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SAÚDE
MP cobra prazos do São José
Observações sobre obras do 4º andar serão anexadas em ação judicial

A promotora do Ministério Público de Santa Catarina (MP/SC) Simone Schultz fez ontem mais uma visita ao Hospital Municipal São José. O objetivo, desta vez, foi vistoriar as obras do quarto andar e do Complexo Ulysses Guimarães. Ela disse que o próximo passo agora será pedir informações à Prefeitura e à Secretaria de Saúde sobre o andamento dos trabalhos e uma previsão para conclusão. As observações dela sobre o quarto andar serão anexadas à ação civil pública que já está com o juiz Roberto Lepper para análise. O Complexo Ulysses Guimarães deve virar uma ação separada.

“Conversei com o mestre de obras do quarto andar e ele disse que poderia terminar em uma semana. Acredito que problemas burocráticos vêm impedindo a conclusão”, disse a promotora. Ela comentou que o quarto andar pronto diminuiria o problema de superlotação do hospital, mas não resolveria o assunto. “A preocupação que tenho é se a Prefeitura já tem os equipamentos comprados se a obra ficar pronta em uma semana”, comenta.

Sobre o Complexo Ulysses Guimarães, ela acredita que as obras não estão adiantadas como deveriam. Por isso, deve pedir informações sobre prazos e obras que faltam para a conclusão. “Tenho certeza de que se estivesse pronto resolveria todo o problema de superlotação. Seria algo bárbaro para a saúde de Joinville”, acredita Simone.

A previsão da Secretaria da Saúde é entregar o quarto andar ainda no primeiro semestre deste ano. A secretaria informou que o edital de licitação para a compra dos equipamentos deve sair até o fim de março e acredita que até o fim de junho o primeiro paciente já possa ser internado no quarto andar. Sobre a contratação de funcionários, a assessoria informou que parte deles já está contratada e que o concurso aberto esta semana pela Prefeitura deve completar o quadro para atender a demanda no hospital.

julimar.pivatto@an.com.br

 


SAÚDE
Falta de vagas na UTI cancela cirurgia

A falta de leitos, especialmente na UTI do Hospital São José, tornou-se um transtorno para a família do aposentado Renato Stuber, 73 anos. Ele já foi chamado duas vezes para ser operado de um estreitamento em uma artéria do coração, procedimento que pode diminuir a hipertensão e um reduzir o problema renal.

Mas depois de fazer todos os exames necessários, comprar todos os remédios exigidos e estar a ponto de ser transferido para a mesa de operação, o hospital cancela a cirurgia. O motivo é a falta de lugar na UTI.

“Hoje (ontem) eles ligaram de novo e marcaram, agora para segunda-feira. Mas não tenho garantia de que a cirurgia vai acontecer. Temos que contar com a sorte”, desabafou a filha de Renato, a professora Mariclei Stuber, 40 anos.

Segundo ela, a cada pré-operatório é preciso gastar pelo menos R$ 500 com remédios que o aposentado precisa tomar. Este custo precisa sair do bolso da família, já que o SUS não oferece a medicação. “Estamos angustiados com esta situação. Meu pai pode sofrer um AVC a qualquer momento se não for operado”, lamenta.

Cansada da situação, dona Mariclei fez uma carta e entregou cópias no gabinete do prefeito Carlito Merss, na Secretaria da Saúde, a cada um dos vereadores e também ao Ministério Público.

“Há 19 anos eu precisei de uma operação e esperei mais de um ano. Faz tanto tempo que isso aconteceu e até agora não mudou nada. É muito triste isso”, diz a professora em um trecho da carta.

 


PALESTRA
Ex-ministro fala a médicos e enfermeiros do Dona Helena

O ex-ministro da saúde e coordenador executivo do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Pro-ISAGS), José Gomes Temporão, apresentou ontem à noite uma palestra ao corpo clínico do Hospital Dona Helena. Ele falou da importância do trabalho dos médicos nas certificações de qualidade em saúde – o Dona Helena se prepara para receber a acreditação hospitalar, reconhecida pelo Joint Commission International (JCI).

Para conquistar este selo de qualidade, o hospital precisa comprovar que oferece ambiente seguro e de qualidade a funcionários e pacientes. Quando a unidade está pronta para encarar o desafio, uma equipe avaliadora internacional visita o hospital e verifica se está de acordo com as normas estabelecidas.

Doutor em Medicina Social, Temporão avalia o certificado como uma tendência em todo o mundo. “A medicina moderna pode causar muitos danos, por isso, é importante apresentar segurança”. Temporão também falou aos médicos sobre os desafios da saúde pública no Brasil. “Hoje o País investe apenas 40% dos recursos públicos em saúde, é preciso mais”, afirmou. Temporão reforçou a importância dos profissionais e de melhores condições de trabalho para que o atendimento aos pacientes seja de máxima qualidade. “É preciso cuidar de quem cuida”, completou.

 

 

 

SERVIÇO PRECÁRIO
MP vistoria Hospital Infantil

O Ministério Público de Santa Catarina realizou vistoria no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis.

O objetivo foi verificar irregularidades apontadas em denúncias, reportagens e em procedimentos instaurados por promotorias de Justiça da Comarca da Capital. O promotor de Justiça Marcílio de Novaes Costa, titular 10ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital, esteve verificando problemas na estrutura física do prédio, nos equipamentos, medicamentos e recursos humanos do Hospital Infantil. Para maio, estava prevista uma audiência judicial, mas o promotor pretende antecipar. Ele considerou “preocupante” o panorama encontrado, com leitos e setores sendo desativados por falta de pessoal e equipamentos.

– Há equipamentos, por exemplo, no valor de R$ 700 mil desativado por falta de manutenção. O setor de oncologia está sujeito à redução de leitos por afastamento de servidores em licença e por exonerações disse.

A reportagem procurou a Secretaria de Saúde e direção do Hospital Infantil, mas somente hoje haverá uma manifestação oficial.

 


APOIO AÉREO
Helicóptero próprio para os Bombeiros

A partir de amanhã, o Corpo de Bombeiros de SC passará a atender ocorrências com helicóptero próprio.

O Estado comprou uma aeronave para substituir a que está em operação e é locada. Os recursos para aquisição e manutenção são de R$ 5 milhões, divididos entre o fundo de melhoria do Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Estado da Saúde.

O helicóptero Arcanjo 01 chegou na terça-feira. É um modelo Esquilo As 350 B2, usado, equipado com câmera de margeador térmico para apoio a operações de busca, farol para operações noturnas, sirene e megafone para orientação a banhistas. Também dispõe de equipamento para operações de combate a incêndio florestal e sistema anticolisão.

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros de SC, coronel José Luiz Masnik, afirmou que o ideal seriam dois helicópteros na corporação. Hoje, são atendidas pelo Arcanjo em média 100 ocorrências por mês na Grande Florianópolis.

 


MÉDICOS DA CAPITAL
Negociação só depois da data-base

O reajuste de 15% na gratificação dos médicos da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis não deve ser prioridade nas contas da prefeitura.

Conforme a rodada de negociações entre os profissionais e os secretários municipais de Governo, Administração, Planejamento e Saúde, na tarde de ontem, o valor só deve ser negociado após a definição da data-base dos servidores.

Os médicos suspenderam o atendimentos nos mais de 50 postos da Capital. As UPAs funcionaram normalmente. Durante a tarde, os profissionais panfletaram nas ruas para explicar as reivindicações à população. Após a reunião com os gestores, a categoria decidiu nova paralisação para o dia 21.

Outra reivindicação é a suspensão do desconto na gratificação do Programa de Saúde da Família. Conforme o Sindicato dos Médicos de SC, a categoria vem negociando com os gestores há um ano e meio. Hoje, o advogado do sindicato deve se reunir com o procurador do município, Jaime de Souza, para discutir a redação do Decreto 441/98, que teria sido mal interpretado, resultando no desconto ilegal na remuneração dos médicos.

 

 

 


Cirurgias recomeçam no Celso Ramos
Controlado o surto de KPC, pacientes de eletivas serão atendidos


O Hospital Celso Ramos volta a fazer as cirurgias eletivas, ou seja, aquelas com data marcada e sem risco de vida para o paciente. As operações haviam sido canceladas desde o dia 24 de fevereiro em função do surto da superbactéria. Na instituição, a KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) foi responsável pela morte de três pacientes por infecção direta. Em outros três falecimentos foi detectada a presença do micro-organismo no intestino dos pacientes.

Foram realizados exames no centro cirúrgico para investigar a presença da KPC - bactéria mutante que produz uma enzima resistente aos antibióticos. Como os resultados da avaliação foram negativos, o hospital voltou a funcionar normalmente. Os estagiários, que estavam dispensados, também voltaram às atividades.

Ida Zoz, coordenadora estadual de Combate à Infecção afirmou que a equipe está preparada para prevenir um surto do micro-organismo. Mas não descarta a possibilidade de novos casos. O gerente de enfermagem do Celso Ramos, Éder Forester, afirmou que o pessoal está orientado sobre questões de higiene e combate à infecção hospitalar.