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ARTIGO

Saúde ao redor do mundo, por Humberto Thormann Bez Batti*

Existem hábitos simples de outros povos que podem fazer uma grande diferença na nossa saúde. Por que não incorporarmos alguns deles na nossa rotina diária?

Os japoneses têm uma das mais altas expectativas de vida e uma das mais baixas taxas de obesidade do planeta. Um dos macetes utilizados por nossos amigos orientais se chama hara hachi bu, que significa que eles comem até sentirem-se 80% satisfeitos. Na realidade, isso significa que seu estômago já está cheio, mas não houve tempo suficiente para que seu cérebro recebesse esta informação. A solução: mastigue pelo menos 20 vezes a comida antes de engolir, assim você regularizará seu processo digestivo, dando tempo ao seu cérebro de perceber que você está saciado.

Os noruegueses adoram pedalar. Trinta por cento de todos os percursos diários na Noruega são feitos a bordo de magrelas. Cada norueguês pedala em média 2,5 km por dia. Um estudo de 2010 demonstrou que os noruegueses que pedalam vivem 14 meses a mais do que aqueles sedentários. Tire a sua bicicleta da garagem e pedale pelo menos 30 minutos três vezes por semana. A topografia de nossa cidade (plana, arborizada) facilita esta magnífica atividade física.

Os indianos adoram o curry. O curry tem um tempero que se chama açafrão, usado há séculos na medicina ayurvédica. Estudos recentes demonstram que o curry pode prevenir o Alzheimer, além de ter propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Tempere sua vida com um pouco de curry pelo menos duas vezes por semana.

O professor Hollenberg, de Harvard, estuda há anos a tribo kuna, do Panamá. Eles têm o hábito de tomar cinco xícaras de cacau por dia. Em comparação com o restante do povo panamenho, os kunas têm índices de câncer, diabetes e doenças cardíacas 10% menores. Acrescente chocolate amargo (70% cacau) na sua vida, seu coração agradece.

Um estudo de 2007 com mais de 23 mil gregos revelou um hábito surpreendente que explica o vigor destes felizes longevos: a sesta. Adultos que tiram um cochilo de pelo menos 30 minutos após o almoço, pelo menos três vezes por semana, têm 37% menos risco de morrer de infarto. Se uma medida tão simples pode reduzir em 1/3 o risco de infarto, o que você está esperando? Se seu trabalho não permite durante a semana, aproveite que hoje é sábado (e tem um feriado pela frente) e tire uma soneca merecida e terapêutica. Se alguém reclamar, diga que são ordens médicas. 

*cirurgião plástico, professor de medicina e mestre em saúde e meio ambiente


 


 

Insalubridade
Na próxima semana, o Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville inicia campanha preventiva pela manutenção do adicional de insalubridade do São José. O hospital contratou laudo para checar quem realmente tem direito à vantagem que pode ser de 20% ou 40% a mais no salário.

 

Insalubridade
Na próxima semana, o Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville inicia campanha preventiva pela manutenção do adicional de insalubridade do São José. O hospital contratou laudo para checar quem realmente tem direito à vantagem que pode ser de 20% ou 40% a mais no salário.

 



 


SONO

Sono e atividade física

Pesquisa recente aponta que o repouso pode ser tão importante para a saúde quanto a prática de exercícios

A prevenção é o primeiro passo para vencer o câncer. Tornar o corpo mais resistente e manter uma saúde equilibrada são medidas que, no longo prazo, podem fazer a diferença e evitar o desenvolvimento de inúmeros tipos desta doença.

A consultora do sono Renata Federighi destaca a importância do repouso, principalmente para quem pratica esportes, como indica uma recente pesquisa do Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos. O estudo revelou que mulheres que praticam exercícios físicos constantemente têm uma probabilidade 25% menor de desenvolver qualquer tipo de câncer. Porém, a pesquisa atestou que essas mesmas voluntárias, que praticam exercício regularmente, possuem um risco 47% maior de desenvolver câncer, caso não durmam tempo suficiente para o organismo recuperar suas energias.

Isso significa que boas noites de sono devem estar alinhadas a uma rotina saudável de prática de exercícios. Caso contrário, o resultado é inverso ao esperado: ao se exercitar sem o descanso noturno, ocorre uma antecipação do envelhecimento celular e um aumento da predisposição para o surgimento de tumores.

– Durante a noite, as células precisam repousar completamente para não perder sua eficiência e sofrer mutações, que são as causas para o aparecimento de um câncer. Poucas horas de sono também prejudicam o sistema imunológico e favorecem quadros inflamatórios, deixando o corpo mais vulnerável a tumores – afirma Renata Federighi.

Ela explica que existe, também, uma relação direta entre sono e obesidade:

– A privação do sono desregula a secreção da leptina, que controla a sensação de saciedade, fazendo com que o indivíduo passe a comer mais. Uma noite bem dormida ajuda, também, a manter o tônus muscular, evita o acúmulo de gordura, melhora o desempenho físico e combate a osteoporose.

Embora a necessidade das horas de sono seja uma característica individual, em média, a população adulta precisa de sete a oito horas de sono diárias para que haja um reparo das funções do organismo, já que dormir não é apenas uma necessidade de descanso mental e físico, pois durante o sono ocorrem vários processos metabólicos, que, se alterados, pode afetar o equilíbrio de todo o organismo a curto, médio e em longo prazo.





PREVENÇÃO
Queimadura, uma tragédia evitável
 
Um milhão de pessoas são vítimas a cada ano no Brasil, e dois terços dos acidentes são protagonizados por crianças, que passam a conviver com as sequelas, estéticas e funcionais, para o resto de suas vidas.
Os números são assustadores e justificam investimentos, parcerias e iniciativas maciças em campanhas de prevenção das queimaduras, especialmente na infância.

– Em 80,7% dos casos de acidentes com fogo, um dos pais estava presente ao local do acidente, mas não estava alerta para o risco daquela situação – explica o presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras, Dilmar Leonardi.

Para o cirurgião pediátrico do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, e presidente do 8o Congresso Brasileiro de Queimaduras, Mauricio Pereima, a liberação da venda do álcool líquido agrava ainda mais a situação. A combustão resultante de um litro de álcool etílico hidratado libera 4,8 mil Kcal, quantidade de calor suficiente para elevar a temperatura da pele em nível de produzir destruição celular irreversível. Ou seja, apesar de ser vendido em qualquer supermercado e, quase sempre, ser armazenado em casa sem nenhum critério de segurança, o álcool líquido, quando inflamado, provoca a coagulação do protoplasma celular, com consequente morte dos tecidos de forma quase instantânea.

– Em Florianópolis, uma pesquisa realizada no período em que a venda de álcool líquido foi limitada no Brasil, apontou uma redução de quase 30% nos casos de queimaduras infantis, se considerarmos a diminuição da incidência e da abrangência das lesões – destaca o médico.

O Brasil é o único país no qual o álcool se sobressai como agente causador de queimaduras. Seu mau uso acarreta quase 20% do total de ocorrências do gênero.

Segundo artigos publicados na Revista Brasileira de Queimaduras, além da presença de adultos no momento do acidente, ainda chama a atenção o fato de que, quase sempre, a criança estava em ambiente doméstico quando o trauma ocorreu, o que reitera a necessidade de maior preparo dos pais ou responsáveis sobre as medidas capazes de prevenir queimaduras na infância.

Apesar de todos os avanços nos tratamentos, as queimaduras se mantêm entre as principais causas externas de morte registradas no Brasil.

Complicações causam a morte

A falta de atendimento adequado e as complicações e infecções decorrentes das queimaduras são responsáveis por cerca de 75% a 80% das mortes.

– A pele é uma barreira natural contra a entrada de microrganismos, e com a queimadura essa proteção fica comprometida, aumentando as chances de infecções – explica Dilmar Leonardi.

O tratamento das vítimas de queimaduras envolve uma série de profissionais, como cirurgiões plásticos, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, enfermeiros, nutricionistas. De acordo com Leonardi, o tempo de internação do paciente é calculado de acordo com o tamanho da queimadura:

– Se a queimadura atinge 20% da superfície da pele, o paciente fica em tratamento por 20 dias, se atinge 30%, 30 dias, isso é considerado um atendimento padrão – conta o médico.

Em Florianópolis, apenas o Hospital Infantil Joana de Gusmão tem tratamento especializado para queimadura. Adultos que precisem do serviço são encaminhados a outros hospitais da região.

Como proteger as crianças

• Mantenha a criança longe da cozinha e do fogão, principalmente durante o preparo das refeições.

• Cozinhe nas bocas de trás do fogão e sempre com os cabos das panelas virados para trás, para evitar que as crianças entornem os conteúdos sobre elas.

• Evite carregar as crianças no colo enquanto mexe em panelas no fogão ou manipula líquidos quentes.

• Quando estiver tomando ou segurando líquidos quentes, fique longe das crianças.

• Não utilize toalhas de mesa compridas ou jogos americanos. As mãozinhas curiosas podem puxar estes tecidos, causando escaldadura ou queimadura de contato.

• Durante o banho do bebê, coloque primeiro a água fria e verifique a temperatura da banheira com o cotovelo ou dorso da mão.

• Não deixe as crianças brincarem por perto quando você estiver passando roupa nem largue o ferro elétrico ligado sem vigilância. Cuidado com os fios dos outros eletrodomésticos. Se possível, mantenha-os no alto.

• Fogos de artifício devem ser manipulados por profissionais e nunca por crianças. Nas festas juninas, não permita brincadeiras com balões ou de saltar fogueira.

• Não deixe fósforos, isqueiros e outras fontes de energia ao alcance das crianças.

• Guarde todos os líquidos inflamáveis em locais altos e trancados, longe do alcance das crianças.

• Guarde o álcool longe do alcance das crianças. O mais seguro é substituir qualquer versão de álcool por outros produtos de limpeza doméstica.

• Nunca jogue álcool engarrafado sobre chamas ou brasas, nem utilize este produto para cozinhar. O álcool poderá explodir, provocando queimaduras graves ou até fatais.

• Velas ou candeeiros acesos em móveis de madeira, perto de cortinas, mosquiteiros ou colchões podem causar incêndio em poucos minutos.

• Só acenda velas em recipientes fundos (como jarros de vidro) ou num prato fundo com água.

• Apague velas e candeeiros quando sair de casa, mesmo que seja uma ida à casa da vizinha.

• Deixe itens inflamáveis como roupas, móveis, jornais e revistas longe da lareira, do aquecedor e do radiador.

• Tire todos os aquecedores portáteis do alcance das crianças.

Fonte: Safe Kids – http://criancasegura.org.br





NOTAS
Equitação ativa cérebro infantil
 
A fisioterapeuta Letícia Junqueira é uma defensora da prática da equitação lúdica, na qual a criança realiza atividades junto com o cavalo. Isso, segundo ela, faz com que o processo evolutivo da criança seja aprimorado, principalmente no começo da infância, entre os dois e os oito anos, quando o desenvolvimento do cérebro é intenso. Os principais objetivos da atividade são buscar as potencialidades, aperfeiçoar as habilidades motoras e trabalhar a autoconfiança infantil.

– Durante a prática, a criança montada no cavalo irá receber de 1,8 mil a 2,2 mil estímulos cerebrais, devido ao deslocamento tridimensional do animal, que faz com que o corpo realize movimentos automáticos de adaptação ao movimento do cavalo. Os estímulos chegam ao sistema nervoso central, por meio da medula espinhal, e colaboram com o processo evolutivo e para o melhor desempenho do aprendizado – explica a fisioterapeuta.

Isto ocorre porque os estímulos cerebrais que chegam ao sistema nervoso atingem uma parte do cérebro que é responsável pela cognição e o equilíbrio. Com isso, reações de aprendizado e noções de equilíbrio são estimuladas na criança.

A equitação lúdica faz uso de diferentes artifícios, como brinquedos e jogos educativos, para estimular a criança, que terá o cavalo como referencial, buscando conhecer seus limites e fortalezas.

– Ao alimentá-lo, por exemplo, ela percebe que o animal tem necessidades essenciais parecidas com as dela, como de alimentação e higiene. Ao tocar, brincar e conduzir um ser maior e mais forte do que ela, a criança tem a sensação de poder, e isso aumenta sua autoestima.




NOTAS
Botox, um aliado na luta contra o AVC
 
Pelo menos 30% dos pacientes vítimas de AVC apresentam sequelas motoras significativas, que podem limitar a sua locomoção e atividades diárias, causando dor e impactando a qualidade de vida do paciente, da sua família e de seus cuidadores. O AVC é responsável por 9% da mortalidade no Brasil, com cerca de 2 milhões de novos casos por ano.

A contratura muscular excessiva (paralisia espástica) é uma sequela comum nesses casos. O que muita gente não sabe é que pacientes com disfunção muscular contam com um tratamento para melhorar sua qualidade de vida, através do SUS e de convênios ou planos de saúde. O tratamento é feito com a toxina botulínica tipo A (TBA), um agente biológico produzido por meio de uma tecnologia sofisticada e conhecida para tratamentos de estética como botox.

A TBA provoca o relaxamento dos músculos afetados, permitindo significativa recuperação motora, quando aplicada com um programa intensivo de fisioterapia. À medida que a TBA relaxa o músculo, permite uma melhora na amplitude do membro afetado, diminui a dor e aumenta a qualidade de vida do paciente.

A aplicação da toxina é realizada através da injeção de doses adequadas nos músculos lesados pela doença, em um procedimento minimamente invasivo. Dependendo do grau de lesão muscular e da resposta individual, o doente deve repetir as aplicações a cada seis meses.

O tratamento com TBA visa à reabilitação motora e à melhora da qualidade de vida – seja em pessoas com sequelas de AVC, distonias ou paralisia cerebral – mas a efetividade do tratamento é maior quando associada a um programa de fisioterapia, o que exige importante integração entre os médicos e fisioterapeutas que cuidam do paciente.





OLHAR SAUDÁVEL
Vista cansada
Tratamento é diferente aos 40 e aos 60 anos de idade

A presbiopia, ou vista cansada, é uma condição que acomete todas as pessoas a partir dos 40 anos, e seus métodos de tratamento variam conforme o perfil do portador e a faixa etária. É consequência das alterações na musculatura ciliar, aquela que proporciona a contração do cristalino, lente natural que tem a função de focar os objetos de perto. O cristalino, progressivamente, vai perdendo competência e a visão de perto tende a piorar com o passar dos anos.

Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) apontam que 38 milhões de brasileiros apresentam o quadro de vista cansada.

– Com o aumento da expectativa de vida, esse volume tende a crescer – acredita o oftalmologista Mario Jampaulo. Ele esclarece que a dificuldade para enxergar de perto não se restringe aos momentos de leitura, mas impacta na vida social e profissional dos pacientes.

– O grande reflexo social é que aos 40 anos de idade uma pessoa está plena, ativa, produtiva, e a tecnologia empregada nas tarefas cotidianas como o computador, tablets e smartphones exige alta qualidade de visão para perto e intermediária permanentemente – avalia o médico.

Ainda não existe tratamento direcionado à vista cansada que faça essa musculatura trabalhar de novo normalmente. Os tratamentos atuais vão desde a compensação com o uso dos óculos ou de lentes de contato até os procedimentos cirúrgicos. Nos pacientes jovens, que têm o cristalino saudável, transparente e em pleno funcionamento no foco para perto, as estratégias de tratamento têm como sítio cirúrgico a córnea. Já nos pacientes com idade mais avançada, o tratamento fixa-se no cristalino, explica o especialista.

– Para cada fase da vida do paciente, existe uma estratégia diferente de tratar a presbiopia. Mesmo que a vista cansada continue progredindo após os procedimentos, o que é uma condição natural do organismo, o paciente operado sempre terá visão melhor do que um paciente não operado – justifica Jampaulo.