processo foi interrompido por uma liminar da Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital, questionando itens do edital. Enquanto a Justiça não der a sentença final, o governo não pode começar a implantação. O secretário de Administração, Milton Martini, calcula que para colocar o sistema em funcionamento serão necessários pelo menos quatro meses. Considerando que, depois destes seis meses de atendimento da Unimed, não há mais a possibilidade de prorrogação do contrato, o governo, obrigatoriamente, precisa fazer a migração dos planos da cooperativa para a autogestão nesse período.

– Nós precisamos iniciar a implantação em agosto por causa dos prazos – afirma Martini.

O secretário admite que está de mãos atadas até que o processo judicial seja movimentado, mas garante que não há riscos de os servidores ficarem sem plano de saúde depois que o contrato com a Unimed for encerrado, em janeiro de 2012.

A secretaria não vai informar quais são as empresas participantes do consórcio vencedor da licitação do novo sistema e qual o valor da proposta até que a questão seja encerrada na Justiça.

mayara.rinaldi@diario.com.br

 

PREVENÇÃO
Doença silenciosa
Ignorada e repleta de estigmas, a tuberculose ainda é uma das doenças respiratórias que mais matam os brasileiros

erceira causa de morte por doenças infecciosas, a tuberculose ainda é alvo de intensas campanhas do Ministério da Saúde. Apesar dos casos terem diminuído nas últimas décadas, o governo mantém a preocupação sobre a doença, responsável pela morte de 4,8 mil pessoas por ano no país. A grande luta é, ainda, para que seja feito o diagnóstico precoce da enfermidade e para que as pessoas que a adquirem completem o tratamento, que dura seis meses. Calcula-se que quase 10% dos 72 mil pacientes abandonem as medicações antes do recomendado.

O foco da campanha são homens jovens, entre os 20 e 49 anos, faixa de idade com o maior número de ocorrências. Os esforços se concentram na prevenção da doença, para que pessoas contaminadas não disseminem o vírus. No Brasil, a tuberculose é a terceira causa de morte entre portadores do vírus da Aids. Apesar de ser a sétima economia do mundo, o país fica em 19º lugar no ranking dos 22 países que concentram 80% dos casos da doença em todo o mundo.

Cerca de metade da população brasileira acredita que a tuberculose não existe mais. Por isso, é preciso identificar a doença ao menor sinal – como tosse persistente por mais de três semanas. O diagnóstico precoce é a melhor forma de prevenção. Ainda não há vacina para evitar a doença que funcione com eficácia para adultos maiores de 15 anos – embora já existam estudos em andamento. No entanto, crianças podem ser protegidas com a BCG, que deve ser tomada logo após o nascimento, de preferência ainda na maternidade. A vacina é muito efetiva para proteger a criança contra a tuberculose e principalmente contra algumas formas graves como a meningite tuberculosa, que pode acometer crianças pequenas.

Saiba mais

O QUE É?

> A tuberculose é causada por um microrganismo chamado bacilo de Koch, conhecido também pelo seu nome científico de mycobacterium tuberculosis. > Apesar de atingir principalmente os pulmões, pode aparecer também em outras partes do corpo, como ossos, rins e meninges (que são as membranas que envolvem o cérebro).

CAUSAS E FORMAS DE CONTÁGIO
> Baixa imunidade, desnutrição, alcoolismo, tabagismo e doenças imunossupressoras, como a Aids, favorecem a tuberculose.
> A bactéria que causa a doença espalha-se pelo ar através da fala, tosse ou espirro de pessoas portadoras de tuberculose e que não estão em tratamento, contagiando as demais.
SINTOMAS
> Tosse seca e contínua, sobretudo no início do quadro, e com catarro quando a doença evolui.
> Febre baixa, em geral no final da tarde.
> Suores noturnos.
> Perda de apetite e perda de peso.
> Fraqueza, cansaço e prostração.
> Em casos mais graves, há dificuldade para respirar, dor no peito e tosse com pus e/ou sangue.
DIAGNÓSTICO
> Exame clínico, em primeiro lugar, seguido de radiografia de tórax e investigação da presença do bacilo.
PREVENÇÃO
> Para crianças, BCG nos primeiros meses de vida. Para adultos, não existe vacina.

 


PÍLULAS

Agulhas para insulina

Até há pouco tempo, pensava-se que o calibre da agulha para aplicação da insulina deveria variar conforme o tipo físico do paciente. No entanto, estudo recente aponta que a pele tem no máximo 3,2 mm de espessura, ou seja, a agulha não precisa mudar de tamanho para cada indivíduo, explica Fernanda Villalobos, da Diabetes Care.

Por isso, a BD desenvolveu um produto novo. Trata-se de uma agulha de apenas 4 mm para canetas. Além de minimizar o mal-estar de aplicar a medicação com agulhas maiores, facilita para que o paciente não injete a insulina no músculo.

Doce contra o mau hálito

Pastas de dentes, antissépticos bucais, balas e chicletes tentam acabar com o mau hálito, mas apenas mascaram o problema. Um pirulito, desenvolvido pela empresa israelense Breezy, realmente combate o mau hálito por até quatro horas.

O doce remove as bactérias através da liberação de microcápsulas que entram em atrito com a língua, retirando as partículas de comida e as bactérias.

Ultrassom revolucionário

Único na América Latina, um avançado aparelho de ultrassom de alta frequência, que utiliza tecnologia israelense, foi instalado no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, e estará disponível à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele destrói células cancerígenas sem a necessidade de cirurgia e anestesia. A principal vantagem é que as áreas ao redor do tumor não são afetadas, já que a técnica é muito precisa, só ataca onde é necessário. Ela também dispensa o uso de anestésicos e permite que os pacientes fiquem conscientes durante toda a operação. Além disto, o procedimento não causa dor intensa.

 


ATIVIDADE FÍSICA
O poder da corrida
Em ambientes fechados ou ao ar livre, o exercício ajuda a melhorar o humor, desestressar e ainda emagrecer

Corra, Forrest! Corra! Quem não lembra do homem que atravessou os Estados Unidos correndo após ter o coração partido? No filme Forrest Gump - O Contador de Histórias, a corrida é uma forma de redenção para o personagem. Além de, literalmente, fugir dos problemas – o pensamento voa enquanto o cenário fica para trás –, o exercício ajuda a elevar a autoestima, tonificar os músculos, a combater a depressão e a superar limites.

Mas não é preciso ir muito longe para aproveitar os benefícios da corrida. Na verdade, não é necessário nem sair de casa. O exercício pode ser feito indoor, na esteira, ou ao ar livre, no parque, praia ou até na rua de casa mesmo. Antes de começar a suar a camisa, porém, é necessário fazer um check-up para avaliar a condição física. Saúde ok, é a hora de colocar o pé na estrada.

Apesar de muitos corredores nem prestarem atenção, o calçado pode interferir na qualidade da atividade e prejudicar o alinhamento dos joelhos e da coluna. Opte por um tênis com amortecedor e confira se o modelo é adequado ao seu tipo de pisada. Caso contrário, você pode ganhar bolhas e calos.

Nada de sair correndo e se arrastando sem fôlego por aí. Comece com um bom aquecimento, com trotes leves e passadas mais largas. Na sequência, aproveite para alongar os membros inferiores.

– O aquecimento é imprescindível antes do alongamento. Deve durar cerca de 10 minutos para alterar a temperatura corporal. No inverno, o aquecimento pode ser maior, de uns 15 minutos, e sempre seguido de alongamento leve – explica a educadora física Élli Mariane Pinheiro (os cuidados diminuem os riscos de lesão e preparam o corpo para o esforço).

Acha que está puxado? Intercale cinco minutos de corrida e cinco minutos de caminhada para o corpo se acostumar com o ritmo e a atividade virar um hábito diário, aconselha Élli.

O ex-jogador de tênis e professor da modalidade Clóvis Pessi, 51 anos, é esportista em tempo integral. Com ele, não tem tempo ruim. Quando não está nas quadras com seus alunos, está na academia ou correndo no Parque de Coqueiros, em Florianópolis.

– Correr indoor é muito chato. Já que a quadra estava molhada, aproveitei para correr no parque. Faz muito bem para a cabeça, ajuda a desestressar. Não fico um dia sem fazer exercícios – afirma Pessi.

Ele acredita que o bem-estar proporcionado pela corrida reduz o impacto do estresse sobre o organismo.

 

ADRIANA MARIA

 


HEPATITE
Alfabeto de problemas
Conheça os vários tipos da doença, que atinge pessoas de todas as idades e países

A classificação das hepatites virais causa confusão na cabeça de qualquer pessoa: A, B, C, D, E e por aí vai. A doença democrática, atinge a população infantil e adulta em todos os países do mundo. Os tipos B e C são os que mais preocupam a medicina, por dois motivos: o número de vítimas e a possibilidade de cronificação do problema. Em todo o planeta, o montante de contaminados pelos agentes infecciosos VHB e VHC ultrapassa os 500 milhões. Estima-se que 1 milhão de brasileiros estejam infectados pelo vírus da B e 3 milhões pelo da C.

A boa notícia é que, nos últimos 20 anos, os avanços em métodos de diagnósticos e o desenvolvimento de novos medicamentos trouxeram boas alternativas para médicos e pacientes.

As investigações científicas também contemplam o vírus da hepatite E, com poucos registros em território brasileiro. Um trabalho recente realizado no Laboratório de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no entanto, detectou anticorpos do VHE em grupos populacionais do Nordeste.

– Embora não existam ocorrências de surtos, como em países do Oriente Médio, da Ásia e da África, sabemos que o vírus já circula no Brasil – explica a bióloga e doutora em biologia parasitária pela Fiocruz, Débora Santos.

 


HEPATITE
Sem sintomas, mais perigo

A transmissão do agente infeccioso da hepatite E ocorre por via oral-fecal. A maioria dos pacientes passa pela doença sem se dar conta. Isso acontece porque a hepatite é aguda e autolimitada, o que significa que a cura é espontânea.

O vírus A é muito comum no Brasil e está relacionado à falta de higiene e saneamento. Somente 10% das crianças esboçam sintomas. A vacina é disponibilizada somente em laboratórios particulares, e a maioria dos indivíduos não contaminados na infância ficam desprotegidos. Na idade adulta, a hepatite A se manifesta de forma letal para 2% das pessoas infectadas.

O vírus da hepatite B é contraído pelo contato com sangue e outros fluidos dos portadores, sobretudo em relações sexuais sem proteção e no compartilhamento de agulhas e seringas.

A mãe infectada também pode transmitir o VHB ao filho, em geral, no parto. Já o VHC raramente é transmitido por meio de relação sexual. É mais comum a transmissão por sangue e seus derivados, além de objetos que podem estar contaminados com esses elementos.

O VHB e o VHC são silenciosos. A doença pode permanecer assintomática por muitos anos – e o perigo é que, quando aparecem os sintomas, o fígado pode ser comprometido. Para detectá-lo, além da biópsia, existe um novo exame, a elastografia hepática, um procedimento não invasivo e indolor.

 

 

HEPATITE
SUS oferece testes rápidos

O SUS passa a oferecer, a partir de agosto, testes rápidos para a detecção das hepatites B e C. Os resultados ficarão prontos em 30 minutos. Os testes serão oferecidos inicialmente nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) das capitais do país, para depois serem estendidos às unidades básicas de saúde. A medida faz parte de uma série de mudanças em relação à ampliação do diagnóstico das hepatites adotada pelo Ministério da Saúde. Dentre elas, a aquisição de testes rápidos e exames de biologia molecular, como carga viral e genotipagem.

 

 

PSICOLOGIA
Incômodo noturno
Muito ligado às emoções, bruxismo tem sintomas como a dor de cabeça

Dores de cabeça durante o sono, ao acordar ou durante o período da manhã somadas à sonolência diurna são sintomas frequentemente citados em consultórios médicos. Porém, muitas vezes, analgésicos e outros remédios não atacam a verdadeira causa do problema, que só é resolvido no consultório de um dentista.

O bruxismo – termo usado para quem, involuntariamente, range os dentes durante o sono – é um distúrbio que atinge homens e mulheres de qualquer idade, sendo mais frequente no início da adolescência e fase adulta. Além de desgastar os dentes e provocar uma série de transtornos para a saúde bucal, o hábito pode desencadear as dores de cabeça.

– O esforço da mandíbula feito durante a noite causa o mal estar, que pode se estender durante todo o dia seguinte – explica Eduardo Rollo Duarte, especialista em odontologia do sono.

O dentista explica que, durante o sono, a pessoa pode apertar os dentes ou esfregá-los com força, causando uma fadiga muscular e desgaste dos dentes, decorrente da constante pressão que eles sofrem. Todo este processo também pode causar inflamação e inchaço na gengiva. O ranger de dentes ou a excessiva pressão da mandíbula é sinal de que algo não está certo nos hábitos do paciente.

– O problema pode ser resultado de alguma pressão emocional. O ideal é diagnosticar o problema o quanto antes para que ele não vire um distúrbio crônico, muito mais difícil de se resolver – alerta Duarte.

Como resolver o problema

> O primeiro passo é reconhecer o problema e procurar um dentista, que indicará o melhor tratamento. O profissional deve fazer um check up da boca e eliminar com aparelhos e desgastes seletivos dos dentes os pontos que impedem uma mordida perfeita.

> Um passo importante para tentar curar ou pelo menos diminuir o bruxismo é cortar a tensão psicológica. Isto pode ser feito através de esportes, ioga e exercícios de relaxamento. Já distúrbios psiquiátricos, como depressão e ansiedade, devem ser aliviados e medicados, se necessário. A psicoterapia identifica e trata as dificuldades emocionais associadas ao problema.
 
> Fechar bem a boca também é outra forma de evitar o bruxismo. Próteses malfeitas, dentaduras e implantes devem ser revisados.
> Outra opção é a utilização de placas de acrílico na arcada dental durante a noite, que diminuem o atrito entre os dentes.
Fatores desencadeadores
> Ansiedade e stress
> Fumo
> Causas psicológicas, como traumas ou acidentes
> Distúrbios do sono, como ronco e apneia
> Fatores neurológicos, como o aumento da adrenalina
> Fatores externos, como medicação com antidepressivos
> Uso de drogas, álcool e cafeína
Formas de prevenir
> Evite bebidas alcoólicas em excesso e também cigarros e drogas
> Diminua a ingestão de cafeína, refrigerante,
chocolate e chá preto, sobretudo à noite
> Até três horas antes de dormir, evite exercícios intensos, tanto físicos quanto mentais
> Tente dormir em um ambiente tranquilo e
com temperatura e iluminação agradáveis

 


PALAVRA DE QUEM ENTENDE
Os riscos da prevenção em excesso

Nos tempos do Jeca Tatu, prevenção era usar botinas, lavar as mãos, tomar biotônico com prazer, beber Emulsão Scott fazendo careta, fazer abreugrafia, tomar poucas vacinas, pegar sol, tomar leite em pó e, ainda, fazer simpatias. Lavar as mãos e vacinas continua em alta. Hoje, estamos na Era da Informação, após grande desenvolvimento social, tecnológico e científico. Cuidar da saúde virou uma operação complexa e perigosa. O arsenal terapêutico e diagnóstico disponível é imenso. É preciso porte e treinamento para usá-lo adequadamente. Leavel & Clark criaram níveis de prevenção: primária é evitar doenças. Secundária é evitar as complicações das doenças. Terciária, é reabilitar.

O objetivo quando se pensa em saúde é a “saúde top”, e na ânsia de buscá-la, pode-se reagir em excesso. A tecnologia propõe exames, procedimentos, medicamentos e aconselhamentos que podem ajudar ou causar danos. Ampliar o espectro conceitual da doença transforma o normal em anormal, e trata como doença os estados de pré-doença ou fatores de risco. Comercializar a saúde advém de medicar a normalidade ou intervir sem certeza. Ritalina, estatina, fluoxetina, eco, densitometria e ressonância são personagens do cotidiano muitas vezes sem papel definido. Mocinhos ou vilões? Surge com Mark Jamoulle a prevenção quaternária, um quarto tipo de prevenção, alertando para uma aplicação cautelosa do conhecimento médico, evitando os excessos no rastreamento de doenças e solicitação de exames, e os abusos na medicalização desnecessária de alguns fatores de risco.

Estes excessos e abusos são um risco para o adoecimento. A prevenção quaternária atenua ou evita as consequências do intervencionismo, valorizando a individualização dos protocolos médicos às pessoas. Sim, às pessoas, não mais aos pacientes, que hoje cuidam de sua saúde com autonomia e participam na tomada de decisões, buscando informações, argumentando e questionando, antes de submeterem-se aos pacotes preventivos ou tratamentos compulsórios.

Hoje, os médicos é que devem ser pacientes. Para cuidar da saúde, o principal é uma relação entre médico e pessoa baseada em comunicação, confiança e parceria. O aparelho essencial utilizado pelo médico deve ser, antes de todos, o auditivo.

JOSÉ MAURO CERATTI LOPES | Médico de Família e Comunidade

 

 

Hospital Infantil mantém contrato com empresa interditada pela Vigilância Sanitária
Empresa Sepat fornece refeições para pacientes e funcionários. Comcap suspendeu o contrato com a fornecedora
 
Florianópolis 

Hospital deve reabrir cozinha para manipulação de alimentos
 

 A empresa responsável pelo fornecimento das refeições do Hospital Infantil Joana de Gusmão , a Sepat, teve seu alvará de funcionamento cassado pela Vigilância Sanitária da Capital. A falta de higiene no local foi um dos principais motivos para a ação. Para manter o contrato em vigor com a unidade de saúde, a empresa continua fornecendo alimentação, porém a manipulação está sendo realizada em outro local. A Comcap (Companhia de Melhoramentos da Capital), que também utilizava o serviço, cancelou o contrato.

De acordo com funcionários do hospital, as reclamações eram relacionadas à comida fria e aspecto ruim. Para a Secretaria de Saúde o problema ocorreu por conta da manipulação dos alimentos, que está  sendo realizada fora do hospital. “Não temos um laudo técnico para dizer que a comida estava estragada. As reclamações são que a comida chegava fria e atrasada”, pontua o chefe de gabinete da secretaria, Fernando Luz.

A Secretaria de Saúde informa ainda que como não foi oficialmente oficializada da cassação de alvará da empresa Sepat, por enquanto, vai manter o contrato de fornecimento de alimentos, para depois reavaliar a situação. Fernando Luz observa que nesta quinta-feira esteve no hospital infantil conferindo a qualidade das refeições e não foi encontrada nenhuma irregularidade. “Não temos amparo técnico para restringir o contrato”, reitera.

Na Comcap, onde a mesma empresa era responsável pelo fornecimento de 430 refeições diárias, o contrato foi rescindido nesta quinta-feira. “A alimentação começou a chegar com problemas, frango tostado, aipim com aparência ruim, salada com sujeira. Cancelamos o contrato e abrimos um procedimento administrativo para apurar a situação”, destaca o presidente Antônio Zuccarelli Bagnati.

Cozinha será reaberta na próxima semana

De acordo com a gerência do hospital infantil, a cozinha que estava em reforma já foi concluída na semana passada. O hospital informa ainda que na próxima segunda-feira, a cozinha será usada pelos funcionários da Sepat para a manipulação dos alimentos. Segundo as nutricionistas do hospital, a produção dos alimentos na própria cozinha do hospital, reduz em 99% os riscos de contaminação. Sem equipamentos novos para reabrir o funcionamento da cozinha, a gerência do hospital informa que vai avaliar os antigos e colocar novamente em uso.

Em abril deste ano, a Vigilância Sanitária já tinha autuado a empresa Sepat por conta de vários procedimentos irregulares. Nesta segunda visita, constatou novamente as irregularidades e cassou o alvará de funcionamento da empresa. Na empresa ninguém foi localizado para comentar o assunto.

Terceirização

Dos 14 hospitais públicos do Estado, cinco tem seus serviços de fornecimento de refeições terceirizado.  De acordo com a Secretaria de Saúde a terceirização  começou em 2009 e tem apresentado redução de custos para o Estado. “Desonera a folha de pagamento, já que não precisamos contratar profissionais para trabalhar nesta função”, lembra Fernando Luz. O procedimento é reavaliado a cada três meses e a Secretaria não sabe informar se outros hospitais serão terceirizados. O primeiro deles a adotar o procedimento foi o Hospital Regional, em São José, que também apresentou problemas quanto a qualidade dos alimentos. Um novo edital está sendo elaborado e em breve uma nova licitação deve ocorrer.

 


Saúde não é só médico e hospital 


Quando se fala em saúde, lembra-se da figura do médico, ou de uma sala de hospital. Saúde é, na verdade, comer bem, evitar o stress, exercitar-se...

No Brasil, a saúde começou a receber mais atenção há apenas 58 anos, quando foi criado o Ministério da Saúde, no governo de Getúlio Vargas. Antes, o órgão compartilhava o mesmo espaço e orçamento com a Cultura e a Educação.

 
De lá para cá, entre todos os programas desenvolvidos, o mais efetivo é o Sistema Único de Saúde, que nasceu há 23 anos, junto com a constituição de 1988 e hoje é a alma do ministério. Antes, somente quem tinha carteira assinada tinha direito à saúde e, de uma hora para outra, o número de pessoas atendidas pulou de, cerca de 30 milhões, para quase 150 milhões, o que trouxe muitos problemas, que, mesmo após mais de duas décadas, ainda persistem.

Você e sua família entram em uma pizzaria e não sabem, mas estão utilizando o SUS. Quem faz a fiscalização do estabelecimento é a Vigilância Sanitária, financiada pelo SUS. Alguns usam mais, outros menos, mas todos são contemplados pelo sistema.

 
No total, o orçamento do Ministério da Saúde, em 2011, é de R$ 78 bilhões, segundo a Ong Contas Abertas. Este montante é dividido com estados e municípios. O secretário de Saúde de Lages, Juliano Polese, diz que “é pouco dinheiro”. Em Lages, explica ele, são investidos em saúde cerca de R$ 350 anuais, menos de R$ 1 por dia. Esse valor é custeado pela União, que contribui com 60%; Estado com cerca de 7% e município com 33%.


Por lei, o município deve investir 15% em saúde de toda a arrecadação. O estado investe 12% e o orçamento da União varia de acordo com o PIB: o orçamento é a própria variação.  Juliano explica que a quantidade é insuficiente e mesmo que houvesse mais R$ 30 bilhões, ainda não seria o suficiente. “Uma pessoa com hepatite C, por exemplo, precisa tomar interferon, que custa mil reais a dose. Por mês, ela toma duas ou três”.
 

O financiamento da saúde é o principal prblema do SUS, segundo a avaliação de Polese. Ele exemplifica o caso do salário dos médicos, em que o oferecido pelo SUS ainda é muito fora de mercado. “Por que ele vai trabalhar por 10 reais a consulta se no consultório eles cobram 200?”

 
Por outro lado, Juliano explica que essa mentalidade dos médicos está mudando. “Não adianta o neurocirurgião querer fazer uma cirurgia de coluna, que custa 30 mil reais, se não dá a oportunidade de a pessoa fazer a consulta e descobrir que precisa desta cirurgia. Alguns médicos já perceberam que fazer a consulta de graça é um bom negócio para eles, se não, a pessoa não vai ser operada”.

 
Outro problema é aquele médico que atende 16 pessoas em 20 minutos, mas Juliano diz que esse problema não é do SUS e sim do profissional. Ele ainda teoriza que há problemas no planejamento do Ministério. “Não se pensa a saúde de forma conjuntural. No caso do raio-x, temos em Otacílio Costa, Correia Pinto, São Joaquim e em Bom Retiro; mas estes aparelhos juntos não produzem 0,5% do que o aparelho de Lages faz”.

 
O que acontece, explica ele, é que o cidadão pressiona o prefeito, que pressiona o deputado, que consegue um aparelho através de emendas parlamentares. O problema se instala porque não há técnico para operar o equipamento (e às vezes não há demanda) e ele fica parado.

 “Não tem cabimento, em 18 municípios da Amures, nós termos 14 hospitais. Isso tem um custo. Temos que otimizar.Deveria ter cinco hospitais, no máximo seis. Nós temos leitos sobrando, o problema é que tem onde não precisa, ou onde não tem profissionais para resolver os problemas que o paciente tem”, diz Juliano. “Hoje a pessoa se interna em Anita Garibaldi e amanhã está em Lages para resolver o problema, porque lá não tem especialista”, exemplifica ele.

 “Tem que fechar hospital? Tem. Mas quem vai ser o político que vai bancar o fechamento de um hospital?”. Segundo Polese, ninguém quer ir para um hospital, mas todo mundo quer ter um por perto. “É uma questão cultural”.

 Na opinião do secretário, o melhor modelo de saúde é o focado na atenção básica (postos de saúde e policlínicas) e não hospitais. Ele explica que a unidade básica é a responsável por promover a saúde e prevenir doenças.
 

Em Lages, são duas (em dois casos três) equipes de saúde da família que trabalham em cada unidade básica. Cada equipe custa cerca de R$ 30 mil, sendo que o município financia metade disso. A união e o estado a outra metade.