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SAÚDE
Ela pode te parar
Artrite reumatoide é uma doença inflamatória que afeta as articulações e os órgãos e pode comprometer os movimentos

O aparecimento de dores pelo corpo, em especial nos punhos, braços e costas, pode ser um problema de coluna ou de artrite reumatoide, doença geralmente crônica que acomete as articulações e pode causar deformidades físicas e incapacidade funcional até para atividades rotineiras, como fechar o botão de uma blusa. Calcula-se que ela seja responsável por 22% de todas as mortes relacionadas a artrites e demais problemas reumáticos.

Segundo o reumatologista Gláucio Castro, presidente da Sociedade Catarinense de Reumatologia, a artrite causa inflamações musculares que comprometem as articulações e órgãos internos, como pulmão, coração e rins. “O problema não tem uma causa definida. Sabe-se que há um grande componente genético e que fatores ambientais, principalmente o tabagismo, estão relacionados”, afirma.

Mais comum entre mulheres em idade reprodutiva, entre 30 e 50 anos, a doença aparece também em homens e crianças. Uma de suas principais características é a rigidez matinal e a fadiga no fim da tarde. Nos casos mais severos, evolui progressivamente, levando, com o passar do tempo, à grave incapacidade articular.

“É preciso prestar atenção quando a pessoa acorda com dores nas articulações, mãos e pés, que vão melhorando no decorrer do dia”, alerta Castro. O especialista explica que em um terço dos casos ocorre remissão espontânea, com os sintomas desaparecendo por completo. Nos outros dois terços, a artrite torna-se um problema sistêmico, sem cura, apesar de o tratamento melhorar a condição de vida.

Os pacientes de artrite reumatoide têm maior predisposição para a osteoporose, distúrbio que atinge os ossos tornando-os frágeis, o que aumenta o risco de fraturas. Isto se deve ao tratamento padrão da doença, que antes do surgimento dos medicamentos biológicos incluía corticoides, aceleradores da perda de densidade mineral nos ossos. “Além do uso de corticoide contribuir para a osteoporose, a artrite causa o aumento das citosinas, o que afeta as células ósseas por causa do estado inflamatório constante”, diz o reumatologista.

 


SAÚDE
Os intolerantes
Uma fatia de pão e um copo de leite parecem ser os mais inofensivos dos alimentos. Mas eles causam muito mal para pessoas com intolerância ao glúten e à lactose

Os problemas que tinha ao tomar leite e a estranha sensação sentida após comer sorvete nunca haviam feito Tatiane Kendzerski de Souza desconfiar que era intolerante à lactose. Aos 26 anos, porém, a diretora financeira de uma grande empresa decidiu investigar a causa desse mal-estar depois que a mãe fez o exame que acusou um grau leve de intolerância à lactose. Tatiane descobriu que, no seu caso, ela era total.

A primeira decisão foi de não radicalizar e procurar manter alguns alimentos preferidos na dieta. Para isso, tentou tomar as enzimas de lactase (que auxiliam na digestão da lactose), o que não deu bom resultado. Sua postura só se alterou quando começou a frequentar uma nutricionista e passou a substituir os alimentos e enfrentar uma série de restrições: “O mais difícil é comer fora. Nem sempre há como saber se aquela comida tem ou não tem leite”, argumenta.

Dentro de casa, a estratégia para manter a dieta saudável e gostosa foi buscar em lojas especializadas itens para substituição. Ela explica que, apesar do alto custo, existem locais que vendem comidas direcionadas para celíacos e intolerantes, além de blogs que oferecem receitas. O segredo, segundo Tatiane, que gosta de cozinhar, é ver o desafio de forma positiva.

 

COMO DESCOBRIR?
Com grande frequência, as intolerâncias são confundidas com úlcera ou gastrite. Saiba como proceder para ter um diagnóstico correto.
LACTOSE
Há dois testes mais comuns. Um é o exame de sangue. A pessoa faz a ingestão da lactose e coleta várias amostras para acompanhar a reação. Outro é a análise molecular da hipolactasia que, geneticamente, permite identificar a mutação da lactase. Este teste é menos invasivo ao corpo, porém, ainda não foi liberado para o SUS e outros convênios médicos, sendo feito exclusivamente pelo sistema privado ao custo de R$ 120.
GLÚTEN
Os exames de sangue são muito utilizados na detecção da doença celíaca. Os exames dos anticorpos antitransglutaminase e antiendomísio são altamente precisos e confiáveis, mas insuficientes para um diagnóstico, que precisa ser complementado pela análise de uma amostra de tecido retirada do intestino delgado por meio de uma endoscopia com biópsia (uma sonda é inserida pela boca, passa pela garganta e estômago, chegando ao intestino delgado).