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De fora

Pelas contas da Secretaria de Estado da Saúde, 1,7 mil dos 9,5 mil bebês nascidos em Joinville vieram de mães de outras cidades. É que a maioria das cidades da região não tem estrutura para partos e Joinville fica com a demanda.

Interesse

Quase nunca é assim: no último processo seletivo para contratação de médicos para trabalhar na emergência do Hospital Regional de Joinville, apareceram nove. A lista saiu na terça. É bem acima da média. Geralmente, não dá nem três inscrições.

 

 

Falta de médicos
Remanejamento entre PAs
Sem profissionais, Secretaria de Saúde busca alternativa para atendimento

Pacientes que precisaram do serviço do Pronto-atendimento (PA) Norte, de Joinville, na noite de terça-feira, foram surpreendidos pela informação de que não havia médicos de plantão. Os profissionais haviam sido remanejados para o PA Sul. A orientação em casos menos graves é de que eles teriam que procurar o PA Sul ou o Leste para o atendimento. Os casos urgentes foram encaminhados de ambulância até outra unidade.

Segundo o coordenador dos PAs Norte e Leste, Álvaro César Ricardo Júnior, o problema na terça foi um caso isolado. O sistema de atendimento dos três PAs de Joinville está com um desfalque de quatro médicos. “Dois pediram exoneração e o contrato de outros dois terminou. A Secretaria de Saúde está agilizando contratos de pelo menos quatro novos médicos, e ainda esperamos ampliar este número”, explicou o coordenador.

Atualmente, 40 médicos participam dos plantões nos PAs. Por causa deste desfalque, os médicos do PA Norte foram remanejados para a unidade do Sul, que tem quase o triplo de número de atendimentos. Por isso, Álvaro não descarta a possibilidade de a situação ocorrer novamente. “Cuidamos dos horários dos plantonistas para que não ocorram mais desfalques em nenhum dos horários”, diz.

Hospital Regional

A direção do Hospital Regional anunciou o reforço de mais nove médicos clínicos-gerais para atender no pronto-socorro. Outros dois médicos já haviam sido nomeados em fevereiro. Os médicos foram contratados por processo seletivo simplificado e iniciam as atividades na escala de plantão de março. Com esta contratação, a escala de plantão fica completa, contando com 20 médicos clínicos. Segundo a direção, as contratações não mudam a forma de atendimento. Há quase dois meses, o PS atende apenas a pacientes referenciados como urgência e emergência. Esta mudança foi necessária para que o hospital conseguisse dar atenção aos casos graves.


Cirurgia inédita em Joinville
Depois do susto, o sorriso de Marcilene
Após perder a mão em acidente de trabalho, repositora tem membro reimplantado em cirurgia inédita em hospital de Joinville

Quem nunca dormiu sobre a mão e acordou com aquela sensação incômoda de adormecimento? Pois é justamente essa sensação que tem causado alívio e feito a repositora de marcas Marcilene Alves dos Santos, 27 anos, rir à toa nas últimas duas semanas em Joinville. Após perder a mão em um acidente de trabalho, Marcilene foi a primeira paciente a ter o membro reimplantado em Joinville. Agora, só precisa conviver com uma dor leve e sensação de formigamento.

Na manhã do sábado de Carnaval, por volta das 10h30, Marcilene trabalhava fatiando queijos em um estabelecimento de Jaraguá do Sul. Depois de terminar o serviço, foi limpar a máquina e, por pensar que o equipamento já estivesse desligado, inseriu a mão, que foi decepada na altura do punho direito. “Na hora, só senti aquele sangue todo no meu uniforme”, lembra, com serenidade.

A sorte de Marcilene é que um colega de trabalho teve a preocupação imediata de estancar a hemorragia e também de conservar a mão para que fosse possível o reimplante. A partir daí, foi uma corrida contra o relógio. Em meia hora, uma equipe do Samu a socorreu e a levou para o Hospital São José em Jaraguá do Sul e, por volta das 11h45, ligou para o chefe do Núcleo de Cirurgia de Mão e Microcirurgia do Hospital Dona Helena em Joinville, Valdir Steglich, que acionou rapidamente os quatro médicos de sua equipe, além de dois anestesistas, e garantiu que o centro cirúrgico estivesse pronto o quanto antes para receber Marcilene.

Às 14h30 daquele mesmo dia, a repositora de mercadorias entrou na sala de cirurgia correndo risco de morte e de amputar a mão. Mas nove horas depois, já estava com a mão quentinha, com a circulação restabelecida na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital. “Foi uma cirurgia altamente delicada pela lesão. Ela cortou as duas artérias do punho, estava em choque e não tinha como repor o sangue na hora por causa do risco de trombose”, explica Steglich.

Ainda fragilizada, na manhã de domingo, Marcilene passou por um novo susto. “Por volta das 10 horas, percebemos que havia algo errado: as artérias estavam com coágulo, e tivemos que abrir novamente”, conta o cirurgião vascular Laércio Bazanella. Após três horas de cirurgia, o grupo conseguiu remover os coágulos e permitir que o sangue fluísse novamente.

Após 18 dias do procedimento, Marcilene já anda sorrindo pelos corredores do Dona Helena e consegue, inclusive, mexer de leve os dedos da mão direita. “Hoje eu estou feliz, minha sensação é de alegria. Quando aconteceu, o meu medo era ter que amputar”, conta.

Procedimento certo e rapidez

O reimplante da mão de Marcilene só foi possível graças à conservação correta do membro e a rapidez com que ela foi socorrida e entrou no centro cirúrgico. “Na hora, todo mundo queria ajudar. Nossa, eles foram muito fortes, pegaram um balde, encheram de gelo e eu coloquei meu braço lá”, recorda.

Steglich explica que o ideal é que o membro cortado seja reimplantado em até seis horas, porque, como está tudo aberto, à medida que o tempo passa, aumenta o risco de infecção por contaminação com bactérias e de necrose pela falta de oxigenação dos tecidos. “Quanto mais o tempo passar acima de seis horas, mais o prognóstico piora”, disse.

Um dos integrantes do Núcleo de Cirurgia de Mão do Dona Helena, Tiago Salati Stangarlin, esclarece que o ideal é colocar o membro em um saco plástico limpo com soro fisiológico e, em seguida, pôr em bastante gelo. Se não houver saco plástico no local do acidente, outra alternativa é enrolar em um pano ou toalha limpa e colocar no gelo.


Trabalho multidisciplinar

Por se tratar de uma cirurgia complexa e demorada, é necessário uma equipe multidisciplinar com pelo menos cinco médicos especializados em microcirurgia, além de dois anestesistas, para realizar o procedimento. “É um trabalho de equipe, por isso que são poucos os reimplantes realizados no mundo. Não é todo hospital que tem estrutura, que tem uma equipe preparada, além de um socorro eficiente que possibilite a cirurgia”, explica o chefe do Núcleo de Cirurgia de Mão e Microcirurgia do Hospital Dona Helena, Valdir Steglich.

Durante a cirurgia, todos os tecidos da mão direita de Marcilene Alves foram reconstruídos. “Reconstruímos os ossos, ligamos os tendões, nove tendões flexores, três tendões do punho, todos os extensores, reconstruímos os nervos, que dão a sensibilidade, reconstruímos as artérias e as veias”, detalha Steglich.

Segundo o cirurgião vascular Laércio Bazanella, a principal dificuldade é o tamanho do vaso sanguíneo – que tem cerca de um milímetro. “Precisa da maior paciência e delicadeza para ter sucesso ao fim do procedimento. Leva de 40 minutos a uma hora para reconstruir cada vaso”, conta.

Passado o pós-operatório, o objetivo da equipe médica é garantir que Marcilene possa recuperar os movimentos. De acordo com Steglich, ela terá de se submeter a fisioterapia e terapia ocupacional, mas dentro de seis meses a um ano já conseguirá abrir e fechar a mão. “Queremos que ela volte a trabalhar, tenha os movimentos normais. E pela reação, ela vai, já está conseguindo movimentar tudo”, comemora. A previsão dos médicos é de que Marcilene recupere 60% da sensibilidade da mão.

Dengue em Joinville
Número de focos do mosquito sobe para 44

O Programa de Combate à Dengue identificou mais cinco focos de larvas do mosquito transmissor da dengue. Quatro deles foram encontrados pelos agentes do programa no bairro Floresta, na terça, e outro no bairro Santa Catarina, ontem. Joinville já soma 44 focos neste ano. Só no bairro Floresta, são 15 focos. Os moradores devem manter os cuidados para evitar a proliferação do mosquito.

 

 

Pisou no acelerador

O secretário do Planejamento, Murilo Flores, entregou ao governador Raimundo Colombo a lista de editais e ordens de serviço que serão efetivadas em março pelo Pacto por SC. São cerca de R$ 200 milhões para as áreas da segurança, justiça, saúde, assistência social, educação e infraestrutura. Já foram liberadas as obras do São Lucas, agora batizado de Case, Hospital Celso Ramos e Hospital Florianópolis.