icone facebookicone twittericone instagram




Crise complica obras na saúde

A crise financeira está atrasando obras na saúde pública de Joinville. A construção da policlínica de Pirabeiraba parou no final do ano passado por falta de pagamento. É uma construção de R$ 1,1 milhão a ser bancada somente com dinheiro da Prefeitura, sem ajuda da União ou do Estado. Os novos postos de saúde dos bairros Aventureiro e Vila Nova, ainda na fase inicial, pararam porque o município não tem como bancar a contrapartida do convênio com o governo federal – é coisa de R$ 200 mil por obra.

Os repasses foram definidos no Orçamento Participativo do governo anterior. É a chamada “fonte 100”, caixa do município. Só o que está andando é posto do Parque Douat (Costa e Silva) e a reforma da unidade de saúde do Caic Espinheiros. Ainda nesta semana, a Secretaria de Saúde de Joinville se reúne para tentar definir qual obra será retomada e em qual prazo. “Vamos fazer as obras, mas estamos em grandes dificuldades”, resume o secretário Armando Dias.

 

 

Dívida de R$ 200 milhões na Capital

O grupo gestor de Florianópolis deverá terminar amanhã todos os levantamentos sobre a situação financeira existente na Prefeitura. Com base neste diagnóstico, o prefeito Cesar Souza Junior (PSD) deve convocar uma coletiva de imprensa para sexta-feira. Promete abrir todos os números, item por item, do que recebeu da gestão Dário Berger (PMDB).

Os primeiros dados indicam que as dívidas chegam a R$ 200 milhões, incluindo a previdência, já parcelada. Há um único fornecedor que tem R$ 13 milhões a receber por serviços de vigilância, conservação e mão de obra de alimentação nos setores de educação e saúde.

De acordo com auxiliares do prefeito, destaque será dado também para a aplicação dos R$ 3 milhões que seriam destinados a subsidiar as escolas de samba. Metade do valor foi destinado à conclusão da Policlínica e Unidade de Pronto Atendimento do Continente, com previsão agora de inauguração em julho. Outros 50% – R$ 1,5 milhão –, serão destinados exclusivamente para atendimento de exames médicos e laboratoriais. Há hoje 25 mil exames represados na Secretaria da Saúde, segundo as estatísticas oficiais. O plano é zerar todos os pedidos.

 

 

Saúde primeiro, Jasc depois

Investir no Hospital São José foi a justificativa da Prefeitura de Joinville para abrir mão de sediar os jogos pela primeira vez desde 1992
Sediar os Jogos Abertos de Santa Catarina em 2013, com orçamento apertado e tantos problemas de estrutura pendentes, significaria deixar a saúde pública municipal de Joinville em segundo plano. Foi o raciocínio exposto pelo prefeito Udo Döhler (PMDB) ontem, três dias depois dos desfiles de Carnaval, quando afinal pôs fim aos rumores ao justificar a renúncia da cidade em ser sede da competição. Nos últimos anos, os Jasc ocorreram em Caçador, Cri-ciúma, Brusque e Chapecó.

Udo explicou que a desistência garantirá investimentos no Hospital Municipal São José, o que mais atende na região e com problemas crônicos de superlotação. Isto porque, diz o prefeito, os Jasc custariam cerca de R$ 8,5 milhões. Metade do montante seria bancado pelo Estado, mas a Prefeitura teria de dar contrapartida.

“Não temos como disponibilizar estes recursos. Entendemos que é mais importante o governo do Estado ajudar com a saúde”, anunciou Udo. Joinville já sediou os Jasc por quatro vezes desde 1960: em 1963, 1969, 1986 e 1992. O mesmo número de vezes em que a cidade foi campeã geral.

Como compensação por abrir mão da verba para o esporte, aponta Udo, o município ganhou o comprometimento do governador Raimundo Colombo (PSD) em carimbar cerca de R$ 14 milhões em investimentos no São José.

“Trocamos cerca de R$ 4 milhões por R$ 14 milhões”, garantiu Udo, ainda que não exista data definida para a verba ser destinada, nem se sabe a origem do recurso – pode ser empenho direto ou direcionado de outro fundo.

Enquanto isso, a prioridade é investir na conclusão do Complexo Ulysses Guimarães, conjunto anexo ao hospital que está em obras desde 2006, incluindo compra de equipamentos, quatro salas de cirurgias, instalação de unidades de climatização e abertura de mais seis leitos de UTI.