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SUPERLOTAÇÃO NO SÃO JOSÉ
MP e PF abrem inquérito
Em visita ao hospital, procurador e delegado ameaçam denunciar Executivo

Com base em denúncias de espera por atendimento, o delegado da Polícia Federal Waldemar Moreno Jr. e o o procurador da República Davyd Lincoln visitaram ontem o Hospital Municipal São José, em Joinville, e anunciaram investigação sobre omissão de socorro.

Superlotado desde setembro, pela sexta vez no ano, o pronto-socorro (PS) do hospital tem pacientes esperando pelos corredores por exames e cirurgias, em macas ou cadeiras de rodas. Caso do motociclista Sidinei Matias, ontem um dos 88 que aguardavam por atendimento no PS. Há 18 dias, ele aguarda por cirurgia para corrigir fraturas no pé e no tornozelo. “Quando entrei, disseram que era emergência. Hoje, não tenho previsão de quando vão me operar.”

Lincoln diz que tentará responsabilizar o município. “Também vou pedir afastamento do diretor (Armando Lorga), porque ele nunca está no hospital quando vou lá”, afirma, defendendo que, mesmo que os poderes estadual e federal também seja responsáveis pela saúde pública, o município tem dinheiro para melhorar a situação.

O diretor afirma que não há omissão de socorro, já que o hospital não nega atendimento. Segundo ele, amanhã o São José fará um mutirão de cirurgias ortopédicas. Mas a lotação dependerá da demanda. “E, infelizmente, nos feriados ela tende a aumentar.”

 

 

 

Visor -Rafael Martini

 

SUPERBACTÉRIA NA HEMODIÁLISE
O setor de hemodiálise criou um turno em separado para que os renais crônicos portadores da KPC, conhecida popularmente como superbactéria, façam o tratamento sem criar o risco de exposição aos demais pacientes no Celso Ramos, na Capital. Este Visor teve acesso ao relatório interno sobre o controle da contaminação no hospital. Entre os meses de janeiro e agosto, a KPC foi tratada como surto, com média de 2,5 mortes por mês. Em setembro, baixou para uma, mas já é considerada endêmica, ou seja, doença que existe constantemente

 

Só alegria
Por conta do Dia das Crianças, uma programação especial foi organizada para divertir a garotada internada no Hospital Infantil Joana de Gusmão, com apresentação de boi de mamão do grupo Alevanta Meu Boi. As atividades, como oficina de pipa, mostra de dança e tênis vão até o final do mês.

 

 

Geral


SÍMBOLO DA GUERRA
Vietnamita dá uma lição de vida
Mulher que teve o corpo queimado quando era criança distribui autógrafos e fala para profissionais da saúde na Capital

 

Nem todos perceberam, mas ontem umas das personalidades mais conhecidas do mundo caminhou pelo hall do Hotel Majestic, em Florianópolis. Trata-se de Kim Phuc, a mulher que, quando menina, teve sua figura eternizada na fotografia da Guerra do Vietnã, onde correu da explosão de uma bomba. Kim veio a Santa Catarina para participar da abertura do Congresso Brasileiro de Queimaduras, que se iniciou na noite passada.

Kim Phuc almoçou acompanhada do médico Maurício José Lopes Pereima, presidente do evento, além de outros membros da organização. Desceu do quarto por volta das 13h, depois de não ter tomado café da manhã pois ainda estava sob efeito do fuso horário. Vestia calça preta e uma blusa em tons escuros e rosa. No pescoço, uma pashmina rosa.

Participou da programação do congresso à tarde. Distribuiu autógrafos, sorrisos e abraços. Kim chegou terça-feira a Florianópolis, surpreendendo até mesmo a organização do evento, que a esperava ontem.

Exausta da viagem do Canadá, onde vive, até Florianópolis, pediu um tempo para descansar. Por isso, não foram agendados compromissos com a imprensa. Focada na palestra, também pediu que não houvesse cobertura de jornalistas durante a sua fala. Pereima guardará de Kim a imagem de uma mulher muito tranquila e dedicada à promover a saúde de crianças vítimas de queimaduras causadas em conflitos.

O tema da palestra de Kim na abertura no Congresso Brasileiro de Queimaduras foi Minha Vida com Queimaduras. Ela falou sobre sua experiência com as feridas que marcaram não apenas o corpo, mas a mente. O tratamento doloroso e a rejeição à própria aparência foram superados ao longo dos anos. A mensagem de Kim é para trazer coragem e esperança a pessoas que passam pelo mesmo trauma.

Hoje embaixadora da Unesco, Kim teve 55% do corpo queimado. Ativista dos Direitos Humanos, é fundadora da Kim Foudation, organização que dá apoio a crianças vítimas de conflitos armados no mundo. Por causa dos ferimentos, ela passou 14 meses no hospitais. Em entrevista ao DC, na edição de domingo, contou que apesar das cirurgias e da dor constante, até hoje, acredita que a guerra deu um propósito a sua vida. Para ela, a foto deu-lhe um grande poder: o de ajudar as pessoas.

Nick Ut é o codinome do fotógrafo que registrou a imagem de Kim Phuc no dia do bombardeio. Seu verdadeiro nome é Ut Cong Huynh e, assim como Kim, ele é vietnamita. Nick declarou que depois de tirar a foto de Kim, correu para acudir a garota junto com outros fotógrafos que estavam no local.

Uma pessoa famosa e discreta

Quando Kim desmaiou, o fotógrafo a levou para o hospital mais próximo, onde os médicos disseram que a menina não resistiria às queimaduras, que cobriam mais de metade de seu corpo. Os dois se reencontraram diversas vezes ao longo dos 40 anos e Kim o considera um herói.

Apesar da fama, Kim é uma pessoa discreta. Chegou na noite de terça-feira no Aeroporto Internacional Hercílio Luz, antecipando o desembarque que deveria ocorrer na quarta-feira pela manhã. Também teve discrição no seu primeiro dia na cidade, preferindo não sair do hotel. Recusou convites sob alegação de que preparava espiritualmente para o evento fechado, que reúne 500 profissionais de saúde, entre esses, 200 especialistas do país e exterior.

* Colaborou Caroline Passos

 

ÂNGELA BASTOS *

 

 

 


Samu será administrado por organização social até julgamento do mérito
Liminar do MP que pedia transferência do serviço foi derrubada com mandado de segurança
 Fábio Bispo

MP questiona possível privatização do serviço de urgência

A Secretaria de Saúde conseguiu um mandado de segurança, expedido pela Justiça do Estado no último dia 4, pedindo a suspensão da liminar que pedia a anulação do contrato que transferiu o Samu para a Organização Social SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina). Com mais essa decisão da Justiça, o serviço deverá ser administrado pela SPDM até que a Justiça julgue o mérito da ação.

Desde o dia 14 de setembro, estava em vigor a liminar pedida pelo Ministério Público que determinava que os serviços do Samu retornassem para a administração do Estado, sob argumento de terceirização da Saúde Pública. “Nossa lei prevê que a iniciativa privada pode apenas prestar serviços complementares no campo da saúde. No caso deste contrato do Samu o Estado está transferindo tudo, desde a gerência, toda sua capacidade tecnológica, veículos e funcionários. O que caracteriza privatização”, disse a promotora. Sônia destacou que desde que foi concedida a liminar, em setembro, o governo vinha descumprindo a determinação. “Está havendo demora na tramitação dos processos e recursos.

"O mandado de segurança ainda descumpriria o entendimento do STF, que recomendou manter o Samu administrado pelo Estado”, declarou Sônia, dizendo ainda que a decisão é estranha. No dia 18 de setembro, o ministro Ayres Brito manteve a decisão do Juiz Luiz Antônio Fornerolli que deferiu a liminar que pedia a suspensão do contrato.

Secretaria diz que não tem condições de assumir

Na semana passada, o secretário de Saúde Dalmo Claro de Oliveira se manifestou pela primeira vez sobre o impasse que cerca o contrato de transferência do Samu para a OS paulistana. Segundo o secretário, o Estado gastaria o mesmo que será repassado para a nova administradora. “Nossa intenção não é economizar no serviço, mas sim manter qualidade e eficiência”, argumentou. Dalmo disse também ter dificuldades de pessoal para prestar o serviço, e que seria preciso mil pessoas para que o Samu funcionasse plenamente nas mãos do Esatdo. Segundo o secretário, o Estado não teria condições de assumir o serviço imediatamente.

Por ano o governo de Santa Catarina repassará mais de R$ 100 milhões para a entidade. Todo o arcabouço do Estado também foi transferido para a nova empresa, incluindo estrutura física, de pessoal e estrutural (carros, equipamentos, entre outros).