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OPINIÃO DE A NOTÍCIA
Atendimento na saúde

A cobertura de “AN” sobre a greve dos servidores estaduais da saúde em Joinville tem demonstrado uma situação peculiar que havia sido observada na paralisação do funcionalismo municipal no ano passado: a falta crônica dos profissionais traz mais prejuízos ao atendimento do que os movimentos paredistas, até porque os grevistas costumam manter escalas de plantão para os casos de urgência e emergência. Em Joinville, a demanda maior é na rede estadual. O problema de carência não é novo, já são vários os concursos abertos sem preenchimento das vagas (até por isso, novas seleções são abertas continuamente).

As autoridades sabem disso, só não sabem como resolver. Depois de perder um grande número de profissionais, a Prefeitura de Joinville concedeu expressivo reajuste aos médicos e conteve a onda de demissões. A rede municipal ficou muito mais atraente em relação à rede estadual. Aumentar salário pode ser uma solução emergencial, mas não há capacidade orçamentária para novos reajustes expressivos. No caso do Estado, a baixa procura pelos concursos é sinal de que os salários precisam ser melhorados. Ou o governo do Estado consegue identificar outra causa que impede o preenchimento de vagas, como ocorre há anos no Hospital Regional?

 

Geral


CAOS NA SAÚDE PÚBLICA
Estado quer rever ponto de grevistas

Secretário diz avaliar ato jurídico, mas não adianta medida contra falta de leitos

Avisada da superlotação que afeta o Hospital Municipal São José desde setembro e piorou na quarta-feira com a falta de médicos e a greve no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, a Secretaria de Estado da Saúde está avaliando junto à Procuradoria-geral do Estado uma forma de impedir que os servidores registrem o cartão-ponto e permaneçam parados. É o que vem ocorrendo no Regional de Joinville desde terça-feira.

“Não consigo entender como uma pessoa bate o cartão e não trabalha. Entendemos que quem quer fazer greve não deve bater o cartão”, avaliou o secretário Dalmo Claro de Oliveira. Ainda assim, o Estado não anunciou medidas para amenizar a turbulência na saúde pública da cidade. Na quarta, a Secretaria Municipal da Saúde informou que adotaria a transferência de pacientes do São José para os prontos-atendimentos (PAs) 24 horas.

Ontem de manhã, o pronto-socorro (PS) do São José atendia a 86 pacientes em um setor projetado para atender a 43. À tarde, o número chegou a 100. A cena, recorrente nos últimos anos, era de pacientes internados nos corredores há dias. Funcionários estão fazendo hora extra e a equipe foi reforçada. São oito servidores; anteriormente, eram três.

Segundo o líder da área 2 do PS, Hamilton Vargas, a superlotação foi alavancada com o aumento no número de casos em que a unidade é referência: trauma e problemas neurológicos. “E, com a falta de médicos no Regional e a greve, a demanda de pacientes clínicos está vindo para cá”, destaca ele, que avalia que a procura cresceu de 20% a 30%.

Em nota divulgada na quarta, a Saúde municipal culpou a greve na unidade estadual pela situação complicada do São José. A direção do Regional ressaltou, na quarta, que o principal problema da instituição é a falta de médicos, mas confirmou que a greve atrapalha o atendimento. Apesar de o PS estar atendendo a 155% mais pessoas do que poderia, a direção do São José ainda não optou por restringir atendimento, como ocorreu em 2011, frente ao registro de 120 pacientes extras.

Na noite de ontem, havia cinco pessoas internadas em leitos de observação do PA Leste, no Aventureiro. A unidade dispõe de 18 leitos, mas não tem estrutura para oferecer atendimento hospitalar. O Bethesda, em Pirabeiraba, tem sentido os efeitos dos problemas. O movimento no PA e na internação cresceu 50%, mas não havia indício de lotação.

 

 

CAOS NA SAÚDE PÚBLICA
Mais furos na escala do Regional

Outro fato que reduziu ainda mais a capacidade de atendimento no Hospital Regional de Joinville, já comprometida pela falta de médicos, é a ausência dos profissionais. A categoria não está em greve, mas, na terça, quando a paralisação começou, não havia plantonista no turno da noite (a partir das 19 horas).

Na quarta, dois médicos apresentaram atestado: um no turno da manhã e outro no da noite. Ele mesmo médico, o secretário Dalmo de Oliveira defendeu a categoria, mas re que, em caso de denúncia, poderá ser aberta sindicância.

Hoje, o hospital terá plantonista das 7 às 13 horas. Depois, apenas na segunda-feira. Pressionada até pela direção, a Saúde estadual abriu processo seletivo para contratar seis clínicos com inscrições até 9 de novembro. No Regional, há cinco clínicos; o ideal seriam 14.

A diretora do SindSaúde, Mari Estela Eger, garante que até 50% dos funcionários trabalham normalmente, o que seria suficiente para garantir o serviço. A categoria luta para manter horas extras, que podem ser canceladas após a contratação de novos servidores.


 


CAOS NA SAÚDE PÚBLICA
12 DIAS NA MACA

Esperando desde o dia 13 no corredor do São José por tratamento contra um AVC, Janete Machado Campos, 40 anos, faz parte do grupo de pacientes que não têm onde buscar ajuda porque precisam de atendimento específico do hospital. Indignada, ela disse ontem contar os minutos até ter alta.

 

 

 

Visor Rafael Martini


Sem Sangue
Esta turma aí da foto, funcionários da empresa Khronos, organizou uma campanha interna para doação de sangue. Pelo menos 60 pessoas gostariam de participar, mas foram “orientadas” a não entrar no Hemosc pelos grevistas da Saúde. Resultado: mobilização suspensa sem doação.

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Geral


PLANOS DE SAÚDE
Operadoras definem os aumentos

Operadoras de planos de saúde coletivos com menos de 30 beneficiários terão que agrupar esses contratos e definir um reajuste único, de acordo com resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicada ontem no Diário Oficial da União.

Por meio de nota, a ANS informou que a medida oferecerá maior equilíbrio no cálculo do reajuste.

– É importante ressaltar que a ANS não definirá os percentuais de reajuste desses planos, mas as regras para o cálculo. Com a nova determinação, a ANS busca tornar mais estável o reajuste desses contratos, além de aumentar a competitividade entre as operadoras, oferecendo maior poder de escolha aos beneficiários – explicou a assessoria do órgão.

Os reajustes anuais a serem aplicados a partir de maio de 2013, de acordo com o órgão, já devem observar a nova regras. As operadoras terão seis meses para comunicar as alterações às pessoas jurídicas contratantes. Dados da agência indicam que os planos coletivos com menos de 30 beneficiários representam 85% dos contratos de planos de saúde no país, com cerca de 2 milhões de usuários.

 

Brasília

 

SEM SORRISO
Metade das crianças já teve cárie
Pesquisa revela que mais de 53% das crianças com até cinco anos de idade já tiveram a doença

Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde revelou que mais de 53% das crianças com cinco anos de idade já tiveram cárie. Para a Associação Brasileira de Odontologia (ABO), as crianças nessa idade já têm, em média, mais de duas cáries nos dentes de leite.

De acordo com a consultora da ABO em odontopediatria, Márcia Vasconcelos, é fácil uma pessoa chegar à idade adulta sem cáries.

– Com tudo que se sabe hoje sobre como prevenir a cárie, a criança com cinco anos não deve ter nenhuma cárie. É possível chegar à idade adulta sem ter tido cárie. E não é difícil – garante.

A odontopediatra recomenda que as mães consultem o dentista antes do nascimento do bebê, para que possam ser orientadas sobre os cuidados com a própria saúde bucal e da criança.

– As mães costumam soprar a papinha e dar beijo na boca da criança. Se ela tiver a boca contaminada, vai contaminar também o bebê.

Um vídeo divulgado este ano na internet mostra uma atriz de Hollywood mastigando a comida e depois passando para a boca da filha. O presidente da ABO, Newton Miranda de Carvalho, diz que isso não é aconselhável.

– Ela está fermentando a comida e a fermentação do alimento é um meio ideal para o crescimento de bactérias. Ela está aumentando o risco de passar alguma doença para a criança – alerta Carvalho.

Estimativa feita pela ABO aponta que cerca de 27 milhões de brasileiros nunca foram a um dentista. O Brasil concentra o maior número de dentistas do mundo, mas a má distribuição geográfica é o problema segundo a ABO. Um simples exame, o dentista pode detectar o início de problemas que vão de uma simples cárie até o câncer de boca. Em 2012, cerca de 7 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença. Para 2013, a estimativa é de 14 mil.

 

Brasília

 

 

 


SAÚDE
Longas filas e demora no atendimento
Greve dos servidores reduz consultas nos hospitais e sobrecarrega outras unidades de Santa Catarina

A greve dos servidores da saúde do Estado reduziu os atendimentos nos hospitais, mas aumentou a procura em outras unidades, sobrecarregando locais como o Hospital Universitário, que segue em atendimento normal.

Ontem, o estabelecimento teve um aumento no fluxo de pacientes, o que acabou provocando longas filas e demora no atendimento. A maternidade e a UTI neonatal registram lotação.

Também em greve, o Hemosc está deixando de coletar 100 bolsas de sangue por dia em média, mas o estoque ainda não está comprometido. A coleta de plaqueta, assim como procedimento de transplante de órgãos estão sendo mantidos. Porém, os pacientes precisam ficar atentos: embora os hospitais estejam em greve, os casos de emergência seguem sendo atendidos. As gestantes em trabalho podem procurar qualquer hospital.

Já atendimentos específicos, como fraturas e traumatismos, devem ser encaminhados para os hospitais especializados, como o Celso Ramos.

A greve começou na terça-feira e atinge os Hospital Infantil Joana de Gusmão, Celso Ramos e a Maternidade Carmela Dutra, em Florianópolis, e o Regional de São José.

No Carmela Dutra, setores de emergência, centro cirúrgico, sala de parto e unidades de internação funcionam em caráter emergencial. Os atendimentos de emergência e a UTI Neonatal estão ocorrendo sem problemas. No Infantil, embora a porta principal esteja fechada, o ambulatório segue atendendo. Não há atendimento de gesso e curativo para a ortopedia na emergência.

O Regional de São José atende somente casos de urgência e emergência, inclusive nas unidades pediátricas, obstétricas e oftalmológicas. A UTI neonatal segue funcionando normalmente. No Celso Ramos, a oftalmologia está atendendo todos os casos de emergência e retornos pós-operatório, além dos casos das emergências e transplantes de córnea no Centro Cirúrgico. A UTI também está funcionando normalmente.

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AULA DO BEM
Projeto ajuda ala do Hospital Infantil
Alunos da Udesc querem comprar equipamento para cirurgia de queimados

Eles estudam administração, planejamento, gerenciamento de empresas, mas, no último ano da faculdade, estão contribuindo para salvar vidas.

Após três meses buscando recursos, 57 alunos da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) estão perto de entregar ao Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Capital, dois equipamentos para tratar queimaduras graves em crianças.

A ideia surgiu no Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag) da Udesc, com alunos do último ano de Administração.

Todos os anos, a turma precisa entregar um projeto completo – desde o planejamento até a execução. O professor Leandro Costa Schmitz estipulou que teria que ser na área social e mostrar resultados efetivos.

Assim nasceu o projeto Além da Pele. O hospital faz uma operação por dia porque tem só um equipamento, que precisa ser esterilizado. O chefe da ala de queimados, Maurício José Pereima, está otimista.

– Com esta doação, poderemos dobrar o número de operações – diz.

O professor Leandro vê a iniciativa como uma retribuição à sociedade pelo estudo gratuito.

– Os alunos não pagam para estudar, e esta é uma maneira de agradecer.

aline.rebequi@diario.com.br


ALINE REBEQUI
Como ajudar
Os alunos recebem doações em dinheiro, materiais como conjuntos para refeição, macas, cadeiras e doação de brinquedos. Também é possível doar num dos eventos abaixo. A meta é arrecadar R$ 120,3 mil.
PARA DOAÇÕES EM DINHEIRO
Agência: 3420-7
C/C: 156064-6
CNPJ: 16.829.018/001-30

EVENTOS
Hoje
O quê: Festa mexicana
Horário: a partir das 22h
Onde: 1007 – Alameda Adolfo Konder, Centro
Atrações: DJs Lil Santos, João Rosa, Lelo Rosa e M&M
R$ 20 antecipado e R$ 25 na hora
4 de novembro
O quê: Trattoria Solidária – almoço com buffet de massas, open bar e open food
Horário: 12h
Onde: Costão do Santinho Resort (Salão Cascaes). Estrada Vereador Onildo Lemos, Praia do Santinho
Atrações: Bandas Em Cima da Hora, Acústico Mahala, Acústico Pepe, Acústico Pedro Collaço e Thomas Pessoa
Quanto: R$ 50. Crianças de seis a 12 anos pagam R$ 25, e menores de seis anos não pagam.
Sobre doações:
contato@projetoalemdapele.com.br ou pelo telefone (48) 9927-8937
O QUE SERÁ DOADO
- Valor – R$ 120,3 mil
1 expansor de pele
R$ 42,5 mil
1 dermátomo
R$ 65,4 mil
Oito cadeiras de acompanhantes
R$ 6,9 mil
4 camas retráteis
R$ 3,4 mil
1 maca
R$ 630
Produtos utilizados nas cirurgias
R$ 1,4 mil
COMO SÃO USADOS OS EQUIPAMENTOS
O expansor de pele e o dermátomo permitem a ampliação do tamanho da pele em até 300%. Com eles, o médico passa a trabalhar com uma técnica de ponta. Sem o dermátomo, a retirada da pele dos queimados é feita com bisturi e lâmina. Com ele, a retirada é feita em tiras, com maior rapidez e menor espessura – no máximo 3 mm.

NÚMEROS DE CRIANÇAS COM QUEIMADURAS GRAVES NO JOANA DE GUSMÃO
2011 147 casos
2012 (até setembro) 113 casos
- Média de internação/dia - 16

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Greve dos servidores da saúde congestiona HU

Agecom UFSC

Nesta quarta-feira, 24 de outubro, o Hospital Universitário teve um aumento na demanda por atendimento da população, em função da greve dos servidores da saúde na região de Florianópolis. A greve não acontece no HU, mas o hospital está sendo impactado pelo grande fluxo de pessoas que buscam atendimento e esperam muitas horas em filas. Pacientes com problemas de especialidades que não são atendidas no HU, como fraturas e traumatismo, ficam aguardando na emergência para o acolhimento e classificação de risco para depois descobrir que precisam se dirigir a outros hospitais.

Em relação à maternidade do HU, o atendimento é também problemático, pois a estrutura física encontra-se em obras com redução de leitos. Os leitos existentes estão lotados, assim como a unidade de UTI neonatal.

Para minimizar esses problemas e para melhor informar a população, a direção do HU buscou esclarecimento com os demais hospitais em greve, que informaram que continuam prestando atendimento de emergência. As gestantes em trabalho de parto podem procurar esses serviços. Atendimentos específicos, como fraturas e traumatismos, devem ser encaminhados para os hospitais especializados, como o Hospital Celso Ramos.

A greve começou no dia 23 de outubro e atinge o Hospital Infantil Joana de Gusmão, o Hospital Regional de São José, o Hospital Governador Celso Ramos e a Maternidade Carmela Dutra. Segundo informações obtidas junto aos hospitais, somente os casos de emergência estão sendo atendidos.

A direção do Hospital Universitário conta com o apoio das direções dos demais hospitais para esclarecer amplamente que suas instituições continuam prestando o atendimento de emergência, para que a população da região não seja prejudicada.

Fonte: Hospital Universitário/UFSC

Mais informações:

Hospital Universitário – UFSC: (48) 3721-9100
Hospital Regional de São José: ( 48) 3271-9000
Maternidade Carmela Dutra: (48) 3251-7500
Hospital Infantil Joana de Gusmão: (48) 3251-9000
Hospital Governador Celso Ramos: (48) 3251-7000

 

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Espera no HU passa de 8 horas

Saúde. Greve dos servidores leva mais pacientes ao hospital federal; direção diz que há desinformação

 

A greve dos ervidores da saúde está provocando transtorno no atendimento médico no HU ( Hospital Universitário). O tempo de espera para pacientes fora do quadro de urgência e emergência ultrapassou oito horas, principalmente na quarta-feira, um dia depois do início da paralisação nos hospitais do Estado. A direção do HU acredita que o aumento na procura é resultado de  desinformação. O Sindsaúde ( Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública Estadual) reforçou que a Maternidade Carmela Dutra e os hospitais Celso Ramos, Infantil Joana de Gusmão e Regional de São José estão atendendo os casos de urgência e emergência normalmente, além dos apcientes já internados.

 

 

 

Médicos não querem trabalhar no HNSP Lages

A emergência do Hospital Nossa Senhora do Prazeres (HNSP) atende em média 160 pacientes por dia. Devido à alta demanda e às condições de trabalho oferecidas, poucos profissionais querem atuar na instituição. Quem perde é a população que, muitas vezes, precisa aguardar horas pelo atendimento.

 
“Na sala de emergência o atendimento está péssimo, as pessoas ficam esperando por horas nas cadeiras até serem atendidas e depois ainda precisam esperar vários dias por um leito. É um absurdo. Meu sobrinho sofreu um acidente de moto e ficou oito dias na sala de recuperação até conseguir um leito na UTI. Está muito complicado, é um descaso”, afirma o aposentado, Neri Varela Costa.

 
O diretor clínico do HNSP, Paulo César da Costa Duarte, confirma a informação. “Esta semana, estamos com seis pacientes entubados na emergência, aguardando vagas na UTI, não há vagas nem no Tereza Ramos e nem em outros hospitais do Estado para que possamos transferir pacientes”, explica.


O construtor Nabor Pedroso, sofreu um acidente de moto no último sábado, ele diz que o primeiro atendimento foi rápido. “Por eu ter sofrido um acidente a equipe me atendeu logo, mas o médico demorou para chegar”, ressalta.

 
O auxiliar de produção, Josué Machado, reclama da demora em conseguir um leito. “Eu cheguei no hospital às oito horas da manhã e só consegui um leito às sete da noite, a sorte é que o meu problema não foi tão grave, mas nos corredores tem muitas pessoas sentadas e nas macas esperando atendimento e leitos”, lembra.

 Para o tratorista José Paes, a emergência está um caos. “Estou com o meu filho na UTI, ele está sendo bem tratado, mas a demora para atender é grande, se continuar assim, alguém vai padecer. É uma ambulância chegando atrás da outra. E ainda são atendidas as pessoas vindas de outros municípios, não dá para continuar assim”, comenta.

 

Com greve, demora no atendimento deve aumentar


 O diretor clínico, do HNSP, Paulo César da Costa Duarte, confirma que há demora no atendimento porque a demanda de pacientes aumentou expressivamente. A equipe de plantão é formada por um médico, um enfermeiro e três técnicos em enfermagem. “Temos um médico na emergência, um médio no plantão da cirurgia, um no plantão da ortopedia e um anestesista, mas todos ficam em atendimento. Falta estrutura e profissionais, assim não conseguimos dar um atendimento adequado”, confirma o diretor.

 De acordo com ele, há dificuldade em contratar profissionais. O valor de R$ 70,00 pago pela hora-plantão não atrai os médicos. “Os médicos ganham mais trabalhando em outros locais e também em outras cidades e têm menos trabalho, está cada vez mais difícil contratar plantonistas”, ressalta Paulo.

 O presidente regional do Sindicato dos Médicos, Ricardo Garigioni, explica que o acordo firmando entre o sindicato e o HNSP, ficou com um valor defasado. A categoria reivindicava R$ 180,00 pela hora-plantão, mas o acordo fechado resultou em R$ 70,00, abaixo do que outros hospitais na região estão oferecendo. Em Rio do Sul, por exemplo, os médicos ganham de R$ 85,00 a 95,00 pela hora plantão. “O acordo continua mantido, mas não tenho dúvidas que a curto prazo será cada vez mais difícil encontrar médicos que aceitem trabalhar nestas condições. Há outros locais que pagam um valor mais alto e que a demanda de trabalho é menor”, salienta Ricardo.

 

A emergência do hospital recebe R$ 200 mil do Estado e R$ 78 mil do município.

 Projeto para ampliação foi entregue, mas não tem validade

 O diretor clínico do HNSP, Paulo Cesár da Costa Duarte, disse em entrevista publicada na edição do dia 19 outubro no Correio Lageano, que entregou ao governador do Estado, Raimundo Colombo, e ao secretário do Desenvolvimento Regional, Jurandi Agostini, um projeto para ampliação da emergência no HNSP. Segundo a publicação, o projeto teria sido entregue em setembro deste ano e o Governo do Estado estaria avaliando o projeto.

 Entretanto, a assessoria de comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Lages (SDR), informa que o pedido foi entregue ao secretário regional, Jurandi Agostini de maneira informal, o que, por enquanto, inviabiliza uma análise mais profunda por parte da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

 Ainda, de acordo com a assessoria, o trâmite legal para a aprovação de projetos compreende na apresentação do mesmo em uma reunião do Conselho de Desenvolvimento Regional. Durante a reunião, se o projeto for aprovado, é encaminhado para a SES, e caberá à secretaria a efetivação da análise técnica. “Vale citar que o governo está investindo na ampliação do Hospital e Maternidade Tereza Ramos, que é uma instituição pública. A nova ala dará à população 92 novos leitos”, afirma a nota. O Tereza Ramos também terá emergência.

 
O projeto entregue prevê a construção de um prédio novo, no local onde hoje funciona o estacionamento do Hospital. O prédio abrigaria, além de uma nova emergência, com capacidade para atender entre 450 e 500 pessoas, uma unidade coronariana e uma unidade de tratamento intensivo (UTI). A obra completa, que contará com três andares e um heliporto, custaria em torno de R$ 14 milhões.