Setembro Dourado: Santa Catarina chama a atenção para o câncer infantojuvenil

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Fotos: Assessoria de Comunicação Cepon

O câncer em crianças e adolescentes, entre 0 e 19 anos, corresponde a um grupo de doenças caracterizadas pela proliferação descontrolada de células anormais, podendo ocorrer em qualquer parte do organismo. Neste Setembro Dourado, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforça a importância do diagnóstico precoce e atenção aos sinais de alerta. O Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), unidade do Governo do Estado, atendeu 431 pacientes em consulta de primeira vez com câncer infantojuvenil, entre janeiro e agosto de 2025.

Diferentemente do câncer em adultos, a neoplasia é predominantemente de natureza embrionária e, geralmente, afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Em Santa Catarina, estão previstos 310 novos casos este ano. No Brasil, o câncer já é a principal causa de morte por doenças em crianças e adolescentes, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). 

“No Cepon, acolhemos crianças de 0 a 5 anos que necessitam de sedação para o tratamento radioterápico. Recentemente, o espaço destinado ao acolhimento infantil foi revitalizado, recebendo novos brinquedos, móveis adequados e uma pintura artística, tudo cuidadosamente planejado para reduzir o estresse das crianças e de seus familiares. Além disso, recebemos adolescentes e jovens adultos a partir dos 15 anos em uma ala específica (AJAS), que também segue os princípios de humanização, com ambiente colorido e acolhedor, proporcionando maior conforto durante o tratamento”, destaca o diretor-geral, Dr. Marcelo Zanchet.

Segundo o oncologista clínico do setor de Adolescentes e Adultos Jovens do Cepon, Dr. Matheus Cadore, a ocorrência da doença é multifacetada e não tem uma única causa.  “O câncer infantojuvenil abrange diversas doenças e suas causas variam conforme a idade. Em bebês e crianças muito pequenas, alguns tumores, como o retinoblastoma, podem estar ligados a fatores hereditários. Já em crianças maiores e adolescentes, observamos com mais frequência linfomas e leucemias, além dos Sarcomas, que nessa faixa etária acometem mais os ossos, ligamentos, tendões, e que podem estar relacionados ao estirão de crescimento. Outros tumores em adolescentes estão relacionados à maturação sexual, especialmente nos meninos. Tumores de testículo, por exemplo, são mais comuns em jovens”, explica.

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Diante da ausência de um fator gerador claro, o especialista reforça a importância de atenção aos sinais de alerta. Febre persistente por mais de uma semana sem causa aparente, palidez acentuada, hematomas ou sangramentos inexplicáveis, linfonodos aumentados (as conhecidas “ínguas”) sem sinais de infecção ou que não desaparecem em até dez dias, perda de peso sem explicação, aumento abdominal e dor óssea localizada que piora com o passar dos dias são sintomas que exigem avaliação médica. Fotografar os olhos dos bebês com flash de câmera também é uma medida simples: caso sejam observadas manchas esbranquiçadas em vez do reflexo vermelho esperado, é necessária uma avaliação além do teste do olhinho realizado ao nascimento pelo pediatra.

Os Sarcomas em geral não têm medidas específicas de prevenção, por isso deve-se estar atento aos sinais de que algo está errado com a saúde das crianças e adolescentes para diagnósticos precoces. Além disso, medidas que buscam promover a saúde e reduzir riscos futuros devem ser estimuladas desde o início da vida. “O que podemos e devemos fazer também é investir em saúde preventiva para a vida adulta, como manter o calendário vacinal em dia — a exemplo das vacinas contra hepatite B e HPV —, estimular hábitos saudáveis, boa alimentação, prática de exercícios físicos e atenção à saúde mental. Esses cuidados terão impacto direto na redução de alguns tipos de câncer ou outras doenças no futuro”, completa o médico.

O diagnóstico precoce, aliado a um tratamento especializado e humanizado, como o oferecido pelo Cepon, podem fazer a diferença no combate ao câncer infantojuvenil, aumentando significativamente as chances de cura e proporcionando melhor qualidade de vida às crianças e adolescentes afetados.

Jornalista responsável: 
Michelle Valle
Comunicação do Cepon

Mais informações:
Assessoria de Comunicação
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