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MATERNIDADE
A Carmela dos manés

Pedro Henrique Costa Vieira recém chegou. Neste domingo, completa cinco dias de vida. Filho de Nathalia, o menino nasceu na Maternidade Carmela Dutra, na Capital, um dos maiores berços de manezinhos. Nos 56 anos da instituição, nasceram por lá cerca de 200 mil.

Com pouco mais de meio século de existência, a Maternidade Carmela Dutra é um dos principais berços de manezinhos. É referência em saúde da mulher e tem o título de Hospital Amigo da Criança. Mas a falta de pessoal preocupa e nem mesmo o concurso público que será realizado neste domingo vai resolver o problema

Erguida nos altos da Rua Irma Benwarda, ao lado do Hospital Governador Celso Ramos, a maternidade é referência no atendimento obstétrico e neonatal. Por causa da fama, mulheres de toda a região buscam a instituição e se tornam responsáveis por 7 mil internações ao ano.

Mas a qualidade do atendimento e serviços prestados é, em grande parte, resultado do esforço dos profissionais que atuam no local. É que falta pessoal para atender a grande demanda.Neste domingo vai ter concurso público, mas o número de vagas ficou longe do desejado, reconhece o diretor clínico da instituição, Ricardo Maia Famawais.

– Pedimos 30 técnicos em enfermagem, mas são só cinco as vagas.

Vão ser contratados também um médico neonatologista e um pediatria. Na área técnica, além das cinco vagas para enfermagem há quatro para atividades administrativas e uma para radiologia e imagem.

Primeira maternidade pública do Estado, mantém a média de 1,8 mil partos normais e 1,5 mil cesarianas. O atendimento é pelo SUS.

Apesar das dificuldades, a Carmela Dutra continua na preferência de muita gente. Ainda tem muitos por aí achando que nascer na Carmela Dutra é ser “manezinho de carteirinha”. Na página ao lado, o depoimento de algumas mulheres que optaram por dar à luz na Carmela, seja por tradição ou por confiança neste lugar onde já nasceram tantos manezinhos.

angela.bastos@diario.com.br

ÂNGELA BASTOS

 


MATERNIDADE
Prematuros ganham atenção especial

A diferença está no semblante. Quem deixa a ala de acolhimento da maternidade e chega na UTI neonatal percebe diferenças. Nos alojamentos, a felicidade de mães que comemoram a chegada dos filhos e contam as horas de receber alta e voltar para a casa. Podem esticar os braços e tocar em seus bebês, acomodados nos berços.

Na UTI, quase sempre entubados, prematuros ou bebês doentes precisam de cuidados especiais. Apesar de estimulado, muitas vezes o toque é apenas visual. O nascimento de prematuros angustia as mães que recebem alta do hospital, mas deixam seus filhos internados.

Em média, a cada cem partos, 10 são prematuros, isto é, ocorrem antes da 37a semana de gestação. Quanto menor é a idade gestacional, maior a probabilidade de complicações. Na Carmela Dutra existem 10 leitos da unidade neonatal e mais 14 destinados para cuidados intermediários.Preocupação e esperança. Assim as mães com bebês internados resumem o que sentem.

– A gente fica fragilizada. Mas é bom que não nos escondem nada – observa Lilian Silva, mãe de Lorena.

Mas nem tudo é dor na UTI. Em agosto de 2010, depois de meio século de funcionamento, nasceram os primeiros quíntuplos da instituição. Eles permaneceram até atingirem dois quilos. Situações como essa dão à Carmela Dutra reconhecimento no quadro de hospitais próprios da Secretaria de Estado da Saúde.

É Centro de Referência Estadual em Saúde da Mulher e Hospital Amigo da Criança. O parto dos quíntuplos, que crescem saudáveis, foi o primeiro da história da unidade. E um orgulho para todos.

 

 


MATERNIDADE
Banco de leite garante alimentação dos bebês

O banco de leite da Maternidade Carmela Dutra funciona desde 1979 e é pioneiro em SC. Desde 1982 é também Central de Informações de Aleitamento Materno. Todos os dias, um veículo da maternidade vai na casa de mães cadastradas para fazer o recolhimento do leite. São mulheres que tiveram seus filhos na instituição.

A média é de seis litros e 25 doadoras. O produto é submetido a exames para verificar a qualidade e pasteurizado, para ser distribuído aos bebês. Além de servir aos filhos de mães que têm dificuldades para amamentar, o leite também é dado para filhos de mães com o vírus HIV.

– Nem todo o leite é consumido, pois temos um descarte de cerca de 17% – explica Jaqueline Soar Cavalheiro Locq, enfermeira responsável.

A enfermeira conta que o serviço funciona como responsável pelas ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.

– Temos um programa assistencial e educativo de aconselhamento e apoio para as mães. Isso se dá através de dicas que vão desde a importância do leite para a saúde do bebê, como ajudá-las a estimular o seio.

Ações como essa levam ao reconhecimento da instituição, como o título de Hospital Amigo da Criança, pelo Ministério da Saúde.

– Além de estimular o aleitamento materno, a Carmela Dutra também incentiva o parto normal, ações que levam em conta a saúde da criança e da mulher – afirma.

 

 

MATERNIDADE
Alegria pela nova vida

O primeiro choro de pelo menos 40 mil recém nascidos passaram pelos ouvidos de Edith Ilza Pfaffunzeller. Enfermeira chefe do Centro de Obstetrícia, ela trabalha há 26 anos no local. Quando começou como bolsista da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Edith entendeu que trabalhar em uma instituição que dá e preserva vidas seria o seu “habitat natural”.

A caminho da aposentadoria, a enfermeira que atua com uma equipe de 35 profissionais mantém o entusiasmo de quem entende cada nascimento como um momento ímpar na vida:

– Me alegro quando vejo as pessoas felizes pela chegada de uma criança.

Em quase três décadas de trabalho, ela viu mudanças trazidas pela medicina e mesmo as impostas pela demanda de uma Florianópolis que cresce e acolhe outros filhos. Para Edith, uma das mudanças mais significativas que viu acontecer, além do aumento de partos, foi a oportunidade das mães e seus bebês poderem ficar juntos nas primeiras horas de vida:

– As primeiras horas são muito importantes para o vínculo. Tenho confiança de que a maternidade sempre pensa no melhor para o seu público e para isso que a gente trabalha.

 


MATERNIDADE
Uma tradição de família

Valquíria Martinha dos Santos da Costa seguiu os passos da mãe. Dos seus sete filhos, seis nasceram na Maternidade Carmela Dutra.

– Tenho só duas, mas não abri mão de tê-las aqui – conta Valquíria, que na quinta-feira voltou para a casa depois de dar luz à Valentina Vitória.

A família mora em Governador Celso Ramos e faz questão de cruzar a ponte para ter os filhos:

– É uma questão de confiança, que passa de mãe para a filha – conta.

Valentina nasceu com boa saúde. Quando o pai, que trabalha como taxista em Governador Celso Ramos, veio buscá-la na quinta-feira, uma bolsa a mais era levada na bagagem:

– É do Programa Capital Criança. Aqui tem termômetro, sabão, gaze e a cartilha de vacinação para que eu continue cuidando da saúde do meu bebê mesmo morando fora de Florianópolis – explica.

 

DIA DO AUTISMO
Ações de conscientização

Parece que eles vivem num mundo só deles, mas a tarefa da sociedade é incluí-los. Com a intenção de sensibilizar a comunidade sobre a importância de olhar com atenção para as pessoas com autismo, a Associação de Amigos do Autista (AMA) de Joinville organizou uma série de atividades para marcar o Dia do Autismo, comemorado no dia 2 de abril.

Hoje, profissionais da AMA entrarão em campo, na Arena Joinville, antes do jogo do JEC contra o Criciúma, com faixas nas mãos. Na segunda-feira, crianças, adolescentes e adultos com autismo e seus familiares irão às ruas para participar de uma passeata.

A caminhada da AMA terá início às 15h30min, em frente ao Museu Nacional de Imigração e Colonização, na Rua Rio Branco, e seguirá até a Praça da Bandeira. O objetivo do evento é conscientizar a população sobre o autismo, uma síndrome que muita gente desconhece, o que por vezes dificulta o acesso ao tratamento adequado. Sem falar que a falta de informação é, muitas vezes, a fonte do preconceito que ainda existe em relação aos autistas.

Carolayne Carvalho de Oliveira, 15 anos, é uma das pacientes da AMA que foi diagnosticada tardiamente, aos 14 anos.

– A gente sabia que ela tinha deficiência intelectual, mas como ela também sofre de epilepsia, os médicos achavam que ela tinha síndrome de West. Só no ano passado que descobrimos que ela tinha autismo, e ela passou a participar das atividades aqui na AMA – conta a mãe Renata Carvalho Limas dizendo que hoje a filha já tem mais autonomia.

Na Capital, uma caminhada que partiu do trapiche da Beira-Mar Norte, na manhã de sábado, também teve o objetivo de conscientizar as pessoas para esta realidade.

 

Joinville