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GERAIS
Mulher dá à luz e deixa o filho no hospital


Um bebê recém-nascido foi abandonado pela mãe na Fundação Hospitalar de Rio Negrinho, no Planalto Norte do Estado, na noite de quinta-feira. A mulher deu entrada na unidade sem documentação e teria dado um nome falso. Segundo o delegado responsável pelo caso, Fernando Lúcio Mendes, a mãe deixou o hospital sem ser vista.

Como as câmeras do circuito interno registraram imagens da sua fuga, a polícia já tem uma suspeita. Seria uma mulher de 25 anos. Em buscas na casa dela, os investigadores encontraram a residência vazia. Se for localizada, ela pode ser indiciada por abandono de recém-nascido. O menino está aos cuidados do Conselho Tutelar do Município.


CAPA
Imagem distorcida

Quem sofre de vigorexia sempre se enxerga franzino, mesmo que tenha um corpo “bombado”. Aí, usa anabolizantes, que fazem mal à saúde
O amigo que dispensa o chope com a turma porque a dieta não permite e que está sempre na academia. Todo mundo conhece alguém mais ou menos assim. Parece excesso de vigor físico – e, muitas vezes, é mesmo –, mas a preocupação exagerada com o corpo tem, algumas vezes, implicações médicas. A vigorexia é o que os especialistas chamam de transtorno dismórfico corporal, um distúrbio que, assim como a anorexia, faz com que o doente enxergue no espelho uma imagem que não corresponde à realidade. Tanto que, nos anos 1990, quando os médicos começaram a esmiuçá-la, era chamada de anorexia reversa: mesmo com músculos pulando pela camisa e barriga de tanquinho, o que o vigoréxico vê é a imagem de alguém franzino.

– Essas pessoas sentem vergonha do próprio corpo – diz o educador físico Flávio Dezan, do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte da Universidade Estadual de São Paulo.

– Estão sempre com camisas largas e moletons e evitam situações em que precisam expor o corpo, como praia ou clube. O sofrimento é evidente, e aumenta conforme os objetivos na academia vão ficando mais ambiciosos. Se perto do trabalho não existe uma academia, por exemplo, o vigoréxico se demite.

Junto ao sofrimento psicológico e às frequentes lesões musculares e articulares pelas longas horas de esforço repetitivo, somam-se problemas renais e no fígado. A principal preocupação dos médicos é quanto ao uso de anabolizantes, uma constante entre os vigoréxicos.

– O abuso de suplementos alimentares e de anabolizantes é o maior risco. Ele pode levar à atrofia dos testículos, à disfunção erétil e à infertilidade do homem – alerta o psiquiatra Alexandre Azevedo, da USP.

Como o conhecimento sobre a doença é recente – foi identificada em 1993 –, pouco se sabe sobre ela. Quase sempre deriva de um quadro grave de baixa autoestima, geralmente vem acompanhada de outros distúrbios psicológicos, como ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo e depressão. É uma associação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos, acredita Azevedo. O tratamento depende de cada caso. O importante é procurar ajuda médica.

ESTÔMAGO
Gastrite é fogo

Saiba o que há de mais recente sobre as causas e tratamentos desta doença, que atinge 40% da população
Algo deu errado e você sente o estômago pegar fogo. Se a cena lhe parece familiar, não se desespere: você não está sozinho. Especialistas calculam que quatro em cada 10 brasileiros padeçam de pelo menos um dos sintomas de dispepsia (que em grego significa “difícil digestão”), doença conhecida como gastrite. No mundo todo, segundo o Journal of Clinical Gastroenterology, mais de 40% da população mundial sofre do mal.

Em situações normais, quando o alimento é ingerido, ele passa pelo esôfago e entra no estômago, onde um ácido ajuda no processo de digerir a comida. Tudo ocorre tranquilamente. O mesmo não ocorre no estômago dispéptico. Devido a diversas causas – sendo algumas impossíveis de serem identificadas –, ocorre uma espécie de destruição de uma camada protetora no estômago, permitindo que o ácido altere a sua função. Aí, surge uma série de sintomas. E isso dói – e como dói.

Se você é do grupo dos que costumam sentir dores e queimação no estômago, sensação de que comeu demais sem ter comido muito (saciedade precoce), estufamento, refluxo, náuseas e vômitos, é provável que você já tenha recebido diagnóstico de dispepsia, que se divide em dois grupos.

O primeiro é dos dispépticos funcionais – que desenvolvem a popular “gastrite nervosa” e podem ser, ou não, portadores da bactéria Helicobacter pylori, e nos quais não são identificadas outras doenças nos exames complementares.

O segundo é o grupo dos pacientes que têm alterações anatômicas, como úlceras ou câncer do estômago, e que são chamados dispépticos “orgânicos”. Mas é no grupo dos dispépticos funcionais, os pacientes com “gastrite”, que as pesquisas científicas avançam com mais intensidade.

Após décadas de controvérsias entre médicos, que se dividem sobre a eficácia de erradicar ou não a pylori com antibióticos nos pacientes com dispepsia funcional e que sejam portadores da bactéria (nos pacientes com úlceras, a erradicação do Helicobacter pylori é obrigatória), hoje já se pode dizer que dar fim a este micro-organismo faz sentido.

De maneira geral, recorda o gastroenterologista Luiz Edmundo Mazzoleni, os médicos que são a favor da eliminação da bactéria acreditam que isso possa melhorar os sintomas. Os que são contra a erradicação alegam que isso não melhora os sintomas e que a eliminação da bactéria poderia provocar a Doença do Refluxo e alterações imunológicas.

Uma equipe médica de mais de 50 profissionais vinculados ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) concluiu que é válido tratar quem tenha esta bactéria em um estudo inédito, realizado com 842 pacientes com dispepsia não investigada, entre 2006 e 2009. O trabalho foi publicado na revista Archives of Internal Medicine, novembro passado, e ganhou repercussão mundial.

– Ao submeter os voluntários a endoscopias e tratamentos, descobrimos que vale a pena, sim, erradicar a bactéria com antibióticos. A equipe chegou à conclusão de que uma boa parcela de pacientes se beneficiava com o tratamento – comemora Mazzoleni, coordenador do estudo, lembrando que a infecção pelo H. pylori é apontada como principal causa das úlceras do estômago e do duodeno (92%), podendo, em raros casos, evoluir ao câncer gástrico, o segundo mais frequente no mundo.

A descoberta, além de desmistificar o tema, deverá servir de aporte para que os médicos prescrevam antibióticos e tratem a Helicobacter pylori nos dispépticos funcionais, ainda que não haja um consenso total entre os médicos sobre o assunto.

De acordo Laércio Tenório Ribeiro, membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), as controvérsias sobre a abordagem terapêutica para todos os infectados variam. Por enquanto, é cedo para dar como encerrada a discussão sobre a interação do nosso organismo com a bactéria.

– Será que sua presença é sempre prejudicial ou, em alguns casos, onde não ocorre interferência mensurável na condição de saúde, poderia atuar como agente simbiótico? Qual sua importância no equilíbrio do nosso sistema imunológico? Há muitas perguntas ainda sem resposta. O mais comum é, caso a gastrite seja confirmada, utilizar o tratamento com medicamentos que inibem a secreção de ácido pelo estômago, desta forma diminuindo a agressão à mucosa – afirma Ribeiro.

Resultados da pesquisa com 842 dispépticos não investigados:

Dispepsia funcional: 640 (76%)

Úlceras pépticas: 39 (4,6%)

Neoplasias gástricas: 4 (0,5%)

Esofagites pépticas: 160 (19%)

H. Pylori: 422 (66%)

Um incômodo ainda sem cura

As pessoas que sofrem da chamada dispepsia funcional, popularmente chamada de gastrite nervosa, podem ser, ou não, possuidoras da bactéria Helicobacter pylori – o que equivale a 34% do total de casos estudados na pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Para os que não possuem a bactéria, a notícia não é nada animadora: não há muito o que fazer senão cuidar da qualidade da alimentação e manter a mente em dia, já que as emoções interferem no bom funcionamento do estômago.

– O problema no tratamento é que a medicina ainda não conseguiu medicamentos totalmente eficientes para corrigir os distúrbios da função do trato digestivo. E é por isso que as pessoas sofrem tão cronicamente com essas doenças funcionais a vida toda. É um problema mais complexo, que ainda não tem cura – diz o gastroenterologista Mazzoleni.

Em outra experiência do grupo, Mazzoleni verificou o custo social dos sintomas dispépticos, incluindo diretos e indiretos, como perda de produtividade, que chega a R$ 50 bilhões por ano no Brasil.

O que piora
- Comer frutas cítricas, como laranja, bergamota, limão, maracujá e abacaxi
- Mascar chiclete
- Frituras e embutidos, como os salgadinhos de festa, salsicha, salame e mortadela
- Condimentos fortes, como pimenta, temperos prontos, molho shoyu, catchup e mostarda
- Produtos ricos em corantes e conservantes, como sucos em pó, sopas instantâneas e salgadinhos de pacote
- Cafeína, presente não só no café, mas também nos chás preto e mate e nos refrigerantes
- Medicações irritativas, como os anti-inflamatórios e aspirina
- Bebidas alcoólicas

O que ajuda
1 Mastigue bem os alimentos, pois a digestão começa na boca
2 Faça refeições nos horários e ambiente corretos
3 Não fique muito tempo em jejum
4 Levante a cabeceira da cama
5 Invista em pratos saudáveis, com verduras e legumes
6 Exercite-se
7 Mantenha o peso sob controle
8 Coma bolachas água e sal e de maisena no intervalo das refeições
9 Evite líquidos e comidas gordurosas ou de difícil digestão antes de dormir
10 Coma frutas como lima, banana, maçã, pera, goiaba
e mamão
11 Tome chás digestivos, como alecrim e hortelã


AN Joinville | SAÚDE
Crócomo deixa a secretaria

Pedido para sair da pasta foi entregue ontem à tarde ao prefeito Carlito
Tarcísio Crócomo não é mais secretário da Saúde do governo Carlito Merss (PT). Ontem, Crócomo pediu exoneração alegando problemas de saúde. Até segunda-feira, o prefeito anuncia quem irá comandar a pasta. Essa é a primeira saída de um secretário da saúde do governo Carlito. Enquanto não decide o substituto, quem irá atender interinamente pela secretária será a diretora-executiva Michele Andrade.

No fim do ano passado, Crócomo já havia entregado um pedido de demissão para Carlito, mas o prefeito não aceitou a exoneração. Com problemas no coração, em janeiro Crócomo, que é pediatra, pediu para tirar licença de um mês, aconselhado por médicos. O tempo passou e o quadro clínico do secretário não se alterou. Houve a recomendação médica para ele diminuir a carga horária de trabalho. Ontem, no começo da manhã, ele conversou com o prefeito Carlito e pediu para deixar a pasta. “Perdemos um grande secretário, que estava consertando uma área prioritária para Joinville”, diz.

Segundo o prefeito, o secretário foi responsável direto pelo aumento de investimentos no setor nos últimos anos. Na gestão de Crócomo, foi inaugurado o PA do Aventureiro, que diminuiu um pouco as demandas da saúde em Joinville. Com muitos elogios ao ex-secretário, Carlito fez questão de falar que não há crise na Saúde de Joinville e que o novo secretário apenas irá continuar o trabalho do antecessor. Crócomo era da cota pessoal de Carlito. Ligado ao prefeito, além de comandar a Secretaria da Saúde, ele também atendia em um posto de saúde no Centro.

Para o lugar de Crócomo, o prefeito Carlito alega que irá buscar uma solução técnica, sem vínculos partidários. Quatro nomes estão na disputa. Um deles é de Michele Andrade, que já vinha respondendo pela pasta na ausência do ex-secretário, no último mês. Outro nome cotado para assumir o cargo é Agostinho Rosa, que atualmente cuida da gerência de convênios. “Não iremos inventar. A intenção é fechar logo na escolha de um nome para não prejudicar o setor. A questão partidária não terá importância nessa decisão”, disse Carlito.

Para 2012 está previsto um orçamento de R$ 279,4 milhões, sem contar o Hospital São José. Durante toda a tarde, a reportagem de “A Notícia” tentou contato com o ex-secretário Crócomo, mas não obteve sucesso. Seus dois celulares permaneceram desligados.


AN Joinville | REMÉDIO GRATUITO
Falta já atinge os postos

Estoque zerado de alguns produtos afeta unidades básicas de saúde

Os remédios que estão em falta no estoque da Central de Abastecimento Farmacêutico começam a terminar nas farmácias dos postos de saúde. Ontem, “A Notícia” visitou três locais e constatou o problema (confira os remédios na lista ao lado).

A central não dispõe de 22 dos 128 medicamentos fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desde o fim do ano passado, os postos não recebem três medicamentos. Um deles é a Sinvastatina 10 mg, 40 mg e 80 mg, que é utilizada no combate ao colesterol. Esse medicamento não está sendo produzido por falta de matéria-prima.

Uma compra emergencial de Sinvastatina 20 mg foi feita em outro laboratório, que também não está produzindo o remédio na apresentação de 10 mg, 40 mg e 80 mg. O medicamento Vafarina, que é um anticoagulante, e o sulfato ferroso, um sal inorgânico, geralmente indicado para anemia, também estão em falta pelo mesmo motivo.

Uma lista com medicamentos indisponíveis estava exposta na farmácia do posto de saúde do bairro Fátima. No momento em que chegou para buscar o medicamento Losartana para o pai, a auxiliar administrativa Solange Suelen Maenchen percebeu que mais um remédio estava indisponível, aumentando a lista.

A coordenadora regional do Fátima, Leila Narloch Graudin, explica que o pedido é feito mensalmente à Central de Abastecimento Farmacêutico. Nos postos do Paranaguamirim e do Jarivatuba, faltam oito remédios da lista.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que todos os medicamentos já foram comprados e a central aguarda a entrega, que deve ocorrer no próximo mês. A secretaria faz o pedido antes de acabar o estoque, mas alguns problemas atrasaram a entrega.

A impugnação de uma distribuidora que não forneceu um documento pedido pela secretaria, a falta de matéria-prima para a fabricação de remédios e a retirada de produtos do mercado são alguns dos motivos. O estrógeno conjugado, usado para combater os sintomas da menopausa, por exemplo, não será mais fabricado.

Para conseguir abastecer os postos, a secretaria informa que precisou fazer a compra direta dos fornecedores, em caráter emergencial. Uma comissão de análise jurídica foi criada para tratar os problemas com as distribuidoras.


AN Joinville | SÃO JOSÉ
Novo cenário, mas ainda não é o ideal

As medidas tomadas em 17 de fevereiro pelo Comitê de Saúde começam a surtir efeito no Hospital São José. Os primeiros impactos são a reabertura do centro cirúrgico para os procedimentos eletivos e a diminuição no número de pacientes no pronto-socorro, que continuará fechado. Essas são as avaliações do comitê em reunião ontem.

Segundo o diretor-presidente do São José, Tomio Tomita, as medidas ajudaram a aliviar a superlotação, mas não como a administração gostaria. “Um pouco está desafogado. Somando as iniciativas, deu resultado. Mas ainda não está tão bom”, avalia. Na quinta-feira, 47 pacientes estavam no setor. Ontem, o número subiu para 62.

Para a área administrativa, também são discutidas medidas. A proposta para agilizar o processo de liberação de leitos tem sido estudada com o gabinete da Prefeitura. A ideia é contratar gestores para algumas áreas, como de controle de leitos.

O chefe de gabinete da Prefeitura, Eduardo Dalbosco, diz que a prioridade agora é para a contratação de 42 funcionários para ala de internação no quarto andar do prédio. Os servidores aprovados no último concurso já estão sendo chamados e alguns serão selecionados no próximo.

Enquanto o quarto andar não reabre, os novos funcionários irão trabalhar no pronto-socorro do hospital para ajudar os servidores que estão sobrecarregados.

AN Estado | RIO NEGRINHO
Mãe deixa bebê em hospital

Mulher deu entrada sem documento e informou nome falso. E saiu sem ser notada
Um bebê recém-nascido foi abandonado pela mãe na Fundação Hospitalar de Rio Negrinho, no Planalto Norte do Estado, na noite de quinta-feira. A mulher deu entrada na unidade sem documentação e teria informado um nome falso antes do parto.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Fernando Lúcio Mendes, a mãe deixou o hospital após ter o bebê, sem ser vista pelos profissionais da instituição. Como as câmeras do circuito interno da Fundação Hospitalar registraram imagens da mãe, a polícia já tem uma suspeita.

O delegado acredita que seja uma mulher de 25 anos. Em buscas na casa dela, os investigadores encontraram a residência vazia. Se a mulher for localizada, ela pode ser indiciada por abandono de recém-nascido.

“Mas precisamos interrogá-la para ter certeza da motivação desse abandono. É possível que ela também esteja precisando de ajuda”, observa o delegado. O bebê, que é um menino, está sob os cuidados do Conselho Tutelar do município.

O futuro da criança vai depender das investigações. “Se a mulher for identificada, pode ser que encaminhem a criança a algum membro da família”, explica Mendes.

 

Fila do SUS ultrapassa os 10 mil
Lages, 25 e 26/02/2012, Correio Lageano por Suzani Rovaris

Mais de 10 mil pessoas esperam na fila para atendimento especializado no Sistema Único de Saúde (SUS), em Lages. Apenas 147 especialistas trabalham para dar conta dessa demanda. A Secretaria Municipal da Saúde quer aumentar o quadro clínico, mas a resistência dos médicos para as negociações ainda é grande.

O secretário da Saúde, Paulo Duarte, diz que o número de médicos não é suficiente para as especialidades do SUS. Neurologia é a que apresenta maior problema. Mil pacientes aguardam na fila e não há médico disponível. Um está de licença e há negociação com outro.

Para a especialidade cardiológica, cerca de 500 pessoas aguardam. Há dois cardiologistas atendendo e há negociação com um terceiro. A aposentada Zilma Branca de Oliveira, 59 anos, espera por um atendimento desde novembro do ano passado. Ela já fez três cateterismos e possui problemas de arritmia cardíaca. Como não tem condições para pagar um médico particular vai ser obrigada esperar na fila.

Em ginecologia, são 90 mulheres na fila, dessas 47 aguardam por cirurgias de laqueadura. Não há ginecologista atendendo pelo SUS, apenas algumas negociações. O setor que trata da Saúde da Mulher não considera a fila grande, pois atualmente mais homens procuram pela vasectomia, o que diminui o número de mulheres à procura pela cirurgia. Outro fator relacionado é a facilidade e rapidez da operação. No mesmo dia o homem recebe alta, diferente da mulher.

Outra especialidade que apresenta problema é a anestesiologia. Apesar de haver 12 anestesistas atendendo, a fila passa de 500 pessoas. Em alguns casos, há médico para fazer a cirurgia, mas a operação não pode ser feita por falta de anestesista.

No ano passado, em maio, um caso que chocou a comunidade, foi a morte de Salete Terezinha Rodrigues Waltrich (47). Ela sofreu nove paradas cardíacas e morreu porque não havia atendimento anestésico. Salete foi uma das vítimas que sofria com a falta de atendimento médico na época.


Município quer diminuir filas

A Secretaria Municipal da Saúde quer diminuir a fila de espera e pretende fazer isso em, no máximo, dois meses. O secretário Paulo Duarte disse que vai fazer um mutirão de atendimentos pelo SUS, no município.

Mesmo assim, o problema pode voltar com o surgimento de novas filas, pois o número de médicos pode continuar o mesmo, se não houver novas contratações. Um dos motivos pela resistência dos médicos é o valor pago pelo SUS que não compensa.

O presidente regional do Sindicato Estadual dos Médicos, Fernando Pagliosa, não foi encontrado para comentar sobre o assunto. Em matéria publicada pelo Correio Lageano, na edição de 12 e 13 de novembro do ano passado, Pagliosa havia informado que os médicos não têm interesse em trabalhar, pois o salário pago não compensa para o profissional que precisaria parar de atender em consultório particular.

O cardiologista Eriton de Abreu Silva diz que o problema está no honorário. Os valores, segundo ele, são extremamente defasados. Enquanto receberia R$ 14,00 pelo SUS, o valor passa de R$ 100,00 no atendimento particular. “Não existe uma política adequada para compensar o trabalho do médico que atende pelo SUS”, fala ele. O cardiologista esteve em conversa com o secretário Duarte, na manhã de sexta-feira (24), e confirmou que também atenderá pelo SUS.


Prevenção da saúde pode evitar novas consultas

Além do alto número de pessoas aguardando na fila, mais 37 mil são atendidas por mês. Uma média de 24% da população lageana consulta. Isso, sem contar os atendimentos em consultórios particulares, nos pronto-atendimentos em bairros, Hospital Infantil Seara do Bem e na Urgência e Emergência do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres.

Uma parte da população ainda prefere tomar remédio do que criar hábitos preventivos. Alguns atendentes da Secretaria Municipal da Saúde contam que há pessoas consultando por determinados problemas de saúde que não precisariam, se tivessem uma alimentação saudável ou praticassem exercícios físicos.

A maneira mais eficaz de se prevenir contra diversas doenças, como poliomielite (paralisia infantil), tuberculose, rubéola, e febre amarela, entre outras, é a vacinação. Evitar o tabagismo e o alcoolismo também contribuem para uma vida mais saudável e consequentemente menos procura pelo médico.