icone facebookicone twittericone instagram

Com motos
O Ministério da Saúde informou ontem que o número de internações causadas por acidentes de motos em Santa Catarina pulou de 1,5 mil para 8,6 mil entre 2008 e 2011. Em 2010, foram 561 vítimas mortes em acidentes com motos.

 

Visor


SORRISO ABERTO
O trabalho preventivo realizado em Luzerna, no Meio-Oeste, vem apresentando bons resultados entre a garotada. Em 2004, antes do programa ser implantado, o índice de cáries em crianças de 12 anos era superior à média brasileira. Hoje, está dentro das metas da OMS. O bom resultado é reflexo de ações desenvolvidas nas escolas e junto à comunidade pelo Estratégia de Saúde da Família.

 

Geral


SAÚDE EM SC
Projeto de novo hospital em São José é polêmico


Fundação lança hoje a pedra fundamental de obra que tem orçamento previsto de R$ 25 milhõesA cada ano, surgem 104 novos casos de câncer em crianças e adolescentes no Estado. Pelo Plano Nacional de Atenção Oncológica do Ministério da Saúde, que leva em conta a incidência da doença em relação à população, uma nova unidade deveria ser criada se fossem 12 mil os novos casos.

Mesmo assim, hoje será lançada a pedra fundamental de uma obra que promete dar início ao Hospital Oncológico Pediátrico de Santa Catarina, em São José.

A solenidade está marcada para as 15h, no Loteamento Ana Clara, no Bairro Areias. A prefeitura cedeu dois terrenos e o projeto é da Fundação Hospital Oncológica Pediátrica de Santa Catarina (FHOPSC). Presidida por Ademir Jorge Silveira, a FHOPSC é a responsável pelo projeto, que fala em prevenção, diagnóstico e tratamento de câncer.

– Calculamos que para executar a obra sejam necessários de R$ 20 milhões a R$ 25 milhões. Os recursos que temos até o momento cobrem os gastos para o projeto arquitetônico – afirma Silveira.

A especialidade do hospital será o tratamento do câncer de crianças e adolescentes com internações, atendimentos e orientações à comunidade. Entre os objetivos estão o de tornar-se referência no transplante de medula óssea.

Para profissionais que trabalham na área, outro modelo de hospital em São José poderia melhorar a questão do atendimento à infância no município:

– São José não tem um leito pediátrico. O Hospital Infantil recebe muitos pacientes vindos de lá. Seria mais útil um hospital que atendesse às crianças como um todo – avalia Lucia Regina Schultz, gerente técnica do Joana de Gusmão.

A médica Denise Bousfield da Silva, do Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital Infantil e presidente da Sociedade Catarinense de Pediatria, considera que se fosse para abrir um hospital nessa área, a obra deveria ocorrer no Oeste.

– Todos os casos que nos chegam são atendidos. Para as famílias vindas de longe o tratamento é mais difícil – diz a médica.

angela.bastos@diario.com.br

 


SAÚDE EM SC
Casa de apoio para as famílias

Adélio Frantz ocupa uma das camas na Casa de Apoio do Hospital Infantil Joana de Gusmão. O alojamento funciona em um prédio anexo. É ali que o funcionário de um supermercado de Descanso, no Extremo-Oeste do Estado, repousa enquanto se reveza nos cuidados com a filha de 12 anos que trata um câncer nos ovários.

Adélio não está sozinho. Sua mulher, Odete, também está na Casa de Apoio e eles fazem escala para ficar junto ao leito da adolescente. O lugar abriga famílias de pacientes internados que moram longe da Capital. A maioria vive no Oeste e Extremo-Oeste.

– Não sei o que seria da gente se não tivesse um lugar para dormir e fazer a nossa comida. Pedi férias no emprego, mas com o dinheiro daria para pagar só um mês de hotel – conta Frrantz.

Além dos aposentos com 12 vagas (separados entre homens e mulheres), o lugar oferece uma cozinha com fogão e geladeira e banheiros. A estrutura é mantida pela Associação de Voluntárias. Dentro de alguns meses, será inaugurado um novo prédio da Casa de Apoio. O custo será de R$ 2,5 milhão.

– Estamos nesta luta desde fevereiro. Viemos na ambulância da prefeitura, e para dar lugar para outros pacientes, a gente não pôde trazer muita bagagem. Aqui recebemos até pasta de dente e sabonete. É um lugar para repor as energias – afirma.

 


SAÚDE EM SC
Início das obras até o final do ano

O complexo hospitalar de São José, que deverá abrigar as crianças com câncer sem precisar sair de Santa Catarina não passava de uma ideia. Distante e ousada, mas prestes a sair do papel. Depois de muito batalharem, as cinco famílias que idealizaram o projeto, e os mais de 2 mil voluntários que passaram a acreditar nele, têm muito a comemorar.

A área no Loteamento Ana Clara, Bairro Areias, cedida pelo município, mudou de cara neste último ano. Antes, não passava de um terreno baldio, com uma placa rasgada. Agora, é uma área limpa e bem cuidada. Está cercada e exibe uma placa de homenagens aos idealizadores. Mais um ano e os primeiros tijolos estarão lá.

– Nunca deixamos de acreditar no projeto, que ele sairia do papel. – explica o presidente da diretoria executiva da Fundação Hospital Oncológica Pediátrica (Fhopsc), Giovane Silveira, cujo irmão luta contra a leucemia.

 

 

TUBERCULOSE
Produção de vacina será ampliada

O Ministério da Saúde anunciou, ontem, que vai ampliar a produção da vacina contra tuberculose com o objetivo de exportar o excedente.

A ideia é que pelo menos 60% (36 milhões de doses) da nova produção seja doada ou vendida.

– Essa é uma vacina tradicional, vamos ampliar a escala de produção e colocá-la no patamar das melhores plantas de produção do mundo. É uma vacina integralmente brasileira, reconhecida entre as melhores do planeta. A proposta se insere no contexto de fortalecimento da capacidade de produção nacional – explicou o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha.

Segundo a pasta, a produção anual da vacina contra a tuberculose é de 10 milhões de doses, a maior parte consumida internamente e uma pequena parte doada para o Haiti. Os primeiros lotes da nova produção devem ficar prontos no fim de 2013.

A intenção é dar três destinações para o excedente: doação humanitária, venda para organismos internacionais que doam para países pobres e venda direta no mercado. Outras vacinas podem ter ampliação da produção e a mesma destinação.

– Os candidatos inicias são as vacinas contra sarampo e rubéola, reforçar a vacina contra a febre amarela e. A grande meta, é a produção da vacina heptavalente que vai ter alto valor.

 

Brasília

 

 


CAPA
5 minutos para entrar em forma
TREINO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE CONQUISTA QUEM QUER RESULTADOS RÁPIDOS

Se você faz parte dos que ainda não atingiram os seus 150 minutos de exercícios semanais recomendados, ficará feliz em saber que uma nova pesquisa sugere que talvez você não tenha. O bom condicionamento físico sofreu uma mudança em direção a treinos curtos, porém intensos, um conceito de treino conhecido como treino intervalado de alta intensidade (em tradução livre, HIT: high-intensity interval training).

– O HIT envolve a alternância entre esforços de alta e baixa intensidade – afirma o professor Martin Gibala, do departamento de cinesiologia na Universidade McMaster, no Canadá.

Pesquisas têm mostrado uma fartura de resultados positivos do número cada vez maior de estudos sobre HIT: em termos de avaliação psicológica e de performance, incluindo a capacidade aeróbica, metabolismo de carboidrato e sensibilidade à insulina. Isso poder tornar o HIT tão vantajoso para um diabético com sobrepeso quanto para alguém treinando para correr 10 quilômetros.

Primeiro Gibala examinou os efeitos de explosões curtas de esforço no bom condicionamento em 2005. Os participantes do estudo – que eram pessoas ativas, mas não eram atletas – andaram em bicicleta ergométrica em explosões de 30 segundos. Cada esforço foi intercalado com descansos de quatro minutos ou um pedalar leve, e repetido de quatro a seis vezes, três vezes por semana. Dentro de duas semanas, os participantes foram capazes de dobrar a quantidade de tempo que conseguiam pedalar em uma intensidade pré-determinada, de 26 a 51 minutos.

Uma pesquisa da Universidade Heriot-Watt, em Edimburgo, mostra que depois de apenas duas semanas de HIT, homens sedentários obtiveram redução nos níveis de glicose e insulina.

– O treino de alta intensidade vai em direção a dois dos maiores benefícios dos exercícios: sensibilidade à insulina e capacidade aeróbica – resume Gibala.

Cuidados para os sedentários

Como a falta de tempo é a razão mais frequente para que as pessoas não se exercitem, é certamente atraente poder completar uma série de exercícios em menos tempo. Porém, o professor Paddy Ekkekakis, do Departamento de Saúde e Performance Humana da Universidade Estadual de Iowa, afirma que não existe evidência de uma maior adesão.

– Embora sedentários afirmem com frequência que a falta de tempo não os permite se exercitar, não existe indicação que isso seja verdade. Tampouco existe qualquer evidência científica de que os desconfortos provocados por exercícios de alta intensidade tenham um resultado aceitável, sobretudo para sedentários – afirma Ekkekakis.

 

The Guardian

 

 


EM BUSCA DO ALÍVIO
Cabeças explosivas
Saiba mais sobre a enxaqueca, dor insuportável que atinge quase 30 milhões de brasileiros

Enquanto os familiares de Leila Pedroso, 50 anos, pulavam Carnaval na praia, ela estava presa em casa. Durante um mês, ficou no escuro, sem som, quase sem comida. A privação de liberdade estava na cabeça da técnica em raio-X. Ou melhor, era a cabeça dela. A enxaqueca chegava em crises “que faziam parecer que o cérebro ia explodir”, e duravam de uma a quatro horas. E voltavam. Nisso, qualquer rastro de luminosidade ou ruído dava a impressão de aumentar as dores latejantes. Se fechava no quarto e lá vinham as náuseas. Nem água descia. Foi parar no hospital, com 37 quilos.

O caso de Leila ilustra uma enfermidade que acomete mais de 15% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCE). O que corresponde a 30 milhões de pessoas, calcula o presidente da SBCE, Marcelo Ciciarelli. Segundo ele, para ser considerado enxaqueca, é preciso que a pessoa apresente pelo menos cinco vezes na vida uma dor de cabeça em um lado da cabeça, de duração entre quatro e 72 horas. Normalmente outros sintomas aparecem, como enjoo, piora com esforço físico e intolerância à luz e ao barulho.

O erro mais comum dos afligidos é a automedicação, que pode fazer com que a doença se torne crônica. Leila tentou tapear a dor com analgésico. Eram três por dia no mínimo e a conta na farmácia não baixava dos R$ 300 por mês. Os ápices de sofrimento, que a deixavam imobilizada no quarto, passaram de mensais para diários. E de duração de minutos para dias. Depois da última internação – foram três – marcou consulta com um novo neurologista. Fernando Kowacs, com doutorado sobre enxaqueca, receitou outros medicamentos e o uso de botox como tratamento. Funcionou. A substância botulínica, aplicada em pontos específicos da cabeça e do corpo, combinada com remédios, controlaram as crises.

– Para ter uma vida normal, até injeção na testa, literalmente – brinca Leila.

Mitos

> Enxaqueca é doença de mulher

Os homens também sofrem com a doença, embora a prevalência seja 2,2 vezes maior entre mulheres, segundo a SBCE. É mais comum nas pessoas do sexo feminino por causa do ciclo menstrual, garante o neurologista Luiz Carlos Porcello Marrone.

> Apenas adultos têm enxaqueca

Ainda que a idade mais recorrente da enxaqueca seja entre a segunda e a quarta década de vida, de acordo com Ciciarelli, crianças também podem tê-la. Na infância, a incidência é igual para ambos os sexos, assegura Kowacs, porque as meninas ainda não menstruaram.

> Sintomas muitas vezes não são entendidos pelos outros

– A sociedade acredita que, por não ter uma erupção ou sintoma visível, é desculpa. E isso é uma grande mentira, porque durante a crise eu mal conseguia me mexer, falar ou até mesmo comer – explica Leila Pedroso.

Um estudo realizado e publicado em 2006 mostrou que 10,7% da população de 20 a 64 anos sofre de enxaqueca e que, destes, 93,5% apresentam algum tipo de limitação nas suas atividades diárias devido às crises.

> Enxaqueca é desculpa de preguiçoso

– Por ignorância e falta de conhecimento, se julga mal. A enxaqueca pode interferir na vida familiar, pessoal, social e profissional. Existem pesquisas que mostram que 25% das pessoas que têm enxaqueca grave estão desempregadas – alerta Ciciarelli.

Laura Barbosa Soares, 37 anos, repetiu um ano do colégio por causa da doença. E já perdeu as contas de quantas vezes precisou faltar ao trabalho.

– Eu já vomitei na rua, no corredor do meu prédio, porque quando a crise começava não dava para aguentar. Eu precisava ir correndo para casa ficar quieta até que passasse.

 

EM BUSCA DO ALÍVIO
Tratamento personalizado

O tratamento da enxaqueca vai depender da história clínica do paciente, da frequência, intensidade e duração das crises. Os medicamentos preventivos podem ser antidepressivos, anticonvulsionantes, anti-hipertensivos e para combater labirintite, entre outros.

– Essas medicações são recomendadas em doses menores das utilizadas para tratar das doenças – explica a neurologista Célia Roesler.

A toxina botulínica (Botox, fabricado pela Allergan) recebeu a aprovação do FDA para tratamento da enxaqueca crônica em outubro de 2010 e tem sido uma das formas mais eficientes para tratar a enxaqueca crônica. O alívio, segundo estudos, ocorre no prazo de quatro a seis meses, mas há pacientes que notam uma melhora imediata.

 


PESQUISAS MÉDICAS
Dormir pouco faz comer mais gordura

De acordo com Marie-Pierre St-Onge, da Universidade da Columbia (EUA), a privação de sono favorece o consumo de gorduras porque a visão de alimentos pouco saudáveis, durante um período de restrição de sono, ativa centros de recompensa no cérebro que não são ativados da mesma maneira quando o sono é adequado.

Pesquisas anteriores já mostraram que o sono restrito leva ao maior consumo de alimentos, principalmente doces, e aumenta o risco de obesidade.

– Os resultados sugerem que, sob sono restrito, as pessoas vão achar alimentos ruins melhores do que são, o que pode levar a um maior consumo desse tipo de alimento – afirma St-Onge.


PESQUISAS MÉDICAS
O sucesso da bariátrica

O Brasil já vem sendo apontado pela comunidade científica como o principal centro de estudos sobre o efeito da cirurgia bariátrica no tratamento das doenças associadas ao excesso de peso, como o diabetes mellitus tipo 2. A doença atinge cerca de 170 milhões de pessoas no mundo, causa 3 milhões de mortes por ano e se tornou uma pandemia paralela à explosão da obesidade, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.

Um exemplo dessa liderança brasileira em pesquisa é o estudo Efeitos da cirurgia de bypass gástrico em pacientes com diabetes tipo 2 e obesidade leve, desenvolvido no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, em que 66 diabéticos com obesidade leve foram submetidos à técnica de gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”, o mais popular tipo de cirurgia bariátrica realizado no mundo, por meio da abordagem menos invasiva (videolaparoscópica).