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UTI NEONATAL
Quatro bebês são transferidos

A Secretaria de Saúde transferiu quatro bebês da UTI Neonatal da Maternidade Darcy Vargas, em Joinville, para amenizar o problema da superlotação, que chegou a um nível crítico na sexta-feira, comprometendo o atendimento.

Na manhã de sábado, um deles foi transferido para Curitibanos pelo Samu. Dois gêmeos foram encaminhados para Blumenau, à tarde. Como o Samu de Joinville não dispunha de uma UTI Móvel para realizar a transferência dos bebês, na tarde de sábado, uma unidade de Canoinhas foi deslocada para o serviço. Na sexta-feira, um bebê já havia sido transferido para Jaraguá do Sul.

Com as transferências, a UTI, que conta com dez leitos, e chegou a abrigar 16 bebês na sexta-feira, voltou a operar no limite da capacidade, com 12 bebês internados. O secretário Estadual de Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, admitiu o problema e disse ontem que uma solução deve ser negociada durante a semana com o Hospital Infantil de Joinville.

 

 

 


Após nova rodada entre o prefeito Edson Piriquito (Balneário Camboriú) e o secretário Dalmo de Oliveira (Saúde) ficou estabelecido que o governo do Estado deverá evoluir na proposta original de repassar R$ 2 milhões este ano para o Hospital Municipal Ruth Cardoso.

A expectativa gira em torno de R$ 500 mil mensais, totalizando R$ 4,5 milhões (de abril a dezembro) em 2012. Dalmo também se comprometeu a liberar quantia de cerca de R$ 1,5 milhão em AIHs (Autorizações de Internação Hospitalar) represadas na Secretaria de Saúde.

 

 

Viver Bem

CENTRAL
E se faltar?
Brasileiras podem ficar sem silicone – e pacientes com câncer de mama podem sofrer graves consequências

Desde 22 de março, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) baixou uma resolução suspendendo o comércio de implantes mamários no País, cirurgiões plásticos brasileiros disputam uma quantidade limitada de silicone. Como apenas as próteses fabricadas até o dia 21 de março podem ser usadas, os tamanhos mais utilizados começam a rarear. Com 150 mil cirurgias por ano, o Brasil depara com o risco de ficar sem silicone em breve.

“Houve uma corrida de hospitais e clínicas para comprar os estoques dos importadores e fabricantes. Estamos muito preocupados, porque vai faltar produto se não houver uma ação rápida da Anvisa”, avalia o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), José Horácio Aboudib.

A agência suspendeu o comércio de implantes mamários porque decidiu que o produto, nacional ou importado, passará por um processo mais rigoroso de certificação. Na resolução de março, ficou definido que o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) estabelecerá os critérios de certificação. Um motivo de preocupação é que o prazo fornecido pelo instituto para a publicação desses critérios, 31 de março, não foi cumprido. Em nota, o Inmetro informou que já enviou os requisitos à Anvisa.

A demora na publicação dos critérios é apenas uma parte do problema. A partir dela, temem profissionais e fabricantes, poderão decorrer semanas até que os laboratórios escolhidos para analisar e certificar os implantes estejam aptos a fazê-lo.

A preocupação dos médicos pode parecer fútil para quem imagina que se trata apenas de motivos estéticos. Ainda que majoritário, esse público não representa todo o universo de quem recorre aos implantes. A situação mais séria envolve as pacientes de câncer. Na mesma cirurgia em que retiram o tumor, elas fazem a reconstituição da mama. Sem silicone disponível, elas ficam diante de um dilema: não operam e correm o risco ter um agravamento da doença, ou operam e ficam mutiladas.

“A reconstituição da mama é feita na mesma hora da retirada do tumor porque uma reconstrução tardia implica em três a sete cirurgias. Elas são necessárias porque não existe mais o invólucro da mama. A cirurgia precisa recriar até o mamilo. Não se atinge mais o mesmo resultado de forma obtido quando se faz a cirurgia na hora, aproveitando o modelo da mama”, afirma José Luiz Pedrini.

Neste ano, o Brasil deve ter 52,6 mil novos casos de câncer de mama. Dessas pacientes, 25% terão de ser submetidos à mastectomia. Esse é o universo que pode ser prejudicado caso falte silicone no mercado.

Também podem sair prejudicadas as cerca de 25 mil brasileiras com implantes das marcas PIP (da França) e Rofil (da Holanda), origem da polêmica. Essas próteses, fabricadas com silicone impróprio para uso médico, apresentaram alto índice de rompimento e foram banidas do mercado. Foi em consequência desse escândalo que a Anvisa decidiu estabelecer novas normas. A reportagem solicitou entrevista à Anvisa, mas o pedido não foi atendido.

As próteses têm um prazo de validade?

Não existe uma durabilidade máxima. Acredita-se que as próteses fabricadas atualmente melhoraram e possam durar por longos períodos. Estudos feitos com próteses mais antigas, no entanto, apontam um índice de rompimento de 10% depois de uma década. Passados 15 anos, o percentual sobe para 15%. Normalmente, trabalha-se com um prazo de dez anos, a partir do qual se deve avaliar a necessidade de substituição Ao fazer um implante, a mulher deve estar ciente de que ele não é para sempre e que novas cirurgias são, com frequência, necessárias.

Quando se deve fazer a troca de prótese?

Depois de dez anos do implante, deve-se avaliar essa possibilidade, levando em conta os aspecto clínico e exames como a ressonância magnética. No entanto, se ha prótese estiver íntegra depois de 10 anos, pode-se deixar para mais adiante.

Qual é a diferença das próteses nacionais e importadas?

Em termos de qualidade, a diferença não seria significativa, porque o silicone utilizado por todos os fabricantes e fornecido por apenas duas empresas, sediadas nos Estados Unidos. A diferença maior é nos desenhos e formatos das próteses. A diferença de custo também é pequena, com leve vantagem para a indústria nacional. As próteses custam em média entre R$ 1 mil e R$ 3 mil.

Como é feita a escolhe pela prótese de um determinado fabricante?

O padrão é que a indicação seja feita pelo médico. O critério principal é a adequação de determinada prótese à anatomia da paciente e ao resultado desejado por ela.

Os riscos e cuidados

Que acompanhamento deve ser feito para avaliar se a prótese está em boas condições?

No caso das jovens, a avaliação periódica com o ginecologista deve incluir um exame das mamas, que pode indicar alguma alteração no implante. A partir dos 40 anos anos, toda mulher deve fazer mamografia e ultrassonografia anuais, que podem sugerir alguma alteração no silicone. Se isso acontecer, uma ressonância magnética pode ser solicitada para revelar se houve rompimento.

Que riscos a mulher corre em caso de ruptura da prótese?

Em geral, os danos são locais. Há risco de processos inflamatórios e contratura da membrana que se forma em torno da prótese. Em situações mais sérias, o quadro poderia evoluir para uma infecção generalizada. No caso das próteses adulteradas (PIP e Rofil), os danos podem ser maiores.

Por que as próteses dos fabricantes Rofil e PIP oferecem risco maior?

As próteses mamárias são feitas com um tipo de gel que, em caso de rompimento, causa pouco dano ao organismo. Esse silicone fica retido pela membrana que se forma ao redor do implante em um processo natural de defesa do organismo. Nas próteses banidas, porém, além de o índice de rompimento ser de cinco a dez vezes maior, foi utilizado um tipo de silicone industrial líquido que não é de uso médico. Ele se infiltra e pode atingir outras partes do organismo, como os gânglios da axila e o fígado.

Quais são os sinais de que pode haver algum problema no implante?

Os sintomas mais comuns são vermelhidão, dor, endurecimento e contratura na mama. Alterações de formato também devem ser levadas em conta.

Existe um tamanho adequado para a prótese?

O tipo físico deve ser levado em conta. A própria dimensão do seio limita o tamanho da prótese, já que ela terá de caber no seu interior. Quando uma mulher tem um implante muito grande, significa que ela já fez cirurgias anteriores, com volumes menores, e que a pele cedeu, permitindo uma prótese maior. Mamas muito pesadas podem causar problemas na coluna.