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GRIPE B EM CRUZEIRO
Inspeção atrasa desembarque

Passageiros tiveram que esperar uma vistoria da Anvisa, que durou cerca de oito horas, para descer em São Francisco do Sul
Os passageiros do cruzeiro MSC Armonia, que saiu de Santos, no litoral paulista, precisaram de paciência redobrada para retornar à rotina neste domingo. O desembarque, marcado para as 6h30min, em São Francisco do Sul, no Litoral Norte do Estado, só aconteceu cerca de oito horas mais tarde.

O motivo foi uma inspeção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), depois que a tripulante Fabiana Pasquarelli, 30 anos, morreu, no dia 17, vítima de uma infecção respiratória aguda provocada pelo vírus Influenza B, um tipo de vírus de gripe menos frequente.

De acordo com o empresário Rodrigo Geara, 35 anos, que mora em Curitiba e desembarcou em São Francisco do Sul, o embarque aconteceu em Santos um dia depois da morte da tripulante e também teve um atraso de cerca de cinco horas devido a uma inspeção da Anvisa.

– Sei que em todos os portos que o navio atracou foi feita uma vistoria, mas nada foi informado. Havia um cochicho, mas nada que atrapalhou a viagem – conta.

A falta de informações acabou gerando confusão entre alguns passageiros, que pediram para desembarcar do navio antes do previsto, mas tiveram o pedido negado.

De acordo com um dos tripulantes, que não quis se identificar, pelo menos outros 20 casos de gripe foram registrados no navio entre tripulantes e passageiros. Segundo ele, o que comenta-se entre os funcionários do navio é que Fabiana teria morrido por um erro médico.

– Outras pessoas que apresentaram os sintomas foram medicadas e passam bem – disse o funcionário.

Segundo ele, para acalmar os ânimos dos passageiros e evitar confusão, o bar do navio foi aberto.

A assessoria de imprensa do MSC Armonia não soube informar por quanto tempo durou a vistoria, mas, segundo a Anvisa, nada foi encontrado a bordo. O navio, que tem capacidade para 2 mil passageiros, passou pela Argentina e pelo Uruguai, devendo seguir para Santos hoje.

O que é
- A influenza ou gripe é causada por três tipos de vírus (A, B, C), sendo o do tipo A o que mais comumente causa surtos e epidemias, a exemplo da recente pandemia provocada pelo vírus H1N1, desde 2009.
- A gripe A infecta não apenas humanos, mas outros animais, como os suínos e aves. Já a gripe B afeta, basicamente, pessoas. Por isso, o tipo A é mais difundido na natureza e tende a causar grandes epidemias e até pandemias.
- No caso da B, cujo vírus evolui mais lentamente, o potencial de causar epidemias é pequeno. Mas isso não quer dizer que não possa iniciar um surto.
- O tipo C é menos frequente e causa, geralmente, doença subclínica, não tendo impacto na saúde humana.
- A manifestação da grande maioria dos casos de gripe A e B evolui sem complicações, com cura espontânea em sete dias. No entanto, raros casos podem evoluir para insuficiência respiratória, pneumonia, septicemia e morte.

GRIPE B EM CRUZEIRO
Mais uma inspeção hoje

O navio de cruzeiros MSC Armonia vai passar por uma nova inspeção da Anvisa assim que chegar ao Porto de Santos, na manhã de hoje. A decisão foi tomada após reunião realizada entre as secretarias Municipal e Estadual de Saúde.

Os encontros acontecem desde a semana passada, quando Fabiana Pasquarelli, que trabalhava a bordo da embarcação, foi internada com insuficiência respiratória e morreu.

Em nota, a MSC Cruzeiros afirmou que tomou conhecimento da inspeção agendada pela Anvisa. Segundo a empresa, as inspeções feitas pela Anvisa, bem como por outras agências reguladoras, a bordo dos navios, são rotineiras e integram os procedimentos nacionais e internacionais relativos ao setor.

A empresa ainda enfatiza que todas as inspeções realizadas nesta temporada, tanto no Brasil quanto no Uruguai e na Argentina, atestaram que os navios estão em perfeitas condições de saúde, higiene e segurança, conforme regulamentado pela Organização Marítima Internacional (IMO).


SÁUDE
Projeto proíbe chupetas com bisfenol-A

A Câmara analisa o projeto de lei já aprovado pelo Senado que proíbe a comercialização e a distribuição gratuita de mamadeiras, bicos e chupetas que contenham bisfenol-A.
Segundo o autor da proposta, o senador Gim Argello (PTB-DF), estudos demonstraram potencial cancerígeno dessa substância, além de efeitos adversos no desenvolvimento físico, neurológico e comportamental de crianças.
O projeto foi apresentado em junho de 2010. Em setembro de 2011, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) baixou resolução proibindo bisfenol-A em mamadeiras a partir de janeiro de 2012. Assim, o projeto apenas transforma a resolução em lei, além de incluir bicos e chupetas, que não são mencionados na norma da Anvisa.
O autor da proposta afirma que o bisfenol-A está presente no plástico policarbonato e é liberada quando este é aquecido. Ele diz ainda que essa matéria-prima pode ser facilmente substituída por outra.
SÃO PAULO


AN Joinville | TURISMO SÓ A BORDO
Precaução na passagem de navio

Passageiros são impedidos de descer em São Francisco por causa de gripe B
Os passageiros de um cruzeiro que saiu de Santos há uma semana precisaram de paciência redobrada para retornar à rotina ontem. O desembarque dos passageiros do cruzeiro MSC Armonia, marcado para as 6h30, em São Francisco do Sul, no litoral Norte do Estado, só aconteceu cerca de oito horas mais tarde. O atraso aconteceu devido a uma inspeção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), depois que a tripulante Fabiana Pasquarelli, 30 anos, morreu, no último dia 17, vítima de uma infecção respiratória aguda provocada pelo vírus influenza B.

De acordo com o empresário Rodrigo Geara, 35 anos, que mora em Curitiba e desembarcou em São Francisco do Sul, o embarque no navio, em Santos, no sábado, já foi realizado após cerca de cinco horas de atraso devido a uma inspeção realizada pela Anvisa. “Sei que é preciso, mas nada foi informado aos passageiros”, conta.

A falta de informações revoltou alguns passageiros, que pediram para desembarcar antes do previsto, mas tiveram o pedido negado. De acordo com um dos tripulantes, que não quis se identificar, pelo menos outros 20 casos de gripe foram registrados no navio. “Outras pessoas que apresentaram os sintomas foram medicadas e passam bem”, conta. Segundo ele, para acalmar os passageiros e evitar confusão, o bar do navio foi aberto.

A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde não soube informar por quanto tempo durou a vistoria. Segundo a Anvisa, nada foi encontrado a bordo.

TURISMO SÓ A BORDO
Mais uma inspeção hoje

O navio de cruzeiros MSC Armonia será inspecionado pela Anvisa assim que chegar em Santos, hoje. A decisão foi tomada após reunião entre as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde. Em nota, a MSC Cruzeiros afirmou que tomou conhecimento da inspeção agendada pela Anvisa. Segundo a empresa, as inspeções feitas pela Anvisa, bem como por outras agências reguladoras, a bordo dos navios, são rotineiras e integram os procedimentos nacionais e internacionais relativos ao setor.

A MSC ainda enfatiza que todas as inspeções foram realizadas nesta temporada, tanto no Brasil quanto no Uruguai e na Argentina.


Viver Bem | MEDICINA VIA WIRELESS

Chip sob a pele permite que médicos administrem remédios por computador ou celular
À noite, um diabético abusa do chocolate. Pela manhã, o nível de glicose no sangue atinge um nível crítico. Antes que o paciente possa sentir os efeitos, porém, um sensor capta o problema. No consultório, o médico é avisado e, por uma conexão sem fio (wireless), receita uma dose extra de insulina. Um chip, escondido sob a pele do doente indisciplinado, recebe a ordem e libera o remédio na corrente sanguínea. Tudo isso ocorre enquanto o diabético escova os dentes tranquilamente. A boa notícia? Essa medicina já nasceu e, em pouco tempo, vai estar ao alcance do público.

No início deste mês, cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) anunciaram que, pela primeira vez, um microchip capaz de aplicar remédios a partir de comandos a distância foi testado com sucesso em humanos. As cobaias – sete mulheres entre 65 e 70 anos que sofrem de osteoporose – se mostraram muito felizes com o resultado. Durante os 20 dias de testes, o chip administrou doses diárias da droga a todas elas, sem nenhum tipo de efeito adverso. Aparentemente, a “instalação” do dispositivo em cada voluntária foi quase tão suave quanto a terapia.

Em uma cirurgia de 30 minutos, o médico inseriu-o sob a pele da paciente, na região abdominal. Dentro do microcircuito, as doses estavam isoladas uma das outras, encerradas em cápsulas de titânio e platina. Quando necessário, o médico enviava a ordem de administrar o medicamento via wireless, em uma frequência especial chamada medical implant communication service (MICS). Quando recebia a ordem, o microchip emitia um pequeno sinal elétrico que derretia a película em torno da dose, liberando-a.

Os pesquisadores avisam que esse é só o começo. Segundo os cientistas, também será possível que cada pessoa carregue uma farmácia completa dentro de si, com uma combinação variada de drogas.

“No futuro, pretendemos combinar outros sensores com o microchip. Assim, os médicos poderão acompanhar o status de seus pacientes por celular ou computador e revisar sua agenda de prescrições se necessário”, revela Robert Farra, líder do estudo.

Ideal para a terceira idade
O microchip desenvolvido pela equipe do MIT promete ajudar idosos a viver com mais autonomia.

“O dispositivo é programado para liberar as doses automaticamente. Desta maneira, os pacientes não precisam se lembrar de tomar a medicação todos os dias e podem se livrar do fardo psicológico representado pela doença”, explica Farra.

Principalmente entre pessoas da terceira idade, tratamentos contínuos representam um desafio quando a memória começa a falhar. E as consequências do esquecimento das pílulas podem ser severas. Idosos, entretanto, estão longe de ser os únicos beneficiários da tecnologia. Pessoas que sofrem de doenças crônicas, especialmente aquelas que demandam injeções constantes, como o diabetes, estarão entre os principais privilegiados.

Porém, nem tudo é perfeito. Paulo Olzon, professor de clínica geral da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), lembra que o velho método é, ainda, o mais seguro e recomendado. “A opção oral é a mais segura por várias razões, a começar pelo controle”, afirma.

Viver Bem | ADOÇANTES
A polêmica dos ADOÇANTES

Eles já foram os protagonistas do emagrecimento, mas pesquisas associam seu consumo à obesidade
Os adoçantes artificiais já tiveram seus dias de glória. Eles foram considerados a salvação do emagrecimento e as famosas “gotinhas” ou o pozinho em sachês, eram presença garantida na mesa de quem estivesse em dieta. Embora tenham ficado na berlinda por muito tempo, depois inocentados, seu uso por pessoas não diabéticas ou que não tenham problema de sobrepeso está sendo cada vez menos recomendado por especialistas.

A mudança ainda é tímida nos consultórios, até mesmo porque trata-se de uma alternativa fundamental para quem não pode desfrutar do açúcar e para quem não pode usufruir do paladar doce sem aumentar o nível de glicose do sangue. Além disso, o risco de aumentar de peso com açúcar continua sendo maior.

Desde a década de 70, trabalhos científicos famosos revelaram um potencial cancerígeno atribuídos a eles. Além disso, doenças neurológicas, autoimunes e degenerativas poderiam ser causadas por adoçantes, deixando dúvidas e insegurança aos consumidores. Com o passar do tempo, as suspeitas foram caindo por terra. Isso ocorreu pelo fato de que a maioria dos trabalhos científicos que relatava resultados deletérios dos adoçantes usava quantidades extremamente elevadas desses compostos. Alguns protocolos de pesquisa chegaram a usar nos ratinhos, o equivalente a mais de 2 mil latinhas de refrigerantes por dia. Assim, esses resultados não foram comprovados em humanos e os adoçantes ganharam a confiança do mundo acadêmico e receberam o aval da maioria das agências reguladoras mundiais.

Porém, há três anos, um estudo em animais de laboratório levantou uma nova questão. De acordo com os autores, estas substâncias podem levar ao ganho de peso. Eles estudaram dois grupos de ratos – um grupo ingerindo uma dieta com adoçantes e outro grupo com dieta normal – e foi notado que os animais que consumiam refeições com adoçantes comiam mais e, por conseguinte, engordavam mais do que o grupo que comia alimentos sem adoçantes. Com isso, foi levantada a hipótese de que ao sentir o sabor doce na boca, o corpo se prepararia para receber as calorias do açúcar e quando elas não vêm, passaria a buscar esse nutriente em vários alimentos, principalmente carboidratos. Dessa forma, estaria predisposto a comer mais e a engordar. Essa hipótese aguardava por comprovação em humanos, que pudesse nos responder e explicar essa possível ligação entre adoçantes artificias e ganho de peso.

“O fato é que há um abuso por parte da população com relação a produtos diet e light”, esclarece a endocrinologista Jacqueline Rizzolli. Segundo a Jacqueline, há uma necessidade de conscientizar a população que a alimentação saudável – com produtos naturais, orgânicos, com baixo consumo de gorduras animais e de açúcares refinados – é sempre a alternativa mais saudável e recomendada. Já o consumo da adoçantes artificiais em pequenas doses, com acompanhamento médico e nutricional, pode ser mantido, principalmente visando a restrição de calorias.

E não se pode esquecer que produtos adoçados artificalmente, por si só, não emagrecem ninguém. Muitos têm bastante gordura e calorias. Hoje, preconiza-se que eles devem ser usados conforme o peso e massa corporal do indivíduo. Para Carlos Gouvea, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres Diet e Light (Abiad), o estudo que defende que os adoçantes engordam não é conclusivo. Segundo a Abiad, os próprios autores apontam para a complexidade da questão e da dificuldade em comparar-se os modelos de consumo animal e humano. De acordo com Gouvea, o poder de adoçar dos edulcorantes (adoçantes) é maior que o açúcar branco, o que justifica sua baixa utilização em termos de volume, entretanto estes não estão isentos de calorias.

Conforme a nutricionista Daniela Casagrande, estudos evidenciam que o consumo máximo e normalmente está bem acima do consumo habitual recomendado para a maioria das pessoas. “Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), um adulto de 60 kg pode consumir diariamente até 2.400 mg de aspartame, o que equivale a cerca de 60 sachês de 1g de adoçante ou quase quatro litros e meio de refrigerante adoçado só com aspartame. Como a maioria dos alimentos bebidas diet e light é formulada com mistura de adoçantes, evita-se a concentração da dosagem em um único adoçante, tornando o limite de consumo ainda mais distante”, diz Daniela.

O cérebro não gosta de ser enganado
Conforme a endocrinologista Jacqueline Rizzoli, quando ingerimos um alimento com açúcar, o sabor doce promove a ativação do que chamamos de fase cefálica da digestão, ou seja, o corpo se prepara para a chegada desse alimento, enviando mensagens para o cérebro e incluindo tanto a liberação de enzimas e outras substâncias que participam da digestão quanto a regulação do metabolismo.

Segundo ela, como os adoçantes artificiais não são alimentos, o cérebro acaba não os reconhecendo, e, por consequência, não satisfazendo nossa necessidade de glicose.

O endocrinologista Jorge Gross acrescenta que o efeito paradoxal dos adoçantes no peso foi descrito pela primeira vez há alguns anos faz sentido, pois parece estar relacionado ao efeito de gerar imagens hedônicas (de prazer) nas regiões do cérebro relacionadas ao prazer. “Desta forma, favorecem a ingestão de alimentos ricos em açúcar, farinhas e gorduras, como as tortas, bolos e sorvetes. Por isso, é preferível ingerir um pouco de açúcar sob a forma de doces de frutas, merengues do que alimentos com adoçantes”, conclui Gross.


Viver Bem | VIGOREXIA
Imagem distorcida

O amigo que dispensa o chope com a turma porque a dieta não permite e que está sempre na academia. Todo mundo conhece alguém mais ou menos assim. Parece excesso de vigor físico – e, muitas vezes, é mesmo –, mas a preocupação exagerada com o corpo tem, algumas vezes, implicações médicas. A vigorexia é o que os especialistas chamam de transtorno dismórfico corporal, um distúrbio que, assim como a anorexia, faz com que o doente enxergue no espelho uma imagem que não corresponde à realidade. Tanto que, nos anos 1990, quando os médicos começaram a esmiuçá-la, era chamada de anorexia reversa: mesmo com músculos pulando pela camisa e barriga de tanquinho, o que o vigoréxico vê no espelho é a imagem de alguém franzino.

“Essas pessoas sentem vergonha do próprio corpo”, explica o educador físico Flávio Dezan, do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).

“Estão sempre com camisas largas e moletons e evitam situações em que precisam expor o corpo, como praia ou clube. O sofrimento é evidente e aumenta conforme os objetivos na academia vão ficando mais ambiciosos. A prioridade é o corpo. Se não existe academia perto do trabalho, ele se demite. Se planeja uma viagem e descobre que não existe academia no hotel ou por perto, ele desmarca”, continua Dezan.

Junto ao sofrimento psicológico e às frequentes lesões musculares e articulares pelas longas horas de esforço repetitivo, somam-se problemas renais e no fígado. A principal preocupação dos médicos, no entanto, é quanto ao uso de anabolizantes, uma constante entre os vigoréxicos.

“O abuso de suplementos alimentares e de esteroides anabólicos são os maiores riscos. Ele pode levar à atrofia dos testículos, à disfunção erétil e, consequentemente, à infertilidade do homem”, alerta o psiquiatra Alexandre Azevedo, do Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

Como o conhecimento sobre a doença é recente – foi identificada em 1993 por um psiquiatra da Universidade de Harvard, nos EUA –, pouco se sabe sobre ela. A vigorexia ainda não é, por exemplo, categorizada pelos manuais de diagnóstico, mas sabe-se que, como quase sempre deriva de um quadro grave de baixa autoestima, geralmente vem acompanhada de outros distúrbios psicológicos, como ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo e depressão. É uma associação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos, acredita Azevedo.



Viver Bem | CÉREBRO
Lembrança aciona partes do CÉREBRO

Formação de memória de curto prazo exige trabalho complexo
A palavra memória evoca recordações importantes, como a infância, a formatura, o nascimento do filho… Nem só de fatos marcantes, porém, é composto o sistema de estocagem de informação do cérebro. Ao ter de decorar temporariamente um número de telefone ou a placa de um carro, a memória também entra em ação. Apesar de a tarefa parecer bastante simples, cientistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, descobriram que, na verdade, esse é um complexo sistema, que depende do funcionamento sincronizado de diferentes áreas cerebrais.

Segundo Stefanie Liebe, pesquisadora do Instituto Planck para Cibernética Biológica e principal autora da pesquisa alemã, as investigações sobre a memória de curto prazo – nome dado ao armazenamento de informações que logo serão esquecidas – ainda são muito restritas para um assunto tão instigante.

“Já parou para pensar que conseguimos nos lembrar de coisas que aconteceram há dez, 20 anos, mas, de um dia para o outro, podemos não recordar o nome de uma pessoa que nos foi apresentada ou, o que ocorre mais frequentemente, onde foi que colocamos os nossos óculos”, questiona.

Gregor Rainer, cientista que conduziu o estudo em laboratório, explica que é importante para o cérebro apagar parte das informações processadas ao longo do dia e que só precisam ser usadas por determinado tempo.

“A primeira fase da estocagem de informação é o contato sensorial. Passamos o dia inteiro vendo e ouvindo coisas. Imagine se tudo isso ficasse guardado. Já outras informações, como o nome da loja onde você viu um belo vestido e quer voltar depois para comprar, são algo que precisa ser armazenado, mas só por um pequeno período de tempo”, diz.

O pesquisador afirma que já se sabe que algumas regiões na parte frontal do cérebro estão envolvidas na formação e estocagem da memória de curto prazo, enquanto o processamento da informação visual acontece primeiramente na parte de trás do órgão.

“Mas para que consigamos nos lembrar dessas informações por um curto tempo, as duas regiões precisam trabalhar de forma coordenada. Como isso acontece é que permanecia, até agora, um mistério”, afirma.

Capacidade melhorada

Em outro estudo, neurologistas americanos demonstraram que é possível aumentar a memória por meio da estimulação de uma determinada zona do cérebro, de acordo com um estudo publicado na revista científica “New England Journal of Medicine”. Os cientistas, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, se concentraram no córtex entorrinal, uma região-chave do cérebro relacionada à memória e principal passagem antes do hipocampo, a área responsável pelo processamento dos sinais e o desenvolvimento da memória.

“O córtex entorrinal é a porta de acesso à unidade central da memória”, disse à agência France-Press Itzhak Fried, professor de neurocirurgia da Escola de Medicina David Geffen, da Universidade da Califórnia, principal autor da pesquisa. Segundo ele, toda a experiência visual ou sensorial que guardamos na memória passa por essa porta para chegar ao hipocampo. Nossos neurônios devem enviar mensagens por meio dessa passagem para que a memória se forme e a lembrança possa ser recuperada conscientemente.


Viver Bem | ESTRIAS
Difíceis de eliminar

Entre as indesejadas imperfeições femininas, as estrias figuram entre as que estão no topo da lista. O aspecto rasgado da pele aparece quando as fibras de sustentação da derme se rompem e deixam cicatrizes no local. Em algumas pessoas, as estrias chegam brancas. Noutras, mais rosadas. São comuns no quadril, nas pernas, no seio e na barriga, no caso das mulheres. E os homens não estão livres delas. É comum aparecer na adolescência, na fase do estirão, quando a pessoa cresce demais, de repente, e o organismo não estava preparado para ser tão esticado. Gravidez e alterações hormonais são causas comuns do problema.

O difícil é tratar: as cicatrizes são irreversíveis. Há tratamentos dermatológicos e estéticos que melhoram o aspecto da pele. Se feitos logo que as estrias surgem, são mais eficientes. As menores e mais finas podem até sumir. Entre as técnicas mais modernas para se livrar das estrias, está a injeção de fatores de crescimento.

Um conjunto de substâncias (a maior parte de natureza proteica, que desempenham funções na comunicação intercelular) é aplicado por meio de uma agulha fina na pele, promovendo uma renovação no local e reconstruindo a pele danificada pelas estrias.

“Não há como eliminar totalmente as estrias: é possível, porém, amenizá-las no início dos primeiros sinais”, afirma o dermatologista Marcello Duarte.

O QUE SÃO AS ESTRIAS?
A dermatologista Denise Steiner, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que as terapias para essas lesões demandam paciência e disciplina.
- Estrias são cicatrizes, e o tratamento é sempre complexo e lento. Dependendo da extensão, da idade e da profundidade, elas podem ser abrandadas a ponto de ficarem invisíveis a olho nu.
- Outro procedimento que vem sendo bastante usado é a intradermoterapia, que consiste em pequenas injeções de substâncias, como a vitamina C, associadas a anestésicos, para reduzir a ardência do tratamento.
- Esta técnica pode ser usada contra a celulite e gordura localizada, além das estrias. É feita a aplicação de microdoses de medicamentos nas áreas atingidas, com o objetivo de dar à pele um aspecto uniforme, revela Karine Bezerra, membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética.

 

Ensino e Saúde
Faculdade doa a hospitais


Florianópolis – A Faculdade Estácio vai doar equipamentos para exames de fonoaudiologia ao Hospital Infantil Joana de Gusmão, Hospital Governador Celso Ramos e Centro Catarinense de Reabilitação, em Florianópolis. A doação, que será realizada hoje, às 17h, no Hospital Infantil, atende acordo firmado entre a instituição e a Secretaria de Estado da Saúde, que em troca cede aos alunos dos cursos de saúde da Estácio os espaços necessários para prática de estágios obrigatórios.

Serão repassados 71 equipamentos, incluindo laboratórios de fonoaudiologia (adulto e infantil).


PLURAL | PERFIL
O guardião da vida

Nos ares. Salvamentos e operações de risco fazem a rotina do comandante do grupamento do Arcanjo-01

Em meio à névoa da tarde, o Arcanjo-01 pousa na frente ao hangar do aeroporto Hercílio Luz e o comandante Edupércio Pratts dá por encerrada a 1.419ª missão da carreira catarinense do helicóptero, iniciada dois anos atrás. A equipe – formada pelo piloto, co-piloto, dois tripulantes, médico, enfermeira e o apoio de solo – tinha acabado de socorrer um motorista que capotara seu carro na BR-101, perto de Paulo Lopes. A operação terminou bem, mas o grupamento continuava a postos, porque as emergências não tem hora e local para ocorrer.

Aos 47 anos, o tenente-coronel faz questão de dividir os louros de cada salvamento com os outros membros do grupo, formado por mais quatro comandantes de aeronave, sete co-pilotos, 22 tripulantes operacionais, dois mecânicos, nove médicos e nove enfermeiros. Desses profissionais, 18 estão ali, na linha de frente, e os demais encontram-se espalhados pelos quartéis do Corpo de Bombeiros da região. Desde janeiro de 2010, o suporte avançado de vida do Arcanjo já atendeu 1.287 pessoas e está batendo nas mil horas voadas. Acidentes em rodovias e no trânsito urbano lideram as ocorrências, mas são comuns os casos de afogamentos no mar, os resgates na selva, as emergências cardiovasculares e os choques elétricos.

“Sofremos muito quando não conseguimos atender ocorrências de trânsito na BR-282, por exemplo, por causa da meteorologia”, afirma o comandante. Em compensação, há pouco tempo o helicóptero foi decisivo no perigoso resgate de uma pessoa que caíra numa cachoeira, em Santo Amaro da Imperatriz. Pratts foi abrigado a descer os homens num lugar de risco para eles e para a aeronave. Mais uma vez, a operação foi bem sucedida. “Ficamos satisfeitos após cumprir cada missão”, reforça ele. As emergências são enviadas pelos números 192 e 193 e o twitter (que já tem mais de 1.300 seguidores) é o @Arcanjo_01.

Mini-UTI a bordo
Mantido por uma parceria entre os bombeiros e o SAMU, o Arcanjo-01 conta com uma mini-UTI a bordo e equipamentos para rapel, coletes infláveis, macas de ribanceira, desencarcerados (que facilita a retirada de pessoas das ferragens de veículos) e outros.

Agora, o destacamento recebeu uma caminhonete para o transporte de querosene, o que aumenta a autonomia do helicóptero, que é de três horas e 20 minutos. E, em março, ganhará o próprio helicóptero, adquirido por R$ 4,25 milhões pelo Corpo de Bombeiros e pela Secretaria da Saúde. É um Esquilo B2, ano 2003, que permitirá a devolução do aparelho atual, que é alugado. A meta do grupamento é conseguir um segundo helicóptero para cobrir ainda melhor os 565 quilômetros do litoral catarinense.

Carreira militar de sangue

A família do tenete-coronel Edupércio Pratts tem estreita ligação com a segurança pública. Seu pai e os dois avôs seguiram carreira militar, mesma situação de alguns tios e de um irmão. Seu filho mais velho, de 26 anos, já é tenente e também faz parte do grupamento do Arcanjo como co-piloto. A mulher aposentou-se como subtenente da Polícia Militar. Ele tem outros dois filhos, um que faz direito, com 20 anos, e o menos, 9 anos, que está no ensino fundamental.

Com 19 anos de experiência como tripulante e piloto, o comandante quer chegar à patente de coronel, o topo da carreira. Além da formação na Academia de Polícia e cursos (incluindo dois anos na Força Aérea Brasileira), graduou-se em direito pela UFSC, embora nunca tenha exercido a advocacia. Seu passatempo preferido é caminhar pela praia do Campeche, onde mora.