Às vésperas da Copa do Mundo de 2018, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) alerta para a necessidade de imunização contra o sarampo para quem viajará à Rússia. A vacina deve ser tomada com, pelo menos, dez dias de antecedência da data do embarque. Em Santa Catarina, até 29 de Maio deste ano, foram aplicadas 76.143 doses da vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba.
Os viajantes precisam estar com as vacinas em dia, especialmente contra o sarampo. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a Europa teve um aumento de 400% nos casos da doença em 2017, em relação ao ano anterior.
“O expressivo aumento de casos na Europa e os já registrados no Brasil, nos estados de Roraima, Manaus e Rio Grande do Sul em 2018, servem de alerta para a população que ainda não está imunizada, pois o sarampo é uma doença altamente contagiosa e pode deixar sequelas graves”, afirma o diretor da DIVE/SC, Eduardo Macário. Ele alerta, ainda, que Santa Catarina enfrenta dificuldades para atingir boas taxas de imunização entre os adultos.
O esquema vacinal vigente disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) é de uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses de idade e a segunda dose (com a vacina tetraviral, que também protege contra a varicela) aos 15 meses. Adultos, com até 49 anos de idade, sem histórico da doença e/ou sem comprovante vacinal também devem ser vacinados. Apenas as pessoas imunodeprimidas e as gestantes não devem receber a vacina. Neste último caso, as mulheres devem esperar para se imunizar após o parto. “A vacina é a única forma de se prevenir contra o sarampo. A pessoa que for acometida pela doença precisa permanecer em isolamento hospitalar ou domiciliar para evitar novos contágios”, alerta a enfermeira Vanessa Vieira da Silva, gerente de Vigilância das Doenças Imunopreviníveis, Imunização e DTHA (Gevim).
Os casos registrados no Brasil mobilizam um reforço nas ações de detecção precoce de casos suspeitos e uma organização de respostas rápidas e coordenadas, além da imunização dos profissionais de saúde. “Os técnicos de saúde também devem se imunizar, pois apresentam maior risco de infecção por microrganismos relacionados a doenças passíveis de prevenção, para que não se tornem fonte de disseminação em meio intra e extra-hospitalar”, enfatiza Alda Maria Rodolfo Silva, enfermeira e chefe de Divisão da Gevim. No caso dos profissionais de saúde, para serem imunizados, são necessárias duas doses com um intervalo de 30 dias entre elas, independentemente da idade.
Sobre a doença
Sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível e extremamente contagiosa, muito comum na infância, mas que também acomete adultos. Os sintomas iniciais apresentados são: febre alta (acima de 38,5 °C), acompanhada de tosse persistente, irritação ocular e coriza. Após esses sintomas, geralmente há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés, com duração mínima de três dias. Além disso, pode causar infecção nos ouvidos, pneumonia, convulsões, lesão cerebral e morte, além de diarreias e até infecções no encéfalo. Acomete com maior gravidade os desnutridos, recém-nascidos, as gestantes e as pessoas portadoras de imunodeficiências.
A transmissão da doença ocorre de pessoa a pessoa, por meio de secreção expelida ao tossir, espirrar ou falar. O vírus pode ser transmitido do quarto ao sexto dia antes do aparecimento das manchas vermelhas e até o quarto dia após. Em caso de suspeita da doença, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima e evitar a circulação em locais públicos.