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DIÁRIO DE UM TRANSPLANTE
“Vai ser um recomeço”.

O agricultor Elisiel Silveira, 26 anos, vai mudar de vida daqui a quatro dias. Morador de Rondônia e há quatro anos com problemas renais crônicos, ele está desde janeiro em Joinville esperando a hora de receber o rim da irmã. A cirurgia vai devolver a esperança de voltar ao trabalho, de acompanhar o crescimento dos filhos e, especialmente, de poder beber um simples copo d’água

O jovem agricultor Elisiel Silveira, de 26 anos, está prestes a vencer a batalha contra a insuficiência renal crônica. Há quatro anos, ele depende da hemodiálise, realizada pelo menos duas vezes por semana, para viver. Mas a rotina desgastante de depender de uma máquina que faça o trabalho dos rins – filtrar o sangue para eliminar toxinas, o excesso de água e reequilibrar o organismo – está prestes a acabar.

Na sexta-feira, ele vai receber um dos rins da irmã mais velha, Elizia Silveira, em uma cirurgia que será realizada no Hospital Municipal São José. A esperança é de uma nova vida após o transplante. Ou melhor: retomar uma vida normal, ao lado da mulher e dos dois filhos.

O caminho traçado até a cirurgia foi longo e tortuoso. Elisiel nunca havia entrado num avião. Teve de deixar o medo de lado e enfrentar três voos para deixar a cidade de Campo Novo, onde mora, em Rondônia, e chegar a Joinville, no último dia 22 de maio. São 3.172 km de distância. “Saímos a uma hora da manhã de Porto Velho, chegamos às 10 horas em Cuiabá e de lá pegamos outro avião até São Paulo para depois embarcar para Joinville”, conta Elisiel.

A longa viagem tem uma explicação: Rondônia não tem um hospital habilitado para fazer a cirurgia. “Lá, até o acesso à hemodiálise era difícil.”

Elisiel tinha hipertensão, mas não tratava a doença porque o município de Campo Novo não tinha uma rede estruturada de saúde pública. A hipertensão é uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas, mas as consequências podem ser graves. No caso de Elisiel, o alerta apareceu aos 22 anos. Ele vivia cansado, inchado, e não podia trabalhar, sob o sol forte, que passava mal. Foi então que descobriu que a pressão alta sobrecarregou os rins, que não funcionavam mais direito. Assim que soube que tinha insuficiência renal, Elisiel passou a viajar 160 km, três vezes por semana, até a cidade de Ariquemes para passar pela hemodiálise.

Mas a clínica onde ele era atendido fechou, e ele foi obrigado a enfrentar distâncias ainda maiores em busca de tratamento. A máquina mais perto ficava na capital, Porto Velho, a 360 km de Campo Novo. “Eu levantava às 3 horas para chegar na clínica às 10 horas e passar por quatro horas de hemodiálise”, conta o paciente.

E assim foi a rotina de Elisiel durante um ano, até descobrir, por um amigo, que poderia realizar o transplante em Joinville, pela Pró-Rim. Só faltava encontrar um doador compatível. E candidatos na família não faltaram.

mariana.pereira@an.com.br

MARIANA PEREIRA

 


DIÁRIO DE UM TRANSPLANTE
Órgão será doado pela irmã mais velha

“Minha mãe e meu pai quiseram fazer o exame, mas ela tinha pressão alta e diabetes, e a própria idade era um fator que pesava contra eles”, relata Elisiel. Foi então que a irmã mais nova, de 21 anos, dispôs-se a doar o rim e viajou a Joinville fazer testes de compatibilidade. “Os exames apontaram que ela era compatível, mas os médicos disseram que ela era muito nova”, relata.

Foi então que a irmã mais velha, Elizia Silveira, 28 anos, tomou coragem e também viajou para Joinville passar pelo exame. “Quando o resultado finalmente chegou, dizendo que eu era compatível, fiquei muito feliz em saber que poderia ser a doadora do rim”, lembra Elizia.

“Nunca passei por uma cirurgia antes, e é claro que a gente sempre fica com um pouco de medo, mas estou confiante”, diz Elizia. O maior sacrifício, segundo ela, tem sido ficar longe dos filhos, um menino de nove e outro de 12 anos. “Estou desde janeiro sem vê-los, mas o pai está cuidando deles. Sempre que posso, mato a saudade por telefone mesmo”, conta a dona de casa. Para ela, o mais importante é que o seu gesto vai salvar Elisiel da rotina exaustiva da hemodiálise. “Acompanho o sofrimento dele e fico muito feliz por poder ajudar o meu irmão.”

 


GRIPE A
30 horas sem novos casos em Blumenau

A Prefeitura de Blumenau emitiu ontem à tarde comunicado informando que a cidade não havia registrado novos casos de gripe A nas últimas 30 horas. Até o envio do documento, o município tinha 35 pacientes positivos – alguns continuavam internados nos hospitais e outros já haviam recebido alta. Outros dez pacientes aguardavam resultado do exame e nove estavam na UTI.

A Central de Tratamento, instalada inicialmente no Ambulatório Geral do Centro, prestou, desde quinta, mais de 450 atendimentos. Dos pacientes que estiveram na Central, 300 foram medicados e reencaminhados para casa. A partir de hoje, a Central de Tratamento será no Parque Vila Germânica, das 8 às 17 horas. Hoje, excepcionalmente, o atendimento começa às 12 horas.

Para dar continuidade ao combate à gripe A e desafogar os hospitais, a orientação é de procurar a Central de Tratamento para quem tiver algum sintoma, como febre alta repentina e superior a 38ºC, tosse acompanhada ou não de dores de cabeça, dores musculares e nas articulações e dificuldade respiratória. No Estado, segundo o relatório da Diretoria de Vigilância Epidemiológica emitido na quarta, há 154 casos confirmados de H1N1.


 

 

 

 

Convívio
Uma das dúvidas do setor é como vão conviver os servidores efetivos e os contratados pela organização social que assumir o Hospital Regional de Joinville (o edital sai neste mês). A dúvida não é jurídica e sim operacional: como cada grupo será cobrado se são regimes diferentes?


Comparação
O Regional poderá ser um marco. Se der certo, pode até chegar ao São José, embora no hospital municipal a coisa seja diferente, com o pessoal lá dentro com muita força política. Já tem OS no Infantil, mas não existiu um “antes”, sempre foi a OS. No Regional, será possível comparar.


No passado
Já houve planos para tirar a gestão pública do Regional. Antes de devolvê-lo ao Estado – o hospital era municipal na década de 90 –, o então prefeito sondou a Univille para assumi-lo. Ouviu um não, mas, pelo menos, não demorou para sair o curso de medicina, sempre sugerido por LHS.

 

 


VISOR | RAFAEL MARTINI

TODO O CUIDADO É POUCO


A Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), organização social vencedora do edital para gerenciar o Samu de SC, responde a uma ação civil pública por suspeita de irregularidades no contrato firmado com a prefeitura de Campinas (SP) para administrar um hospital no município. Reportagem da Folha de S.Paulo também mostrou que a SPDM chegou a ter 2.939 protestos em cartórios paulistas, no valor de R$ 6,5 milhões. A maioria pelo não pagamento de compras realizadas.

Já na capital paulista, o Tribunal de Contas do Município de São Paulo julgou irregular o contrato firmado entre a prefeitura e a SPDM. Segundo o órgão, o acordo com a associação, que é ligada à Unifesp, apresentou falhas como a não execução dos atendimentos previstos e a não utilização de verba repassada pelo município. Pela parceria, que prevê a administração de 18 equipamentos de saúde da cidade, a Secretaria da Saúde de São paulo pagou à entidade mais de R$ 126 milhões entre 2008 e 2010.

O secretário de Estado da Saúde, Dalmo de Oliveira, diz que SC realizou uma licitação criteriosa, com uma série de exigências que impedem a organização social responsável pelo gerenciamto do Samu de cometer qualquer deslize. Garante estar atento às denúncias em São Paulo, mas afirma que elas já foram esclarecidas na Justiça. O contrato prevê o repasse mensal de R$ 7 milhões à SPDM pelos próximos cinco anos. Mas pode ser rompido em até 60 dias, se assim o Estado entender necessár

 

Geral

 

GRIPE A
Blumenau não registra novos casos
Trabalho intensificado pela prefeitura colocou à disposição do público centrais de atendimento

A prefeitura de Blumenau emitiu, às 15h30min de ontem, um comunicado informando que a cidade não havia registrado novos casos de gripe A nas últimas 30 horas.

Até ontem à tarde, o município tinha 35 pacientes positivos, sendo que alguns permaneciam internados nos hospitais da cidade e outros já haviam recebido alta. Outros 10 pacientes aguardavam resultado do exame e nove estavam na UTI.

A Central de Tratamento, instalada inicialmente no Ambulatório Geral do Centro, prestou, desde quinta-feira, mais de 450 atendimentos. Dos pacientes que estiveram na Central, 300 receberam medicação e foram reencaminhados para suas casas.

A partir de hoje, a Central de Tratamento será no Parque Vila Germânica, das 8h às 17h. Excepcionalmente hoje, o atendimento terá início às 12h. Para dar continuidade ao combate da gripe A e desafogar os hospitais da cidade, a orientação é procurar a Central de Tratamento para quem tiver algum sintoma como febre alta repentina e superior a 38ºC, tosse – acompanhada ou não de dores de cabeça –, dores musculares e nas articulações e dificuldade respiratória.

No Estado, segundo o último relatório da Diretoria de Vigilância Epidemiológica emitido na quarta-feira, há 154 casos confirmados de H1N1.

 

Blumenau

 

 

 

SAÚDE
Médicos vão protestar por salários
Categoria é contra artigos de medida provisória que dobram a jornada e cortam insalubridade

Médicos servidores públicos federais pretendem paralisar as atividades amanhã, em protesto contra a medida provisória (MP) nº 568, de 2012, que trata da remuneração e da jornada de trabalho dos profissionais.

De acordo com a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), o texto prevê que profissionais – que, atualmente mantêm jornada de 20 horas semanais no serviço público –, ao ingressar na carreira, tenham que cumprir 40 horas semanais e receber o mesmo valor – uma redução de 50% na remuneração.

A medida é considerada pelo presidente da entidade, Cid Carvalhaes, como um retrocesso em um país já tão castigado pela carência do Sistema Único de Saúde e pela desvalorização dos profissionais de medicina.

Também amanhã, a Comissão Mista do Congresso Nacional deve votar a admissibilidade da MP 568.

O objetivo da categoria é pressionar o Congresso e abrir caminho para a primeira greve geral de médicos servidores federais no país. Segundo a Fenam, a MP traz a setores do funcionalismo avanços importantes. Entretanto, nos artigos 42 e 47, prejudica os atuais e futuros servidores médicos, dobrando jornadas sem acréscimo de vencimentos, reduzindo a remuneração em até a metade e cortando valores de insalubridade.

 

Brasília