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Visor | Rafael Martins
SEM APARELHOS

O atendimento pelo SUS em Floripa respira sem a ajuda de aparelhos. Ao menos é o que o mostra o ranking divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, que aponta a Capital como a terceira melhor em qualidade na saúde pública. De zero a 10, atingiu 6,67.


AVALIAÇÃO DO SUS
Melhor nota no país é do Estado

Santa Catarina obteve a melhor nota nacional no Índice de Desempenho do SUS (Idsus), uma avaliação inédita do Ministério da Saúde sobre o Sistema Único de Saúde. No ranking, SC ficou em primeiro lugar, com a nota 6,29, seguido do Paraná (6,23) e do Rio Grande do Sul (5,91). A média brasileira foi de 5,47.

Florianópolis é a terceira capital melhor classificada, com nota 6,67, atrás de Vitória (7,08). Curitiba (6,96). Apenas 0,1% dos municípios conseguiram alcançar nota superior a 8.

– O índice nacional mostra claramente que o acesso e a qualidade é o grande desafio – afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Técnicos do Ministério afirmaram que a média 7 teria sido considerada aceitável para o país, mas Padilha preferiu não fazer uma análise crítica sobre a nota. O novo índice, disse, representa um instrumento para que administradores identifiquem as fragilidades e corrijam os problemas.

O indicador foi feito a partir do desempenho alcançado pelas cidades em 24 quesitos, como número de equipes de saúde da família, média de consultas durante pré-natal e mortalidade de menores de 15 anos nas UTIs. Eles foram escolhidos por serem capazes de identificar o grau de acesso da população aos serviços e a qualidade do atendimento.

Ao se analisar Estados separadamente, Pará teve o pior desempenho, 4,17. Rio de Janeiro ficou com 4,58, a terceira pior classificação.


SAÚDE PÚBLICA
Casos de dengue caem 66% no país

O país registrou uma redução de 66% nos casos de dengue nos dois primeiros meses do ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento divulgado ontem pelo Ministério da Saúde (MS). O órgão, porém, destaca que o risco de surto persiste até maio.

Entre 1º de janeiro e 18 de fevereiro de 2012 foram registrados 57.267 casos da doença no Brasil, contra 166.016 no mesmo período de 2011. O governo federal afirma que os casos graves caíram 97% e passaram de 2.787 para 93. O órgão destaca ainda que o número de mortes passou de 181 para cinco este ano.

– Continuamos com o risco de surtos de transmissão, devemos nos manter alertas –, afirmou o secretário de vigilância em saúde do MS, Jarbas Barbosa, em reunião de avaliação do Programa Nacional de Controle da Dengue.

Apesar da queda nacional de casos, o Estado de Tocantins vive uma epidemia da doença. Na cidade de Palmas, os casos de dengue quase quadruplicaram nos dois últimos meses: de 525, em 2011, para 1.965 em 2012 por cada 100 mil habitantes. A incidência passou de 278 para 1.042.

Os estados de Mato Grosso e Pernambuco também preocupam o governo federal, com cerca de 100 casos por 100 mil habitantes.

Em 2011, o Ministério da Saúde repassou R$ 800 milhões aos estados para o combate à dengue.


ARTIGOS
SUS: melhor herança, por Edileuza Garcia Fortuna*
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acaba de divulgar o tema da Campanha da Fraternidade de 2012. A saúde pública é o foco neste ano e irá pedir atenção dos governantes, líderes políticos e cidadãos brasileiros. Saúde é direito constitucional, dever do Estado. E o Sistema Único de Saúde (SUS) é uma política social que tem como diretrizes a acessibilidade, integralidade e universalidade. Há anos, o SindSaúde luta contra o sucateamento da saúde pública, exige qualidade de atendimento, investimento e valorização profissional para os servidores da saúde.

Há anos, também, a entidade se dedica ao fortalecimento do SUS, à divulgação do seu papel social para a sociedade e ao esclarecimento sobre o funcionamento da rede pública hospitalar. Se ela não atende à demanda, a responsabilidade é de um governo que não a prioriza e não tem interesse em efetivá-la.

Agora, a saúde virou o desejo do mercado, motivo de lucro. Porteira aberta para as ditas organizações sociais e organizações sociais de interesse público, fundações, etc. Nomes que trazem o social na composição, mas que se enquadram na área privada, pois tratam as vidas como negócio e visam ao lucro acima de tudo. A principal luta de hoje é pela defesa da gestão pública de qualidade, sem interferência ou qualquer forma encontrada para mascarar a intenção de privatização. O SUS é a melhor herança que podemos deixar para nossos filhos e posteridade. Por isso, vamos abraçar esse sistema que inclui todos os brasileiros sem exceção e defendê-lo para que seja uma política pública ativa na nossa sociedade. A participação de todos os cidadãos através dos conselhos de saúde é uma ferramenta essencial para o controle social.




Sabatina
A nova secretária de Saúde de Joinville, Antonia Grigol (2ª à esq.), e o diretor executivo, Armando Lorga (E), foram entrevistados por jornalistas de “AN” ontem. A reportagem completa será publicada na edição deste domingo.

Notas de Joinville no SUS
Em ranking inédito divulgado ontem sobre desempenho municipal no SUS, as melhores notas de Joinville foram em procedimentos dentários, realização de consultas pré-natais e exames de mamografia em mulheres entre 50 e 69 anos. O desempenho mais baixo foi na cobertura de equipes de saúde.
O material produzido pelo Ministério da Saúde – que colocou Santa Catarina como Estado com melhor atendimento pelo SUS – permite comparação de desempenho de todas as cidades brasileiras.


Joinville | SAÚDE PÚBLICA
Espera sofrida e de incertezas

Após duas tentativas de fazer cirurgia nos pés, homem não pode mais ser operado
Passar mais de um mês deitado numa cama ou se locomovendo com uma cadeira de rodas não tem sido nada fácil para Jair Batista Nazário, 49 anos. Ele está desde o dia 25 de janeiro com os dois calcanhares quebrados e por duas vezes esteve perto de fazer o procedimento que foi desmarcado. Agora, recebeu a notícia que a intervenção não pode ser feita.

Jair estava em casa, em cima de uma escada fazendo algumas obras quando caiu. Foi internado no corredor do Hospital São José, onde ficou por dois dias até ser levado à sala de medicação. “Estava cheio (o hospital). Tinha muita gente no corredor”, diz. Só no quinto dia foi levado para um quarto da ala B, onde cuidam dos pacientes com trauma. Quando recebeu alta, no dia 30, voltou para casa com a operação marcada para as 13 horas do dia 7 de fevereiro. Ele deveria estar no hospital às 10h30.

O dia não foi como o esperado. O relógio já marcava 18 horas, quando Jair foi perguntar quando iriam chamá-lo. Então, soube do cancelamento da cirurgia. O paciente voltou para casa e dias depois conseguiu marcar a intervenção para 13 de fevereiro. Naquela segunda-feira, lá foi ele novamente em jejum, estado em que ficou até o meio-dia, quando soube que as operações eletivas tinham sido suspensas.

Outras duas vezes o homem deixou o bairro Boehmerwald procurando socorro, mas não encontrou solução. Na segunda-feira, Jair voltou ao hospital, onde soube que cirurgia em fraturas deve ser feita em até 30 dias depois do trauma.

Como tratamento, o médico recomendou colocar gesso. Mas nem com isso Jair conseguiu sair do São José. O gesso foi aplicado na parte inferior do pé e no restante, faixas, que ficaram soltas. Em casa, foi preciso enfaixar de novo. A parte de gesso já quebrou.

Inconformado, Jair denunciou o caso ao Ministério Público.

Fratura não pode esperar, diz médico
O presidente da Sociedade Joinvilense de Medicina (SJM) e ortopedista, Thomas Huber, destaca que o prazo considerado razoável para fazer a cirurgia é de até duas semanas. “Não pode esperar mais”, diz. Após este período, o osso começa a calcificar e compromete a operação.

Segundo ele, cirurgias ortopédicas não deveriam entrar na fila de eletivo, já que lá ficam os que podem aguardar pelo procedimento. Porém, ele destaca que hoje no São José não cabe ao médico decidir se um paciente entra na cota de urgência e emergência ou nas cirurgias marcadas. “Cai na esfera administrativa (o agendamento)”, explica.

Huber destaca que o problema envolve todo o sistema público de saúde, a começar pelos repasses feitos pelo governo federal, que são mais baixos do que os custos. Em seguida, vem a falta de leitos. “Joinville já passou da hora de ter mais hospitais. Precisaria de mais dois”, defende.

A solução para os problemas atuais, segundo ele, é investimento na área e na construção de hospitais. Um apenas para trauma que ficasse próximo às rodovias e fosse projetado para receber pacientes desta área.


Ação civil pública contra o São José
O caso de Jair Nazário se une a dezenas de outros de ação civil pública da 15ª Promotoria contra o Hospital São José e o município de Joinville. A ação pede a regularização do quarto andar (ala de internação), a contratação de mais médicos especialistas em ortopedia e a construção de quartos específicos para a área. Além de emergência especializada em assuntos ortopédicos. Também abrange o município, já que pede mais consultas e exames para a área.

A ação deu entrada na Justiça em junho do ano passado, na 1ª Vara da Fazenda Pública. Em janeiro passou para a 2ª Vara, comandada pelo juiz Roberto Lepper. Ainda não houve decisão a respeito.

Segundo a promotoria, uma média de três pessoas procura o MP para reclamar da demora para conseguir consultas e cirurgias ortopédicas.

Direção do São José divulgou nota sobre o caso de Jair

O QUE AFIRMA O HOSPITAL

O paciente Jair Batista Nazário de 49 anos deu entrada no pronto-socorro deste hospital com traumas em membros inferiores. Atendido de acordo com o protocolo de Manchester, foi encaminhado à consulta médica de urgência em ortopedia. Conforme o especialista, os exames demonstraram que o paciente apresentava fratura de calcanio intra-articular bilateral com indicação cirúrgica. O mesmo foi encaminhado por duas ocasiões ao centro cirúrgico, porém, a prioridade de atendimento em situações mais graves ocasionaram a suspensão do procedimento. Por decisão médica, o senhor Nazário recebeu alta hospitalar a fim de realizar tratamento conservador em domicílio, com gesso tipo bota. O retorno ambulatorial foi agendado para 27 de fevereiro. No dia 27/2/2012 foi atendido no ambulatório do Hospital São José pelo Médico ortopedista Antonio Kim. Após a consulta, o especialista marcou novo retorno para 30 dias mantendo a decisão de tratá-lo na forma conservadora.

 

Joinville | Como fazer o cartão do SUS
Documento será exigido para os serviços nas redes pública e particular
A exigência da apresentação do Cartão Nacional do SUS (CNS) para a realização de procedimentos hospitalares e exames de média e alta complexidade começou a vigorar ontem. A cobrança, que será estendida a todos os brasileiros que necessitarem de qualquer atendimento na área da saúde, seja na rede pública ou particular, passa a valer a partir de julho.

Em Joinville, só ontem, cerca de 200 pessoas procuraram a Secretaria Municipal de Saúde. A dona de casa Dolores Baumer, 57 anos, foi uma das pessoas que aguardaram cerca de uma hora na fila para fazer o Cartão Nacional do SUS. “Tive de fazer um exame no Hospital Regional e para retirar o resultado do exame eles exigem a apresentação do cartão”, conta.

Segundo a gerente de atenção básica, Janine Guimarães, os cartões definitivos (de plástico, verde), que serão fornecidos pelo Ministério da Saúde, ainda não chegaram. “Até lá, os usuários receberão um cartão provisório, já com o número definitivo”, diz.

O cadastro já existe há alguns anos e foi regulamentado por uma portaria do Ministério da Saúde de julho de 2011. Segundo a gerente, a finalidade é cruzar informações sobre os procedimentos realizados pelo SUS e pela rede privada, para otimizar recursos”, explica Janine. Hoje, muitos exames estão sendo realizados duas vezes, ou desnecessariamente, e o cartão vai facilitar o controle de todos os procedimentos, justifica. Além disso, outro benefício do cadastro é que os profissionais da rede pública ou privada terão acesso a todo o histórico do paciente, o que deve facilitar o atendimento.

Até ontem, cerca de 280 mil joinvilenses já haviam cadastrados. “Número que já poderia estar em 75%, não fosse uma falha no sistema”, diz o coordenador da área de cadastramento da atenção básica, Mário José Bruckheimer

 

Estado | SUS de SC é o 2º melhor do Brasil
Lançado ontem, o Índice de Desempenho do SUS (Idsus), que avalia o acesso e a qualidade dos serviços de saúde no País, deu notas de 0 a 10 para os serviços de saúde pública oferecidos aos usuários. Santa Catarina conquistou 6,29 e ficou em segundo lugar.

Esta foi a primeira vez que o SUS recebeu notas pelo acesso e a qualidade dos serviços. A média de pontuação nacional é de 5,47.

Entre as capitais, Florianópolis recebeu 6,67 e ficou em terceiro lugar, atrás de Vitória (7,08) e Curitiba (6,96). Toda a estrutura – hospitais, laboratórios e clínicas – passou pela avaliação. O índice é o resultado do cruzamento de indicadores que avaliam se a população está conseguindo ser atendida em uma unidade pública de saúde, além da qualidade do serviço.

Foram analisados 24 indicadores, como a quantidade de exame preventivo de câncer de mama em mulheres de 50 a 69 anos, cura de casos de tuberculose e hanseníase.

 

Santa Catarina tem a melhor avaliação no Índice de Desempenho do SUS
Ministério da Saúde lançou o Idsus nesta quinta-feira. Florianópolis é a terceira melhor Capital

Pela primeira vez, o SUS (Sistema Único de Saúde) recebe notas pelo acesso e a qualidade dos serviços. Lançado nesta quarta-feira, o Idsus (Índice de Desempenho do SUS) avaliou o atendimento em todos os municípios, estados e em âmbito nacional de acordo com uma escala de 0 a 10. Na primeira avaliação, Santa Catarina obteve o melhor índice para acesso e qualidade dos serviços da rede pública de saúde, com 6,29 numa escala de zero a 10.

Entre as capitais, Florianópolis é terceira capital melhor classificada, atrás de Vitória (7,08), Curitiba (6,96) e à frente de Porto Alegre 6,51.

Criado pelo Ministério da Saúde, o índice é o resultado do cruzamento de 24 indicadores que avaliam se a população está conseguindo ser atendida em uma unidade pública de saúde, além da qualidade do serviço.

Toda a estrutura – hospitais, laboratórios e clínicas – passou pela avaliação. Foram analisados 24 indicadores, como a quantidade de exame preventivo de câncer de mama em mulheres de 50 a 69 anos, cura de casos de tuberculose e hanseníase, o número de mortes de crianças em unidade de terapia intensiva (UTI) e o de transplantes de órgãos.

Os técnicos levaram em conta o tamanho da população – inclusive com plano de saúde –, a estrutura disponível e a condição econômica de cada município. As cidades foram divididas em seis grupos conforme semelhanças econômicas e de atendimento aos habitantes.

Os dados estão disponíveis no endereço eletrônico
www.saude.gov.br/idsus.

 

São cinco mortes legadas À KPC
Superbactéria. Governo confirma que caso de médico é último que tem relação com doença


A Secretaria de Estado da Saúde confirmou que a morte do médico Edelaido Marciano de Souza, 79 anos, no Hospital Celso Ramos, na área central de Florianópolis, é a quinta relacionada à KPC, conhecida popularmente como superbactéria. O governo confirmou que, além das três mortes com relação direta, houve outras duas que tiveram ligação com a superbactéria, mas não há como garantir que o microorganismo tenha causado a morte desses pacientes.

A dúvida em questão é porque dois pacientes estavam com o organismo debilitado por outras doenças, segundo o governo, que, em nota oficial, publicou que desde o dia 17 de fevereiro não foram registrados novos casos de contágio.

O médico morreu no dia 20 de fevereiro e, segundo o filho dele, Almir Souza, que também é médico e viu o prontuário, “ ele fez a cultura e foi detectada a Klebsiella. Durante a internação, foi tratado com os únicos antibióticos que agem sobre a bactéria, a Polimixina B e a Tigercilina”.

Essa é a quinta morte no hospital relacionada ao microorganismo, que vive em ambiente hospitalar e sofreu mutação associada ao uso indiscriminado de medicamentos, produzindo uma enzima resistente aos antibióticos.

Para a coordenadora estadual de Combate À Infecção de Santa Catarina, Ida Zoz, a situação está sob controle. Zoz contou que o número de infectados caiu de sete para dois pacientes. Ainda há 12 pacientes em estágio de colonização, mas eles não transmitem a bactéria.

Quanto à denúncia do SindSaúde de que o número de mortos pela KPC está supostamente entre 13 e 18 casos, a SES preferiu não se manifestar.

Investigada suspeita de médico fantasma

Além da superbactéria, outra polêmica envolve o Hospital Celso Ramos. A suspeita de que 11 médicos batem o ponto eletrônico na unidade, diariamente, e vão embora trabalhar em clínicas particulares. Há oito meses, o Gaeco, integrado pela Ministério Público de Santa Catarina, Secretaria da Fazenda, polícias Civil e Militar, Instituto Geral de Perícias e o Tribunal de Contas do Estado investigam o caso por meio da Operação Hipócrates.

Nesta semana, 17 mandados de busca e apreensão foram expedidos. Os alvos foram as agendasm materiais impressos e de informática dos supostos fantasmas da saúde. O Promotor Alxandre Graziotin informou que o conteúdo será analisado em 15 dias. E que a partir dessa apuração terá um diagnóstico concreto sobre o caso.

Quem levantou a suspeita foi o Tribunal de Contas, que monitora a batida do ponto eletrônico dos funcionários. No órgão, o processo está em fase de instrução.  Após a conclusão do levantamento e da análise das informações, a Diretoria de Atividades Especiais irá elaborara um relatório técnico e encaminhar ao MP.

A operação leva o nome do pai da medicina ocidental, Hipócrates, que viveu até 337 AC. Uma das juras do médico, no seu ensaio sobre a ética, é honrar a profissão: “Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade. A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação”.