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Colunista Cacau Menezes


Boletim das emergências
A Secretaria de Estado da Saúde divulga, todos os dias, o boletim com a situação das emergências dos hospitais Celso Ramos, em Florianópolis, e do Regional de São José. O objetivo é alertar as pessoas sobre as condições de atendimento nas duas instituições, que enfrentam casos frequentes de superlotação. Na quinta-feira, por exemplo, 104 pacientes foram atendidos 11 deles graves até o final da manhã no Regional de São José, onde 452 pacientes estão internados 44 internações feitas nas últimas 24 horas. Já o Celso Ramos realizou 227 atendimentos na emergência nas últimas 24 horas.

O novo procedimento faz parte do amplo plano de gestão da Saúde, coordenado pelos secretários Antônio Gavazzoni, da Fazenda, e Derly Anunciação, da Administração, com base nos estudos preparados pela empresa de consultoria Roland Berger, da Alemanha. Essa mesma empresa fez um trabalho para resgatar a força dos clubes alemães de futebol: dois deles decidem hoje em Londres a Champs League.

 

Geral

 

Santa Catarina contra a gripe
Alto número de mortes em 2012 reforça campanha contra o vírus em 2013

Em 2012, 76 pessoas morreram em Santa Catarina em decorrência de vírus da gripe. Desses, 85% não tinham sido vacinadas. Os dados colocaram o Estado na pior colocação no ranking do país em relação ao número de mortes pelo Influenza.

Neste ano, o Estado recebeu 400 mil doses a mais da vacina que previne três tipos de vírus da gripe. Entre as ações para evitar mais mortes, novas medidas foram tomadas, como a ampliação da campanha para crianças com três anos incompletos. Neste ano já foram aplicadas mais de 1 milhão de doses em pessoas do grupo prioritário, o que fez Santa Catarina alcançar a média de 93,4 % de vacinação. A campanha começou no dia 15 de abril e terminou oficialmente no dia 10 de maio, mas em algumas cidades ainda é possível se vacinar até o fim deste mês.

O gerente de imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), Eduardo Macário, explica que além do número maior de doses, foi possível também usar o estoque de emergência da vacina, que sobrou, para ampliar a vacinação de grupos prioritários para crianças com até três anos incompletos. As vacinas estão sendo aplicadas nos postos de saúde de todo o Estado.

– Essas crianças integram um grupo que faz o vírus circular com mais velocidade, pois levam de casa para a creche e vice-versa. Temos um estoque estratégico para situações de emergência que não foi utilizado e é disponibilizado para este grupo – lembra Macário.

Com a ampliação, a expectativa é que mais de 80 mil crianças nesta faixa etária sejam vacinadas. Quem faz parte do grupo prioritário e ainda não tomou a vacina deve procurar a unidade de saúde do seu município para se informar sobre a vacinação.

Também nesse ano a campanha foi antecipada em 30 dias e um novo protocolo de atendimento está sendo colocado em prática nas unidades de saúde. De acordo com Macário, para os pacientes que chegam à unidade com suspeita de gripe, o atendimento é feito de acordo com a gravidade e o risco de cada caso.

– Eles identificam os sintomas e, dependendo do fator de risco associado, existem quatro tipos de atuação a ser aplicados de forma a agilizar o atendimento. O procedimento facilita a tomada de decisão – explica Macário.

QUANDO PROCURAR UM MÉDICO?

É importante que a pessoa, já nos primeiros sintomas de gripe comum ou gripe A, procure um médico, seja na rede pública ou particular.

O ideal é que essa avaliação médica ocorra nas primeiras 48 horas.

SINTOMAS DA GRIPE A

Tosse e espirros

Fortes dores no corpo, na cabeça e na garganta

Febre alta, acima de 38°C

Pode haver náuseas, vômitos e diarreia e falta de ar.

COMO FUNCIONA A VACINA?

A vacina protege contra três tipos de gripe.

A taxa de proteção está entre 60% e 70%.

Ela passa a agir 20 dias depois da aplicação e é válida por um ano, depois é preciso se vacinar novamente.

Os grupos mais vulneráveis à doença, que receberam a vacina são os de 60 anos ou mais, de seis meses até completar três anos, gestantes, indígenas, profissionais da saúde e pacientes com doenças crônicas, como respiratórias, cardíacas, HIV, câncer e diabetes.

QUANDO OS MÉDICOS DEVEM PRESCREVER O ANTIVIRAL?

Os médicos estão orientados a prescrever o Tamiflu aos pacientes que apresentarem quadro de síndrome gripal, com febre acompanhada de tosse ou dor de garganta.

Desde a semana passada, o Tamiflu passou a ser comercializado nas farmácias com receita médica simples, e não mais em duas vias, o que deve facilitar o acesso.

O antiviral está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

monica.foltran@diario.com.br

MÔNICA FOLTRAN


A gripe em números

Balanço da campanha 2012

Casos de óbitos pelo vírus Influenza em 2012: 76

Pessoas vacinadas na campanha contra a gripe de 2012: 944.768

Balanço da campanha 2013*

Cobertura nos grupos prioritários: 94%

Doses aplicadas: 1,329 milhão de doses aplicadas (até o dia 23 de maio)

289 municípios atingiram o mínimo de 80% de vacinação

Grupo com maior resistência à vacina: gestantes (77% vacinação)

Doses recebidas pelo Estado: 1,6 milhão

* Em 2013 foram incluídos as puérperas e doentes crônicos no grupo de prioritários

Casos notificados com o vírus Influenza A H3N2

Araranguá: 1

Blumenau: 1

Chapecó: 1

Gov. Celso Ramos: 1

Itajaí: 1

Jaraguá do Sul: 1

Joinville: 2

Lages: 1

Otacílio Costa: 1

Palhoça: 1

Rio do Sul: 1

São Francisco: 1

Casos notificados com o vírus Influenza B

Criciúma: 4

Florianópolis: 1

Guaraciaba: 1

Lages: 1

Morro da Fumaça: 1

São José: 1

Quem ainda não se vacinou

Para os que fazem parte do grupo prioritário estabelecido pelo Ministério da Saúde (idosos, gestantes, trabalhadores de saúde, crianças de até três anos incompletos, puérperas – mulheres que deram à luz recentemente, indígenas e detentos – e ainda não se vacinou deve procurar a unidade de saúde mais próxima para receber as orientações e locais de vacinação.

A campanha no Estado terminou no último dia 10, mas até o fim do mês algumas unidades ainda estão vacinando de acordo com seus estoques. Aos que não estão incluídos no grupo prioritário e querem tomar a vacina devem procurar as clinicas particulares credenciadas para aplicar a vacina. A média de preço encontrada pelo Diário Catarinense varia entre R$ 70 e R$ 80.

Tira dúvidas

> Contra quais gripes a vacina protege?

A vacina influenza é trivalente. Isto é, composta por três vírus inativados: vírus similar ao vírus Influenza A (H1N1), vírus similar ao vírus Influenza A (H3N2) e vírus similar ao vírus influenza B/Brisbane. Ela protege contra as formas mais comuns da gripe nesta temporada e contra o vírus da gripe A.

> Quais grupos devem receber a vacina?

Na campanha nacional de vacinação, a vacina contra gripe estará disponível gratuitamente para:

– pessoas acima de 60 anos

– crianças de seis meses a menores de três anos

– gestantes

– trabalhadores das unidades de saúde que fazem atendimento aos pacientes com o vírus da gripe

– indígenas

– detentos

– pacientes com doenças crônicas e imunodeprimidos que apresentarem receita médica em qualquer posto de saúde.

> Não pertenço a esses grupo, posso tomar a vacina?

Pode. Mas deverá procurar uma das clínicas cadastradas no site da Dive www.dive.sc.gov.br.

> Quem se vacinou no ano passado, precisa se vacinar de novo?

Sim, já que a imunidade contra a gripe dura até um ano após tomar a vacina. E também porque a sua composição é feita conforme os vírus que circularam no ano anterior.

> Onde é aplicada?

Nos adultos, na região do quadril ou no músculo do braço. Nas crianças, na coxa.

> Posso ficar gripado(a) depois de me vacinar?

Não, isso é mito. A vacina contra a influenza contém vírus mortos ou apenas pedaços dele que não conseguem causar gripe. Na época em que a vacina é aplicada, circulam diversos vírus respiratórios diferentes, que podem não ser o da gripe em questão, e as pessoas podem acabar infectadas por não estarem ainda imunizadas. A pessoa pode também pegar um resfriado – a vacina não protege contra resfriados.

> Qual a diferença da gripe A e do resfriado?

Tanto a gripe quanto o resfriado têm coriza, irritação na garganta, picos de febre e espirros. Na gripe, o paciente sente mal-estar e dor no corpo. No caso da gripe A, os sintomas são os mesmos, mas os efeitos são mais intensos e aparecem mais rapidamente. Também provoca falta de ar e afeta o estômago.

> A vacina contra gripe imuniza contra resfriado?

Não. A vacina influenza protege contra os vírus da Influenza que estão circulando no país e pode mudar a cada ano.

> A vacina tem alguma contraindicação?

A vacina não é recomendada para quem tem alergia à proteína do ovo, isto é, entre aqueles que já apresentaram forte reação alérgica pelo menos duas horas depois de comer ovo. Esse tipo de alergia é bastante rara. A vacina também é contraindicada a quem já teve reações adversas a doses anteriores a um dos componentes da vacina. Nestas situações recomenda-se passar por avaliação médica para saber se pode ou não tomar a vacina.

> Quanto tempo leva para a vacina fazer efeito?

Em adultos saudáveis, a detecção de anticorpos protetores se dá entre duas a três semanas após a vacinação e apresenta, geralmente, duração de seis a 12 meses.

> Fora do período da campanha é possível me vacinar?

Não pelo SUS. Após a campanha só serão vacinadas a população prisional e pessoas que apresentem condições clínicas específicas.

 


CORAÇÃO
Alerta máximo pelo coração
No Brasil, a cada dois minutos, uma pessoa perde a vida por causa de doenças cardiovasculares

Um infarto fulminante é bem comum. Em reação ao número crescente de doenças do coração que levam ao óbito, a Federação Mundial do Coração (FMC), alinhada com a Organização Mundial da Saúde (OMS), deu início ao projeto Reduzindo a Mortalidade Global em 25% até 2025. As entidades visam conscientizar a população da gravidade das doenças cardiovasculares (DCVs) e da importância da prevenção.

As DCVs são as maiores causadoras de mortes prematuras em todo o mundo, responsáveis por cerca de 17,3 milhões de óbitos por ano, 31,3% de todos os casos. No Brasil, esse número chega a 300 mil anualmente, uma morte a cada dois minutos. Os dados da América Latina são preocupantes: 40% das mortes precoces acontecem durante os anos mais produtivos de uma pessoa, antes dos 60 anos.

Entre as DCVs mais comuns estão o infarto, a insuficiência cardíaca e a hipertensão. No Brasil, os principais fatores de risco com alta incidência na população e que contribuem para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares são o tabagismo, os maus hábitos alimentares, a hipertensão arterial, o uso abusivo do álcool, a obesidade e o colesterol alto.

– O tabagismo mata 50% de seus usuários. Sem contar os danos à saúde do fumante passivo – alerta a CEO da FMC, Johanna Ralston.

Jagat Narula, professor de Medicina e Cardiologia no Mount Sinai Hospital, de Nova York, diz que as pessoas devem ter mais cuidado.

– Um bebê nasce com níveis em torno de 30 miligramas por decilitro (mg/dl). Com três anos, já atingiu níveis acima de 100mg/dl. Somos os únicos animais na Terra em que o colesterol supera a casa dos 100. O que definimos como normal, não é – aponta.

Principal causa

de hospitalização

A doença cardiovascular é a principal causa de hospitalização no país. Segundo levantamento feito em 2010 pela Global Burdenof Disease Study sobre a Carga Mundial de Doenças (CMD), a doença isquêmica do coração e o derrame foram, respectivamente, a segunda e a terceira causas mais comuns de mortes prematuras no Brasil naquele ano. A doença isquêmica do coração representou 9,9% da mortalidade prematura, enquanto o derrame, 7,3%. De acordo com a médica Márcia de Melo Barbosa, que será empossada presidente da Sociedade Interamericana de Cardiologia no próximo mês, há uma falsa ideia de que doenças cardíacas são coisa de gente rica.

– Não é verdade. Está provado que as doenças não transmissíveis (DNTs) são as mais prevalentes na população de baixa renda. É a que tem menor controle dos fatores de risco, como obesidade e pressão arterial alta – afirma.

Embora a incidência de doenças cardiovasculares e de DNTs permaneça elevada, as políticas e os programas reforçados durante a última década alcançaram sucessos notáveis. Houve uma redução de quase 20% entre 1996 e 2007 nas taxas de mortalidade por DNT no Brasil, o que tem sido atribuído à expansão da saúde básica, à melhoria da qualidade dos serviços de saúde e a uma redução no consumo de tabaco.

O que precisa ocorrer até 2025

Pelo menos 10% de redução relativa do uso nocivo do álcool, conforme o caso, dentro do contexto de cada país

O consumo médio de sal/sódio deve cair 30%

O atual consumo de tabaco em pessoas com pelo menos 15 anos precisa cair 30%

Frear o aumento do diabetes e da obesidade

Recebimento por pelo menos 50% das pessoas suscetíveis a ataques cardíacos e derrames cerebrais de medicamentos e aconselhamento (incluindo controle de glicemia) para a prevenção das enfermidades

Disponibilidade, tanto nas unidades públicas como nas particulares, de 80% das tecnologias acessíveis básicas e medicamentos essenciais, incluindo genéricos, necessários para tratar as principais doenças não transmissíveis

Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS)

 HUMBERTO SIQUEIRA | Correio Braziliense/DA Press