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MEDICINA
Cada som, uma vitória
Hoje com três anos, o joinvilense Bruno dos Anjos está aprendendo os barulhos do mundo graças a um implante auditivo pioneiro em crianças

Basta um barulho diferente para que o pequeno Bruno dos Anjos, de três anos, percorra os olhos pela sala em busca da origem do som. Sempre que o encontra, um sorriso se forma no rosto do garoto serelepe. Não fosse pelo aparelho colocado ao redor da orelha do menino, camuflado pelos cabelos pretos arrepiados, ninguém notaria que ele tem uma singularidade – nasceu surdo.

Bruno é uma criança como as outras. Adora passar horas jogando no computador, frequenta creche e tem energia de sobra para correr e brincar. Mas ainda não fala. Por enquanto, pronuncia sons. Foi apenas há oito meses que ele conseguiu ouvir pela primeira vez e ficou encantado com a novidade.

O procedimento médico que fez Bruno finalmente conhecer os sons do mundo foi o implante auditivo de tronco encefálico. O menino nasceu com o sistema auditivo em perfeito estado, não fosse a ausência do nervo que leva os dados ao cérebro. Durante a cirurgia, são colocados eletrodos para estimular eletricamente os sons no núcleo coclear (ligado ao tronco cerebral e responsável pela audição). Um receptor passa por baixo da pele da cabeça e termina logo acima da orelha, em forma de uma mini antena parabólica.

A cirurgia foi realizada pelo neurocirurgião Andrei Koerbel, em junho do ano passado, no Hospital Dona Helena, em Joinville, e foi a primeira em crianças no Brasil. Após o procedimento, que demorou cerca de dez horas, o eletrodo permaneceu desligado por dois meses até se adaptar e se fixar no local. Segundo Koerbel, o método é comum em países europeus. “O implante era usado em pacientes adultos com tumores (cujo tratamento pode consistir na remoção dos nervos), mas profissionais italianos descobriram que podia ser aplicado em crianças, com resultados muito superiores”, conta. Em adultos, a técnica foi testada pela primeira vez no País em 2005.

Koerbel explica que a cirurgia tem melhores resultados se feita antes que a criança chegue aos quatro anos, período em que o núcleo auditivo do tronco cerebral ainda pode ser estimulado. O neurocirurgião relata que o percentual de audição de pessoas que receberam este tipo de implante varia de 40% a 100%. O barulho dos carros passando na rua e a batida da porta já são percebidos pelo menino, que completa quatro anos no próximo mês.

A cada dois meses, um especialista vem de São Paulo mudar a programação do aparelho de Bruno, na tentativa de estimular mais a audição do menino. Cabe aos pais dele – que lutaram para que o plano de saúde arcasse com a cirurgia – ajudar na avaliação. “Como o implante estimula não apenas a audição, com uma das mudanças ele passou a piscar muito e ter coceira nos olhos”, lembra a mãe, Franciele de Farias, 29.

Depois de identificar a programação ideal para o menino, o acompanhamento deverá ser menor – uma vez por ano. Não há empecilhos para que o aparelho continue funcionando durante a vida inteira de Bruno. “A recuperação está nos surpreendendo. Por isso, é importante divulgar, para que pais na mesma situação tenham acesso à possibilidade”, afirma Koerbel.

karina.schovepper@an.com.br

 

MEDICINA
Luta para plano de saúde cob rir custos

Mas até a cirugia finalmente acontecer, os pais de Bruno, Giovane dos Anjos e Franciele de Farias, enfrentaram uma longa batalha que durou dois anos. A descoberta de que o menino não reconhecia os sons aconteceu quando ele tinha seis meses. Foi a avó, mãe de Giovane, que alertou os pais. Mas eles não quiseram acreditar. “É difícil aceitar que o nosso filho tem algum problema. Eu ficava até brava quando alguém dizia que ele era surdo”, conta Franciele.

Foi por meio do Bera (exame que avalia a audição), pedido por um otorrinolaringologista, que os pais confirmaram a suspeita. Com o resultado em mãos, a família foi a São Paulo, onde, após uma ressonância, descobriu que o menino havia nascido sem os nervos auditivos. A avaliação dos médicos era de que nada podia ser feito. “Voltamos sem esperanças, mas mesmo assim não desisti e resolvi pesquisar melhor”, lembra a mãe. Foi quando Franciele localizou Andrei Koerbel, que deu nova perspectiva ao futuro de Bruno.

A vitória do pequeno é exemplar. Ele não teria conseguido o implante se não fosse a obstinação dos pais. Foram dois anos de luta até o plano de saúde liberar a cirurgia, que não é coberta pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e custa aproximadamente R$ 150 mil. “Íamos entrar na Justiça para conseguir a cirurgia, mas daí o plano liberou”, recorda Giovane. O período de recuperação foi difícil. “Ele ficou inchado e sentia muita dor. Doía vê-lo naquela situação”, conta o pai.

Dor recompensada quando Bruno ouviu pela primeira vez, logo nos primeiros testes. Ao escutar o barulho, os olhos do menino se arregalaram. “Foi um misto de susto e encanto. Ele ficava olhando para ver de onde vinha”, conta Giovane. A cena levou os pais às lágrimas. “Ver o sorriso no rostinho dele e lembrar tudo que passamos... Foi uma sensação única”.

 


MEDICINA
Caçula ajudará na tarefa de aprender a falar

Na tarefa de aprender a falar, Bruno dos Anjos terá um professor mais jovem ainda do que ele. Segundo filho de Franciele e Giovane, Felipe hoje tem seis meses. Veio ao mundo sem problemas de audição, como constatou o exame Bera feito por precaução.

Mas a incerteza abalou o casal assim que Franciele descobriu estar grávida. “A gente diz que o Felipe veio para ensinar o Bruno a falar. Eles já brincam juntos e nos enchem de alegria”, relata Giovane. Hoje, cada descoberta de Bruno é uma recompensa para os pais. Tudo com a ajuda da fonoaudióloga Mariana Fouad Guirguis, com quem ele faz acompanhamento duas vezes por semana. “Brinco que o Bruno é uma faculdade (mensalidade). Mas os gastos não são nada, o que importa é ver a evolução dele”, garante Giovane.

A consulta é sempre acompanhada pelo pai, que tem a missão de continuar as atividades em casa. A longo prazo, a terapia garantirá que Bruno aprenda a articular palavras e comece a balbuciar as primeiras palavras.

“No início, notamos uma evolução maior, ele falava ‘mama’, ‘papa’. Agora parece que está mais lento”, diz o pai. Em casa, os pais estimulam o menino a falar. “Quando ele quer pedir chocolate, por exemplo, a gente o faz pedir. Temos que ser duros e às vezes é difícil”, admite Giovane.

Programas de computador ajudarão Bruno a fazer leitura labial e a identificar palavras. Nas sessões de fono, as brincadeiras funcionam por meio de “recompensas”. O menino só pode começar a atividade quando ouve a fonoaudióloga bater o tambor. “Às vezes, tenho que ser dura, se não vira festa. Mas o Bruno é muito concentrado”, conta Mariana.

Segundo a fonoaudióloga, a terapia deve seguir, pelo menos, até os 12 anos. E, por enquanto, nada de aprender Libras (Língua Brasileira de Sinais). “Queremos estimula-lo a ouvir. Dependendo da evolução dele, talvez nem precise da linguagem de sinais.”

 

 

 GRIPE A
Terceira morte é registrada no Estado

Santa Catarina registrou ontem o terceiro caso de morte por gripe A. Trata-se de uma mulher de 49 anos, moradora de Rio do Campo, no Alto Vale do Itajaí. Os outros dois casos de mortes foram em Blumenau, onde a vítima foi um homem de 52 anos, e em Itajaí, uma menina de dois anos morreu. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), até ontem à tarde foram confirmados 26 casos de gripe A no Estado.

Ontem, Blumenau registrou o terceiro caso da doença com a confirmação de uma gestante de 16 anos, que está internada. Os outros dois foram um homem de 50 anos e o que morreu na sexta-feira.

De acordo com a gerente de Vigilância Epidemiológica, Lizandra Junges, há cinco casos sob suspeita. Até o final da tarde de ontem, os exames não haviam chegado de Florianópolis. Os números da Dive, porém, apontam que já são seis os casos registrados na cidade – número não confirmado pela Vigilância municipal.

Ontem, a diretoria também aguardava o resultado do exame que pode confirmar outra morte pelo vírus H1N1, desta vez de um paciente que estava internado no Hospital Universitário, em Florianópolis

 


DENGUE
Estado do Rio de Janiro registra 22 mortes

Já são 22 as mortes por dengue confirmadas no Estado do Rio de Janeiro, de acordo com o boletim divulgado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde. Desse total, 19 pacientes são da cidade do Rio de Janeiro e três da região metropolitana carioca: um de Niterói, um de Nova Iguaçu e outro de Belford Roxo.

De 1º de janeiro a 19 de maio, foram notificados 103.383 casos suspeitos de dengue em todo o Estado. No mesmo período de 20 semanas em 2011, foram registrados no estado do Rio de Janeiro 136.665 casos de dengue e 110 mortes pela doença.

Segundo o Ministério da Saúde, o Rio de Janeiro é o Estado brasileiro com o maior número de casos confirmados de dengue neste ano. Em segundo lugar aparece a Bahia, com cerca de 28 mil casos, e, em terceiro, Pernambuco, com mais de 27 mil casos.

 

 

ARTIGOS
OS no lugar do SUS, Cynthia Maria Pinto da Luz*

Na última quinta-feira, os servidores do Hospital Regional, de Joinville, paralisaram suas atividades para manifestar contrariedade com a pretensão do governo do Estado de escolher uma organização social (OS) para gerir a unidade de saúde.

A atividade contou com o apoio da grande maioria dos servidores e de suas entidades de classe, que entendem que a gestão dos serviços públicos de saúde é uma prerrogativa do Estado, inserido no conceito de integralidade, universalidade e acessibilidade do Sistema Único de Saúde (SUS).

Apesar disso, o secretário estadual de Saúde, Dalmo Claro, anuncia o lançamento do edital de contratação da empresa gestora para breve, alegando que a medida é compromisso do governador Raimundo Colombo e que trará agilidade e benefícios aos usuários.

Porém, o que se vê, na verdade, é uma tentativa clara de privatizar os serviços de saúde e ignorar as diretrizes do SUS, apostando no avanço da iniciativa privada que já explora esses serviços por meio dos planos de saúde.

Se não bastassem o total abandono, as longas filas de espera, a falta de atendimento e o notório descaso das autoridades públicas com o atendimento à saúde da população, uma medida como essa representa um sensível retrocesso. Isso porque, sem aprofundar o conceito constitucional do SUS, que é considerado um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo, limitará o acesso aos serviços na unidade hospitalar, que estará submetida a um contrato.

É evidente que a OS, nos moldes do que já acontece em Joinville, atenderá à população nos limites da contratação com o governo de Estado, o que para a população é uma perda.

A tentativa de se desresponsabilizar de suas atribuições, em vez de incrementar mecanismos de melhoria de gestão e de qualidade na prestação de serviços, é um grave ataque à saúde pública e ao direito de qualquer cidadão de obter acesso à saúde.

Acontecerá em Maceió, de 7 a 10 de julho, o 3º Seminário da Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde, um evento importante para aprofundar o debate referente à defesa da saúde pública estatal e construir uma agenda para o próximo ano, que servirá de referência para as lutas da Frente Nacional e seus Fóruns de Saúde.

É importante que a população se articule em torno desse debate, preste atenção nos modelos que prometem muito, mas que podem significar uma exclusão muito maior do que a que presenciamos atualmente.

cynthiapintodaluz@terra.com.br

*advogada do Centro de Direitos Humanos de Joinville

 

 

 

 CIRURGIA INÉDITA
A cada som, uma vitória para o pequeno Bruno


Hoje com três anos, o catarinense está aprendendo os barulhos do mundo graças a um implante auditivo pioneiro em crianças

Basta um barulho diferente para que o pequeno Bruno dos Anjos, três anos, percorra os olhos por toda a sala em busca da origem do som. E sempre que encontra, um largo sorriso se forma no rosto do garoto. Se não fosse pelo aparelho colocado ao redor da orelha, camuflado pelos cabelos pretos, ninguém notaria que o menino tem uma singularidade – ele nasceu surdo.

Bruno é uma criança como todas as outras. Adora passar horas jogando no computador, vai à creche todos os dias e tem energia de sobra para correr e brincar. Mas ainda não fala. Por enquanto, pronuncia alguns sons. Foi somente há oito meses que conseguiu ouvir pela primeira vez e ficou encantado com a novidade.

O procedimento que fez Bruno finalmente conhecer os sons do mundo foi o implante auditivo de tronco encefálico. Trata-se de uma cirurgia feita para a colocação de eletrodos para estimulação elétrica do som, implantados no núcleo coclear, e um receptor por baixo da pele da cabeça. A prótese tem como objetivo restaurar a função auditiva de crianças como Bruno, que nasceram sem o nervo auditivo.

A cirurgia foi realizada pelo neurocirurgião Andrei Koerbel, em junho do ano passado, no Hospital Dona Helena, em Joinville, e foi a primeira realizada em crianças no Brasil. Após o procedimento, que demorou cerca de 10 horas, o eletrodo permaneceu desligado por dois meses para se adaptar e fixar no local. Segundo o médico, esta prática é comum em países da Europa.

– O implante era usado em pacientes adultos com tumores, mas profissionais italianos descobriram que podia ser aplicado em crianças, com resultados muito superiores – conta.

Koerbel explica que a cirurgia precisa ser feita antes dos quatro anos, período em que o núcleo auditivo do tronco cerebral ainda pode ser estimulado. O neurocirurgião relata que o percentual de audição de pacientes que receberam este tipo de implante varia de 40% até 100%.

– Depende de cada paciente, e é um resultado a longo prazo. Não temos como saber o resultado que ele terá – fala.

A cada dois meses, um especialista vem de São Paulo mudar a programação do aparelho e tentar estimular ainda mais a audição de Bruno. Cabe aos pais fazer essa avaliação.

– Como estimula não apenas a audição, com uma das mudanças de programação, ele começou a piscar muito e ter coceira nos olhos – diz a mãe, Franciele de Farias, 29 anos.

Depois de identificar a programação ideal, o acompanhamento deverá ser menor – uma vez por ano.

– É muito importante divulgar, para que pais na mesma situação tenham acesso a essa possibilidade – afirma Koerbel.

karina.schovepper@an.com.br

KARINA SCHOVEPPER | Joinville

 


CIRURGIA INÉDITA
Luta com o plano de sáude

Até a cirugia acontecer, os pais, Giovane dos Anjos e Franciele de Farias, enfrentaram uma longa batalha que durou dois anos. A descoberta de que Bruno não reconhecia os sons aconteceu quando ele tinha seis meses. Foi por meio do BERA (exame que avalia a audição) que os pais souberam que ele não ouvia. Com o resultado em mãos, a família foi a São Paulo, onde, após uma ressonância, descobriu que o menino havia nascido sem os nervos auditivos. A avaliação dos médicos era de que nada podia ser feito.

– Voltamos sem esperanças, mas não desistimos – lembra a mãe.

Foi quando Franciele descobriu o neurocirurgião Andrei Koerbel, que mudou o futuro de Bruno. Foram dois anos de luta até o plano de saúde liberar a cirurgia, cujo custo aproximado foi de R$ 150 mil. O Sistema Único de Saúde não oferece esse procedimento.

No início, o menino sentia muita dor. Dor que foi recompensada quando Bruno ouviu pela primeira vez. A vitória aconteceu quando uma equipe vinda de SP realizou os primeiros testes. Ao ouvir o barulho, os olhos do menino arregalaram. Hoje, cada nova descoberta é uma recompensa para os pais. Tudo com a ajuda da fonoaudióloga Mariana Fouad Guirguis. A longo prazo, a terapia vai garantir que Bruno aprenda a balbuciar as primeiras palavras.

 


SAÚDE EM SC
Terceiro caso de morte por gripe A
Um mulher de 49, moradora de Rio do Campo, é última vítima do H1N1

Santa Catarina registrou ontem o terceiro caso de morte por gripe A. Trata-se de uma mulher de 49 anos, moradora de Rio do Campo, no Alto Vale do Itajaí. Os outros dois casos ocorreram em Blumenau, onde a vítima foi um homem de 52 anos, e em Itajaí, onde morreu uma menina de dois anos. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), até ontem à tarde foram confirmados 26 casos de gripe A no Estado.

Ontem, Blumenau registrou o terceiro caso da doença, com a confirmação de uma gestante de 16 anos, que está internada. Os outros dois foram um homem de 50 anos e o que morreu na última sexta-feira.

De acordo com a gerente de Vigilância Epidemiológica, Lizandra Junges, há, ainda, cinco casos sob suspeita. Até o final da tarde de ontem, os exames não haviam chegado de Florianópolis.

Os números da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive), porém, apontam que já são seis os casos registrados na cidade – número não confirmado pela Vigilância municipal.

Ontem, a Dive também aguardava o resultado do exame que pode confirmar outra morte pelo vírus H1N1, desta vez de um paciente que estava internado no Hospital Universitário, em Florianópolis. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica, 26 casos de gripe A foram confirmados no Estado até ontem.

A Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe segue até sexta-feira – o público-alvo inclui idosos, gestantes, crianças de seis meses a dois anos e trabalhadores da área de saúde. Até ontem, 42 mil pessoas haviam sido imunizadas em Blumenau, o equivalente a 61,5% da meta.

No Estado, 915 mil já tomaram a vacina, o que corresponde a 66,5% do total previsto.

 

Blumenau

 

 PARALISAÇÃO CONTINUA
Postos sem médicos em Florianópolis

Os postos de saúde de Florianópolis ainda vão continuar sem médicos hoje, no segundo dia de paralisação da categoria esta semana. Desde ontem, o atendimento está concentrado nas UPAs Norte e Sul. A expectativa do Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (Simesc) é de que a adesão continue em 90%.

Novas paralisações da categoria já estão programadas para os dias 29, 30 e 31 de maio. O manifesto pretende pressionar a prefeitura a aprovar um projeto de lei (PL) para suspender o desconto na gratificação do Programa de Saúde da Família (PSF) em Florianópolis.

De acordo com a Secretaria de Saúde, o documento começa a ser elaborado hoje, em conjunto com representantes do Simesc e da Secretaria de Administração.

Projeto deverá estar pronto em 20 dias

O secretário de Saúde, Clécio Antônio Espezim, pede compreensão à categoria, pois acredita que o projeto estará pronto para tramitar na Câmara de Vereadores em 20 dias.

– Percebemos que havia uma injustiça. Queremos que a suspensão do desconto atinja todos os profissionais do PSF, não só os médicos. Não dá para fazer isso da noite para o dia – explica o secretário

 

 


Focos da dengue crescem 127% em Florianópolis nos primeiros meses de 2012 em comparação a 2011
O crescimento pode ser fata de conscientização da população, mas também está ligado com a temperatura propícia para proliferação do mosquito
 Emanuelle Gomes

Florianópolis 

O número de focos da dengue na Capital cresceu 127% nos primeiros cinco meses desse ano, em comparação ao ano inteiro de 2011: são 91 contra 40 do ano passado. O mês de abril foi o mais crítico, com 67 focos detectados.

Em Santa Catarina, os números também são alarmantes e ultrapassam os relatados no ano passado, com 793 focos notificados à Secretaria Estadual de Saúde. Apenas o município de Chapecó, no Oeste, ganhou da Capital em número de focos nesse período, acumulando 336 pontos com larvas do mosquito Aedes aegypti.

Até ontem, 60 casos de dengue tinham sido confirmados no Estado, todos importados de outros locais do País. Outros 275 ainda aguardavam confirmação. Apesar dos números, a Capital ainda é a única que não teve caso autóctone – doença contraída no território. Entretanto, nove pessoas foram diagnosticadas com a dengue em Florianópolis em 2012.

Com esses dados, a Vigilância Epidemiológica da Capital entrou em alerta e, inclusive, encaminhou nota técnica aos postos de saúde e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). Com maior número de focos do mosquito e a presença de doentes na cidade, maior a chance da dengue se espalhar e chegar à Capital. “Estamos alertando a população para ter mais cuidados com a proliferação do mosquito, mas não há indícios da uma epidemia em Florianópolis”, garantiu o secretário municipal de Saúde, Clécio Espezim.

A gerente de vigilância de zoonoses e entomologia da Secretaria de Estado de Saúde, Suzana Zeccer, explicou que o aumento de focos do mosquito em Santa Catarina é influência do que acontece no resto do país. “O mosquito está chegando em maior quantidade ao Estado e se espalhando mais”, afirmou. Mas, de acordo com ela, a ação das equipes de vigilância está conseguindo identificar as larvas do mosquito antecipadamente, evitando, assim a proliferação.

Cuidados com plásticos e latas

O prolongamento dos dias quentes, segundo Suzana Zeccer, pode explicar o aumento de focos do mosquito da dengue. “Ele prefere épocas de calor e chuva para se desenvolver. E tivemos dias de verão ainda no outono”, disse.

Mas o número crescente de larvas do Aedes aegypti também pode ter ligação com a falta de cuidados da população. Suzana explicou que a maioria dos focos, 59%, são encontrados em armadilhas, mas 15% estão em lixos, como recipientes plásticos e latas. “Vinte porcento são achados nos pontos estratégicos, como rodoviárias, ferro velhos e cemitérios. Por isso, as pessoas têm que cuidar das suas residências, mas donos de locais como esses precisam se preocupar mais”, concluiu.

FIQUE POR DENTRO
Números da dengue

2012 (entre 01/01 e 21/05)

Florianópolis: 91 focos

Santa Catarina: 802 focos

2011

Florianópolis: 40 focos

Santa Catarina: 679 focos

2010

Florianópolis: 25 focos

Santa Catarina: 890 focos

Como combater

- Evite que a água da chuva fique depositada e acumulada em recipientes como pneus, tampas de garrafas, latas e copos

- Não acumule materiais descartáveis desnecessários e sem uso em terrenos baldios e pátios

- Trate adequadamente a piscina com cloro. Se ela não estiver em uso, esvazie-a completamente sem deixar poças de água. Manter lagos e tanques limpos ou criar peixes que se alimentem de larvas

- Lave com escova e sabão as vasilhas de água e comida de seus animais de estimação pelo menos uma vez por semana

- Coloque areia nos pratinhos de plantas e remova duas vezes na semana a água acumulada em folhas de plantas. Em bromélias, utilizar jato forte de água na axila das folhas a cada dois dias

- Mantenha as lixeiras tampadas, não acumule lixo/entulhos e guarde os pneus em lugar seco e coberto

- Os locais mais prováveis para que a fêmea coloque os ovos são os que ficam à sombra e com água limpa

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde


Biguaçu registra primeiro caso de Gripe A do ano
São 26 casos em todo Estado, três mortes foram confirmadas
 Saraga Schiestl

Florianópolis 

A cidade de Biguaçu, na Grande Florianópolis, registrou nesta terça-feira o primeiro caso de Gripe A (H1N1) do ano. Segundo o último relatório da Diretoria da Vigilância Epidemiológica, são 26 casos confirmados em todo Estado, três a mais em relação a segunda-feira. Além de Biguaçu, os municípios de Blumenau, no Vale do Itajaí, e Navegantes, no Litoral Norte, também somaram um novo caso cada um.

No total, três pessoas morreram vítimas da H1N1 até o momento. Apesar dos números, a gerente de imunização da Vigilância Epidemiológica do Estado, Luciana Amorim, assegurou que não será prorrogado o prazo de aplicação da vacina contra a Gripe A, que encerra nesta sexta-feira (25). “Não vamos continuar vacinando porque a vacina demora de 10 a 15 dias a fazer o efeito desejado. O vírus já está no ar”, explicou a gerente, lembrando que não há motivo para pânico. “Muitas pessoas estão imunizadas”, assegurou.

Um cenário como o vivido no ano 2009, quando em todo país 557 pessoas morreram por causa da gripe, não deve se repetir este ano, segundo a gerente de imunização. Para ela, os números estão dentro do normal para o período do ano, conhecido pelo aumento significativo das doenças pulmonares. No ano passado não foi registrada nenhuma morte pela H1N1.

Crianças menores de dois anos, trabalhadores da área da saúde, gestantes e idosos com mais de 60 anos fazem parte do grupo de risco de contrair a Gripe A e precisam se vacinar. A campanha nacional de vacinação acontece até esta sexta em todas as unidades de saúde, abertas das 8h às 17h.

Box

Blumenau – 3 (uma morte) (caso novo em 22/05)

Biguaçu – 1 (caso novo em 22/05)

Brusque – 2

Criciúma – 1

Florianópolis – 1

Indaial – 1

Itajaí – 5 (uma morte)

Joinville – 1

Navegantes – 2 (caso novo em 22/05)

Nova Trento – 1

Palhoça – 1

Rio do Campo – 1

São José – 1

Tijucas – 1

Timbó – 1

Tubarão – 3

Saiba mais

Como o vírus é transmitido: Por meio da tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas

Principais Sintomas: Tosse, coriza, mal estar, febre, dor de cabeça, calafrios, cansaço, dor de garganta, dores musculares e ardor nos olhos

Cuidados de prevenção: Lavar sempre as mãos com sabonete, Utilizar álcool gel; Evitar locais fechados com grande aglomeração de pessoas; Se proteger do frio com roupas adequadas; Cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirrar

Vacinação

Todos os Centros de Saúde da Capital estarão abertos para vacinação até sexta-feira (25) no período das 8h às 17h. A vacina está disponível gratuitamente para idosos com mais de 60 anos de idade, crianças de seis meses à menos de dois anos, gestantes e trabalhadores de saúde das unidades que fazem atendimento para a Influenza.