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SUSPEITA DE INTOXICAÇÃO
18 vão parar no hospital

A contaminação por produtos de limpeza na tubulação é a principal suspeita da causa da intoxicação com leite da marca Holandês, que atingiu nos últimos dias pelo menos 18 crianças menores de três anos em SC. Das vítimas, 15 apresentaram boa evolução clínica e foram liberadas. Três estão internadas, em Itajaí, Navegantes e Joinville, mas sem risco de morte.

A fábrica, que fica em Biguaçu, na Grande Florianópolis, está interditada temporariamente pela Cidasc e Vigilância Sanitária. Os produtos da marca foram recolhidos e a orientação é de que não devem ser consumidos. O motivo da intoxicação foi a ingestão do conservante chamado nitrito.

A diretora da Vigilância Sanitária, Raquel Bittencourt, afirmou que a suspeita da contaminação de um dos tanques da pasteurização do leite por substâncias de limpeza é a principal suposição, mas que ainda não está confirmada e dependerá de mais análises. O problema foi constatado em dois lotes (0687 e 0689). Outros produtos como queijo, iogurte e nata da empresa também devem ser recolhidos.

O que diz a empresa

Ontem, a empresa garantiu que está em contato com as famílias das crianças intoxicadas para prestar assistência, que aguarda os resultados das análises e a liberação para voltar a fazer a comercialização dos produtos. A Holandês produz 25 mil litros por dia.

 

 

DOENÇAS
Cientistas discutem prevenção

Cientistas de 59 países discutem a partir de hoje, no Rio de Janeiro, novas formas de combate a 17 tipos de doenças que atingem um em cada sete habitantes do planeta e matam 534 mil pessoas em todo o mundo a cada ano. As chamadas doenças tropicais, como malária, esquistossomose, doença de Chagas e dengue, serão o tema do Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária, que vai até quinta.

A escolha do Brasil para sediar o evento não é por acaso. O País vem investindo em pesquisa e conta, atualmente, com um quadro de 129 mil pesquisadores (seis vezes mais do que em 1993). Além disso, embora detenha apenas 3% da produção científica mundial, é responsável por 20% de todos os artigos científicos sobre medicina tropical. “O Brasil é a 6ª potência econômica e as autoridades que financiam o ensino e a pesquisa no Brasil querem que o País seja a 6ª na produção do conhecimento”, diz Cláudio Ribeiro, presidente da Comissão Científica do evento.

 

 

 

CRIANÇAS INTOXICADAS
Fábrica de leite interditada
Pelo menos 18 crianças menores de três anos foram internadas com suspeita de intoxicação por ingestão de leite no Estado

A contaminação por produtos de limpeza na tubulação é a principal suspeita da causa da intoxicação com leite da marca Holandês, que atingiu, nos últimos dias, pelo menos 18 crianças menores de três anos em Santa Catarina. Das vítimas, 15 apresentaram boa evolução clínica e foram liberadas. Três seguiam internadas, ontem, em Itajaí, Navegantes e Joinville.

Afábrica, que fica em Biguaçu, está interditada pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola (Cidasc) e Vigilância Sanitária. Os produtos da marca foram recolhidos e a orientação dos órgãos é de que não devem ser consumidos. O motivo da intoxicação foi a ingestão da substância conservante chamada nitrito.

A diretora da Vigilância, Raquel Bittencourt, afirmou que a suspeita da contaminação de um dos tanques da pasteurização do leite por substâncias de limpeza é a principal suposição, mas que ainda não está confirmada.

As crianças hospitalizadas eram da Grande Florianópolis e Litoral Norte, o principal destino do leite produzido pela empresa. Apesar de, em alguns casos, ter havido a necessidade de internação em UTIs e até de respiração mecânica, as crianças passam bem, segundo o diretor da Vigilância Epidemiológica. Foram confirmados casos em Navegantes (6), Florianópolis (5), Penha (2), Balneário Camboriú, Itapema, Piçarras e Joinville.

O problema foi constatado em dois lotes (0687 e 0689). Mesmo assim, a Cidasc e a Vigilância determinaram a apreensão e inutilização de todas as caixas de leite da Holandês no comércio ou estocado na empresa. Outros produtos, como queijo, iogurte e nata da empresa, também devem ser apreendido cautelarmente, embora a inutilização não tenha sido prevista. Não foi divulgada a quantidade recolhida.

De acordo com o médico-veterinário da empresa, Luiz Carlos Simas Custódio, a suspeita é que houve mesmo um problema de resíduo no processo de limpeza de uma das tubulações da pasteurização. Ele considerou o fato uma fatalidade. Observou que a empresa está há 30 anos no mercado, devidamente inspecionada, e nunca teve qualquer problema desse tipo.

A empresa garantiu que está em contato com as famílias das crianças para prestar assistência, que aguarda os resultados das análises e a liberação para voltar a vender os produtos.

diogo.vargas@diario.com.br

DIOGO VARGAS
MultimídiaMédico-veterinário Luiz Carlos Custódio, da empresa, suspeita que houve problema nos resíduos no processo de limpeza de uma das tubulações da pasteurização. Foi afixado um aviso na porta informando que as vendas foram suspensas e que estão sendo realizados testes para averiguar o que aconteceu com o produto. Diz ainda que a produção está mantida e acompanhada por técnicos da Cidasc

 


CRIANÇAS INTOXICADAS
ENTREVISTA: Fábio Gaudenzi, diretor da Vigilância Epidemiológica em SC

Por telefone, ontem à tarde, o diretor da Vigilância Epidemiológica explicou os motivos da intoxicação e as suspeitas do que pode ter acontecido na fábrica produtora do leite.

Diário Catarinense – As vítimas são todas crianças. Por quê?

Fábio Gaudenzi – São todas crianças com menos de três anos. As crianças, além da dose, um copo para um adulto tem muito menos toxina do que uma criança que é muito menor. Além disso, as crianças, principalmente as menores de seis meses, têm uma facilidade maior a desenvolver a metemoglobinomia. Por isso, elas fazem doenças mais graves. Isso não quer dizer que os adultos foram expostos, mas os adultos não desenvolvem essa doença.

DC – Qual foi a causa?

Fábio – Quem faz a investigação na empresa é a Cidasc e a Vigilância Sanitária. Na nossa discussão sabemos que tem uma série de passos onde pode acontecer a falha, na produção, onde poderia ser a contaminação. O nitrito é utilizado como conservante e é usado em algumas situações, normalmente não no leite. Mas pode ter acontecido alguma falha nesse processo ou no sistema de limpeza que eles utilizam ou até uma contaminação ambiental, por exemplo, do pasto.

DC – A suspeita é que houve problema apenas com o leite ou outros produtos também?

Fábio – Em princípio, apenas o leite, mas, cautelarmente, todos os produtos da empresa foram recolhidos do mercado. Uma série de medidas foi tomada para se evitar risco à população.

DC – Mas é na prática uma intoxicação alimentar?

Fábio – Sim, mas temos que lembrar que não é tóxico-infecção associada à bactéria, alimento. Não é isso. É um produto químico, o nitrito que foi identificado em excesso nesse produto, no leite pasteurizado.

 

 


CRIANÇAS INTOXICADAS
Força-tarefa retira leite de circulação

Das crianças intoxicadas por ingestão de nitrito da marca Laticínio Holandês, quatro foram atendidas no Hospital Pequeno Anjo, de Itajaí, e outras duas no Ruth Cardoso, de Balneário Camboriú. Uma delas permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva do Pequeno Anjo, mas, de acordo com a Vigilância Epidemiológica, o bebê respira sem a ajuda de aparelhos e não corre risco de morrer. Todas as outras receberam alta.

Durante o fim de semana, a Vigilância Sanitária de Itajaí fez uma força-tarefa para retirar de circulação leites e derivados da marca. Ontem, os grandes supermercados da cidade já não tinham mais os produtos da marca nas prateleiras.

– Em todos os estabelecimentos do município, recolhemos o leite e o inutilizamos. Eles foram descartados nos próprios estabelecimentos para evitar o consumo. Os derivados, ou permaneceram nos depósitos ou foram recolhidos, como medida preventiva – explica o diretor da Vigilância Sanitária em Itajaí, Luiz Antônio Espinosa.

A Secretaria de Estado da Saúde orientou ainda a não ingestão dos produtos da marca para os consumidores que já os tiverem em casa.

reportagem@diario.com.br

PATRÍCIA AUTH | Itajaí

 

 
SAÚDE
Instituto testa vacina contra a malária

O Instituto Oswaldo Cruz realiza ensaios pré-clínicos em animais para verificar a eficiência da vacina contra a malária. Essa é a etapa antes de iniciar testes em voluntários humanos, disse o chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária, Cláudio Tadeu Daniel Ribeiro. O pesquisador estima que os testes clínicos em humanos poderão começar em 2013. Esta fase do projeto é complicada, por requerer infraestrutura específica. Entre os requisitos estão o consentimento dos voluntários e conhecimento dos riscos.

 

 
DOENÇAS TROPICAIS
Evento discute combate

Cientistas de 59 países discutem, a partir de hoje, no Rio de Janeiro, novas formas de combate a 17 tipos de doenças que atingem um em cada sete habitantes do planeta e matam 534 mil no mundo todo a cada ano.

As chamadas doenças tropicais negligenciadas, como malária, esquistossomose, doença de Chagas e dengue, serão o tema do XVIII Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária, que vai até quinta.

Um dos focos serão as vacinas contra malária, leptospirose e dengue. Serão apresentados novos tratamentos para essas doenças que, por atingirem regiões pobres, não interessam à indústria farmacêutica.

Um estudo da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) concluiu que apenas 18 dos 1.556 remédios desenvolvidos entre 1975 e 2004 destinavam-se às tropicais. O MSF trará o resultado de seus trabalhos em países da África e América Latina.

– A presença do MSF, contando sua experiência e mostrando os desafios, será importante para fazer esse link entre a pesquisa e as pessoas que são afetadas pela doença – afirma a médica Carolina Batista, diretora da Unidade Médica da entidade no Brasil.

A escolha do Brasil para sede não é por acaso. O país vem investindo em pesquisa e conta com um quadro de 129 mil pesquisadores (seis vezes mais do que em 1993). Além disso, embora detenha apenas 3% da produção científica mundial, é responsável por 20% de todos os artigos científicos sobre medicina tropical.

 

Rio de Janeiro

 

 

 

A ação do MP de cobrança de mais leitos de UTI no Hospital Regional continua causando disputa. No final do ano passado, a Justiça em Joinville não aceitou o pedido do MP. A promotoria fez recurso e a Justiça pediu informações sobre a quantidade de leitos. O Estado recorreu ao TJ.

 

 

 

Leilão
A Secretaria da Saúde realizou leilão eletrônico para compra de medicamentos a serem distribuídos na rede hospitalar. Tinha uma verba de R$ 42 milhões para a operação. Comprou os mesmos remédios por R$ 22 milhões.

 

 

Fábrica de laticínios de Biguaçu é interditada após intoxicação de crianças que ingeriram leite
Empresa também está proibida de vender todos os produtos da marca no comércio
 Ana Carolina Vilela
@ND_Online
Florianópolis 

 

Após inspeção realizada pela Secretaria da Saúde na empresa Papenborg Laticínios, em Biguaçu, foi determinada na tarde deste sábado (22) a interdição da fábrica, bem como a suspensão cautelar da venda em todo o comércio dos produtos da marca Holandês – leite, iogurte, nata e queijo. A interdição, por tempo indeterminado, foi tomada pela Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), em conjunto com a Vigilância Sanitária.

A suspensão da comercialização de todos os produtos da marca do mercado foi determinada depois que o leite Holandês provocou a intoxicação de pelo menos dezoito crianças. Segundo comunicado da Secretaria de Saúde, devido à ingestão de nitrito contido no leite as crianças apresentaram quadro de cianose central aguda, que se trata da falta de oxigenação nos tecidos do corpo.

A medida deve ficar em vigor até que a conclusão de investigação mais detalhada das causas do problema de intoxicação. Segundo a diretora da Vigilância Sanitária, Raquel Bittencourt, técnicos da Cidasc identificaram uma irregularidade na pasteurização do produto. “Foram encontradas falhas no tanque de processamento do leite de tipo C. Esta pode ter sido a causa da contaminação”, explica.

Apreensão e inutilização de todos os lotes de leite

O secretário-adjunto da Saúde, Acélio Casagrande, explica que inicialmente foram tirados de circulação dois lotes (0687 e 0689) do leite. Porém, com a inspeção na fábrica da empresa Papenborg também foi determinada a apreensão e inutilização de todos os lotes de leite da marca Holandês, incluindo os que ainda não foram vendidos.

Os produtos da marca Holandês são comercializados majoritariamente nas regiões de Itajaí e Florianópolis. Técnicos da Vigilância Sanitária estão em campo para retirar de circulação dos pontos de venda todos os lotes do leite. “Os demais produtos, como iogurte, nata e queijo, estão interditados cautelarmente, ou seja, devem ser retirados das prateleiras e guardados no estoque até a comprovação de que não há contaminação”, diz Raquel Bittencourt, diretora da Vigilância Sanitária.

O veterinário da Papenborg Laticínio Holandês, Luiz Carlos Simas, informou no domingo que foram feitas análises e constatado que não há novas contaminações. Mesmo assim, a empresa aguarda liberação dos órgãos responsáveis para retomar a comercialização. “O nitrito que foi constatado em alguns lotes é usado na limpeza das tubulações que transportam o leite. Algum resíduo ficou depois da limpeza e aconteceu a contaminação. Já descobrimos o problema e só aguardamos os laudos confirmarem que não há mais contaminação”, explicou Simas.

A presença do ácido foi verificada apenas no processo de pasteurização do leite, já que os demais alimentos usam equipamento separado no processo de produção. Segundo a empresa, os produtos já foram recolhidos do mercado.

Três crianças permanecem internadas

Todas as crianças contaminadas pelo leite pasteurizado passam bem e apenas três permanecem internadas em Navegantes, Penha e Joinville. No entanto, devido à intoxicação algumas precisaram ficar na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e ter auxílio de respiração mecânica.

A contaminação teria sido causada pelo consumo de nitrito contido no leite. A substância metemoglobinizante impede a absorção de oxigênio pelas hemoglobinas, células vermelhas responsáveis pelo transporte de oxigênio do sangue.

Caso a pessoa tenha leite da marca Holandês em casa, a recomendação é de que não consuma e entre em contato com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica por meio dos seguintes telefones: (48) 3221-8452 ou (48) 9112-2719 (dias de semana das 7h às 19h) e (48) 9105-5450 (durante a semana das 19h às 7h e finais de semana e feriados).

Para orientações relacionadas à assistência, diagnóstico clínico e laboratorial, bem como tratamento, ligar para o Centro de Informações Toxicológicas no telefone 0800-643-5252.

 

 

 

Após intoxicação de 18 crianças, fábrica de leite é interditada em Santa Catarina

Agência Brasil/Época


Laudos preliminares apontam quantidades de nitrito até dez vezes superior à permitida nas amostras do produto coletadas As secretarias de Saúde e de Agricultura do Estado de Santa Catarina lacraram no sábado (22) a sede da empresa Papenborg Comércio de Laticínios Ltda., que produz o leite da marca Holandês, no município de Biguaçu, na região metropolitana de Florianópolis. Até o início da tarde deste domingo (23), 18 crianças que consumiram o produto, embalado em pacotes plásticos, haviam sido internadas nos últimos dias por intoxicação, a maioria delas menores de 2 anos de idade. Algumas delas precisaram de ventilação mecânica. Dez já haviam obtido alta e oito ainda permaneciam em hospitais das regionais de Florianópolis e de Itajaí.

Laudos preliminares produzidos em laboratório pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apontaram presença de nitrito até dez vezes superior ao máximo tolerado em amostras de leite pasteurizado produzido pela empresa.

Entre os sintomas da intoxicação por nitrito estão arroxeamento da região em volta dos lábios e falta de ar. A substância induz a oxidação do ferro da hemoglobina, o que impede o sangue de transportar oxigênio.

"Os internamentos são de crianças pequenas porque elas têm o organismo mais frágil. Em adultos, a exposição contínua ao nitrito pode causar câncer", afirmou o médico infectologista Fábio Gaudenzi, diretor de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, em entrevista à Agência Brasil. "A substância não deveria estar presente no leite, a não ser em quantidade muito pequenas, porque ela até pode ser encontrada em adubos que, no pasto, são consumidos pelos animais."

A intoxicação por nitrito é grave e pode levar à morte. "Os casos notificados até agora têm sido relativamente leves, mas as pessoas precisam estar atentas e procurar rapidamente os serviços médicos no caso de algum sintoma", disse Gaudenzi. "O que chama a atenção é o fato de que, entre os casos de internamento, há cinco crianças com menos de 6 meses e que deveriam estar sendo alimentadas exclusivamente por leite materno."

O caso mais grave registrado até o momento é o de uma criança de 3 meses de idade. "Muitas vezes por falta de recursos financeiros, as mães utilizam um produto que não é recomendado para a idade da criança", disse o médico infectologista. "Uma criança nessa faixa etária deveria estar sendo amamentada com leite da mãe ou consumindo um composto lácteo, que pode custar até R$ 60 a lata."

Inicialmente, as autoridades sanitárias haviam determinado a retirada do mercado de dois lotes do leite Holandês, mas uma nova reunião realizada na tarde de sábado (22) determinou a apreensão e a inutilização de todos os estoques do produto, produzidos até a última sexta-feira (21). Com prazo de validade de até cinco dias, o leite teria distribuição restrita a algumas regiões de Santa Catarina.