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DIÁRIO DE UM TRANSPLANTE
“Não vejo a hora de ir para casa”
Dezoito dias após a cirurgia e feliz com o recomeço, Elisiel teve alta do hospital

 

Dezoito dias após o transplante, o agricultor Elisiel Silveira, 26 anos, recebeu alta do Hospital Municipal São José, em Joinville. Ontem à tarde, ele deixou o quarto 308, no segundo andar do hospital, e voltou para a quitinete onde está morando, nas proximidades da Pró-Rim, no Comasa. A primeira coisa que pretendia fazer ao chegar em casa era dormir com tranquilidade. “Aqui a gente tem hora para tudo. Não é como em casa.”

Elisiel, que veio de Campo Novo, em Rondônia, ainda terá que ficar na cidade, em recuperação, por pelo menos três meses. Mas vê a saída do hospital como mais um passo em direção a uma vida normal. “Já não sinto mais dor, posso andar e comer normalmente”, diz. Por enquanto, ele ainda terá algumas restrições, mas nada é sacrifício para ele, que já passou por incontáveis seções de hemodiálise ao longo de quatro anos e meio de tratamento.

“Não vou poder comer alimentos que não sejam cozidos pelos próximos três meses, nem ir a lugares com muita gente”, conta, referindo-se aos cuidados que terá neste período em que a imunidade fica comprometida devido aos medicamentos que vai tomar para evitar a rejeição do novo rim. Neste período, Elisiel terá de usar uma máscara. Mas por baixo dela, ele exibe um sorriso de felicidade.

Agora, ele poderá tomar água sempre que sentir sede e não vai precisar mais se submeter à hemodiálise. “Valeu a pena viajar mais de 3,1 mil km para passar pelo transplante em Joinville.”

Na despedida do hospital, ontem à tarde, agradeceu à equipe do setor de transplantes. “Fui muito bem tratado. Só tenho a agradecer.” O momento também foi de reforçar a gratidão pelo ato de amor da irmã, Elizia, a doadora do rim.

Elizia deve voltar nesta semana para Buritis, em Rondônia, onde mora, com a sensação de dever cumprido. Depois de salvar o irmão, ela pode voltar a cuidar dos filhos, que há seis meses sofrem com saudades da mãe. Dentro de quatro meses, a expectativa é de que toda a família esteja reunida em Rondônia para celebrar o sucesso desta operação. “Não vejo a hora de ir para casa e ver os meus filhos”, diz ele.

mariana.pereira@an.com.br


MARIANA PEREIRA

 


DIÁRIO DE UM TRANSPLANTE
Joinville teve recorde de transplantes em junho

No mês em que Elisiel recebeu um rim, Joinville bateu um recorde de transplantes. “Foram 16 (15 renais e um de fígado), contra os 14 realizados em novembro de 2011, sendo que cinco deles foram realizados num período de 24 horas”, conta a enfermeira- chefe do setor de transplantes do Hospital Municipal São José, Liliane Azevedo. “Só não batemos o recorde de transplantes num mesmo dia porque já chegamos a realizar oito num período de 24 horas”, conta.

Da manhã de sexta às 7 horas de sábado, a equipe do Hospital São José, em parceria com a Fundação Pró-Rim, fez cinco transplantes renais, dos quais um de doador vivo e quatro de doadores falecidos. Os pacientes que receberam os rins são naturais de diversas regiões do Brasil. “Todos passam bem e estão em recuperação.”

O diretor cínico da Pró-Rim, Marcos Vieira, destacou o preparo da equipe multidisciplinar e a importância da conscientização sobre a doação de órgãos. Com os cinco transplantes realizados, já são 62 cirurgias no ano. A Fundação Pró-Rim já realizou 1.048 cirurgias, o que coloca Joinville entre os dez centros que mais transplantam no Brasil.

 

 


 

PLANOS DE SAÚDE PERDEM 13 MIL
Em um ano, quase 13 mil pessoas saíram dos planos de saúde em Joinville. São dados do intervalo entre março de 2011 e março passado, mês das estatísticas mais recentes. O levantamento foi divulgado agora. Pelas informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o número de beneficiários na cidade caiu de 204,2 mil para 191,2 mil no intervalo. Uma queda de 6%. Ainda assim, Joinville tem abrangência razoável dos planos privados, com 37% da população com algum tipo de cobertura. As informações completas estão em
www.ans.gov.br.

 

 


MELHORIA - Depois de mais de um ano de luta, o secretário Dalmo de Oliveira (Saúde) arrancou do comitê gestor a autorização para chamar 290 concursados: 50 médicos, 40 técnicos de nível superior e 200 de nível médio. Custo mensal: R$ 2,2 milhões.

 

 

 

Visor- Rafael Martini

 

ALÍVIO NA SAÚDE
O grupo gestor do governo do Estado resolveu autorizar, ontem à tarde, a Secretaria da Saúde a chamar 296 aprovados no concurso realizado em abril para vagas técnicas e administrativas. A publicação deverá ser feita no Diário Oficial de hoje.

 

Geral


SILICONE
Próteses da PPI não são tóxicas
Anvisa anuncia que produto usado na fabricação é menos resistente e provoca mais rompimentos

Testes feitos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que as próteses mamárias de silicone da marca francesa Poly Implants Prothese (PIP) usadas no Brasil têm maior facilidade de ruptura, porém não são tóxicas. Das 306 amostras da marca analisada, 41% foram reprovadas no exame de resistência.

Os testes revelaram ainda o uso de silicones de composição diferentes, alguns não autorizados pela Vigilância Sanitária e com alto risco de vazar e provocar inflamações. O gel usado nos produtos da PIP não era tóxico, conforme constatou a Anvisa.

– As próteses se rompem além do que é esperado – disse Dirceu Barbano, diretor-presidente da agência.

Os resultados obtidos pela Anvisa são semelhantes aos anunciados pelo Serviço Britânico de Saúde (NHS, na sigla em inglês) no mês passado, indicando que os implantes da marca não oferecem riscos à saúde.

Há dois anos, houve denúncias de os produtos da PIP usavam silicone industrial, tinham alto risco de rompimento e poderiam causar câncer. Na época, em vários países, como na França, onde ficava a sede da empresa, mulheres foram orientadas a retirar as próteses da marca. No ano passado, a Justiça chegou a decretar a prisão do dono da PIP.

 

São Paulo

 

 

CONTRATAÇÕES
Governo vai chamar 290 para hospitais

 

O governo do Estado autorizou, ontem, a nomeação de 290 classificados do concurso público de 2012 para as áreas técnicas e administrativas de unidades hospitalares.

Serão destinados profissionais para os Hospitais Governador Celso Ramos; Regional Homero de Miranda; Instituto de Cardiologia; Instituto de Psiquiatria; Hospital Santa Tereza; Infantil Joana de Gusmão e para o Hospital Nereu Ramos.

Ainda serão nomeados concursados para a Maternidade Carmela Dutra; Hospital Regional Hans Dieter Schmidt; para a Maternidade Darcy Vargas; o Hospital Waldomiro Colautti e o Hospital Geral e Maternidade Teresa Ramos. A Maternidade Dona Catarina Kuss e o Centro Catarinense de Reabilitação também receberão novos servidores.

– Os profissionais irão repor parte do quadro que ficou vago após a aposentadoria e a exoneração de servidores. Também diminuirá a sobrecarga dos profissionais e reativará parte dos leitos fechados – afirma o secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira.

Segundo ele, com as nomeações, o atendimento à população será mais qualificado. O Diário Oficial vai publicar, nesta semana a relação dos novos servidores, que terão 30 dias para apresentar a documentação e tomar posse.