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O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, destacou que parte da população está confundindo “liberação com regramento e relaxamento social” e que cenas de praias e festas lotadas, como as registradas no último feriadão no litoral de Santa Catarina, refletirão em aumento de casos de covid-19 nos próximos dias.

 Para André Motta, o cenário no estado apresenta números favoráveis, mas o patamar dos óbitos e de números de casos ainda é preocupante. Em apenas uma semana, o estado saltou dos 6 para oito mil casos ativos.

“O problema é que as pessoas ainda não entenderam. Estamos criando regras para todas as atividades econômicas e sociais e nosso maior problema é a fiscalização”, disse. “Se as pessoas continuarem confundindo regramento com relaxamento, nossa batalha contra a covid 19 será inglória”.

A Secretaria de Estado da Saúde, por meio do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES), vem criando regras e protocolos para as atividades. Além disso, a mudança na Matriz de Avaliação de Risco Potencial permite a análise de possíveis avanços de casos em todas as regiões de forma ainda mais segura e precisa.

“Realizamos mudanças importantes na matriz, que a tornaram mais sensível à alterações no cenário. Em Santa Catarina, a doença diminuiu a velocidade, mas os números dos últimos dias nos mostraram uma ampliação considerável no número de casos confirmados. Precisamos entender esse cenário”, afirmou. “Vamos reforçar as ações de conscientização e vigilância, mas nada disso adianta a sociedade não aderir”.

Alguns países da Europa estão enfrentando um aumento significativo de casos na denominada “segunda onda” da covid 19. Em cidades como Madrid e Paris foram adotadas medidas restritivas em bairros e regiões localizadas. Motta Ribeiro vê semelhanças entre medidas adotadas na França e Espanha nas últimas semanas com a proposta do Governo do Estado de regionalização das decisões.

“Em maio propusemos essa mudança com foco nas decisões microrregionais. Oferecemos várias ferramentas, como sala de situação para os municípios, para nortear as decisões mas eventualmente, tanto parte dos municípios quanto o próprio Ministério Público (que acionou o estado) entenderam parcialmente a proposta”, afirmou, voltando a destacar que as regras sanitárias também devem ser fiscalizadas pelos municípios em conjunto com o Estado. “A responsabilidade é também do gestor público, mesmo que ele esteja em campanha política. É preciso saber distinguir o que é benefício próprio do bem social”.

Ações contra a pandemia

O Estado de Santa Catarina é considerado o que registrou as melhores ações de enfrentamento da pandemia. A organização dos serviços de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) para o enfrentamento da primeira onda está sendo mantida, conforme planejamento do Governo do Estado, pelo menos até 31 de dezembro de 2020.

Essa semana, o Ministro da Saúde parabenizou Santa Catarina pelo trabalho de excelência executado durante a pandemia, que inclui a abertura de leitos clínicos adulto e aumento de 127% na estrutura de UTIs distribuídas em todas as regiões de saúde. A estrutura permanecerá em sua integralidade até dezembro de 2020 e posteriormente, pelo menos 50% serão mantidas para utilização na nova Política de Cirurgias Eletivas.

Além disso, a SES continua fazendo o monitoramento das síndromes respiratórias agudas em todas as regiões do estado, através do programa de Inquérito Rápido de Síndome Gripal na Comunidade. A ação sinalizará crescimento da transmissão do COVID. Uma parceria com a FIESC que adquiriu e doou à SES 5 mil oxímetros que foram distribuídos aos municípios para monitoramento de pacientes sintomáticos, garantindo que o atendimento hospitalar se dê em tempo hábil e evitando o agravamento dos quadros.