INTEGRAÇÃO
Sonhos dos gestores da saúde
Prefeito e vice-governador voltam a falar de parceria para o Regional

Enquanto uma comitiva que contava com a presença do vice-governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira, e do prefeito Udo Döhler vistoriava o Hospital Regional Hans Dieter Schmitd, por volta das 11 horas da manhã de ontem, o pronto-socorro da unidade contava com pelo menos 15 pessoas na fila. O hospital ainda sofre com a demanda de atendimentos e a falta de médicos. Mas a visita da comitiva traz uma esperança. Mudanças estão por vir, afirmam os políticos, e elas sinalizam um trabalho integrado entre governo de Estado e Prefeitura.

Uma reunião para colocar pingos nos “is” e para tentar mudar o rumo da saúde de Joinville. Assim pode-se classificar a visita do vice-governador e do secretário de Estado de Saúde, Dalmo Claro. Contando também com a presença do secretário de Saúde de Joinville, Armando Dias Pereira Júnior, e do diretor do Hospital Regional, Renato Castro, as lamentações foram colocadas de lado e a parceria tomou forma e nome: Sistema Integrado de Gestão nos hospitais públicos.

“Desde a época da transição, começamos as conversas com o governo do Estado para criarmos esta plataforma, para agilizarmos o trabalho”, explicou Udo.

Para estreitar o laço, ficou acordado que em todas as segundas-feiras, às 10 horas, representantes das secretarias de Estado e do município vão se reunir para traçar os detalhes da unificação e da possibilidade de integrar gestões.

Conta

Outro tema importante foi o desejo de transformar o atendimento do Regional em referencial. Casos de emergências ficariam sob responsabilidade do município, com atendimentos nos prontos-atendimentos e postos de saúde. “Hoje, temos uma média de 70 pacientes atendidos por dia no Regional. Ao menos a metade, 35, poderia ser atendida na rede básica”, explicou Dalmo Claro. “Desta forma, daríamos prioridade total para a atenção básica no município”, complementou Armando, que lembrou ainda que o atendimento de referência também é uma das apostas para o São José.

O secretário de Joinville acredita que, mesmo com o município assumindo os atendimentos emergenciais, não será preciso a contratação de novos médicos. “Hoje, não temos este problema. Mas ainda estamos no começo da gestão e avaliando as situações”, afirmou. Armando ainda confirmou que estão sendo realizados estudos para a construção de um novo PA Sul e para a transformação dos prontos-atendimentos em unidades de pronto-atendimento (UPA 24 horas), que contariam com o apoio financeiro do governo federal. Ainda não há previsão para estas mudanças.
caroline.stinghen@an.com.br

CAROLINE STINGHEN

INTEGRAÇÃO
Plantões com um clínico por dia

Para atender à liminar conseguida pelo Ministério Público, que obriga o atendimento de emergência de alta e média complexidades no Regional, Dalmo Claro também tem a resposta. “Com o atendimento referencial, conseguiríamos fazer os atendimentos com um clínico-geral e um cirurgião por dia, 24 horas, nos sete dias por semana. Uma enfermeira também ficaria responsável por avaliar se os casos que surgirem são de risco ou não”, informou.

O vice-governador Eduardo Moreira comentou que ainda será preciso se reunir com o grupo gestor da Secretaria de Estado de Saúde para definir as mudanças no Regional. O encontro está marcado para amanhã, em Florianópolis. “Vou cobrar agilidade, para que os projetos sejam colocados em prática o quanto antes”, comentou. A expectativa é de que a mudança ocorra em 1º de fevereiro. “Precisamos planejar campanhas educativas, para explicar à população aonde se dirigir em casos de emergência e atendimentos básicos. Será preciso uma transformação de cultura”, observou ainda Moreira.

Outra preocupação é com o número de leitos na UTI. Hoje, o Regional conta com 20. Dez leitos de UTI cardíaca e dez para geral. Entre velhos temas, ressurgiu a prioridade de reabrir a ala C da unidade, sem condições para uso. O objetivo é aumentar o número de leitos para internação.

INTEGRAÇÃO
Outro arco em C emprestado ao São José

A partir desta semana, o Hospital Municipal São José, de Joinville, contará com mais um aparelho de raio X chamado arco em C, utilizado no apoio a cirurgias ortopédicas. Ontem, foi conffirmado o empréstimo de um dos equipamentos do Hospital Regional. Este é o segundo equipamento emprestado à unidade hospitalar: o primeiro veio do Dona Helena.

O equipamento do São José estragou em dezembro, e as cirurgias ortopédicas precisaram ser canceladas. Estima-se que cerca de 90 procedimentos precisaram ser adiados neste período.

O equipamento ainda está em manutenção e não tem previsão para ficar pronto. São peças que precisam ser importadas.

ATAQUE

O site da Secretaria da Saúde de Joinville (www.saudejoinville.sc.gov.br) ficou fora do ar durante todo o dia de ontem. A página entrou em manutenção após ter sido invadida por um grupo hacker denominado “Anonymous”. Em nota, a Secretaria de Comunicação informou que medidas de segurança seriam tomadas.

INSTITUTO DE CARDIOLOGIA
Leitos abrem esta semana

Dos 90 profissionais que se candidataram para a transferência do Hospital Regional para o Instituto de Cardiologia, em São José, 60 começaram ontem a fase de treinamento. Os outros 30 integram o grupo a partir de quinta.

Com o reforço, o secretário de Saúde do Estado, Dalmo de Oliveira, prevê a reabertura de pelo menos dois dos quatro leitos de UTI pós-operatório atualmente fechados por falta de funcionários para até a próxima sexta-feira. Já os 25 leitos de internação e a sala de medicação também interditados porque não há equipe suficiente para o atendimento devem ser reabertos, gradativamente, até o final do mês. A decisão de remanejar os servidores de um hospital para o outro foi divulgada depois que o Jornal do Almoço, da RBS TV, exibiu imagens de pacientes aglomerados em salas, nos corredores e dormindo em cadeiras de praia.

O secretário explica que no último trimestre de 2012, 518 funcionários foram contratados para o Hospital Regional para que não fosse mais necessário fazer hora-plantão. Porém, como a contratação acabou fomentando greve na saúde e o governo teve que recuar, o quadro acabou gerando excedente de profissionais. Daí a ideia de transferir parte deles para o Instituto de Cardiologia.

Serão transferidos 145 profissionais. Uma equipe dos recursos humanos da Secretaria de Saúde deve permanecer até sexta-feira no Hospital Regional para fazer o cadastro de servidores que têm o interesse em trabalhar no instituto.

Por enquanto, os 90 selecionados se manifestaram de forma voluntária. Caso até o final da semana o quadro não esteja completo, a secretaria fará a convocação dos próximos nomes.

JOICE BACELO