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SC SAÚDE
Martini: “Não é e nem será 100%”
Secretário de Administração afirma que é preciso aumentar o número de especialidades e a presença do plano no Estado


Um dia depois de o DC publicar um levantamento feito pela equipe de reportagem para mostrar a situação do SC Saúde no Estado, o governo divulgou um balanço oficial sobre o primeiro mês do novo plano. Os números são considerados positivos pelo Centro Administrativo e pela entidade que representa os 13 mil médicos catarinenses.

Com base na lista disponibilizada no site do SC Saúde, o levantamento do DC apontou 3.371 hospitais, clínicas, consultórios e laboratórios credenciados em 195 cidades. Nas demais 98, não há prestador de serviço conveniado. Dos 3.371, a reportagem conseguiu contato telefônico com 2.787, e constatou que 2.112, ou 75,8%, atendiam pelo plano até terça-feira.

No balanço da Secretaria de Administração, existem 3.024 credenciados, 347 a menos do que o levantado pelo DC. A diferença pode ser explicada pelo fato de que muitos estabelecimentos e profissionais aparecem mais de uma vez – e alguns com nomes diferentes – na lista.

O governo não informou quantos médicos cadastrados estão atendendo efetivamente, mas o secretário de Administração, Milton Martini, garante que todos indicados no site estão devidamente credenciados e são obrigados a atender, sob pena de advertência, multa e até declaração de não-idoneidade para licitar e/ou contratar com a administração pública.

Nestes primeiros 30 dias, Martini dá nota 9 para o novo plano pelo desempenho de implantação e atendimento. Ele admite, no entanto, a necessidade de melhorias, e garante que a busca pela qualidade será permanente para beneficiar todos os 180 mil segurados. O secretário diz que o governador Raimundo Colombo está sendo atualizado da situação e se mostrou satisfeito com o primeiro mês e pediu esforços para as melhorias necessárias.

– Não é e nem será 100%, precisamos aumentar algumas especialidades e a presença do plano no Estado, mas os números são expressivos e o balanço é positivo. Para quem começou do zero no primeiro dia, em um mês estamos muito bem – comentou.

Sobre o fato constatado pela reportagem de que muitos credenciados não atendem sob diversas justificativas, como falta de treinamento, software falho e contratos assinados e não devolvidos pelo SC Saúde, o secretário reiterou que não há desculpas, todos são obrigados a atender e que o governo não negocia individualmente com os médicos. Segundo ele, o SC Saúde só saiu do papel após longa negociação, que atendeu às exigências dos profissionais da medicina, representados pelo Conselho Superior das Entidades Médicas de SC (Cosemesc).

Já o coordenador do Cosemesc e presidente da Associação Catarinense de Medicina, Aguinel José Bastian Junior, diz que os médicos estão liberados para buscar suas reivindicações, como os cardiologistas, que estariam insatisfeitos com os honorários pagos pelo plano, e que o Cosemesc, apesar de considerar o SC Saúde um sucesso, não negocia pela categoria.


TRABALHO FANTASMA
Médicos investigados
Tribunal de Contas e Ministério Público apuram denúncia de agenda dupla
Profissionais da área de saúde, a maioria médicos, do Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, está tendo sua jornada de trabalho investigada.

O Tribunal de Contas de SC e o Ministério Público Estadual querem saber se não existe agenda dupla, ou seja, se o servidor bate o ponto mas no mesmo horário está fazendo atividades particulares. A fiscalização vem desde abril do ano passado, e está prevista na Programação de Fiscalização 2011 do TCE/SC. O trabalho da Diretoria de Atividades Especiais (DAE) quer verificar os controles e o expediente prestado, além de identificar as causas de possíveis problemas no atendimento. Diante das constatações, foi solicitado apoio ao Ministério Público do Estado.

Ontem, uma força-tarefa composta pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – integrado pelo MPSC, pela Secretaria de Estadual da Fazenda e pelas Polícias Militar e Civil – em parceria com o Instituto Geral de Perícias e o Tribunal, cumpriu 17 mandados judiciais de busca e apreensão, resultado dos trabalhos da Operação Hipócrates. O nome é uma homenagem ao Pai da Medicina, figura presente no juramento do médico ao ser formar.

Agora, explica o promotor Alexandre Graziotin, haverá checagem do que foi apreendido para verificar se houve pauta dupla. Se confirmados, os profissionais poderão responder aos crimes de falsidade ideológica e peculato (servidor público que se beneficia da situação em causa própria ou alheia).

No TCE, o processo está em fase de instrução, com a realização de diligências. Após a conclusão do levantamento e da análise das informações, a DAE irá elaborar um relatório técque será encaminhado ao MPSC junto ao TCE/SC – para elaboração de parecer – e ao relator, responsável por elaborar proposta de voto a ser submetida ao Tribunal Pleno.


SAÚDE NA CAPITAL
Mobilização por melhor salário
Médicos da secretaria municipal de saúde de Florianópolis suspenderam as consultas programadas para tarde da próxima quarta-feira nos mais de 50 postos de saúde da cidade.

A mobilização serve para reivindicar a suspensão de um desconto na remuneração que, segundo o Sindicato dos Médicos de SC (Simesc), tem gerado afastamento de muitos profissionais da saúde da rede pública.

Os pacientes que tinham consulta marcada, segundo o Simesc, já tiveram o horário reagendado pelo médico responsável. A suspensão planejada ocorre apenas nas consultas nos postos de saúde - o atendimento de urgência, de emergência e o tratamento continuado não será interrompido.

Quem necessitar atendimento deve procurar as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) norte e sul.

No horário aberto pelo cancelamento das consultas, por volta das 15h30min, haverá uma mobilização em frente à prefeitura e, em seguida, uma assembleia. Representantes da categoria devem se reunir com os secretários municipais de Governo, de Planejamento, de Administração e Saúde para continuar a negociação.

Segundo o Simesc, em um ano e meio “mais de 100 médicos pediram demissão da prefeitura de Florianópolis. Em sete meses, foram realizados seis processos seletivos para contratação de médicos e, mesmo assim, o problema não foi solucionado”.


SUPERBACTÉRIA
Celso Ramos tem dois infectados
Número caiu – antes eram sete –, mas medidas de prevenção continuam

A coordenadora estadual de Combate à Infecção de Santa Catarina, Ida Zoz, informou, ontem à tarde, que apenas um dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, estava contaminado pela bactéria KPC.

Um outro está na Unidade de Terapia Semi-Intensiva, mas também em situação de isolamento. Há mais 12 pessoas no estágio chamado de colonização da bactéria, porém, sem riscos a terceiros.

Com o isolamento e as regras de contenção adotadas, o surto da bactéria resistente a medicamentos está sob controle, afirma Ida. Funcionários foram treinados e, à tarde, assumiram os cuidados de pessoas que estavam com bactéria, isso, para evitar o contágio.

A KPC é uma doença infectocontagiosa e pode ser levada pelas mãos e pelos utensílios utilizados no atendimento. As equipes mesclam profissionais mais experientes e novos.

A preocupação da população, especialmente de quem tem pessoas internadas no Celso Ramos, levou a Secretaria de Saúde a decretar uma série de medidas chamadas de contenção, que vão desde a higiene ao lavar as mãos, passando pela redução de visitas às UTIs e isolamento dos infectados.

De acordo com Ida Zoz, outros hospitais de Florianópolis também já tiveram registro de KPC, como o São Sebastião (junho do ano passado) e o Hospital Regional de São José (julho de 2011), e adotaram medidas para impedir a proliferação.

– As pessoas não precisam ter medo de encaminhar uma pessoa para um hospital, inclusive para o Celso Ramos, pois todas as medidas recomendáveis foram tomadas neste local – conta Ida.

Desde o dia 17 não foram registrados novos casos

Conforme a coordenadora, foi feita a busca da bactéria em todos os pacientes internados, e os que têm estão isolados. A maioria, inclusive, recebendo alta. Desde 17 de fevereiro mais nenhum caso foi identificado no Hospital Celso Ramos.

As últimas colonizações positivas também foram nesta data. O hospital registrou sete casos de infecção, 12 de colonização e três mortes.

Informações
- A KPC é uma bactéria que existe em ambiente hospitalar, portanto, não causa infecção na comunidade. Ataca pacientes hospitalizados e com doenças graves, com suas defesas comprometidas.
- A KPC pode chegar a prontoatendimentos, postos de saúde ou UPAS, mas o tipo de paciente atendido não é de risco para infecções desta natureza.
- Uma pessoa que vai visitar um paciente infectado pode se contagiar, no entanto, apenas as pessoas que tiverem suas defesas naturais muito comprometidas podem adoecer.
- Quem visitar um paciente não infectado, mas que está perto de um infectado, não corre algum risco de contágio. Isso porque a bactéria precisa ser transportada. Fonte: médico infectologista Osvaldo Vitorino Oliveira


GRIPE B
Joinville monitora casos
Desde que uma tripulante do navio MSC Armonia morreu, no último dia 17, em Santos, com quadro de gripe B, surgiram dúvidas sobre uma possível epidemia – assim como aconteceu com a influenza A, a famosa gripe A, em 2009.

Em Joinville, depois que o cruzeiro atracou em São Francisco do Sul no último domingo, uma passageira e um tripulante estão internados com suspeita da doença. Segundo a gerente da Vigilância em Saúde de Joinville, Rosilei Weiss Baade, o filho da mulher que está internada no Hospital da Unimed também apresentou sintomas da Influenza B, foi medicado com o antiviral Tamiflu (o mesmo utilizado nos casos de H1N1) e passa bem.

Foram coletadas amostras de sangue e secreção das narinas para confirmar a suspeita de Influenza B. O exame foi encaminhado ao Laboratório Central em Florianópolis (Lacen). O resultado sairia em 72 horas.

Apesar dos três casos monitorados pela Vigilância Epidemiológica de SC, o diretor Luiz Antonio Silva garante que não há motivo para alarme. Segundo ele, os casos de morte por Influenza B não são frequentes.

– Não há diferença em relação à gripe comum – afirma.

Os sintomas são os mesmos de qualquer gripe: febre, tosse, mal-estar geral e, às vezes, coriza. Também não é surpresa acontecer um surto em uma embarcação.

– Como a transmissão acontece por via aérea, isso facilita o contágio e a propagação. Nesses locais, as pessoas ficam juntas por muito tempo, dividindo as mesmas coisas.


Joinville | SAÚDE
Suspeita de casos da gripe B
Vigilância monitora três pessoas em Joinville que podem estar com o vírus


Desde que uma tripulante do navio MSC Armonia morreu, no último dia 17, em Santos, com quadro de gripe B, surgiram dúvidas sobre uma possível epidemia da doença. Depois que o cruzeiro atracou em São Francisco do Sul no domingo, um tripulante foi encaminhado ao Hospital Regional de Joinville com suspeita de ter o vírus. Na noite de segunda-feira, uma passageira que mora em Joinville também foi hospitalizada.

Segundo a gerente da Vigilância em Saúde de Joinville, Rosilei Baade, o filho da mulher que está internada no Hospital da Unimed também apresentou sintomas da gripe B, foi medicado e passa bem.

Foram coletadas amostras de sangue e secreção para confirmar a suspeita dos três casos. As amostras foram enviadas ontem ao Laboratório Central, em Florianópolis. O resultado sai em 72 horas.

O diretor da Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, Luiz Antonio Silva, garante que não há motivo para alarme. Segundo ele, os casos de morte por Influenza B não são frequentes. “Não há diferença em relação à gripe comum”, afirma. Para ele, não é surpresa acontecer um surto em uma embarcação. “Nesses locais, as pessoas ficam juntas por muito tempo, dividindo as mesmas coisas, inclusive os vírus”, afirma.

No caso dos passageiros do MSC Armonia, Luiz conta que não há como precisar de onde veio o vírus. O diretor afirma que os casos de gripe B registrados foram mais fortes justamente devido a baixa frequência da doença. “Quando um tipo específico de vírus fica muito tempo sem aparecer, tende a causar mais estragos quando volta, já que nosso organismo não está preparado para ele”, afirma Luiz.


SAÚDE
Mulher teria problema renal

Um empresário de Joinville que estava com familiares no mesmo navio e é amigo da mulher internada, afirma que ela não apresentou sintomas durante a viagem. Ele disse ainda ter conversado com a família da moça ontem e que recebeu a informação de que a paciente teve uma crise renal, que nada teria a ver com gripe B.

O empresário contou que em São Francisco do Sul houve demora para autorizar o desembarque de quem ficaria na cidade por causa de rumores de que havia pessoas internadas no navio, mas que todos foram liberados.

O tripulante indiano Shevic Prinson Diniz, 22 anos, segue internado no Hospital Regional Dieter Schmidt. Segundo o diretor técnico Hercílio Fronza Jr., o quadro de saúde dele está evoluindo bem e Shevic pode ter alta ainda esta semana. “Quando ele chegou, os pulmões estavam bem debilitados, mas agora ele está sendo tratado e passa bem”, diz.

Médica tira dúvidas sobre a doença
Rosália Knoll/Pneumologista

Assim como ocorre na gripe comum, maioria dos casos de gripe B apresenta quadro clínico leve com quase 100% de cura. As dúvidas se justificam porque ela é desconhecida da população.

A Notícia – Quais são as diferenças entre gripe A e gripe B?
Rosália – Praticamente não há diferença. A gripe A infecta também animais. Já a B afeta pessoas. Qualquer gripe pode ser mais agressiva em alguns pacientes com o sistema imunológico comprometido.

AN – A influenza B é um vírus bem conhecido?
Rosália – É um vírus que nunca tinha ocasionado uma situação como essa do navio. Ele não é tão frequente, porém não é raro. Qualquer pessoa pode ter tipo a gripe B e ser curado sem problemas.

AN – Pode haver um surto?
Rosália – Não. O que houve foi um caso isolado que acabou se propagando porque as pessoas estavam em ambiente fechado.

AN – Quais são os principais sintomas da gripe B?
Rosália – Os mesmos da gripe A. O principal deles é a febre de início súbito nas primeiras 24, 36 horas. Também pode haver tosse, mal-estar geral, dores de cabeça, dores musculares e coriza.

AN – Existe grupo de risco?
Rosália – É o mesmo para qualquer tipo de gripe: crianças entre seis meses e dois anos e idosos. Gestantes e pacientes com imunidade baixa, como nos casos de câncer e Aids.

AN – Qual é o tempo de incubação da gripe B?
Rosália – Em geral, o corpo demora de um a três dias para dar os primeiros sinais, mas já durante a incubação, a pessoa pode transmitir a doença.

AN – Como tratar a gripe B?
Rosália – Da mesma forma que qualquer outro tipo de gripe: repouso, bastante líquido para hidratar o corpo e adotar uma alimentação leve.

AN – Pode-se usar remédios como antitérmicos?
Rosália – Sim, o tratamento é o mesmo de uma gripe comum.

AN – Quando é hora de ir ao hospital? Quais os sinais são mais preocupantes?
Rosália – Quando houver falta de ar.

AN – Existe vacina?
Rosália – Ainda não. Mas como a gripe possui uma estrutura genética parecida com a gripe comum, quem foi vacinado está mais protegido.


Joinville | SECRETÁRIA DE SAÚDE
Posse ao som de promessas
Antonia Grigol afirma que as 28 obras da área que estão em curso não vão parar

A posse da nova secretária de Saúde de Joinville, Antonia Grigol, foi marcada pela emoção. “É a primeira vez que uma enfermeira assume a secretaria da maior cidade de Santa Catarina e tenho a dimensão do tamanho da responsabilidade que este cargo me exige”, disse.

“Como enfermeira, aprendi a cuidar das pessoas, e para isso os trabalhadores da saúde também precisam estar bem cuidados”, completou, ressaltando seu comprometimento com a melhoria das condições de trabalho não só dos enfermeiros. “Não vou trabalhar apenas para uma categoria, mas pela valorização de todos os profissionais da área da saúde comprometidos com o SUS.”

Outro compromisso assumido pela secretária é dar continuidade às 28 obras da secretaria que estão em andamento, como a construção do Complexo Ulysses Guimarães, anexo ao São José.

Antonia é enfermeira formada pela Univali, especialista em saúde pública, mestre em saúde e meio ambiente e professora do curso de enfermagem há 14 anos. Integrante do Conselho Municipal de Saúde, já foi funcionária da Secretaria Municipal de Saúde por 15 anos e trabalhou no Hospital Regional por nove. Experiência que deve se somar a de outro profissional, nomeado o novo secretário executivo da Saúde, Armando Vieira Lorga.

Médico há 30 anos, durante 11, esteve à frente das principais unidades hospitalares da cidade, como o São José, o Regional e o Materno Infantil.


Estado | SC SAÚDE
Governo faz balanço do 1º mês
Secretário Martini dá nota nove ao novo plano, mas diz que é preciso melhorar

O SC Saúde ainda gera questionamentos por parte dos segurados e prestadores de serviços, mas a tendência é que cada vez mais as dúvidas diminuam e o convênio passe a funcionar com a eficiência que se espera.

Ontem, depois de publicar uma pesquisa feita por sua equipe de reportagem para mostrar a situação do plano no Estado, “A Notícia” teve acesso ao balanço do governo sobre o primeiro mês do SC Saúde. Os números são bem parecidos e foram considerados positivos pelo Centro Administrativo e pela entidade que representa 13 mil médicos catarinenses.

Segundo a Secretaria de Administração, existem 3.024 credenciados em SC, 347 a menos que o levantado pela reportagem. A diferença pode ser explicada pelo fato de que muitos estabelecimentos e profissionais aparecem mais de uma vez na lista de credenciados do site do SC Saúde.

Dos 3.024 conveniados, o governo não informou quantos efetivamente atendem pelo plano, mas o secretário de Administração, Milton Martini, garante que todos – que aparecem em verde no site do SC Saúde – estão credenciados e são obrigados a atender, sob pena de advertência, multa e até declaração de não idoneidade para licitar ou contratar com a administração pública.

Nestes primeiros 30 dias do SC Saúde, o secretário Martini dá nota nove para o novo plano pelo desempenho de implantação e atendimento. Ele admite, no entanto, a necessidade de melhorias, e garante que a busca pela qualidade será permanente para beneficiar todos os 180 mil segurados. Milton Martini diz que o governador Raimundo Colombo está sendo atualizado da situação do plano, se mostrou satisfeito com o primeiro mês e pediu esforços para as melhorias necessárias.

“Não é e nem será 100%, precisamos aumentar algumas especialidades e a presença do plano no Estado, mas os números são expressivos e o balanço é positivo. Para quem começou do zero no primeiro dia, em um mês estamos muito bem”, disse o secretário.

Sobre o fato de que muitos credenciados não atendem sob diversas justificativas, o secretário reiterou que que todos são obrigados a atender e que o governo não negocia individualmente com os médicos, pois o SC Saúde só saiu do papel após negociação que atendeu às exigências dos profissionais, representados pelo Conselho Superior das Entidades Médicas de SC (Cosemesc).

Já o coordenador do Cosemesc e presidente da Associação Catarinense de Medicina, Aguinel José Bastian Junior, diz que os médicos estão liberados para buscar suas reivindicações junto ao governo, e que o Cosemesc, apesar de considerar o SC Saúde um sucesso, não negocia pela categoria.



Bactéria KPC está controlada
Lages, 1/03/2012, Correio Lageano

A Secretaria de Saúde do Estado divulgou que há registro de sete casos de infecção da bactéria KPC no Hospital Celso Ramos em Florianópolis, e 12 casos de colonização (presença da bactéria no indivíduo sem estar causando doenças), todos portadores de doenças pré-existentes graves.

Atualmente não há nenhum caso em Lages, mas já houve um paciente com a bactéria que foi curado. De acordo com a coordenadora estadual de combate à infecção de Santa Catarina, Ida Zoz, a KPC (conhecida também como superbactéria), já foi encontrada em hospitais de Lages, Itajaí, Joinville, Blumenau, e Rio do Sul.

Ela virá para Lages dar instruções para os funcionários que trabalham nos hospitais do município, evitarem o contágio da bactéria. Somente no hospital Celso Ramos, houve mortes pela bactéria, e ainda há pacientes infectados.

Dos sete pacientes infectados no Hospital Celso Ramos, três morreram, pois estavam em estado de saúde precário. Os que continuam com a bactéria, estão isolados dos demais pacientes. A coordenadora ressalta que não há motivo para preocupação, “já mandamos várias medidas para o hospital, e os pacientes estão totalmente isolados para não ocorrer risco de contágio”, completa.

As cirurgias eletivas no hospital Celso Ramos estão canceladas. Na semana que vem, será feita uma reunião para decidir se estas cirurgias voltam a ser feitas. A superbactéria surgiu devido ao uso indiscriminado de antibióticos.

“Os pacientes com doenças crônicas vivem mais com uso do antibiótico, porém é preciso tomar corretamente, senão a bactéria não morre e sim se fortalece”, explica. A KPC é transmitida pelo toque com um paciente infectado ou por objetos usados por ele. Ela não se transmite pelo ar. O tratamento é feito por antibióticos.

Além de estar presente no intestino humano, a superbactéria pode ser encontrada no ambiente em geral e no ambiente hospitalar. A KPC possui capacidade de trocar informação genética com outras bactérias e afeta pessoas que estão com imunidade baixa e que tiveram contato direto com a bactéria.

Como surgiu a bactéria
O primeiro caso da superbactéria surgiu no dia 15 de dezembro no Hospital Celso Ramos, em um paciente transferido de outro hospital da região. No dia 9 de janeiro, com a identificação de mais dois casos, foram realizadas várias medidas para evitar contágio.

No dia 3 de fevereiro, optou-se pela criação de um setor de isolamento para os pacientes colonizados ou infectados, bem como a instituição da coleta de culturas de vigilância semanal em todos os pacientes das unidades do hospital envolvidas.

No dia 13 de fevereiro, já com onze casos de infecção/colonização, optou-se por restringir a circulação de acompanhantes e estagiários no hospital Celso Ramos. No dia 15 de fevereiro, foi realizada rigorosa limpeza e desinfecção do mesmo e optou-se por reduzir os procedimentos, sendo realizadas apenas cirurgias de urgência. Com essas medidas, desde 17 de fevereiro, não foram identificados mais casos de colonização e infecção por KPC no hospital Celso Ramos.



Governo investe R$ 2,5 milhões em novos equipamentos para o hospital de Concórdia
Secom
Colombo também se comprometeu com a compra de outro equipamento para cirurgias cardíacas, em convênio a ser firmado no ano que vem, no valor de R$ 1,1 milhão

Os anúncios das ações de Governo feitos pelo governador Raimundo Colombo, em Concórdia, nesta quarta-feira (29), envolveram duas áreas bem diferentes: Saúde e Infraestrutura. No hospital São Francisco, pela manhã, foram liberados cerca de R$ 2,5 milhões em convênios com a administração da instituição para um novo equipamento de tomografia (no valor de R$ 1,1 milhão) e outros equipamentos diversos para viabilizar a realização de mais cirurgias de média e alta complexidade (no valor de R$ 1,4 milhão). “Saúde é a principal prioridade da população, e precisamos avançar muito ainda na qualidade do nosso atendimento”, disse Colombo.

Além da aquisição desses aparelhos de alta tecnologia, o governador também se comprometeu com a compra de outro equipamento para cirurgias cardíacas, em convênio a ser firmado no ano que vem, no valor de R$ 1,1 milhão, continuando o processo de melhorias no hospital São Francisco. “Sozinho, um hospital não sobrevive, precisamos dessas parcerias”, disse o diretor da instituição, Édio Rosseti. Os investimentos fazem parte da iniciativa de tornar um hospital de cada região do Estado em polos de alta tecnologia, para evitar que as pessoas tenham que se deslocar muitos quilômetros para encontrar tratamento em sua especialidade.

Para o secretário da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, “o papel do Estado é auxiliar esses hospitais polos a aumentar suas especialidades oferecidas e a ampliar seu parque tecnológico e seu quadro de profissionais.” O secretário destaca que o objetivo é se tornar uma referência para os estados vizinhos em termos de tecnologia.


Nova vítima da superbactéria
Números. A versão oficial sobre as vítimas no Celso Ramos é questionada


Florianópolis – até o dia 17 de fevereiro, a Secretaria de Estado da Saúde divulgou que três mortes ocorridas no hospital governados Celso Ramos, na região central de Florianópolis, tinham relação com a superbactéria. Três dias depois, o médico Edelaido Marciano de Souza morreu pelo mesmo motivo, segundo o filho Almir de Souza, que também é médico e viu o prontuário. Se a morte do médico ocorreu pela superbactéria KPC, ela não está contabilizada. O laudo da Secretaria de Estado da Saúde informou que não foram detectados novos casos de contaminação desde então.

Wallace Fernando Cordeiro, diretor de assuntos jurídicos do Sindisaúde (Sindicato dos Trabalhadores da Saúde), questionou a versão oficial. Cordeiro acredita que entre 13 e 18 pessoas já morreram por contaminação da superbactéria em Florianópolis.

Aos 79 anos, Edelaido ainda exercia a profissão: médico obstetra e ginecologista. Em dezembro do ano passado, foi internado no Celso Ramos para um transplante de rins. Poderia se tratar numa rede particular, mas ele confiava na equipe que o atendeu. Na unidade, foi contaminado pela superbactéria que se proliferou no centro cirúrgico, segundo o filho Almir de Souza. “Ele fez a coleta de sangue e foi detectada a Klebsiella. Durante a internação, foi tratado com os únicos antibióticos que agem sobre a superbactéria, a Polimixina B e a Tigercilina”, contou.

Edelaido pode ter sido mais uma das vítimas da KPC (Klebsiella Pneumonia Carbapenemase), bactéria que produz enzimas resistentes aos antibióticos. Fábio de Faria, médico infectologista da Vigilância Epidemiológica, revelou que em casos de pessoas infectadas o índice de mortalidade é de 50%. O tratamento é feito com uma combinação de antibióticos.

Familiares denunciam negligência na limpeza hospitalar
“É uma triste ironia”, lamentou Andréia Luft, nora de Edelaido. “Ele trabalhou até morrer, dedicou a vida à medicina e morreu de infecção hospitalar. Isso é inadmissível. Algo precisa ser feito”. Andréia contou que as fronhas, lençóis e toalhas do sogro, após o transplante, não eram trocados diariamente. E que Almir viu os cobertores da UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) serem transportados num carrinho de supermercado. “Isso é totalmente fora do padrão das medidas de saúde hospitalar”, afirmou o médico.

A coordenadora estadual de Combate a Infecções, Ida Zoz, afirmou que não tinha conhecimento sobre isso. Mas que, no geral, “se transportam as roupas de cama em gaiolas para que não se encostam ao funcionário”.

O diretor do Sindisaúde atribuiu a situação a consequencia da terceirização do serviço de limpeza, e disse que os funcionários não têm conhecimento necessário para trabalhar nessa área.

Segundo Wallace, os funcionários têm uma grande demanda e “trabalhar sobrecarregado com saúde é sempre um risco”.

Pacientes infectados estão isolados
Os pacientes infectados pela KPC, no hospital governador Celso Ramos, foram isolados dos demais e têm funcionários exclusivos para acompanhá-los.

Esta é uma das medidas para reter a proliferação da Klebsiella. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, até o momento houve registro de sete casos de infecção e 12 casos de colonização, ou seja, quando a bactéria se hospeda no corpo sem adoecer o organismo. E três mortes.

Também foi restringida a circulação de acompanhantes e estagiários no hospital. O atual procedimento consiste em uma limpeza rigorosa e desinfecção de todas as unidades.

Com essas medidas, Ida Zoz confirmou que a situação no hospital Celso Ramos está controlada. E também informou que não há registro de infecção em servidores do hospital.

Isolamento poderia ter controlado proliferação
Ida Zoz admitiu que uma área de isolamento para os pacientes infectados pela bactéria KPC não foi criada no hospital governador Celso Ramos por falta de pessoal treinado para lidar com o protocolo necessário.
Zoz informou que muitos profissionais foram contratados há pouco tempo e ainda não receberam treinamento para situações em que há risco de contágio.

Até a semana passada, os pacientes infectados pela bactéria estavam na unidade de tratamento intensivo e semi-intensivo, junto com outros internos.

Cirurgias canceladas. Para evitar novos contágios, as cirurgias foram canceladas no Celso Ramos. Dependendo da gravidade e urgência, a operação será no centro cirúrgico da emergência.


Focos da doença há dois anos
Santa Catarina. Superbactéria já foi registrada no Vale do Itajaí e no Norte desde 2010

A superbactéria imune a antibióticos não é novidade em Santa Catarina. Há dois anos vêm sendo relatados casos em outros hospitais. No mesmo período, também ocorreram surtos de KC pelo país.

Em Santa Catarina, 52 hospitais têm UTIs, onde os pacientes são mais vulneráveis à infecção causada pela superbactéria. Em 2010 foram registrados os primeiros casos no Vale do Itajaí. O hospital Dona Helena, em Joinville, também confirmou, no ano passado, a infecção pela superbactéria  num interno. E em Blumenau ocorreram 11 casos, igualmente em 2011.

Como alerta para as redes de saúde pública de Santa Catarina, a coordenação estadual de Controle de Infecção em Serviços de Saúde, na época, pediu aos hospitais que intensificassem medidas de higienização, isolassem pacientes transferidos de outras UTIs e informassem os casos confirmados à Secretaria de Estado da Saúde.

Além disso, em situações suspeitas de infecção, os profissionais da saúde deveriam encaminhar amostra da possível infecção para o Laboratório Central (Lacen), que analisa a presença do micro-organismo.

Mesmo com estas preocupações, não foi possível evitar o surto no hospital Celso Ramos. Por isso, todas as redes de saúde do estado e dos municípios terão treinamento interno para estimular a responsabilidade da higienização entre os funcionários. E reforçar ensinamentos para evitar contaminações, informou Ida Zoz.

Bactéria não tem resistência na rua
O infectologista Gustavo de Araújo Pinto salientou que a KPC é uma bactéria presente no ambiente hospitalar. “Como ela é um produto de mutações, não tem competência para concorrer com bactérias de rua”, explicou o médico. Ela se alimenta de organismos doentes.
Gustavo informou que a superbactéria vive na flora intestinal e que as pessoas saudáveis na precisam temê-la, pois as outras bactérias que habitam o corpo sadio combatem naturalmente a Klebsiella.
Os sintomas são os mesmos de qualquer outra infecção: febre, prostração, dores no corpo, especialmente na bexiga, quando a infecção atinge o trato urinário, e tosse, nos episódios de pneumonia.
A contaminação é por contato com secreção ou excreção de pacientes infectados. Para diagnosticá-la, é preciso um exame de cultura. E, em alguns casos, teses adicionais.

Primeiras mutações foram nos EUA
Os primeiros casos de mutação de bactéria  foram registrados nos Estados Unidos há uma década, segundo a ANVISA. No Brasil, foram confirmados 135 casos de pacientes com o micro-organismo, que só ficou conhecido popularmente como superbactéria no ano de 2010.

Medidas de prevenção são muito simples
Embora seja letal em organismo fragilizados, a superbactéria pode se hospedar nas pessoas sadias. E se não for combatida pelas defesas do organismo, há risco de agir em caso de imunodepressão, explicou Gustavo de Araújo Pinto.

No entanto, as medidas de prevenção são bem simples: lavar bem as mãos eusar álcool gel evitam o contágio já que a KPC é contraída pela secreção dos infectados. A higienização é a melhor garantia de combate PA mazela para as pessoas que visitam internos na unidade de saúde.