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DIÁRIO DE UM TRANSPLANTE
“De que tamanho é o rim?”
Esta foi a primeira pergunta que Elisiel fez após receber órgão da irmã. Deu tudo certo na cirurgia, e paciente não vê a hora de ir para casa em Rondônia

A longa espera de Elisiel Silveira por um transplante de rim terminou na manhã de ontem. Após quatro anos de hemodiálise e mais de 3 mil km de viagem de Campo Novo (Rondônia), onde mora, até Joinville, ele finalmente passou pela cirurgia. A irmã dele, Elizia Silveira, foi a primeira a entrar no centro cirúrgico do Hospital São José, por volta das 6h30, para a retirada do rim que seria doado a Elisiel. A operação começou por volta das 8h30 e terminou cerca de duas horas depois.

Com a ajuda de uma microcâmera e ao som do rádio, para quebrar a monotonia, os cirurgiões isolaram o rim, para depois retirar o órgão, que foi mantido no gelo e recebeu um banho de uma substância especial para conservá-lo. Enquanto isso, Elisiel era preparado em uma sala anexa. “Estou ansioso, mas é uma ansiedade boa. Estou confiante”, dizia, minutos antes de receber a anestesia.

Todo o processo levou quase cinco horas e foi concluído com sucesso, por volta das 12h30. “Logo após a cirurgia, o rim já começou a filtrar o sangue”, conta o cirurgião que liderou a equipe, Jean Guterres. “Já fiz 20 ml de xixi”, comemorou Elisiel – sem o funcionamento dos rins, o corpo não consegue eliminar a urina e a hemodiálise passa a ser obrigatória. Ainda sonolento, ele disse que estava pronto para começar uma nova vida. “Não vejo a hora de voltar para a minha cidade, para rever meus três filhos.” Só lamentou ter de esperar um pouco para abraçar a irmã e agradecer do fundo do coração.

Elizia contou que saiu da cirurgia muito bem. Ela deve receber alta na segunda-feira. Mas durante algumas semanas via ficar na cidade para receber acompanhamento médico e ficar ao lado do irmão, nos 15 dias em que ele deve permanecer internado. Elisiel deve continuar em Joinville por três meses. O médico Jean Guterres ressalta que o paciente terá de tomar uma série de cuidados porque os medicamentos para evitar a rejeição do novo rim baixam a imunidade. “Vou passar a me cuidar ainda mais”, garante Elisiel.

mariana.pereira@an.com.br

 

 

DIÁRIO DE UM TRANSPLANTE
Ansiedade, orações e alívio


A ansiedade dos irmãos só não foi maior do que a de Neuci, mulher de Elisiel, que aguardou pela cirurgia no quarto do hospital, onde passou as noites ao lado do marido e da cunhada, desde terça-feira. Acompanhada de uma amiga de Elizia, ela rezou para que tudo ocorresse dentro do previsto pelos médicos.

Por volta das 15 horas, Neuci aguardava na recepção do centro cirúrgico pelo horário de visita e ficou feliz ao saber, da equipe médica, que eles estavam bem.

Elisiel sentiu apenas um pouco de enjoo, o que é normal, segundo as enfermeiras, diante do tempo que ele passou em jejum. Sem contar os efeitos dos remédios usados durante os procedimentos cirúrgicos. Agora, a expectativa é pela alta do hospital e a volta para casa.

Elisiel e Elizia demonstraram curiosidade de saber detalhes da cirurgia. A primeira pergunta de Elisiel foi: “De que tamanho é o rim?”. E ficou admirado ao saber que o órgão é tão pequeno que coube na palma da não do médico que o retirou de Elizia.

Elizia, que costuma ficar tonta ao ver sangue, não faz muita questão de assistir ao vídeo da cirurgia. “Estou curiosa, mas não sei se aguento ver”, disse. Mas uma coisa é certa: os irmãos curtiram o registro da experiência que viveram. “Guardamos os jornais e vamos levar para os nosso filhos, que ainda não puderam ver nada porque lá no sítio, em Campo Novo, não tem internet”, revela Elisiel, que diz que já está acostumado com as poses e flashes.

“Só tenho que agradecer a atenção dos profissionais”, acrescenta. Para Elisiel, o importante é que, de alguma forma, ajudou a divulgar a importância da doação de órgãos, e por ele, muitas pessoas puderam conhecer o drama de quem aguarda na fila do transplante.


DIÁRIO DE UM TRANSPLANTE

Segunda

A descoberta da doença, as viagens para fazer a hemodiálise, a possibilidade de um transplante em Joinville, os exames de compatibilidade, a notícia de que a irmã poderia ser doadora e o agendamento da cirurgia.


Terça

A rotina de Elisiel, que faz hemodiálise três vezes na semana; o que é a hemodiálise, como funciona e os benefícios ao paciente.


Quarta

Os números de transplantados renais em Joinville.

A internação de Elisiel e da irmã Elizia no Hospital São José um dia antes do programado.


Quinta

O que Elisiel vem registrando em seu diário desde que chegou a Joinville.


Ontem

Como é a cirurgia de retirada do rim de Elizia e o transplante em Elisiel.


Hoje

Como foi a cirurgia dos irmãos Elisiel e Elizia.

 

 


VACINA ANTIPÓLIO
Hoje tem arraial da gotinha
Festa junina no Parque Guarani marca o lançamento de campanha nacional

O Dia D de vacinação contra a poliomielite reunirá proteção com diversão em Joinville. O lançamento da campanha de vacinação será hoje na unidade de saúde do Parque Guarani, às 10 horas, junto com a festa junina organizada pela unidade, com quitutes típicos.

O arraial da gotinha terá quadrilha, piscina de bolinhas, cama elástica e sala de cinema. Tudo para incentivar a vacinação de crianças menores de cinco anos. O Zé Gotinha e o Sesinho também estarão presentes na festa.

Em Joinville, a meta é vacinar 36 mil crianças. Para atingir o número proposto pelo Ministério da Saúde, as 56 unidades de saúde da cidade estarão abertas das 8 horas às 17 horas. Cinco postos volantes em supermercados – os dois Angelonis, os dois Bigs e o Giassi – ajudarão no atendimento. Além da vacinação contra a gripe, haverá a complementação da imunização contra a gripe para as crianças que tomaram a primeira dose.

Segundo a enfermeira responsável pelo setor de imunização, Maria Goreti Cardoso, a segunda dose será oferecida somente nos postos de saúde. Ela lembra que até 6 de julho os pais ainda podem levar os filhos para se vacinar contra a gripe. Alerta, ainda, que no caso das crianças a imunização é feita em duas etapas e o intervalo entre as vacinas é de 30 dias.

Outra informação importante é de que, neste ano, a vacinação contra a pólio terá apenas uma etapa. A gerente da Vigilância em Saúde, Rosilei Weiss Baad, explica que é importante os pais ficarem atentos às datas, pois a campanha contra a poliomielite vai até dia 29.

Aproveitando a campanha, nove unidades de saúde (Aventureiro 1, PAM Bucarein, Comasa, Costa e Silva, Fátima, Floresta, Jarivatuba, Pirabeiraba e Vila Nova) têm mutirão para cadastramento do cartão do SUS, das 8 às 17 horas. Para fazer o cartão é necessário levar documento de identidade ou certidão de nascimento e um comprovante de residência.

 

 


GRIPE A
Reforço na campanha para conter a proliferação

Será lançada hoje uma campanha para reforçar a necessidade dos cuidados para conter a proliferação da gripe A. A decisão foi tomada ontem, em uma reunião em Blumenau com representantes do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde. O ministério reiterou que não vai enviar doses extras da vacina para o Alto Vale.

 

 

 

 

Ofensiva


A Associação Catarinense de Medicina (ACM) lança, na próxima terça-feira, o Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública. Em parceria com a Associação Médica Brasileira e a Assembleia, a ACM lidera a mobilização que pretende garantir, por meio de um projeto de iniciativa popular, que pelo menos 10% da receita corrente bruta da União sejam investidos na saúde pública. Para que a campanha obtenha sucesso, será necessário coletar 1,5 milhão de assinaturas (1% do eleitorado nacional), em pelo menos cinco Estados brasileiros.


Contribuição


O fórum parlamentar que avalia o programa estadual de cirurgias eletivas, presidido pelo deputado Antonio Aguiar (PMDB), se reúne no auditório da Prefeitura de Camboriú na próxima segunda-feira. O encontro foi sugerido pelo ex-secretário da Saúde Dado Cherem (PSDB), levando em conta que aquele município é o primeiro em número de atendimentos realizados desde a criação do programa.

 

 

 

 


GRIPE A
A recomendação é para lavar as mãos
Ministério da Saúde descarta imunização com a vacinação em massa na região do Vale do Itajaí

A reunião das autoridades do Vale do Itajaí com a representante do Ministério da Saúde, que ocorreu nesta sexta-feira, teve apenas um único momento de consenso: a população precisa estar mais atenta quanto aos cuidados com a higiene para conter a gripe A.

Porém, quando o assunto virou para a vacinação em massa dos moradores da região, a coordenadora de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Márcia Carvalho, teve que ouvir muitas reclamações dos nove prefeitos que estavam no encontro, funcionários ligados à saúde e comunidade.

Durante todo o tempo, a representante afirmou que a ideia de imunização de todas as pessoas para evitar o espalhamento do vírus é equivocada:

– A função da vacinação é evitar que as pessoas que têm doenças crônicas vão parar nas UTIs. Esses números poderão ser reduzidos com a aplicação da etiqueta respiratória, higiene de mão e alguns cuidados de ventilação em ambientes fechados. Na época da epidemia, em 2009, as pessoas se preocupavam em lavar as mãos, mas esqueceram depois que o surto passou.

Elea disse que Santa Catarina e a região do Vale do Itajaí está com um comportamento igual a de muitos estados do Brasil. Neste ano, no país, foram registrados 449 casos e 51 mortes. A posição do Ministério da Saúde não é contestada somente por autoridades locais. Especialistas afirmam que quanto mais pessoas imunizadas, menores são as chances de propagação do vírus.

Para o infectologista Valter Araújo, membro da Associação Catarinense de Infectologia (ACI), a contenção passaria por dois procedimentos: vacinação e medidas de higiene.

– Quanto mais cobertura de pessoas vacinadas melhor é. O mundo inteiro faz a vacinação em massa. De outro lado, as pessoas esqueceram muito as disciplinas de higiene da epidemia de 2009.

O presidente da ACI, Antônio Fernando Miranda, é a favor da vacinação em massa no Vale do Itajaí. Para ele, diante do quadro da doença na região, a prevenção passa pela imunização contra a gripe A.

– A matemática é simples: quanto mais pessoas vacinadas, menos casos – explica Miranda.

Blumenau
Precaução e balanço no Estado

PARA TOMAR A VACINA
Com o encerramento da campanha nacional de vacinação, em 1º de junho, e sem o envio de novas doses ao Estado, quem deseja se proteger pode procurar uma clínica particular. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica recomenda que sejam procurados estabelecimentos cadastrados pelo órgão:
- Acesse:
http://www.dive.sc.gov.br/
- Vá ao menu esquerdo e clique em gerência de imunização
- No menu central, vá em vacinas
- Depois clique em “Salas de Vacinação em Clínicas Privadas”
- As vacinas variam de R$ 55 a R$ 70
MORTES DO ESTADO
4 Blumenau
2 Tubarão
1 Aurora, Benedito Novo, Brusque, Capivari de Baixo, Itaiópolis, Itajaí, Itapema, Lages, Navegantes, Nova Trento, Pomerode, Rio do Campo, Três Barras, Videira, Vitor Meireles e Xanxerê
22 é o total de mortes

 

 

 

GRIPE A
Campanha de higiene intensificada

A partir deste sábado, o governo do Estado vai intensificar uma campanha de conscientização da população voltada para a retomada de hábitos de higiene no combate à proliferação do vírus H1N1.

Ontem, o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde informaram, por meio de nota, que estão monitorando os registros da gripe A (H1N1) em Santa Catarina desde o seu primeiro registro.

 

Sem surto

Em função das informações sobre os casos ocorridos de gripe A no Vale do Itajaí, a Secretaria de Estado da Saúde esclarece
(parte da nota)
Não há SURTO de gripe A no Vale do Itajaí e nem em outras regiões do Estado; o que existe são casos isolados;
Conforme protocolo do Ministério da Saúde, só é considerado surto quando existe grande número de óbitos em curto espaço de tempo. O que não é o caso de Santa Catarina;
Por não caracterizar um surto, o Ministério da Saúde não disponibilizará novo lote de vacinas contra a gripe;
Para se proteger das doenças respiratórias, a Secretaria da Saúde recomenda:
- Lave as mãos frequentemente com água e sabão;
- Mantenha os ambientes sempre bem ventilados;
- Quando tossir ou espirrar cubra a boca e o nariz com um lenço ou antebraço;
- Caso apresente sintomas como febre alta, tosse, dor de garganta e falta de ar, procure o seu médico ou uma unidade de saúde.

 

 


GRIPE A
Pedido para ter vacinação

Apesar da representante do Ministério da Saúde ser enfática desde o início da reunião, afirmando que não haveria vacinação em massa, nove prefeitos, dos 14 que fazem parte da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI), insistiram no pedido. Eles entregaram documentos reivindicando a imunização. Márcia Carvalho ficou praticamente escondida em meio ao batalhão que se formou ao seu redor.

O evento reuniu, além de prefeitos, representantes políticos da região, e começou com a apresentação dos números da gripe A, feita pelo Estado e Blumenau. Com gráficos, os dois destacaram que os casos vem crescendo a cada dia. Em seguida, a representante do Ministério da Saúde falou e, depois, foi aberto espaço para questionamentos. Os prefeitos de Brusque e Pomerode, Paulo Excel e Paulo Pizzolatti, relataram a preocupação e o pedido por vacinas.

 

 


GERAIS
Hoje é o dia D para tomar a vacina

Hoje, das 8 às 17h, é o Dia D da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, a paralisia infantil. Crianças de zero a cinco anos de idade devem ser vacinadas. Todos os postos de vacinação do Estado estarão abertos para a vacinação contra a poliomielite. A meta é vacinar em SC no mínimo 95% das crianças – ou seja, 391,3 mil das 411 mil do Estado. O objetivo da vacinação é manter o Brasil como país certificado para erradicação da doença.