Vamos falar sobre Tétano?

Doença infecciosa grave, o tétano pode ser fatal se não tratado adequadamente. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforça o alerta à população sobre os riscos de contrair o tétano. A vacina é a principal forma de proteção e prevenção da doença, além dos cuidados com ferimentos e lesões. O imunizante é gratuito e está disponível nas salas de vacina das Unidades Básicas de Saúde de Santa Catarina, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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O tétano é causado pela bactéria Clostridium tetani, presente no solo, poeira e fezes de animais. A contaminação ocorre por meio de feridas abertas, cortes profundos, queimaduras ou objetos perfurantes contaminados. Uma vez no organismo, a bactéria produz uma toxina que afeta o sistema nervoso, provocando contrações musculares dolorosas e dificuldade para engolir. Nos casos mais graves, ocorre paralisia e insuficiência respiratória, podendo levar a óbito, se não tratado adequadamente.

Por ser uma doença imunoprevenível, o tétano é evitado com a vacinação. A vacina estimula o sistema imunológico a reconhecer e combater a bactéria. Assim, o organismo cria uma "memória" de defesa e consegue reagir com rapidez caso ocorra uma exposição futura. Manter o calendário vacinal atualizado é fundamental para a proteção contra a doença.

“A vacina é a principal forma de proteção e está disponível gratuitamente em todos os centros de vacinação. Toda pessoa deve receber as três doses da vacina contra o tétano, e principalmente ficar atento aos reforços a cada 10 anos”, destaca João Augusto Fuck, diretor da DIVE.

No caso de ferimentos com risco de contaminação, é fundamental procurar atendimento médico imediato, especialmente se a última dose da vacina tiver sido aplicada há mais de cinco anos.

Além da imunização, a orientação é higienizar corretamente qualquer tipo de ferida e evitar o uso de métodos caseiros para tratar cortes ou perfurações. “Mesmo um pequeno machucado pode ser porta de entrada para a bactéria do tétano”, alerta o diretor.

Números em SC

Embora os casos da doença sejam raros no estado, a letalidade do tétano continua sendo motivo de preocupação. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), no primeiro semestre de 2025, Santa Catarina registrou cinco casos e três óbitos, enquanto que em todo o ano de 2024 ocorreram nove casos e três óbitos.

Na série histórica de 2007 até o ano passado, foram 216 casos confirmados. Em relação à faixa etária, o maior número é entre pessoas de 50 a 64 anos de idade. Além disso, a prevalência é do sexo masculino 78,2%, enquanto apenas 21,8% do sexo feminino. Evoluíram para óbito 78 casos, representando uma taxa de letalidade de 36,11%.

Os grupos mais vulneráveis incluem aposentados e pensionistas (29,5%), trabalhadores rurais (11%) e trabalhadores da construção civil como pedreiros e serventes (8,5%), principalmente devido à maior exposição a ambientes contaminados e riscos de acidentes com objetos perfurantes.