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SAÚDE PÚBLICA
No Regional, só casos graves
Apenas pacientes com risco de morte ou sofrimento intenso serão atendidos

A partir de sexta-feira, o Hospital Regional de Joinville vai fechar as portas do pronto-socorro para atendimentos que não sejam de urgência ou emergência. Apenas os casos em que há risco de morte ou sofrimento intenso do paciente serão recebidos e acompanhados. Casos sem gravidade, segundo o Protocolo de Manchester (critério para classificar pacientes em hospitais), serão encaminhados aos PAs.

A decisão, que já vinha sendo gestada pela diretoria do Regional desde o ano passado em razão da falta constante de médicos e leitos, foi apresentada ao secretário estadual de Saúde, Dalmo Claro, no início do mês e teve pontos definidos ontem à tarde, em reunião de gestores da saúde da região na Secretaria de Desenvolvimento Regional. A medida é uma maneira de o hospital ter médicos e leitos dedicados apenas a casos graves e evitar que se repitam situações como a do pedreiro Raul Domingos, de 43 anos, que morreu na semana passada após ter de esperar 48 horas por um leito de UTI.

Tentativas parecidas de restringir os atendimentos já tinham sido feitas no Regional em 2009, quando foi implantado o Protocolo de Manchester, mas acabaram não se mantendo pela falta de acerto com outras unidades.

Com a mudança, o Regional manterá apenas um clínico-geral por horário – até então, havia turnos com dois, por causa da demanda, e outros com nenhum –, o que reduzirá a necessidade de contratar mais médicos, uma dificuldade crônica da unidade nos últimos anos. Agora, segundo o secretário Dalmo e o diretor técnico do hospital, Hercílio Fronza Júnior, a restrição é para valer. “A equipe está preparada. Sabemos que vamos enfrentar reclamações das pessoas, mas é o jeito de garantir que o hospital tenha capacidade de atender àquilo para o qual é referenciado (recebe recursos do Ministério da Saúde), que são os casos realmente graves”, complementa Hercílio.

Dalmo pede compreensão da população para que sejam procurados os PAs ou mesmo os postos de saúde. “Se o médico dessas unidades ver que o caso exige hospital, ele pedirá encaminhamento.”

rogerio.kreidlow@an.com.br

ROGÉRIO KREIDLOW

 

 


SAÚDE PÚBLICA
Impacto será medido nos PAs

O possível impacto dessa restrição nas unidades municipais foi discutido pela manhã entre o secretário estadual de Saúde, Dalmo Claro, o prefeito de Joinville, Udo Döhler, e o secretário municipal, Armando Dias. Segundo Udo, a Prefeitura sabe que pode haver aumento da procura nos PAs ou mesmo no São José, mas deu aval à restrição no Regional como forma de iniciar uma mudança nos atendimentos.

“O PA Leste pode receber mais atendimentos e o PA Norte precisa de reformas. A situação mais complicada é no PA Sul. Naquela região, será preciso construir um segundo PA”, diz o prefeito.

 

 

SAÚDE PÚBLICA
Samu fará regulação dos casos

Para que a restrição no Regional funcione, o Samu fará a regulação (distribuição por hospitais) de casos que precisam de UTI ou atendimento emergencial, enquanto uma central de regulação para leitos continua em discussão. Os encaminhamentos ao São José, que não adota a restrição, mas já usa a triagem, também serão regulados pelo Samu.

A implantação de uma central para regulação de leitos, ao menos, é meta para os próximos seis meses, segundo o secretário Dalmo. No futuro, ela poderá regular exames, consultas e outros procedimentos. A intenção é integrar cidades do Norte e Planalto Norte.