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GRIPE A
Prevenir melhor é o desafio de SC
Aumento do número de mortes mostra que é preciso ousar mais na estratégia

As 72 vidas perdidas em razão de gripe A este ano mostram que Santa Catarina tem muito a avançar em prevenção e isolamento do vírus. Depois de dois anos em que o H1N1 parecia que iria dar uma trégua, o Estado convive mais uma vez com o problema. O drama renasce e termina a cada começo e fim de inverno. Santa Catarina é o Estado com maior número de mortes em 2012 e o segundo com o maior número de casos diagnosticados, atrás do Paraná.

Desde o começo do ano, 741 casos foram confirmados. A cidade de Blumenau, no Vale do Itajaí, desponta com 57 casos, o maior no ranking estadual. A Vigilância Epidemiológica afirma que a curva da circulação do vírus está descendente e a quantidade de casos tende a cair.

A média de idade das vítimas é 48 anos. As faixas etárias com maior número de mortes foram de 40 a 49 anos (29,2%) e 50 a 59 anos (31,9%). Segundo avaliação do Ministério da Saúde, 85% dos pacientes apresentavam fator de risco ou eram portadores de doenças crônicas, principalmente obesidade e tabagismo.

Na avaliação do médico epidemiólogo Lúcio José Botelho, o Estado precisa de medidas mais intensificadas. “O ideal é não buscar culpado e sim buscar solução, pensando algo coletivo”, diz.

O diretor da Vigilância Epidemiológica de SC, Fábio Gaudenzi de Faria, afirma que é preciso voltar a etiqueta da tosse para reduzir a circulação do vírus. “Precisamos trabalhar melhor os fatores de risco, reduzir a circulação viral com a etiqueta da tosse. Precisamos que as pessoas procurem tratamento rapidamente e que os profissionais prescrevam melhor esse tratamento”, diz Gandenzi.

 

 

 

Visor

 CAMPANHA
A Vigilância Sanitária do Estado começou uma campanha voltada aos motoristas e trabalhadores de postos de gasolina. O objetivo é alertar para os riscos de completar o tanque “até a boca”, na linguagem popular, tanto para o motor de veículo quanto para a saúde dos motoristas e dos frentistas.

 

 


CIRURGIA INÉDITA EM SC
O renomado cirurgião Cláudio Hashimoto, da USP e do Sírio Libanês, realiza hoje, no Instituto Ilha, no Baia Sul Medical Center, uma precursora cirurgia endoscópica de retirada de lesão pré-cancerosa de esôfago. Ele é o expert na técnica no Brasil e autoridade mundial no assunto.

Ele vem à convite dos médicos Luciano Saporiti, Rafael Nahoum e Alexandre Buffon. Até pouco tempo, só eram realizadas cirurgias com remoção total do esôfago. Os japoneses, por terem uma incidência muito alta de câncer no aparelho digestivo, foram os pioneiros em técnicas onde se faz a remoção destas lesões por endoscopia. Um avanço e tanto da ciência.


 

Geral

  

SC à espera de dias mais quentes para aplacar vírus
Vírus tem assombrado os catarinenses todos os anos e tem perdido força apenas com a passagem do frio intenso no Estado

As 72 vidas perdidas em razão de gripe A este ano mostram que Santa Catarina tem muito a avançar em prevenção e isolamento do vírus. Depois de dois anos em que o H1N1 parecia dar uma trégua, o Estado convive mais uma vez com o problema. O drama renasce e termina a cada começo e fim de inverno, sem medidas capazes de enfrentá-lo e sufocá-lo a ponto de não assombrar os catarinenses.

Desde o começo do ano, 741 casos foram confirmados para Influenza A (H1N1), o vírus da Gripe A. Blumenau, no Vale do Itajaí, desponta com 57 casos, o maior no ranking estadual. A Vigilância Epidemiológica afirma que a curva da circulação do vírus está descendente e a quantidade de casos tende a cair nas próximas semanas.

Os dados do órgão revelam que, das mortes, 51,4% são do sexo masculino e 48,6% do sexo feminino. A média de idade das vítimas é de 48 anos. As faixas etárias com maior número de mortes foram de 40 a 49 anos (29,2%) e 50 a 59 anos (31,9%).

Na avaliação das mortes em conjunto com o Ministério da Saúde foi apurado que 85% dos pacientes apresentavam fator de risco ou eram portadores de doenças crônicas, principalmente obesidade e tabagismo.

As últimas 10 pessoas que morreram moravam em São Bento do Sul (mulher de 82 anos), Cunha Porã (homem de 67 anos), Lages (homens de 39 anos e 31 anos), Videira (homem de 88 anos), São José (mulher de 58 anos), Fraiburgo (mulher de 58 anos), Orleans (homem de 38 anos), Indaial (mulher de 59 anos) e Forquilhinha (mulher de 27 anos).

Na avaliação do médico epidemiólogo e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Lúcio José Botelho, Santa Catarina precisa de medidas mais intensificadas para amenizar o problema.

– As gripes nunca preocuparam tanto porque as pessoas não morriam. Penso que vacinar em massa e aumentar os isolamentos são coisas que ainda não se faz muito bem. O ideal é não buscar culpado e sim buscar solução, pensando algo coletivo – assinala Botelho.

diogo.vargas@diario.com.br

DIOGO VARGAS

 


GRIPE A
“Infelizmente acontece todos os anos”
Fábio Gaudenzi de Faria, Diretor da Vigilância Epidemiológica de SC

O diretor da Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, Fábio Gaudenzi de Faria, afirma que é preciso recorrer à etiqueta da tosse e levar a mão à boca para reduzir a circulação da influenza e, assim, reduzir a circulação do vírus H1N1.

Diário Catarinense - O que falta para amenizar a situação da gripe A em Santa Catarina?

Fábio Gaudenzi – Estamos no final da curva descendente. Nas últimas duas semanas, praticamente não tivemos óbitos. Os que tivemos são de quatro semanas atrás.

DC – A sensação é de que se trata de um problema que só acaba ao final do inverno...

Fábio – Não. Na verdade, o período de circulação é de seis semanas e tem coincidência com o período de inverno. Esse ano tivemos uma circulação mais precoce. Ainda temos mais um mês e meio de inverno. O período de maior intensidade já ocorreu. Infelizmente, é um fenômeno que acontece todos os anos.

DC – O que falta para acabar com as mortes?

Fábio – É impossível. Não existe nenhuma fórmula para você garantir zero óbito. É impossível você eliminar ou erradicar o influenza com a nossa tecnologia. Talvez daqui a 10, 20 anos tenhamos uma vacina que seja 100% eficaz para todos os tipos de influenza. Isso não é a nossa realidade no momento no mundo inteiro.

DC – Como prevenir melhor?

Fábio – Precisamos trabalhar melhor os fatores de risco, reduzir a circulação viral com a etiqueta da tosse. Precisamos que as pessoas procurem tratamento rapidamente e que os profissionais prescrevam melhor esse tratamento e ainda vacinar melhor os nossos doentes crônicos, que infelizmente são uma parcela da população que não é vacinada de uma maneira ampla.